A OBESIDADE ALIADA DO DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411081805


Taiany Silva de Souza 1
Patrícia Farias 2


Resumo

Este estudo tem como objetivo de apresentar a obesidade como percursora da população adulta jovem e do risco para doenças cardiovasculares. Trata-se de uma revisão de literatura com busca em periódicos nacionais entre o mês de janeiro de 2020 a outubro de 2024.Houve levantamento dos materiais disponíveis na Internet nos bancos de dados da Scientific Electronic Library Online (SCIELO), dentro da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e na base Biblioteca Virtual em Saúde em Enfermagem (BDENF). Foram identificadas 64 publicações. Verificou-se que 57 não atendiam aos critérios preestabelecidos, selecionado 07 artigos para esta pesquisa. Fatores como: sobrepeso, adiposidade visceral, dislipidemia, sedentarismo, etilismo, alimentação inadequada, estresse, histórico familiar para Doença   Cardiovascular (DCV)   foram encontrados. São a principal causa de morte prematura no mundo, responsável por aproximadamente um terço de todas as mortes. Parte dos estudos analisados apontaram uma associação estatisticamente significativa entre o excesso de peso e o declínio da qualidade de vida. Intervenções em grupos envolvendo atividade física e orientação nutricional, isoladas ou combinadas, constituem ferramentas fundamentais para adesão e manutenção de hábitos saudáveis. A compreensão dos procedimentos fisiopatológicos envolvidos na relação entre obesidade e doenças cardiovasculares é essencial para desenvolver estratégias terapêuticas mais eficazes. Conclui-se que, o crescimento da obesidade confere grandes impactos para o sistema de saúde e essas consequências não se limitam apenas os custos econômicos, mas também sociais, como a diminuição da qualidade de vida, a perda de produtividade, a mortalidade precoce e os problemas relacionados às interações sociais.

Palavras-chave: Obesidade. Doença Cardiovascular. Fatores de Risco. Prevenção.

1  INTRODUÇÃO

         As doenças cardiovasculares são um grupo de doenças do coração e dos vasos sanguíneos. Elas têm sido a principal causa de mortalidade desde a década de 60 no Brasil, sendo responsáveis por um substancial carga de doenças no país (Brasil,2022).

          Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade pode ser compreendida como um agravo de caráter multifatorial decorrente de balanço energético positivo que favorece o acúmulo de gordura, associado a riscos para a saúde devido à sua relação com complicações metabólicas, como da pressão arterial, dos níveis de colesterol e triglicerídeos sanguíneos e resistência à insulina (SILVA et al.,2020).

           Barroso & Souza (2020) define que “o excesso de adiposidade corporal está relacionado com a presença de dislipidemia, identificada a partir do aumento dos níveis de colesterol total sérico e lipoproteínas de baixa e alta densidade”.

             Observa-se que entre a população adulta jovem o risco para doenças cardiovasculares tem aumentado, fatores como: sobrepeso, adiposidade visceral, dislipidemia, sedentarismo, etilismo, alimentação inadequada, estresse, histórico familiar   para   Doença   Cardiovascular (DCV)   foram encontrados (ALVES et al., 2021).

         Considerando a função dos profissionais da saúde como agentes de promoção e prevenção, espera-se que os resultados dessa pesquisa possam colaborar para a concretização de estratégias educativas a fim de conduzir os indivíduos na redução de níveis da CA, evitando o surgimento de DCV e de suas futuras complicações.

         Nesse contexto, este artigo justifica-se pela importância de tratar do tema, tendo como objetivo avaliar a associação da obesidade com a incidência de doenças e fatores de riscos cardiovascular, através da busca e leitura da literatura cientifica do Brasil. Destacando os mecanismos fisiológicos envolvidos, as consequências para a saúde pública, e as estratégias de prevenção e tratamento.

2  FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1  Impactos da Obesidade

         As pessoas que vivem com obesidade estão bem distribuídas pelo mundo, com uma prevalência que está aumentando. Até 2025, a estimativa é que a prevalência global da obesidade em adultos atinja 18% nos homens e seja superior a 21% nas mulheres, embora a distribuição relativa por sexo varie em diferentes países (PINHEIRO et al.,2024).

