REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202503102056
Celso dos Anjos Junior1,
Carlos Eduardo de C. Florêncio2
RESUMO
Este artigo ensaístico tem o objetivo de apresentar os efeitos da neuroplasticidade sobre a aprendizagem da Libras por surdos congênitos. Os pressupostos metodológicos da pesquisa foram fundamentados à luz dos referenciais teóricos de Quadros (1997), Vygotsky (2006), Ferreira (2009) e Luria (2010), somados às contribuições de outros autores que tratam da temática. As reflexões desta pesquisa apontam para a importância da neuroplasticidade no processo de aprendizagem e consequente desenvolvimento da linguagem e cognição de crianças surdas congênitas, e sua indissociabilidade da Libras. A surdez congênita é uma condição que afeta a capacidade auditiva, desde a infância, podendo causar muitas limitações para o desenvolvimento da linguagem da criança, dentre outras. Assim, para proporcionar pleno desenvolvimento desses indivíduos, propõe-se o uso da Libras como principal instrumento para estímulo de suas capacidades, a fim de potencializar o processo de neuroplasticidade.
Palavras-chave: Surdez congênita, Plasticidade cerebral, linguagem.
1. Introdução
A neuroplasticidade, também chamada plasticidade neural ou plasticidade cerebral, é a capacidade de modificação da estrutura e função do cérebro, em razão das experiências para adaptação e reorganização das informações, dentre as quais, as envolvidas nos processos cognitivos, tão necessárias ao processo de aprendizagem.
Com vistas a evitar as diversas variáveis que podem influenciar no dimensionamento deste estudo a análise se restringirá à surdez congênita e, não será dada ênfase ao nível de perda auditiva, senão em razão de seus efeitos para o desenvolvimento da consciência humana. Neste sentido, serão nominadas pessoas surdas, aquelas que, em razão da perda auditiva, apresentam compreensão e interagem com o mundo, de forma visual, sobretudo pelo uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) (BRASIL, 2005).
Nesse contexto, o questionamento do presente trabalho nos propõe a consequente questão de pesquisa: Quais seriam os efeitos advindos da neuroplasticidade no processo de aprendizagem da Libras por surdos congênitos, sobretudo durante a primeira infância? Com o objetivo de responder a esse questionamento, o propósito deste ensaio é apresentar os principais efeitos da neuroplasticidade no referido processo, sob a perspectiva da dicotomia aprendizagem/desenvolvimento apresentados pelos neuropsicólogos Vygotsky (2006) e Luria (2010), apoiados pela neurociência cognitiva de Ferreira (2009) e por aspectos da aquisição da linguagem, relacionados à educação de surdos, apontados pela Pedagoga e Linguista Ronice Quadros (1997).
Este artigo ensaístico está estruturado em cinco seções: Caminho metodológico; Aspectos gerais da surdez congênita; Aspectos gerais da neuroplasticidade; Desenvolvimento das funções cognitivas; e Considerações finais.
2. Caminho metodológico
Considerando as orientações de Paiva (2019), este estudo caracteriza-se como uma pesquisa básica e teórica, que tem por objetivo aumentar o conhecimento científico sobre os efeitos da neuroplasticidade e seus efeitos sobre a aprendizagem da Libras por surdos congênitos. Trata-se de uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa com viés bibliográfico, de natureza interpretativa, com base em outras literaturas científicas, extraídas da plataforma do Google Acadêmico, que tratam de temáticas correlatas, nos últimos cinco anos, à luz dos pressupostos teóricos da Psicologia Cognitiva.
Para isso, foi adotado como protocolo de pesquisa as palavras-chave e operadores booleanos “Plasticidade neural” OR Neuroplasticidade AND aprendizagem; “Plasticidade neural” OR Neuroplasticidade AND Surdez; “Plasticidade neural” OR Neuroplasticidade AND congênita; “Plasticidade neural” OR Neuroplasticidade AND Linguagem; e “Plasticidade neural” OR Neuroplasticidade AND Cognição.
3. Aspectos gerais da surdez congênita
3.1 Surdez congênita e primeira infância
A surdez congênita é quando um bebê já nasce surdo, adquirida antes (pré-natal), durante (peri-natal) ou após o nascimento (pós-natal). Apesar de envolver graus diferentes de perda auditiva, podendo ser, ainda, uni ou bilateral, ressalta-se que o uso da Libras se estabelece na medida em que a perda auditiva prejudica consideravelmente o desenvolvimento. Neste sentido, não se pretende contrariar as definições sobre a deficiência auditiva e suas respectivas limitações (BRASIL, 2023), entretanto, a deficiência será tratada numa perspectiva cultural, além da patologia (SOUZA; MALUF, 2021).
