A LUDICIDADE COMO FERRAMENTA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO MATEMÁTICO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

PLAYFULNESS AS A TOOL IN THE CONSTRUCTION OF MATHEMATICAL KNOWLEDGE IN THE EARLY GRADES OF ELEMENTARY SCHOOL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202502052102


Rafaela Ferreira Santos da Silva1
Rozelena Da Silva2


Resumo

O objetivo desta pesquisa foi investigar os benefícios da ludicidade na aprendizagem nas séries iniciais do ensino fundamental, especialmente no que se refere à construção do conhecimento matemático. A pesquisa foi de natureza bibliográfica, com consulta a diversos teóricos que destacam a importância das atividades lúdicas no ensino de matemática. Também foi adotado o método descritivo interpretativo, dentro de uma abordagem qualitativa. A partir da investigação bibliográfica, constatou-se que o corpo docente apresentava poucas propostas metodológicas para superar as dificuldades de integrar o lúdico ao ensino de matemática, uma vez que muitos ainda resistiam em adotar novas abordagens metodológicas que dinamizassem o processo de ensino-aprendizagem. Conclui-se que a prática do brincar em sala de aula promove uma interação construtiva entre professor e aluno, evidenciando que o lúdico é um recurso altamente eficaz no ensino da matemática, desde que utilizado adequadamente pelo docente.

Palavras-chave: Lúdico. Brincar. Ensino-aprendizagem. Matemática.

Abstract

The objective of this research was to investigate the benefits of playfulness in learning in the early grades of elementary school, especially regarding the construction of mathematical knowledge. The research was of a bibliographic nature, with consultation with several theorists who highlighted the importance of playful activities in the teaching of mathematics. The descriptive interpretative method was also adopted, within a qualitative approach. From the bibliographic investigation, it was found that the teaching staff presented few methodological proposals to overcome the difficulties of integrating play into the teaching of mathematics, since many still resisted adopting new methodological approaches that would make the teaching-learning process more dynamic. It is concluded that the practice of playing in the classroom promotes a constructive interaction between teacher and student, showing that play is a highly effective resource in the teaching of mathematics, if the teacher effectively uses it.

Keywords: Playful. Play. Teaching-learning. Mathematics.

Considerações iniciais

A ludicidade desempenha um papel significativo no ensino da matemática, principalmente nas séries iniciais do ensino fundamental. Compreendida como uma estratégia pedagógica capaz de transformar a sala de aula em um ambiente mais atrativo e dinâmico, a prática lúdica contribui para o desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas e sociais das crianças. No entanto, percebe-se que muitos alunos ainda demonstram desânimo e receio em relação à matemática, reflexo de metodologias tradicionais pouco envolventes. É necessário repensar as práticas pedagógicas para promover um aprendizado significativo, que desperte o interesse e o entusiasmo dos estudantes.

O problema de Pesquisa é quais são os impactos do uso de atividades lúdicas na construção do conhecimento matemático nas séries iniciais do ensino fundamental, considerando seu potencial para tornar o ensino mais atrativo, interativo e eficaz?

Para responder ao problema proposta o objetivo do artigo é: investigar como as atividades lúdicas podem contribuir para a construção do conhecimento matemático nas séries iniciais do ensino fundamental, incentivando o engajamento dos alunos e promovendo uma aprendizagem significativa.

O artigo se justifica, pois, a ludicidade é uma prática que tem atravessado gerações, sendo utilizada por diferentes culturas como ferramenta de aprendizado. Historicamente, brincadeiras e jogos contribuíram para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais, destacando-se como um recurso pedagógico valioso. No contexto atual, em que se busca uma educação mais inclusiva e atrativa, o uso de metodologias lúdicas na matemática pode ser um diferencial, especialmente para superar a resistência e a monotonia frequentemente associadas à disciplina. Dessa forma, este estudo se justifica pela necessidade de promover metodologias inovadoras que favoreçam um ensino de qualidade, preparando cidadãos críticos e criativos.

A metodologia proposta está em conformidade com a abordagem qualitativa, com um desenho exploratório-descritivo. Fez-se levantamento de literatura sobre o tema e os dados serão coletados por meio de entrevista semiestruturada com uma professora das séries iniciais do ensino fundamental, a fim de compreender suas percepções e experiências em relação ao uso de atividades lúdicas na matemática. Além disso, serão realizadas observações em sala de aula para analisar a aplicação prática de jogos, brincadeiras e outras atividades lúdicas. A análise dos dados será conduzida através da técnica de análise de conteúdo, conforme proposta por Bardin (2011), permitindo a identificação de categorias e padrões que emergem das narrativas.