        Os custos totais atribuíveis à obesidade aumentam para R$ 669 milhões em hospitalizações e gastos ambulatoriais; e para R$ 722 milhões em gastos com medicamentos, ou seja, um total de R$ 1,39 bilhão em 2018. Mais de 60% dos gastos totais atribuíveis à obesidade foram com mulheres, tendo em vista a maior prevalência de obesidade e o maior risco relativo de alguns desfechos, particularmente doenças cardiovasculares, no sexo feminino (NILSON et al.,2018).           A obesidade é uma interação complexa entre múltiplos fatores genéticos, socioeconômicos e culturais que também estão associados com comorbidades existentes ou resultantes e seus tratamentos (APOVIAN, 2016). Uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Os indivíduos que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 são diagnosticados com sobrepeso e já podem ter alguns prejuízos com o excesso de gordura (BRASIL, 2024). Fatores genéticos também são apontados como possível causa da obesidade, uma vez que a herança genética de um indivíduo pode aumentar as probabilidades do desenvolvimento de diversas doenças (FERNANDES, COSTA,2022).

         O aumento do TAV (Tecido Adiposo Visceral) resulta em aumento da infiltração de células imunes na gordura visceral e consequente aumento da secreção de citocinas pró inflamatórios e vasoconstritoras, enquanto a expansão do TASC (Tecido Adiposo Subcutâneo) embora menos prejudicial também contribui participa desta condição (MENEGHINI, CHAGAS,2023).

          Conforme Corso et al (2023) “devido a uma fisiopatologia complexa, obviamente a obesidade não pode ser simplesmente considerada como exclusivamente advinda de desequilíbrio energético entre a ingestão e o gasto calórico. A interação entre o metabolismo da glicose/insulina, tecido adiposo e imunidade/inflamação vem sendo fortemente implicada na fisiopatologia das complicações da obesidade”.

           Pacientes com obesidade, frequentemente acompanhada de hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia aterogênica, estão propensos a sofrerem acidentes coronarianos agudos (ANTONIO et al.,2023).

           Salienta-se   que   as   doenças   cardiovasculares   desencadeadas   pela   obesidade   não representam uma problemática exclusiva de adultos, isto é, crianças e adolescentes obesos estão passíveis de enfrentamento de complicações neurológicas e endócrinas que podem corroborar com o desenvolvimento da doença cardiovascular na fase adulta (SILVA et al, 2024).            A obesidade é um desafio para a saúde pública que transcende nossas fronteiras geográficas e culturais. É uma condição crônica complexa que não apenas afeta a estética corporal, mas também exerce um profundo impacto sobre a saúde global do indivíduo (SCHIAVON, DRAGER,2023).

2.2  Prevenção e Tratamento

           As DCNT (Doenças Crônicas não transmissíveis) por se tratarem de patologias que exigem um tratamento longo e contínuo são apontadas como principais geradoras de custos para o sistema único de saúde (SUS), produzindo uma sobrecarga e elevando gastos na saúde. O tratamento e prevenção da obesidade é ainda a melhor estratégia apontada para minimização desses danos, uma vez que boa parte do desenvolvimento de DCNT pode ser atribuído a ela (SANTANA et al., 2019).

          A prevenção de DCNT requer medidas de saúde pública que contemplem a implementação de programas de intervenção interdisciplinar com ênfase no manejo da obesidade, visando reduzir o risco de eventos cardiovasculares (PITA et al.,2023).

         Compreende-se que os sintomas de doenças cardiovasculares são diversificados, e surgem quando a doença já se manifesta no organismo, de maneira a ser difícil identificar uma forma de prevenção. Por existir diversas doenças cardiovasculares, igualmente são distintas as possibilidades de sintomas, podendo ser identificadas complicações para respirar, dor no peito, náuseas, mal-estar, confusão mental, mudança no ritmo cardíaco e outros (MACENO, GARCIA,2022).