É importante salientar que a surdez congênita, ou precoce não causam, por si só, limitações de ordem afetiva ou cognitiva, entretanto, questões de ordem social, podem influenciar no desenvolvimento da criança, sobretudo para a aquisição e consolidação da linguagem. Nesta perspectiva, concebendo que na primeira infância a criança desenvolva muito de suas capacidades linguísticas, expressas por meio de sua língua natural, questiona-se o seguinte:
Considerando “as Línguas de Sinais como possível expressão da capacidade natural para a linguagem em crianças surdas” (QUADROS, 1997, p. 22) , quais seriam as principais barreiras e as principais estratégias para superação dessas?
A surdez congênita pressupõe quadros de comprometimento neurossensorial. Neste sentido, há necessidade de um Plano Nacional de Alfabetização (PNA) para crianças que se encontrem nesses casos. Además, a identificação precoce de tais necessidades, somadas ao acesso à Libras, desde o seu nascimento, garantirá maior fluência para a comunicação e consequente desenvolvimento, estabelecendo a Libras como sua primeira língua (L1), ao passo que a Língua Portuguesa será aprendida pelo mesmo, como L2, na perspectiva do Bilinguismo (CAPOVILLA, 2020).
Com isso, com vista ao desenvolvimento linguístico da criança surda congênita é proposto o uso da Libras, por meio da qual a Língua Portuguesa poderá ser aprendida, incluindo sua modalidade oral. Para isso, é utilizado a estratégia do português sinalizado, estabelecida sobre o bimodalismo. Assim, “o bimodalismo” passa a ser defendido como a melhor alternativa de ensino para o surdo. Tal proposta caracteriza-se pelo uso simultâneo de sinais e da fala” (QUADROS, 1997, 24).
A presença da surdez, por si só, já aponta a necessidade do uso da Libras como metalinguagem capaz de conduzir o indivíduo ao aprendizado da leitura e escrita do Português. De modo ainda mais preciso, a surdez congênita pressupõe a necessidade de tais suportes, ainda na primeira infância (do nascimento aos 6 anos), pois é nessa fase que há pleno desenvolvimento da linguagem, além de grande manifestação de neuroplasticidade cerebral.
Por conseguinte, é ponto pacífico que a surdez congênita se apresenta como um obstáculo à instrução das crianças, sobretudo na primeira infância. A utilização da Libras, assim como de estratégias específicas de interação e ensino potencializam as possibilidades de desenvolvimento dos surdos, na mesma perspectiva de ouvintes. Portanto, a neuroplasticidade deverá ser ainda mais estimulada, aproveitando as janelas de oportunidade apresentadas nos primeiros anos de vida para organização e reorganização cerebral dos conhecimentos aprendidos, sobretudo os ligados à aquisição da linguagem e demais aspectos cognitivos.
3.2 Funções e organização funcional do cérebro
A compreensão das funções e organização funcional do cérebro na surdez congênita é fundamental para explorar como o cérebro se adapta e reorganiza suas funções em resposta à ausência ou diminuição da audição desde o nascimento.
Recentes estudos têm utilizado técnicas avançadas de neuroimagem, incluindo Ressonância Magnética Funcional (RMF), para evidenciar uma notável reorganização neuroplástica nas regiões auditivas cerebrais em pessoas que nascem com surdez congênita. De acordo com pesquisas, é possível observar que o cérebro pode adaptar-se à ausência de estímulos sonoros ao recrutar áreas normalmente destinadas ao processamento auditivo para processar informações táteis ou visuais.
A ausência de um acesso adequado à linguagem falada durante os primeiros anos pode ter efeitos significativos no desenvolvimento das regiões cerebrais ligadas à linguagem e ao pensamento. Pesquisas recentes revelaram que crianças surdas apresentam variações na ativação cortical durante atividades linguísticas, indicando a possibilidade de adaptações neuroplásticas afetarem tanto a capacidade de entender quanto de produzir linguagem.