O brincar e o aprender, por muito tempo vistos como práticas dissociadas, têm sido reconceptualizados por teorias contemporâneas da educação. Vygotsky (2008) defende que o brincar estimula o desenvolvimento cognitivo, promovendo a construção do conhecimento por meio da interação social. Da mesma forma, Piaget (1971) enfatiza que as atividades lúdicas favorecem o desenvolvimento do raciocínio lógico e das operações mentais. No ensino da matemática, o lúdico assume um papel essencial ao proporcionar uma abordagem mais prática e significativa, permitindo que os alunos se engajem ativamente no processo de aprendizagem.

A pesquisa evidencie os benefícios do uso de atividades lúdicas na matemática, como maior engajamento dos alunos, desenvolvimento do raciocínio lógico e melhoria no desempenho acadêmico. Além disso, pretende-se propor um conjunto de práticas pedagógicas que integrem o lúdico ao ensino, contribuindo para a formação de professores mais criativos e eficazes.

Ao adotar o lúdico como metodologia no ensino da matemática, os professores podem transformar a sala de aula em um espaço de descobertas e aprendizagens prazerosas. Assim, a educação não só cumpre seu papel de formar cidadãos críticos e conscientes, mas também ressignifica a matemática como uma disciplina acessível e envolvente.

Ludicidade: Breve Histórico

Sabemos que a ludicidade vem se desenvolvendo ao longo da história da educação, ou seja, o brincar sempre esteve presente em todas as épocas da humanidade. Mas, aliás, o que é ludicidade? A palavra lúdica se origina do latim LUNDUS, que significa brincar; portanto o lúdico é a brincadeira, é o jogo, é a diversão. Resumindo o lúdico é a forma mais atrativa e divertida de se ensinar e aprender brincando.

Na história antiga há relatos de que os índios, os portugueses e os negros foram os primórdios, no desenvolvimento da ludicidade. Sabemos que o Brasil é um país bastante miscigenado, os povos vêm se misturando desde seu descobrimento até atualmente. No entanto foi através dessa mistura de povos que a ludicidade se desenvolveu rapidamente na história da educação, devido a riquíssima combinação de raças, culturas e crenças completamente diferentes de acordo com Huizing, 1971, p. 07),

nas sociedades primitivas as atividades que buscavam satisfazer as necessidades vitais, as atividades de sobrevivência, como a caça, assumiam muitas vezes a forma lúdica. 

Sendo assim, acredita-se que na era pré-histórica, foi onde se encontrou os primeiros sinais de ludicidade registrados pelos primatas nas cavernas, e em diversos utensílios que foram encontrados ao longo de pesquisas.

Nessa época os primórdios faziam suas pinturas nas paredes das cavernas, para registrar suas emoções, em grandes caçadas, ou lutas; eles também costumavam deixar ali registrados se aquela terra era fértil para plantações ou não. Também desenhavam suas famílias, e marcavam também o nascimento ou falecimento de alguém do grupo, ou bando.

Os índios por sua vez também foram grandes influenciadores de ludicidade daquela época. Devido as suas simples tarefas do dia a dia, como por exemplo: os índios sempre mantiveram o costume de ensinar seus filhos, a caçar, pescar, dançar, cantar, disputar diferentes tipos de lutas, e construir inúmeras obras de artes além de seus próprios brinquedos. Portanto essas simples tarefas de sobrevivência, eram consideradas uma tradição de seus povos para que as novas gerações aprendessem de forma lúdica este aprendizado que representava a cultura indígena, lembrando que o objetivo dos curumins nessas tarefas eram somente o de brincar e se divertir; não sabendo eles que enquanto trabalhavam estavam aprendendo de alguma forma.

No entanto os povos negros vieram para o Brasil em bagageiros dos navios, costumes, que por sua vez eram semelhantes aos dos índios, sendo os mesmos, caçar, pesca, dançar, construir seus próprios brinquedos, suas próprias armas etc. Essas tarefas eram desenvolvidas por crianças a partir de cinco anos, para contribuírem nas obrigações das necessidades da família ou do grupo.

Já os portugueses quando vieram para o Brasil, não fazia a mínima ideia dos costumes dos índios que já se encontravam nas terras, e nem com os negros que eles traziam em seus bagageiros.

Os costumes dos portugueses eram totalmente diferentes, por exemplo; eles não tinham tarefas tão pesadas quanto a tarefas dos índios e dos negros, que aproveitavam de suas obrigações para se divertirem, ao contrário dos portugueses que usufruíam da ludicidade como forma de diversão, e enriquecimento intelectual para seu próprio ego.