        Como a obesidade possui causas multifatoriais, a terapêutica é complexa e de longo prazo. A abordagem da obesidade através da mudança de estilo de vida apresenta dois pilares fundamentais: dieta adequada que promova déficit calórico e atividade física que contribua com maior gasto energético e manutenção de massa magra. A qualidade do sono e o hábito de fumar são outros aspectos que devem ser considerados (PITA et al.,2023). 

       As Doenças Cardiovasculares apresentam uma natureza multifacetada em relação aos seus Fatores de Risco e seu controle requer a implementação de ações promocionais e preventivas coordenadas. É essencial contar com serviços de saúde integrados para o diagnóstico e acompanhamento dos casos detectados e tratados (BRITO et al.,2024).

            METODOLOGIA 

              Trata-se de uma revisão integrativa (RI) da literatura, que se caracteriza por ser uma estratégia em que o pesquisador tem o interesse de sumarizar resultados de um conjunto de pesquisas sobre um mesmo tema, visando estabelecer generalizações ou desenvolver explicações mais abrangentes de um fenômeno específico, a partir da síntese ou análise dos achados (SONAGLIO et al.,2019).

          A estruturação da pesquisa científica é uma das fases do processo metodológico e está pautada em diferentes etapas, sendo elas, a formulação do problema a ser questionado, a concepção de hipóteses a ser verificada, a coleta de dados, tabulação dos dados, análise dos dados, discussão dos resultados, conclusões, redação do texto e apresentação do trabalho científico (PRAÇA,2015).

        Ressalta-se que toda modalidade de pesquisa apresenta limites e potencialidades, cabendo ao pesquisador usar de sua experiência e perspicácia para analisar a veracidade das fontes, compreender a subjetividade, identificar o dito e o não dito, bem como reconhecer as vantagens do uso do documento, explorando essa fonte em um exame minucioso e reconhecendo a importância de todos os documentos (Alves et al.,2021).

          Deste modo, esta revisão bibliográfica apresenta as mais recentes e consistentes obras científicas que tratou do assunto proposto pelo pesquisador. Na primeira etapa, houve levantamento dos materiais disponíveis na Internet nos bancos de dados da Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e dentro da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) relacionando-se a temática da obesidade com as doenças cardiovasculares.

           Nessa primeira busca, encontrou-se na BVS na base Biblioteca Virtual em Saúde em Enfermagem (BDENF) total de 38 artigos. Na base SCIELO após busca com os mesmos descritores selecionou-se 26 artigos.

         Conforme os DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) selecionou-se os artigos por meio das seguintes palavras-chaves: Obesidade. Doença Cardiovascular. Fatores de Risco. Prevenção. Com aplicação do Operador Boleano AND e OR, com pesquisa “Obesidade” OR “Doenças Cardiovasculares”, “Obesidade” AND “Fatores de Risco”, “Obesidade” AND “Prevenção”.

         Para critérios de exclusão considerou-se na busca da pesquisa artigos publicados em português, com disponibilidade de texto completo, publicados em periódicos nacionais entre o mês de janeiro de 2020 a outubro de 2024, e que atenderam ao tema. A exclusão dos artigos considerou aqueles após leitura do resumo, titulo e que não se relacionava com a revisão. 

3  RESULTADOS E DISCUSSÕES 

             A partir das buscas, foram identificadas 64 publicações. Verificou-se que 57 não atendiam aos critérios preestabelecidos. foram selecionados 07 artigos, sendo 4 artigos da SCIELO e 3 artigos da BVS.

         Quanto ao delineamento de pesquisa, evidenciaram-se: estudo descritivo, pesquisa avaliativa, de abordagem qualitativa e quantitativa, coorte e caso-controle, estudo exploratório, de base populacional e estudo transversal. 

         Foram considerados como critérios de inclusão todos os tipos de estudos com data de publicação até setembro de 2024, não sendo incluídos neste estudo literatura cinzenta, carta ao editor, teses e dissertações.