A surdez congênita pode resultar em uma maior integração de informações dos outros sentidos, como visão, considerando que “(…) a surdez é considerada um fator limitante que compromete o desenvolvimento de habilidades visuais nos indivíduos surdos” (SILVA; DE MENESES, 2023, p. 202), nas áreas corticais responsáveis por processar informações auditivas. Esse aumento na capacidade sensorial pode levar a habilidades sensoriais ampliadas em pessoas surdas, o que compensa parte da perda auditiva e melhora sua capacidade de se adaptar ao ambiente.
Um estudo recente sobre as funções e estrutura funcional do cérebro em pessoas com surdez congênita mostra como o sistema nervoso central (SNC) é complexo e pode se adaptar diante da falta de estímulos sensoriais. Ao compreender esses processos neurobiológicos, não só aumentamos nosso entendimento sobre a neuroplasticidade, mas também podemos direcionar intervenções educacionais e terapêuticas que melhorem o desenvolvimento global e a qualidade de vida de pessoas surdas desde uma idade muito jovem.
Para aprimorar as estratégias de intervenção e inclusão social, é fundamental realizar estudos futuros que investiguem longitudinalmente o progresso dessas adaptações cerebrais em diversos ambientes onde ocorre surdez desde o nascimento. Para apoiar as necessidades individuais de crianças e adultos surdos, é fundamental que haja integração entre neurociência, educação especial e desenvolvimento infantil para adotar uma abordagem completa e eficiente.
3.3 Áreas e habilidades sensoriais afetadas
A surdez congênita tem influência em outras áreas sensoriais e habilidades perceptuais, o que molda de forma singular o desenvolvimento e adaptação das pessoas desde que nascem.
Nos indivíduos com surdez congênita, é comum que as regiões cerebrais responsáveis pelo processamento auditivo se reorganizem a fim de potencializar o processamento visual e tátil. De acordo com pesquisas neurocientíficas, foi constatado que essa reestruturação pode resultar em um aprimoramento das habilidades visuais e táteis, o que se reflete em uma sensibilidade sensorial mais elevada nessas modalidades (VYGOTSKY, 2006).
Indivíduos surdos podem ter sua percepção espacial e temporal afetada caso não sejam expostos a estímulos auditivos desde cedo. De acordo com estudos recentes, a ausência de experiência auditiva durante fases cruciais do crescimento pode resultar em variações na percepção de movimento, orientação espacial e coordenação temporal quando comparados aos indivíduos que possuem audição (SILVA; DE MENESES, 2023).
A integração de informações sensoriais de diferentes modalidades pode ser afetada pela surdez presente desde o nascimento. Pesquisas revelam que pessoas surdas podem desenvolver alterações neurais que promovem uma integração mais eficiente de informações visuais e táteis em comparação com aquelas que têm audição normal. Este estudo sugere que a falta de estímulo sensorial pode resultar em uma reestruturação neural benéfica para o processamento integrado de informações provenientes de diferentes sentidos (AUER; BERNSTEIN, 2020).
Ao examinar as áreas e habilidades sensoriais afetadas pela surdez congênita, é possível descobrir tanto as notáveis adaptações neuroplásticas do cérebro quanto os desafios perceptuais singulares enfrentados por pessoas que são surdas desde o nascimento. Para promover uma melhor qualidade de vida e inclusão social, é essencial compreender essas adaptações para poder desenvolver intervenções educacionais e terapêuticas que maximizem o potencial sensorial e perceptual das pessoas surdas.
Por fim, enaltece-se a importância de abordagens interdisciplinares que integrem conhecimentos da neurociência, psicologia e educação para criar ambientes de aprendizagem e suporte adequados para indivíduos com surdez congênita.
4 A neuroplasticidade e seus efeitos sobre a aprendizagem da Libras
4.1 A importância da neuroplasticidade
Apesar de todos os avanços da ciência, no que se refere aos estudos do cérebro, ainda pouco se sabe sobre como acontecem os processos de reorganização cerebral por meio da neuroplasticidade. O que sabemos é que essas atividades são maiores na infância e que, ao longo da vida, não só a capacidade de reorganização cerebral diminui, mas também as possibilidades de aprendizagem.
A neuroplasticidade pode ser regenerativa, axônica, sináptica, dendrítica, somática e de habituação, promovendo modificações contínuas no SNC, tanto em cérebros lesionados, quanto em cérebros preservados, durante toda a vida do indivíduo. Com esse panorama, podemos observar o quão complexo o processo de plasticidade neural pode ser, e que o mesmo considera tanto aspectos internos, quanto externos ao indivíduo.