Os filhos dos portugueses eram ensinados da forma mais prática possíveis, os jogos e as brincadeiras faziam parte de todo seu crescimento, até atingirem uma vida profissional.

Na maioria das vezes os negros até serviam como forma de diversão dos portugueses, ou seja, os portugueses apostavam corridas montados nas costas dos negros, e na maioria das vezes os negros até se divertiam com esse tipo de jogo, chegando a estabelecer rivalidades os entres.

Em meados do século XV, os jogos e, as brincadeiras foram totalmente extintas da educação. A principal responsável por esta extinção foi a igreja católica por considerar os jogos uma atividade profana. Mas logo os jesuítas fizeram prevalecer novamente os jogos e as brincadeiras nas escolas.

No ano de 1959, os jesuítas foram expulsos do Brasil, pelo Marquês de pombal Sebastião José de Carvalho e Melo, foi então nessa época que se iniciou a reforma pombalina, que durou cerca de 30 anos.

Esta época foi o período em que a educação passou por uma grande crise de desmantelamento, devido ao Marquês ter estabelecido um alvará, chamado alvará régia no dia 28 de junho de 1959, para que fossem regidas aulas diferenciadas, sendo elas latim, grego, filosofia e retórica; ao contrário dos jesuítas que lecionavam somente aulas religiosas.

Durante essa reforma, as aulas régias eram autônomas, e isoladas, lecionadas por professores leigos e maus preparados.  Mas este novo sistema não impediu a continuação dos estudos de seminários desenvolvidos pelos jesuítas, (Oratorianos, Franciscanos e Carmelitas).

Logo o Marquês acelerou o processo das aulas régias, porém ainda muito precário devido a falta de didática e de preparação profissional dos professores. Enquanto isso a pedagogia jesuíta continuava a mesma, pois os padres e missionários sempre estavam preocupados com a reforma de suas escolas, e com o desenvolvimento de metodologias diferenciadas para despertar o interesse nos alunos, neste mesmo período a escola jesuíta abriu diversas oportunidades para capacitar pessoas para ministrar boas aulas.

Diante desse contexto observa-se que o desenvolvimento de metodologias sempre foi uma forte aliada ao professor que realmente se preocupa com o aprendizado de seu aluno. Dessa forma confirma-se que a atividade lúdica e uma ótima aliada na construção do conhecimento matemático foi e sempre será umas das melhore metodologias de ensino da história da educação, pois as aulas lúdicas são mil vezes mais atrativas do que as aulas monótonas, tradicionais ou sem criatividade.

2.1 OS PROFESSORES DIANTE DA LUDICIDADE.

A matemática faz parte de nossas vidas antes mesmo de nos entrarmos na escola, logo na infância a criança inicia sua vida estudantil, quando Kepler (1974) fala” a entrada na escola significa a descoberta de uma nova maneira de perceber o mundo” a partir daí começa o processo da compreensão da matemática que deve ser transmitida de modo bem idealizada para que no futuro os alunos não venham a ter dificuldade de compreensão dela.

Para um ensino menos passivo o professor pode usar o lúdico no ensino da matemática estimulando os alunos a interagirem, aguçando sua curiosidade, chamando sua atenção para compreensão dos conteúdos matemáticos, gerando produtividade no trabalho do professor, motivando e melhorando o desempenho do aluno. Entre as várias construções do ato de ensinar; sabe- se que a ludicidade influência inúmeras possibilidades de aprendizado no contexto escolar; diante disso observa-se que o professor é o principal responsável que tem por obrigação desenvolver esse tipo de estratégia para adquirir um melhor resultado no ensino da matemática pela forma de como e transmitida os alunos tendem a dizer que a disciplina e difícil, acabam por se sentirem incapazes e impossibilitados de aprenderem. Diante disso existem muitos professores que transmitem um bom ensinamento somente com o desenvolvimento de fantásticas brincadeiras e jogos, e que provavelmente se saíram muito bem em suas jornadas educacionais assim como afirma vigotski (2001) a área da educação se ocupa da educação da criatividade infantil.

 Perpassa que o professor tende a ter dificuldade na hora de administrar sua aula de matemática para alunos das series iniciais que terão propriamente dito o primeiro contato com cálculos, regras e fórmulas, essa complexidade pode ser rescindida aplicando atividades lúdica canalizada no conhecimento lógico matemático. Na sala de aula sabe-se que o que mais atraem os educandos é aquela aula incrivelmente sensacional, e essa tarefa cabe diretamente ao professor.