Quadro 1– Resultados dos estudos incluídos na revisão conforme Título, Autor/Revista/Ano, Objetivos e Resultados

Título Autor/ Revista/ AnoObjetivoPrincipais resultados
Medidas preventivas de fatores de risco de                doenças cardiovascular es no ambiente prisional: revisão integrativaCABRAL et al., Revista Rene (2023)Analisar as medidas preventivas de fatores de risco de doenças cardiovasculares no ambiente prisional.Demonstrou que as medidas preventivas encontradas foram relacionadas a atividade física, melhora nutricional, controle do peso, cessação do tabagismo, controle do estresse e acompanhamento laboratorial, com prevalência para a atividade física e a melhora nutricional.
Excesso de peso       e qualidade                de vida relacionada á saúde     em adolescentes: uma      revisão sistemática SOUZA et al., Revista Enfermagem Atual             In Derme (2022)Avaliar criticamente e conduzir uma síntese dos resultados de diversos estudos primários no que se refere à associação entre excesso de peso e qualidade de vida entre adolescentesO excesso de peso esteve associado ao declínio da qualidade de vida relacionada à saúde em 94% das publicações, predominantemente nos domínios físico e psicossocial.
 A efetividade de ações de educação                em saúde     na adoção   de hábitos saudáveis: Revisão integrativaPORTO et al, Revista Baiana de Saúde Pública (2021)Analisar o que a literatura sugere sobre a efetividade das ações de educação em saúde na adesão a hábitos de vida saudáveis, especialmente relativos à dieta e à prática de atividades físicas.Foram mais efetivas as intervenções em grupo com combinação de estratégias, naquelas com corresponsabilização dos participantes e nas intervenções de longo prazo. A literatura aponta que as intervenções educacionais são efetivas, com grande potencial para promover melhoria na qualidade de vida da população.
Enfermagem no cuidado de pessoas com sobrepeso e obesidade: Contribuições de uma especialização à distânciaLINDNER et al Texto Contexto Enferm. (2024)Analisar as contribuições de um curso de especialização na qualificação dos enfermeiros para a prevenção e o cuidado de pessoas com sobrepeso e obesidade.A maioria apresentou aumento com significância estatística, representando aumento do conhecimento acerca do tema, qualificação das práticas de vigilância alimentar e nutricional, da abordagem individual, coletiva, intersetorial e da implementação da linha de cuidado. Houve melhoria na percepção sobre a aptidão própria e da equipe, no cuidado, na prevenção e no controle do sobrepeso e da obesidade.
Estatística Cardiovascula r – Brasil 2023OLIVEIRA et al Sociedade Brasileira de Cardiologia (2024)Fornecer uma compilação anual dos dados e das pesquisas sobre a epidemiologia das DCV no Brasil.Exibiu que a Estatística Cardiovascular – Brasil 2023 enfatiza que a DCV ainda responde por quase um terço das mortes no Brasil, afetando desproporcionalmente a camada mais pobre da população, que tem dificuldades de acesso a cuidados de saúde de alta qualidade.
Estimativa de Produtividade Perdida Atribuída        a Doenças Cardiovascula res na América do SulBANDEIRA et al Arquivos Brasileiros de Cardiologia (2024)Estimar os anos de vida produtiva perdidos (AVPP) e a perda de produtividade relacionados        a mortalidade                prematura associada as DCV na AS, em 2019.Constatou-se que o número total de mortes por DCV na AS no ano de 2019 foi de 754.324 e os AVPP foram 2.040.973. A perda permanente de produtividade total foi de aproximadamente US$ 3,7 bilhões e US$ 7,8 bilhões em paridade do poder de compra, equivalente a 0,11% do produto interno bruto. O custo por morte foi de US$ 22.904, e a razão desse custo por óbito, entre homens e mulheres foi 1,45.
Adequação Alimentar                de Indivíduos com     Doença Cardiovascula r       Conforme Diretrizes Clínicas        no Programa Alimentar Brasileiro CardioprotetorBRITO et al Arquivos Brasileiros de Cardiologia (2024)Investigar a adequação alimentar de indivíduos com        doença cardiovascular (DCV), participantes do Programa Alimentar Brasileiro Cardioprotetor residentes da região Nordeste do Brasil, segundo               as recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).Observou-se que a maioria das mulheres consumia dieta hipoproteica (59,2%) e idosos tinham maior inadequação no consumo de carboidratos (52,6%). Em relação a ingestão de sódio, os homens apresentaram maior ingestão (72,9%), enquanto os idosos apresentaram redução de 13%. Além disso, foi demonstrado que os homens ingeriam mais fibras (28,1%) e indivíduos com maior escolaridade tinham um consumo elevado de ácidos graxos saturados (70,5%).