Ressalta-se que a neuroplasticidade ocorre de forma heterogênea e com diferentes intensidades nas referências áreas do cérebro. Um período, chamado “crítico” inicia-se já nos primeiros momentos de vida do indivíduo, por meio de experiências sensoriais, sobretudo ligadas ao som e à luz. Com o desenvolvimento de funções mais complexas como falar, andar, ler, escrever, a criança atinge níveis ainda mais críticos para o desenvolvimento da neuroplasticidade.
Tais períodos críticos constituem-se como janelas de oportunidades para a estimulação do indivíduo, potencializando assim o desenvolvimento de novas habilidades, sobretudo as relacionadas à cognição, serão mais bem estimuladas em momentos específicos. Como exemplo, temos as Funções Executivas (FEs) que são responsáveis pela regulação dos pensamentos, das emoções e dos comportamentos.
Para uma maior compreensão da neuroplasticidade e de sua importância para a aprendizagem é imprescindível conhecermos as principais áreas do cérebro e seu funcionamento, especificamente àquelas envolvidas na aprendizagem de aspectos visuais, que contribuem diretamente no desenvolvimento do processo de aprendizagem da Libras por indivíduos surdos congênitos, ainda na primeira infância.
Nesse sentido, o cérebro é exemplificado por Cirilo (2024), como uma cidade pulsante, os neurônios como os cidadãos e as sinapses como as ruas, com a seguinte dinâmica:
À medida que aprendemos, exploramos ou enfrentamos desafios, essas ruas podem se expandir, se ramificar e até mesmo se reconfigurar para se adaptar às novas demandas. É como se o cérebro fosse um urbanista habilidoso, ajustando constantemente a arquitetura da cidade cerebral para otimizar seu funcionamento (CIRILO, 2024, p. 1838).
Nesse sentido, Cirilo (2024) aponta, também, que por meio de diferentes estímulos, como a aprendizagem da Libras, o cérebro ativa suas diversas áreas neurais, com o estabelecimento de novas conexões entre seus milhares de neurônios. Tais alterações podem se manifestar no aumento no volume dessas áreas e da densidade sináptica, além da melhora da eficiência de suas redes neurais.
Assim, para uma maior compreensão de aspectos ligados à aquisição e funcionamento da linguagem, e de seu estabelecimento intencional, faremos uso da perspectiva de Luria (2010), na relação da linguagem e ações dirigidas. Nesse sentido, para as operações mentais, como as envolvidas nas FEs, dotadas de intencionalidade, são guiadas pela linguagem como forma de gerenciamento do comportamento.
Desta feita, diante de uma perspectiva integradora da linguagem, entende-se o processo de aprendizagem se mostra complexo, uma vez que, apesar de haver maiores ativações de áreas específicas do cérebro, dependendo do estímulo exercido, é comum que mais de uma área esteja associada.
Nessa perspectiva, serão apontados aqui algumas das principais áreas envolvidas nos processos relacionados à aprendizagem, desenvolvimento da linguagem e da cognição. Assim, no que se refere à aprendizagem da Libras, sua modalidade visuoespacial atribui à mesma, aspectos particulares destas se comparadas às línguas orais-auditivas.
O cérebro é dividido em duas grandes áreas, a saber, o hemisfério esquerdo e o direito. Estes, por sua vez, são subdivididos em quatro lobos (frontal, parietal, temporal e occipital). Serão destacadas quatro principais regiões cerebrais, do sistema límbico, relacionadas ao processo de aprendizagem: O tálamo, principal receptor de informação sensorial; o hipotálamo que, dentre outras, é responsável pelas funções psíquicas e psicomotoras; o hipocampo, que trata principalmente da aprendizagem, transformando informações a partir de memórias; e por fim, a amígdala, que apresenta papel fundamental sobre as emoções (DOURADO, 2021).
Ao passo que o hemisfério esquerdo controla aspectos da linguagem, o direito se ocupa da atenção espacial. Assim, reforçando a ideia de um trabalho conjunto das estruturas cerebrais, nota-se que ambos os hemisférios possuem ampla ingerência na aprendizagem da Libras, tanto pela linguagem potencialmente expressa por esta língua, como pelo aspecto espacial indispensável à construção da mesma.