O professor deve criar situações adequadas para estimular a criança na construção de seus próprios conhecimentos. O mestre tem que sair da mente adulta as vezes, e começar a pensar como criança, ou seja, ele passa de professor para um principal ator na sala de aula, onde é permitido desempenhar diferentes formas lúdicas, como por exemplo; brincar, cantar, gesticular, dançar ou até mesmo pular. Um profissional de educação que realmente quer o bem de sua turma entrega-se de corpo e alma na fantasia da ludicidade, deixando florescer em si o lado infantil jamais descoberto e vivido, dessa forma os professores juntamente com sua turma estabeleceram um vínculo de amizade, respeito e, companheirismo; favorecendo assim cada vez mais o aprendizado. Segundo Freire (1996) afirma que: “Ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou construção”. Dessa maneira o profissional pode estabelecer um meio de ensino, através de atividades lúdicas, de proporcionar essa construção de conhecimentos, pois no lúdico existem diferentes formas de incentivar a educação, usufruindo dessa brilhante metodologia o mestre pode passar automaticamente de um simples transmissor de conhecimentos, para um importante influenciador na construção da criatividade de cada criança.

2.2 O BRINCAR NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO.

No passado, havia uma distinção clara entre o brincar e o aprender, com alguns educadores tradicionalistas considerando impossível aprender por meio da brincadeira. No entanto, ao longo do tempo, essa perspectiva evoluiu, e hoje reconhece-se que é durante o brincar que a criança desenvolve suas habilidades cognitivas. Como enfatiza Vygotsky (1991), “É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva”. Existem, inclusive, brincadeiras que favorecem a compreensão de conceitos matemáticos, como noções de números, pesos, medidas, além de geometria e lógica. Aprender matemática por meio da brincadeira é uma abordagem mais eficaz e prazerosa.

Por meio do brincar, a criança expande sua imaginação, fortalece os vínculos afetivos e explora diversas habilidades. Assim, a atividade lúdica na matemática deve ser encarada como uma estratégia didática utilizada pelo educador, pois permite à criança desenvolver seu raciocínio de forma divertida e envolvente, como ressalta Vygotsky (2001), afirmando que “no jogo, a criança sempre transforma a criatividade em realidade”.

De acordo com o autor, até mesmo quando está sozinha, através da sua própria imaginação, a criança amplia seus conhecimentos por meio de conversas e discussões que surgem durante as interações com outros, sendo capaz de transformar seus brinquedos em personagens animados e até mesmo dialogar em suas fantasias, criando uma interação produtiva que favorece o aprendizado.

Dessa maneira, várias correntes teóricas têm interpretado a brincadeira sob diferentes perspectivas. No entanto, há um consenso sobre a sua relevância para o processo de ensino-aprendizagem. Quando uma criança se recusa a brincar, isso pode indicar que algo não está bem e ela pode precisar de atenção especial, pois é amplamente reconhecido que toda criança saudável busca a brincadeira, dado que “o brinquedo está unido ao prazer” (Vygotsky, 1991).

Portanto, entende-se que, por meio do brincar e do jogar, a criança organiza o mundo ao seu redor, assimilando experiências e informações, incorporando atividades e valores essenciais para o aprendizado. A brincadeira, dessa forma, facilita a aprendizagem no contexto escolar, estimulando o conhecimento criativo das crianças e a criação de seus próprios brinquedos. O brinquedo, como uma forma introdutória de aprendizagem, ocorre de maneira espontânea, ajudando a criança a aprender limites e a se solidarizar com os outros no ambiente escolar.

2.3 OS JOGOS COMO ELEMENTOS PEDAGÓGICOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA

Ao longo da história, a disciplina de matemática tem sido associada, muitas vezes, ao fracasso escolar, especialmente devido à sua complexidade e à dificuldade que muitos estudantes enfrentam para entender seus conceitos. Nesse contexto, os jogos surgem como uma alternativa pedagógica eficaz, proporcionando aos alunos uma maneira lúdica e prazerosa de interagir com a matemática, ao mesmo tempo em que contribuem para a construção de sua identidade cultural. Além disso, os jogos favorecem o desenvolvimento do pensamento lógico-matemático, amenizando, assim, as dificuldades e os desafios relacionados ao aprendizado da matemática.