Fonte: elaborado pela autora (2024)

               A presente investigação mostrou que grande parte dos estudos analisados apontaram uma associação estatisticamente significativa entre o excesso de peso e as doenças cardiovasculares. Obesidade e seus fatores de risco têm uma forte interação (OLIVEIRA et al, 2024).

          As DCV são a principal causa de morte prematura no mundo, responsável por aproximadamente um terço de todas as mortes. E a obesidade em 2021, 1,95 milhão (IC 95%, 1,12-2,91) de mortes cardiovasculares e 3,7 milhões (IC 95%, 1,97-5,49) de mortes em geral foram atribuídas a IMC elevado (OLIVEIRA et al, 2024).

          Os custos por morte aumentaram drasticamente, visto que com mercados muito distintos quanto às horas trabalhadas e aos salários, a comparação entre o PIB e as perdas de produtividade evidenciam o potencial impacto na dimensão econômica e as perdas sociais produzidas a partir de suas mortes prematuras. Regiões de menores índices socioeconômicos têm maiores taxas de mortalidade (BANDEIRA et al, 2024).

            A Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) é um importante indicador para a saúde das populações. Nesse sentido, parte dos estudos analisados apontaram uma associação estatisticamente significativa entre o excesso de peso e o declínio da QVRS de adolescentes, nos aspectos físicos e psicossociais (SOUZA,2022).

             Nesse contexto, Porto et al (2021) em sua pesquisa aponta que intervenções em grupos envolvendo atividade física e orientação nutricional, isoladas ou combinadas, constituem ferramentas fundamentais para adesão e manutenção de hábitos saudáveis. Consoante a isso Carvalho et al (2020), em seu estudo apresenta que houve um aumento global do número de hipertensos. Considerando que a maioria dos casos está relacionada ao estilo de vida, com o sedentarismo ocupando lugar de destaque, fica clara a importância dos exercícios físicos ao lado de outras medidas comportamentais, além do uso de medicações, sempre que indicadas.             De fato, a intervenção dietética adequada permite uma melhor combinação de múltiplos alimentos e nutrientes, com propriedade cardioprotetora na prevenção secundária das DCV

(BRITO et al,2024). A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) afirma que “os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemias, principalmente triglicerídeos elevados, passam pela alimentação”.

            A atividade física foi destacada como uma das medidas preventivas e consiste em algum deslocamento do corpo feito pela musculatura esquelética em que exista esforço (CABRAL,2023).

           Corroborando com o autor, Mohan et al (2018) destaca que os exercícios físicos são importantes para o controle cardiovascular no ambiente prisional porque são uma estratégia eficiente de saúde pública, que contribui para a diminuição do risco de eventos cardiovasculares e melhora a pressão arterial.

          Consoante a isso, Cunha (2022) expressa que a “Melhora da capacidade física e da qualidade de vida seriam razões suficientes para a adesão aos exercícios físicos, mas vários outros efeitos benéficos são relacionados à prática física. Contribui no controle do peso, melhora o perfil lipídico, reduz a pressão arterial, ajuda no tratamento e prevenção da diabetes mellitus, reduz a inflamação (expressa pela proteína C-reativa)”.

          Analisando a crescente magnitude do excesso de peso, a APS é central no cuidado de pessoas com sobrepeso e obesidade. Sob esse aspecto, o enfermeiro é considerado um protagonista no cuidado e assume papéis de liderança na APS, seja na gestão da equipe ou em ações para abordagem de usuários com DCNTs (LINDNER et al,2024).