A relação do indivíduo com o ambiente tem o potencial de melhoria da morfologia e da fisiologia cerebral. Dessa maneira, estímulos ao desenvolvimento cognitivo, em novas situações de aprendizagem, promovem efeitos no sistema nervoso gerando, consequentemente, alterações cerebrais mudando, naturalmente, o comportamento do indivíduo.
Considerando que tais alterações visam uma melhora cognitiva, a relação direta com a linguagem faz com que o cérebro se reorganize, realizando novas conexões, à medida em que o ser humano é desafiado a resolver alguma questão que se apresente (DOURADO, 2021). Assim sendo, esse processo que chamamos de neuroplasticidade, se mostra indispensável ao desenvolvimento infantil, assim como ao aprendizado da Libras.
Nesse sentido, ressalta-se que a utilização de estratégias pedagógicas interventivas capazes de otimizar as “funções mentais, essencialmente, a atenção, memória, pensamento e inteligência, caminham lado a lado no sentido de integrar a capacidade de novos conhecimentos às bases neurobiológicas” (DE SOUZA, 2020, p.7).
4.2 A dinâmica sensorial na neuroplasticidade
Antes de tudo é importante esclarecer que é através das sinapses que ocorre o estabelecimento da rede de comunicação neural, por meio da qual, há o compartilhamento de informações entre o corpo e o córtex cerebral. Com o passar dos anos e o envelhecimento do cérebro, há uma diminuição natural das funções sensoriais, ou seja, mesmo em indivíduos sem nenhum tipo de doenças e cérebro preservado ocorre um processo de neurodegeneração.
Apesar de a neuroplasticidade acontecer durante toda a vida, a redução de sua atividade, com o passar do tempo, causa uma diminuição do volume do cérebro, sobretudo das regiões do córtex pré-frontal e do hipocampo. Desse modo, as funções executivas, que ocorrem no córtex pré-frontal, e a sede das memórias, no hipocampo, são afetadas diretamente por qualquer alteração expressiva nos níveis de diminuição da densidade sináptica.
Além da diminuição na estrutura do cérebro, também acontecem alterações na função neuronal do mesmo. Diante de alguma disfunção em alguma das áreas, outras áreas poderão desempenhar as funções prejudicadas, através da neuroplasticidade. Dessa maneira, deve-se buscar como e quais estímulos sensoriais podem ser executados, com fogo em atividades visuais, com vistas ao aumento potencial das atividades de neuroplasticidade em crianças surdas.
4.3 Caracterização da neuroplasticidade na infância
Como visto anteriormente, a neuroplasticidade já está presente antes mesmo do nascimento do indivíduo. Isso pode ser notado, quando das experiências sensoriais que os bebês têm, como por exemplo, o desenvolvimento da audição, a partir do final do 3º trimestre de gestação.
“As pesquisas da neurociência acerca da plasticidade cerebral ou neuroplasticidade tornam-se uma possível contribuição para a reorganização do sistema educacional em relação à aprendizagem nos diferentes ciclos de vida ou etapas da vida humana” (DE JESUS SCHON; SILVA, 2021, p. 12).
A adaptação cerebral, diante de grandes mudanças, quando da passagem da vida intrauterina para a extrauterina, ou diante das grandes experiências da primeira infância, reflete o seu desenvolvimento constante e, por conseguinte, a aquisição e construção da aprendizagem até o fim da vida.
A neuroplasticidade, não somente se mostra relevante para superação de limitações intelectuais, traumas mecânicos ou problemas de ordem biológica, mas também como uma forma de reeducação sináptica, através das interações com o mundo e das relações sociais.
Tanto a aprendizagem da Língua Portuguesa por crianças ouvintes, quanto a aprendizagem da Libras, por crianças surdas, são mais bem otimizadas dentro da janela oportuna de aprendizagem. Ainda na primeira infância a criança desenvolve habilidades básicas acadêmicas, dentre outras relativas ao contexto familiar e do dia a dia. Questões relacionadas à comunicação se mostram imperiosas porque são base para desenvolvimento de outras habilidades decorrentes desta, sobretudo para as FEs que são exercidas pelo córtex préfrontal, desenvolvidas no contato social com outros indivíduos.
Para o desenvolvimento da comunicação, tanto a aquisição da linguagem, assim como das capacidades cognitivas derivam da compreensão do abstrato. Esta, por sua vez, é mais bem absorvida pelo surdo mediante o uso da Libras, a saber, sua língua natural. Desta feita, a utilização desta língua permite o desenvolvimento da linguagem, de uma comunicação irrestrita, e de sua cognição, todas estas com foco na aprendizagem, de igual modo, a não utilização da Libras impossibilita o desenvolvimento dessas habilidades.