Existem diversos jogos pedagógicos, sendo os jogos matemáticos especialmente relevantes, pois despertam nas crianças um nível elevado de conhecimento e são fundamentais para uma educação de qualidade, promovendo o desenvolvimento emocional e cognitivo. Um exemplo clássico de jogo que sobreviveu ao longo dos tempos e continua a ser praticado pelas crianças até hoje é o jogo da bolinha de gude, também conhecido por diferentes nomes, como bolita, bolica, berlinde, bila ou bola de gude. Apesar do avanço da tecnologia e da popularização dos jogos eletrônicos, essa brincadeira mantém-se presente no cotidiano infantil.

O jogo da bolinha de gude possui diversas variações, mas seus objetivos básicos permanecem os mesmos. O jogo consiste em atirar uma bolinha com o impulso do polegar, tentando atingir um alvo previamente estabelecido, como um triângulo ou um buraco, ou ainda tentar capturar as bolinhas dos adversários, acertando-as. Em algumas modalidades, como as que envolvem buracos, o jogo é realizado em terrenos de terra, enquanto outras variações, como o uso de um círculo desenhado no chão, podem ser jogadas em superfícies mais duras, como cimento ou pedra, com o auxílio de giz para desenhar o campo de jogo.

Uma das versões mais conhecidas desse jogo é o “Jogo do Círculo”. Como o nome sugere, o jogo é realizado com um círculo riscado no chão, e os jogadores devem colocar um número determinado de bolinhas dentro do círculo, conforme uma combinação pré-estabelecida entre eles. O objetivo é acertar as bolinhas dentro do círculo a partir de uma certa distância, com a regra de que, assim como no jogo do triângulo, o jogador perde a vez quando erra o lançamento. Se a bolinha ficar dentro do círculo, o jogador não pode pegá-la; na próxima rodada, ele deverá utilizar uma bolinha substituta.

Esse tipo de jogo não apenas estimula o desenvolvimento das habilidades motoras e a coordenação dos participantes, mas também promove o aprendizado de conceitos matemáticos de forma divertida e engajante. Por meio de atividades como essa, as crianças têm a oportunidade de trabalhar com noções de espaço, distância, quantidade e regras, tudo isso enquanto se divertem e interagem com os colegas. Assim, os jogos matemáticos desempenham um papel crucial na promoção de uma aprendizagem significativa e prazerosa.

Nossa entrevista fala sobre o jogo BETE1,

Triste é a pessoa que nunca experimentou a sensação maravilhosa de jogar bete, como é conhecido o jogo aqui no Sul do Pará. Uns dizem que foi criado por jangadeiros brasileiros no século XIX. Outros sugerem que “bete” derivou da palavra inglesa “bet”, cujo significado é aposto, termo muito utilizado nas partidas de críquete, na Inglaterra. Há ainda uma terceira hipótese que diz que o taco deriva do beisebol- embora os adeptos do esporte afirmem o contrário, que foi o beisebol que derivou dó taco. Bete ou taco- como é conhecido o jogo no Sul do Brasil, o fato é que o jogo foi muito popular no Brasil principalmente na década de 1980. No Paraná, usa-se muito a expressão “largar os betes”, que significa desistir de algo. (entrevista 1)

A reflexão sobre o jogo de “bete” (ou taco) e sua popularidade no Brasil, especialmente no Sul do Pará, pode ser contextualizada por meio de estudos sobre as manifestações culturais e a importância das práticas lúdicas nas sociedades. A análise da origem do jogo e suas variações, bem como a sua inserção nas expressões populares, remete à discussão de como as atividades culturais influenciam a identidade social e linguística das comunidades.

Origem do nome e do jogo: As três hipóteses sobre a origem do nome e do jogo podem ser relacionadas ao conceito de cultura popular e à transmissão oral de saberes, onde diferentes versões de uma história convivem em um mesmo contexto, refletindo a pluralidade e o caráter dinâmico da cultura. A primeira hipótese, que associa o jogo aos jangadeiros brasileiros, está relacionada ao estudo de tradições regionais e história popular, conforme observam autores como Moraes (2003), que exploram a importância das tradições orais e dos jogos no contexto histórico-cultural. Já a segunda hipótese, de influência inglesa, pode ser analisada sob a ótica das interações culturais e dos processos de aculturação, que destacam como os elementos culturais se espalham e se transformam em contextos novos.

Popularidade e mudanças no uso do jogo: A referência à popularidade do jogo na década de 1980 no Brasil remete ao estudo das modas culturais e sua difusão social, um tema abordado por Costa; Endo (2014) e Bourdieu (2007), que discutem como certos elementos culturais se consolidam em grupos sociais e se tornam parte do cotidiano coletivo. A análise do jogo no contexto de uma tradição lúdica revela a função social do jogo, sendo uma prática que permite não apenas o lazer, mas também o fortalecimento da identidade regional, como observa Fischer (2024) ao explorar a importância dos jogos tradicionais nas comunidades.