         Nesse contexto, é importante ressaltar que a prevenção é o melhor caminho no combate à relação entre obesidade e doenças cardiovasculares. Educação em saúde, incentivo à alimentação saudável e à prática de atividade física desde a infância são estratégias fundamentais para prevenir o desenvolvimento da obesidade e suas consequências para a saúde cardiovascular (BASORA,2020).

          Dado essa afirmação, em uma pesquisa realizada na Finlândia identificou-se que o aconselhamento para mudança no estilo de vida realizado pelo enfermeiro, durante três anos, resultou na redução de, pelo menos, 5% do peso inicial em 18% de pessoas com excesso de peso e comorbidades, sendo que estas conseguiram manter o resultado por três anos. Além disso, a maioria conseguiu estabilizar o peso após as intervenções (BRAGA,2020).

          Embora a redução do risco de doenças cardiovasculares através do tratamento da dislipidemia, da hipertensão e da diabetes seja uma prática padrão baseada em evidências, o conceito de tratamento da obesidade para reduzir o risco de complicações cardiovasculares tem sido dificultado pela falta de evidências de ensaios que indiquem que estilo de vida ou intervenções farmacológicas para sobrepeso ou obesidade melhoram os resultados cardiovasculares (LINCOFF et al.,2023).

          Em suma, sobre esse aspecto Lima et al (2023) concorda que a compreensão dos procedimentos fisiopatológicos envolvidos na relação entre obesidade e doenças cardiovasculares é essencial para desenvolver estratégias terapêuticas mais eficazes. Novas pesquisas são necessárias para aprofundar o conhecimento sobre esses controles e identificar alvos terapêuticos potenciais.

4  CONSIDERAÇÕES FINAIS

           A relação entre obesidade e as doenças cardiovasculares é hermética e versátil. Circundase de uma variedade de fatores de risco que promovem o adoecimento do indivíduo obeso. O aumento do IMC (Índice de Massa Muscular) tem relação linear com a prevalência de hipertensão e o acúmulo de gordura visceral é o que tem maior associação, por diversos mecanismos envolvidos de fato, o excesso de peso, a gordura endotelial, promove o surgimento de patologias como a aterosclerose e a Diabetes Melitus, que comprometem o coração e os vasos sanguíneos.

         Este estudo surgiu com o objetivo de buscar, através da literatura cientifica, a compreensão da influência que a obesidade tem na vida das pessoas, e das consequências para as doenças cardiovasculares, sabendo que a autora desta pesquisa convive na assistência em seu trabalho na área da enfermagem, com pacientes destas patologias.

        Nesse sentido, entende-se que prevenir é sempre a melhor estratégia para combater este vinculo. É fundamental a combinação de estratégias comportamentais como dieta, atividade física e intervenções psicológicas associadas ao tratamento farmacológico ou procedimentos cirúrgicos quando necessário.

        Pensando no futuro da sociedade, o crescimento da obesidade confere grandes impactos para o sistema de saúde, e essas consequências não se limitam apenas os custos econômicos, mas também sociais, como a diminuição da qualidade de vida, a perda de produtividade, a

mortalidade precoce e os problemas relacionados às interações sociais.

         Politicas publicas devem ser aderidas na prática pelas escolas, com incentivo de uma alimentação mais saldável e promoção de atividade física no ambiente. As empresas podem trazer locais de trabalho, que tenham espaços apropriados para o tempo de uma refeição com qualidade. Transformações de um pensamento coletivo incentivam hábitos e uma população com mais saúde.

REFERÊNCIAS

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1 Discente do Curso Superior de Enfermagem da UniSul. Palhoça. SC. Brasil. Campus Pedra Branca e-mail: taiany08souza@gmail.com

2 Docente do Curso Superior de Enfermagem da UniSul. Palhoça. SC. Brasil. Campus Pedra Branca. Mestre em Tecnologia e Inovação a Saúde (UFPR). e-mail: farias.patricia@unisociesc.com.br