Assim sendo, as capacidades de desenvolvimento psicológico e compreensão de mundo das crianças surdas é mais bem explorado, quando experienciadas por meio de sua língua natural, prova de que os processos mentais, desencadeados pelas milhões de conexões neurais e sinápticas se mostram reflexas de uma intensa e exitosa plasticidade cerebral.
4.4 Aspectos biológicos e desenvolvimento social e cognitivo
Voltado ao interesse no aprendizado, como função cognitiva, o foco se estabelece sobre o cérebro e sua plasticidade. Por isso, do ponto de vista biológico, se a Libras é organizada no cérebro da mesma forma que as línguas orais, e caracteriza-se como uma língua natural, pode-se inferir que haja um período crítico de aquisição e desenvolvimento da linguagem, e que, após esse período, haja prejuízo ou impossibilidade de aprendizagem da mesma (QUADROS, 1997).
Enfatiza-se, ainda, que a aprendizagem da Libras, dependerá também das condições de interação social e cognitiva. Desta feita, os aspectos sociais são observados nos diversos espaços de convivências das crianças, sobretudo o núcleo familiar, haja vista que durante a primeira infância a família tem papel fundamental no desenvolvimento linguístico das mesmas. De modo semelhante, o ambiente escolar estimula questões de ordem cognitiva na criança, já nos anos iniciais da pré-escola.
Com isso, “como uma criança surda(…) terá a LIBRAS como sua primeira língua (L1)?” (QUADROS, 1997, p. 80). Além disso, quais as implicações dos pais compartilharmos o uso da Libras com os filhos ou não, tanto no ambiente familiar, quanto em outros ambientes? Respondendo a esses questionamentos, destaca-se o seguinte:
As crianças surdas, filhas de pais surdos, têm acesso à LIBRAS porque as crianças usam a mesma língua que seus pais. Além disso, a LIBRAS não é somente usada com a criança, os pais usam-na para se comunicarem entre eles e com amigos. Nesses casos, o desenvolvimento da linguagem ocorre de forma natural. Além disso, todos os estudos que foram apresentados sobre aquisição de crianças surdas filhas de pais surdos evidenciam um processo análogo ao processo de aquisição em crianças ouvintes (QUADROS, 1997, p. 80).
De outra maneira, “entretanto, com crianças surdas filhas de pais ouvintes a situação é completamente diferente. Mesmo quando os pais usam algum tipo de comunicação gestual, usam-na somente com a criança” (QUADROS, 1997, p. 80). Isso faz com que a falta de estímulo linguístico da criança influencie, inclusive, o desenvolvimento cognitivo proposto no contexto escolar.
Atentando aos indicadores dos períodos críticos de aprendizagem, a saber, período ideal de aquisição da linguagem, é importante enfatizar a grande relevância do aprendizado da criança no período em que, seja por questões biológicas, sociais, cognitivas, ou qualquer outra, respeitados os marcos do desenvolvimento já bem estabelecidos na literatura e na educação brasileira. Por conseguinte, a perda do princípio da oportunidade, a aquisição da linguagem poderá apresentar prejuízos consideráveis e, por vezes, irreparáveis.
Ressalta-se, ainda, que os prejuízos no desenvolvimento da linguagem das crianças surdas, pelos diversos motivos já apresentados, afetam diretamente a aprendizagem de outras muitas habilidades acadêmicas, necessárias a um desenvolvimento global, com autonomia, que os prepararão para a vida adulta.
A neuroplasticidade já é observada desde a vida embrionária, pelo processo de maturação neural, inicialmente “a partir de programações genéticas e estímulos bioquímicos do próprio meio interno e, posteriormente de estímulos externos que o feto pode perceber já durante os últimos meses da gestação” (SANTANA, 2020, p. 3), até o fim da vida. À vista disso, todo esse processo de organização e reorganização cerebral possibilita a aprendizagem, tanto sistemática e regular, nos bancos escolares, como nas relações informais experienciadas no dia a dia e nas relações sociais.