Expressões populares: O uso da expressão “largar os betes” no Paraná ilustra como o jogo transcende sua prática lúdica, incorporando-se ao vocabulário popular e à linguagem cotidiana, um fenômeno amplamente estudado por Bakhtin (2011), que destaca a relação intrínseca entre a linguagem e as práticas sociais. Esse exemplo de gíria é também uma metáfora cultural que enriquece o entendimento de como as práticas lúdicas se tornam parte da cultura local.

Reflexão cultural: A ênfase na “sensação maravilhosa de jogar bete” sugere que o jogo vai além de um simples passatempo, constituindo uma experiência cultural que é apreciada pelos praticantes. Isso pode ser interpretado através da teoria de Pais (1995), que considera as práticas lúdicas como formas de solidariedade social e expressão coletiva. A nostalgia e o valor emocional atribuídos ao jogo também se conectam à ideia de memória coletiva e identidade cultural, abordadas por Halbwachs (1990), que analisa como as experiências compartilhadas ao longo do tempo moldam as identidades e a cultura de um grupo.

Conclusão: A fala sobre o jogo de “bete” oferece uma perspectiva interessante sobre a interseção entre cultura, história, linguagem e identidade regional. Ao analisar as origens, a popularidade e as expressões associadas ao jogo, podemos compreender melhor como os jogos tradicionais funcionam como elementos de coesão social e construção de identidade, conforme discutido por Geertz (1989) e Giddens (2017), que abordam a interação entre práticas culturais e a formação de grupos sociais.

O objetivo do jogo é percorrer as bases cruzando os tacos no centro do campo, o que equivale a 1 ponto. A partida é vencida por quem acumular 12 pontos primeiro. Começar a partida com o taco é uma grande vantagem, pois a outra equipe, que possui a bolinha, deve primeiro conquistar o taco derrubando a “casinha” do adversário (antigamente usava-se uma lata de óleo de soja, hoje utiliza-se uma garrafa PET de 2 litros), para então tentar acumular pontos. O campo, que pode ser uma rua tranquila ou um espaço aberto, tem aproximadamente 15 metros de comprimento, com as “latinhas” posicionadas nas extremidades. Um círculo é desenhado ao redor das “casinhas”, configurando as “bases”. Além de defender a lata, o jogador deve rebater a bolinha o mais longe possível e correr para trocar de base cruzando os tacos no meio do campo. Aqueles que têm a posse da bolinha devem se posicionar atrás das bases (latinhas). Um jogador inicia o jogo tentando acertar a lata, com o objetivo de derrubá-la e conquistar o taco.

É importante tomar cuidado para não ser “queimado”, o que ocorre quando um jogador é atingido pela bolinha enquanto está na base. Isso normalmente acontece quando a bolinha não é rebatida com a força necessária para permitir que os jogadores voltem às bases após o cruzamento dos tacos. Além disso, não se deve cair na armadilha de acreditar que um adversário “gentilmente” cedeu o taco; na verdade, existe uma regra que exige que se peça licença para pegar o taco. Se o taco for pego sem o pedido de licença, o jogador perde o direito sobre ele. Portanto, é crucial manter atenção e não aceitar “gentilezas” do adversário.

Esses jogos oferecem valiosas oportunidades de aprendizagem para as crianças, pois desafiam o pensamento, incentivando novas descobertas e invenções, em vez de promoverem apenas a memorização mecânica. Nesse contexto, brinquedos e jogos são essenciais para o desenvolvimento infantil. Jogos educativos, como recursos pedagógicos, trazem benefícios significativos para o aprendizado em sala de aula. Por meio dos jogos, a criança compreende melhor o mundo ao seu redor, aprende regras, testa habilidades físicas, como correr e pular, e aprende a lidar com a vitória e a derrota. Sabe-se que brincadeiras e jogos possuem regras, e a criança se engaja no brincar como uma necessidade, não apenas como uma distração.

Dessa forma, os jogos são uma ferramenta valiosa para professores que enfrentam dificuldades em suas turmas. No entanto, é essencial que o educador esteja ciente de que cada jogo utilizado em sala de aula deve ter um objetivo claro, visando beneficiar o aprendizado dos alunos. Não basta simplesmente levar qualquer jogo para a sala de aula sem um propósito pedagógico. Como afirma Vygotsky (1991), “O propósito do jogo é um dos seus aspectos dominantes”.