A neuroplasticidade age em conjunto com as funções cognitivas e conativas. A dinâmica dessas três funções cerebrais conduz à aprendizagem, incluindo a de novos idiomas, como a Libras, estabelecendo-se como uma excelente opção para criação de novas sinapses (DE SOUZA et al., 2021). Habilidades como atenção e concentração, são exigidas para a execução de sinais linguísticos e retenção mnemônica (DE SOUZA et al., 2021). Isso se deve à necessidade do desenvolvimento de habilidades linguísticas específicas para o aprendizado da Libras, no uso das mãos, dos espaços, dos movimentos e das expressões faciais e/ou corporais, evocando o exercício cognitivo intencional (DE SOUZA et al., 2021).
Em suma, para além da relevância da compreensão do funcionamento da neuroplasticidade em crianças, é muito importante considerar as questões de ordem biológica, sociais e cognitivas, capazes de viabilizar um perfeito funcionamento cerebral, capaz de possibilitar que as crianças desenvolvam as habilidades necessárias.
5 Efeitos da neuroplasticidade sobre a aprendizagem da Libras
5.1 Flexibilidade Cerebral
O cérebro tem a capacidade de reorganizar suas conexões neurais em resposta a novas experiências e estímulos, o que é conhecido como neuroplasticidade. Essa flexibilidade é crucial para pessoas que estão aprendendo a língua sinalizada, pois permite que o cérebro redirecione áreas inicialmente dedicadas ao processamento auditivo para o processamento de informações visuais e motoras relacionadas à língua de sinais.
Principalmente em indivíduos surdos, a aprendizagem de língua de sinais resulta em um considerável incremento na atividade das regiões visuais do cérebro. Pesquisas indicam que a capacidade de remodelação do cérebro permite que as áreas visuais desempenhem um papel fundamental no processamento da linguagem, suprindo a falta de estímulos auditivos e facilitando o entendimento e expressão de sinais.
Aprender uma nova língua, como a língua de sinais, fortalece as conexões sinápticas no cérebro durante o processo de aprendizado. Isso se torna muito claro em pessoas que começam a aprender língua de sinais quando estão mais velhas, mostrando que o cérebro é capaz de mudar constantemente e que mesmo a exposição tardia à língua de sinais pode causar mudanças importantes no cérebro.
A aprendizagem de línguas sinalizadas depende em grande parte da neuroplasticidade, que possibilita uma reorganização adaptativa do cérebro para compensar a falta de estímulos auditivos. Essa atividade consiste em aumentar a atividade nas áreas visuais e fortalecer as conexões sinápticas, evidenciando a contínua capacidade do cérebro de se adaptar às novas formas de comunicação.
5.2 Adaptação e reorganização
O aprendizado das línguas sinalizadas resulta na reorganização funcional do cérebro, com áreas que originalmente eram responsáveis pelo processamento auditivo sendo agora redirecionadas para funções visuais e motoras. Isso fica claramente evidente quando se observa indivíduos surdos que iniciam a aprendizagem da língua de sinais em idades diversas, o que demonstra a capacidade adaptativa do cérebro diante das demandas.
A adaptação do cérebro à língua de sinais não ocorre apenas temporariamente, mas sim como uma transformação duradoura. Pesquisas em neuroimagem demonstram que, mesmo depois de anos utilizando a Língua de Sinais Americana (ASL), as regiões do cérebro ainda apresentam padrões distintos de atividade durante o processamento dos gestos, indicando a persistência das modificações neuronais. Nesta perspectiva, Ferreira (2009) relaciona a aprendizagem ao desenvolvimento cerebral:
Cada aprendizado determina uma transformação cerebral, de forma anatômica, pois o(s) estímulo(s) leva(m) à construção de uma nova ou de novas conexões entre os dendritos de diferentes neurônios, localizados em diferentes regiões cerebrais” (p. 53).
A extensão e natureza da reorganização cerebral são significativamente influenciadas pela idade em que uma pessoa começa a aprender as línguas sinalizadas. Pessoas que iniciam a aprendizagem de línguas de sinais em idades mais avançadas costumam mostrar diferentes padrões de ativação neuronal, onde há uma maior participação das áreas visuais e motoras, se comparado àqueles que adquiriram essa língua na infância.
A plasticidade neural de longo prazo é evidenciada através dos complexos processos de adaptação e reorganização cerebral que ocorrem em resposta à aprendizagem das línguas sinalizadas. A idade em que se adquire algo tem um papel muito importante, pois influencia a extensão e o tipo de mudanças no cérebro. Existem provas claras de que o cérebro continua a adaptar as suas funções para se ajustar a novas formas de comunicação visual e motora.