2.4 O VALOR DA MÚSICA NA MATEMÁTICA.

A brincadeira é amplamente reconhecida como um dos métodos mais atraentes e essenciais no processo de ensino-aprendizagem, especialmente na educação infantil. Nesse contexto, a música surge como uma poderosa ferramenta, não apenas como um elemento lúdico, mas também como um instrumento fundamental para a construção do conhecimento, particularmente no campo da matemática. A música tem a capacidade de proporcionar uma sensação de calma, influenciando positivamente o estado psicológico dos indivíduos, o que contribui para um ambiente de aprendizado mais sereno e receptivo.

É possível observar que crianças entre 2 e 6 anos demonstram uma habilidade notável em assimilar e cantar músicas inteiras, ou grande parte de suas letras, mesmo sem saber ler. Esse fenômeno destaca o impacto da música na memória e na aprendizagem das crianças, evidenciando sua importância no desenvolvimento cognitivo e afetivo.

De acordo com a perspectiva apresentada, a música desempenha um papel crucial no desenvolvimento da sensibilidade das crianças, despertando suas emoções e engajamento de forma contagiante. Sua capacidade de envolver e motivar os alunos faz dela um recurso pedagógico altamente eficaz.

Uma experiência simples que pode ilustrar o poder da música é cantar uma música para crianças da educação infantil ao longo de uma semana. Mesmo que, a princípio, as crianças não apreciem a letra da música, elas gradualmente se envolvem com a melodia e a letra, até que, ao final da semana, cantarão a música junto com o professor. Isso demonstra como a música pode ser uma ferramenta poderosa na educação, promovendo a aprendizagem de maneira prazerosa e envolvente.

As músicas são muito interessantes para desenvolver a psicomotricidade da criança são ótimas aliadas para trabalhar as noções matemáticas na 1ª série:

– A GALINHA MAGRICELA

Eu conheço uma galinha
A galinha da vizinha
A vizinha magricela e depenada
Quem tem pena da galinha
Avizinha depenada
A galinha magricela da vizinha?
Bota ovos pela sala
No banheiro e na cozinha
Ela bota, bota
Sem parar
A galinha magricela
Bota ovos sem parar
A galinha magricela
É magrela de botar
A galinha magricela
E bota um e bota dois e bota três
A galinha magricela
Vira cambota e bota quatro de uma vez
A galinha magricela
E bota dez e bota cem e bota mil
A galinha magricela
Bota ovo bota banca
De mais bela do Brasil

– INDIOZINHOS.

Um, dois, três indiozinhos,
Quatro, cinco, seis indiozinhos
Sete, oito, nove indiozinhos
Dez num pequeno bote
Iam navegando pelo rio abaixo
Quando um jacaré se aproximou
E o pequeno bote dos indiozinhos
Quase, quase virou,
Mais não virou.

– A GALINHA DO VIZINHO

A galinha do vizinho
Bota ovo amarelinho.
Bota um, bota dois, bota três,
Bota quatro, bota cinco, bota seis,
Bota sete, bota oito, bota nove,
Bota dez!

– PARODIA DA MÚSICA AMOR PERFEITO

NEIZINHO CARLOS

Fecho os olhos pra entender como
Dois planos, podem no espaço ficar,
Planos secantes, coincidentes e
Paralelos, sem isso não sei viver,

Então vem que agora vou contar
Para todos vocês,
Eu não consigo esquecer
Cada minuto é muito tempo para aprendeeeer

As retas vão passando paralelas,
não tem ponto em comum
Até quando chega as coincidentes,
Que tem todos os pontos em comum

Então, vem que agora vai chegar as
reta secantes
e temos apenas um ponto em comum
já as reversas não têm planos que as contém, que as contéeemmm

Eu não vou saber me encontrar
Sem a geometria pra mostrar
Sem teoria pra entender
Sem matemática, desafios e sem vocês.

A música desempenha um papel significativo no processo de aprendizagem, especialmente nas séries iniciais do ensino fundamental, como a 1ª série, onde as crianças começam a assimilar as noções de números e geometria. Nesse contexto, músicas educativas são ferramentas valiosas que contribuem substancialmente para o aprendizado da matemática, tornando o processo mais envolvente e eficaz. Essas canções facilitam a memorização de conceitos e ajudam as crianças a internalizarem o conhecimento de forma divertida e interativa.

Além disso, a música tem um poder emocional profundo, capaz de acessar e ressaltar as emoções mais intensas do ser humano. Esse impacto emocional tem uma influência positiva no cérebro, promovendo reações que favorecem a assimilação rápida de conteúdos e o surgimento de ideias criativas, o que é crucial para o desenvolvimento educacional. A conexão emocional proporcionada pela música estimula a mente a reagir de forma mais eficiente, facilitando a aprendizagem.

A integração de jogos e música no cotidiano escolar das séries iniciais também é fundamental. Essas dinâmicas lúdicas não apenas envolvem as crianças de maneira prazerosa, mas também favorecem o aprendizado ao estimular a participação ativa. As músicas e brincadeiras criam um ambiente educativo onde os alunos se sentem motivados e valorizam o processo de aprendizagem, tornando-o mais significativo.

Portanto, o uso de jogos e músicas, dentro do contexto da ludicidade, é de extrema importância para o desenvolvimento dos educandos. Essas práticas auxiliam na interação dos alunos, contribuindo significativamente para o aprimoramento das suas habilidades cognitivas, emocionais e sociais. Além disso, a ludicidade no processo educativo favorece a construção de competências essenciais para o crescimento acadêmico e pessoal dos estudantes.

Considerações Finais

A utilização do lúdico no processo de ensino-aprendizagem, especialmente na 1ª série da Escola Padre Josimo Tavares, se revelou um fator essencial para a melhoria da educação matemática. A escolha deste tema para o trabalho de conclusão foi motivada pela constatação de que atividades dinâmicas, alinhadas às necessidades dos alunos, desempenham um papel fundamental no processo de construção do conhecimento matemático. O uso do lúdico visa transformar o ensino da matemática, tornando-o mais envolvente e acessível, ao mesmo tempo em que facilita a aceitação dos alunos em relação a esse conteúdo.

Nesse contexto, foi implementado um trabalho lúdico com o intuito de tornar o processo de aprendizagem mais atrativo e eficaz. A principal finalidade da pesquisa foi demonstrar que o lúdico tem grande relevância no desenvolvimento intelectual dos alunos, além de ser um poderoso motivador da aprendizagem. As atividades lúdicas proporcionaram uma experiência mais prazerosa e divertida, não só para os alunos, mas também para os educadores, ao melhorar a qualidade do ensino oferecido.

A pergunta norteadora dessa pesquisa foi: qual é a importância das atividades lúdicas na construção do conhecimento matemático na 1ª série do ensino fundamental? Para responder a essa questão, foram realizadas pesquisas qualitativas e quantitativas, complementadas por observações e embasadas em referenciais teóricos que corroboraram os benefícios do uso do lúdico na educação. Durante o desenvolvimento do trabalho, ficou claro que jogos, músicas e brincadeiras estimularam a psicomotricidade dos alunos, além de promoverem um ambiente de aprendizado mais dinâmico e interativo. As brincadeiras, em particular, funcionaram como desafios, estimulando a competitividade de maneira saudável e motivadora.

Através da atividade lúdica, as crianças não só aprendem os conceitos matemáticos, mas também se preparam para a vida, assimilando a cultura do ambiente em que vivem. Essas atividades ajudam-nas a se adaptar às diversas situações que o mundo oferece, desenvolvendo habilidades sociais, como aprender a competir, cooperar e conviver com os outros. Além disso, o professor, ao adotar a ludicidade, reflete sobre sua própria prática pedagógica, aprimorando sua competência profissional e sua abordagem no ensino da matemática.

Em síntese, pode-se afirmar que a ludicidade é um dos melhores métodos adotados pelos professores para tornar o ensino mais atualizado e eficaz. Ela possibilita a formação de professores mais capacitados e preparados para promover uma educação de qualidade, alinhada às exigências do mercado de trabalho atual, e essencial para a formação integral dos alunos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1Pedagoga, formada pela Faculdade Regional de Filosofia, Ciências e letras de Candeias. Atua na Educação Infantil, na UMEI Eleandro dos Santos Nogueira, atualmente, é mestranda na FICS – Faculdad Interamericana De Ciencias Sociales, no Programa De Pós-Graduação Em Ciências Da Educação Mestrado Acadêmico Em Ciência Da Educação.
e-mail: Ferreira26rafaela@gmail.com

2Pedagoga, formada pela Faculdade Regional de Filosofia, Ciências e Letras de Candeias. Atua na Educação Infantil, UMEI Eleandro dos Santos Nogueira, atualmente, é mestranda na FICS-Faculdad  Interamericana De Ciencias Sociales, no Programa de Pós-Graduação Em Ciência Da Educação Mestrado Acadêmico Em Ciências Da Educação.
e-mail: rozelena23dasilva12@gmail.com