5.3 Desenvolvimento das funções cognitivas
O aprimoramento das habilidades visuoespaciais está ligado ao processo de aprendizagem da língua sinalizada. Para a comunicação eficaz na língua de sinais, é fundamental o fortalecimento das capacidades de percepção e memória espacial por meio da interpretação e produção de sinais visuais complexos.
Além disso, a prática regular de sinalizar contribui para o aumento da capacidade de memória de trabalho. A manutenção de várias informações na memória de curto prazo é exigida para o processamento simultâneo de sinais visuais e a construção de frases em língua sinalizada, contribuindo assim para o desenvolvimento desta função cognitiva.
A utilização da língua sinalizada contribui para o aprimoramento das habilidades cognitivas, incluindo o planejamento, controle de impulsos e capacidade de adaptação mental. O cérebro enfrenta o desafio de coordenar múltiplas funções cognitivas ao lidar com a complexidade da sintaxe e morfologia na língua de sinais, resultando em melhorias no controle executivo geral.
A aprendizagem da língua sinalizada traz um benefício significativo ao desenvolvimento das funções cognitivas. Ao praticar a língua de sinais, é possível fortalecer as habilidades visuoespaciais, a memória de trabalho e também melhorar o funcionamento executivo. Isso destaca como a língua sinalizada influencia positivamente o desenvolvimento cognitivo em geral.
Aprender a língua de sinais não só torna a comunicação mais fácil para pessoas surdas, como também estimula mudanças neurais e promove evolução cognitiva. O cérebro possui a capacidade de se reorganizar, adaptativamente, através da neuroplasticidade, fortalecendo as áreas visuais e motoras e desenvolvendo funções cognitivas essenciais. Embora a idade em que se adquire seja um fator crucial na determinação da extensão dessas mudanças, é evidente em qualquer fase da vida o impacto positivo da Libras sobre o cérebro.
6. Considerações finais
Considera-se que o caminho percorrido por este artigo ensaístico partiu da seguinte questão norteadora: Quais seriam os efeitos advindos da neuroplasticidade no processo de aprendizagem da Libras por surdos congênitos, sobretudo durante a primeira infância?
Na busca pela resposta a esse questionamento, inicialmente, analisaram-se os aspectos gerais da surdez congênita, mostrando que é preciso contemplar as crianças surdas congênitas, ainda na primeira infância, compreender a organização funcional do cérebro, identificar as áreas e habilidades sensoriais afetadas, dentre outras questões que se apresentam, quando se trata de desenvolvimento de linguagem e cognição.
Na sequência, abordou-se a neuroplasticidade e seus efeitos sobre a aprendizagem da Libras, evidenciando a importância da neuroplasticidade, sobretudo durante períodos oportunos de aprendizagem e desenvolvimento, a compreensão da dinâmica sensorial na neuroplasticidade como de maior atividade na infância e oportunidade de estimular visualmente crianças surdas congênitas. Além disso, foi estabelecido um paralelo entre a neuroplasticidade e a infância, e seus efeitos para o desenvolvimento da comunicação e de outras habilidades.
Logo em seguida, apontaram-se os efeitos da neuroplasticidade sobre a aprendizagem da Libras e sua capacidade de desenvolvimento de novas conexões neurais, o processo de adaptação e reorganização com uso da Libras de forma permanente e que o aprendizado determina uma transformação cerebral. Ademais, foi abordado sobre o desenvolvimento das funções cognitivas e o aprimoramento de habilidades visuoespaciais e suas relações com a aprendizagem.
Por último, conclui-se que a neuroplasticidade se configura uma capacidade do SNC em modificar a estrutura própria do funcionamento cerebral, em razão de processos consecutivos de aprendizagem, precedendo, inclusive, o desenvolvimento cognitivo. Destarte, resta claro que o uso da Libras permite à criança surda congênita ser estimulada e a desenvolver todas as suas potencialidades, por intermédio das milhões de conexões neurais e sinápticas, resultantes de uma exitosa plasticidade cerebral.
Referências
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1Psicopedagogia. Mestrando em Estudos Linguísticos (UFU, Uberlândia/MG). Tradutor e Intérprete de Libras. celso.anjos@ufu.br
2Pedagogia. Mestrando em Estudos Linguísticos (UFU, Uberlândia/MG). Intérprete de Libras. kaduudia@gmail.com