A LOGÍSTICA NACIONAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10183347


Pedro Henrique Satou Ferreira Teixeira;
Gabriel Paes Barreto pinto;
Orientadora: karla Theonila.


1 Introdução

A logística desempenha um papel fundamental na gestão eficiente de cadeias de suprimentos e operações comerciais em todo o mundo. Ela abrange uma ampla gama de atividades, desde o transporte e armazenamento de produtos até o gerenciamento de estoques, planejamento de rotas e distribuição. O objetivo principal da logística é garantir que os produtos certos cheguem ao local certo, na quantidade certa e no momento certo, enquanto se busca otimizar custos e recursos, sendo executada principalmente por 3 modelos de transporte diferentes ou por via rodoviário, ferroviário, marítimo, aéreo entre outros. Com cada país escolhendo diferentes meios de priorizar a logística nacional como no Brasil sendo o rodoviário a Rússia o ferroviário e países como o Estados Unidos que tem um bom balanceamento entre todos os meios. Neste estudo abordaremos as principais diferenças entre os 3 principais modelos logísticos de transporte de carga sendo eles o transporte rodoviários, ferroviário,  marítimos e aéreo trazendo suas características, benefícios e desvantagens que os modelos possuem, e também trazendo dados de diversos países e continentes comparando o método escolhido por cada um deles.

Como por exemplo as diferentes formas de matrizes de transporte de cada país o Brasil possui o seu principal foco na utilização do setor rodoviário com quase 68% da carga transportada em 2022 diferente da Rússia que utilizou por menos menos de 10% por essa alternativa e países como China e Canadá têm um maior foco no transporte marítimo dentre outros com quase 50% do transporte também em 2022.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

2.1 Logística:

A logística é um processo de transporte e armazenamento de mercadorias e de matéria-prima, que leva desde o local de origem até ponto final de consumo. As empresas de logística tem serviços especializados para transporte e armazenagem, assim, podem possuir uma infraestrutura a depender do setor, como caminhões, aviões, navios, armazéns. Por isso, muitos fabricantes e varejistas contratam transportadoras terceirizadas para realizar todo o transporte logístico. O ramo da logística tem sido cada vez mais solicitado com as compras online, já que a atividade se torna totalmente necessária para a  realização das entregas até os consumidores(Christopher, 1992)

Para Kotler (2012), a logística desempenha um papel crucial na entrega eficiente de produtos e serviços aos clientes, garantindo a satisfação do cliente e o sucesso das empresas. Ele enfatiza a importância de uma gestão logística eficaz, que envolva o transporte, o armazenamento, a embalagem, a manipulação de materiais e outras atividades relacionadas. Além disso, o autor também pontua que a logística se estende além das operações internas de uma empresa, envolvendo parcerias com fornecedores, distribuidores e outros intermediários da cadeia de suprimentos. Ele enfatiza a necessidade de coordenação e colaboração efetivas entre os diversos participantes da cadeia para otimizar a logística e obter vantagem competitiva. 

Coyle (2003) explora os diferentes modais de transporte, como rodoviário, ferroviário, aéreo, marítimo e multimodal, e analisa suas vantagens e desvantagens em termos de custo, velocidade, confiabilidade e capacidade. Ele destaca a importância de selecionar o modal de transporte mais adequado com base nas características dos produtos, requisitos de tempo, distância geográfica e outros fatores relevantes. Além disso, Coyle discute a interação entre o transporte e outras atividades logísticas, como o gerenciamento de estoques, embalagem e planejamento de rotas. Ele ressalta que o transporte eficiente pode contribuir para a redução de custos, a melhoria do serviço ao cliente e a otimização dos níveis de estoque ao longo da cadeia de suprimentos. Em busca de uma melhor eficiência na logística brasileira foi criado a PNLT (Plano Nacional de Logística e Transporte)

2.2 Plano Nacional de Logística e Transporte: 

Segundo a escritora Larissa Ramos [2020]. O Plano Nacional de Logística e Transportes foi criado em 2006, por uma iniciativa do Ministério dos Transportes em conjunto com o Ministério da Defesa a fim de montar um projeto que traria estratégias e propostas de melhorias para o setor de transportes. O PNLT propõe soluções que otimizem os custos, aumentem a produtividade, diminuam as emissões de poluentes e melhorem os serviços prestados na movimentação de cargas ao redor do País. 

Os objetivos principais do PNLT são o de dar suporte logístico no planejamento de inovações no setor, priorizar os meios aquaviário e ferroviário por ter o melhor custo benefício dentre outros. Pelo fato do Brasil ser um país de escala continental e possuir um sistema de transporte baseado em rodovias que em grandes escalas acabam sendo ineficientes. 

2.3 Transporte Marítimo: 

As Grandes Navegações são uma série de expedições marítimas realizadas pelos europeus nos séculos XV e XVI. Essas viagens tiveram um impacto profundo na história mundial, abrindo novas rotas comerciais, expandindo os impérios coloniais europeus e promovendo a troca de conhecimentos, tecnologias e culturas entre diferentes partes do mundo. 

As Grandes Navegações foram impulsionadas por diversos fatores, incluindo o desejo de explorar novas terras, encontrar rotas comerciais mais eficientes para o Oriente, espalhar a influência política e religiosa e buscar riquezas, como ouro e especiarias. 

Um destaque foi a viagem de Vasco da Gama, que em 1498 navegou até a Índia contornando o Cabo da Boa Esperança. Essa rota marítima para as Índias permitiu que os europeus contornassem o domínio muçulmano no comércio de especiarias. Panayides (2017) Shipping Operations Management fala sobre as operações diárias envolvidas no transporte marítimo, como a programação de navios, a gestão de terminais portuários, a organização das rotas de navegação e as atividades de carregamento e descarregamento de cargas. Ele também aborda questões de gestão relacionadas ao transporte marítimo, como o gerenciamento de riscos, a eficiência operacional, a segurança marítima e as preocupações ambientais. Ele analisa os desafios enfrentados pela indústria, incluindo a concorrência global, as regulamentações internacionais e as demandas dos clientes. As melhores práticas e estratégias para otimizar as operações de transporte marítimo, levando em consideração aspectos econômicos, ambientais e sociais. Ele destaca a importância da colaboração entre as partes interessadas, como armadores, terminais portuários, autoridades reguladoras e clientes, para alcançar resultados eficazes e sustentáveis na indústria do transporte marítimo. 

2.4 Transporte rodoviário: O transporte rodoviário é um dos meios de transporte mais antigos conhecidos tendo seu primeiro desenvolvimento no império romano quando foram construídos diversas estradas ligando diferentes pontos do império para poder locomover tropas e suprimentos mais rapidamente. E sua evolução continua até hoje, passando por estradas para carruagens e carroças até o surgimento do primeiro automóvel e popularizado primeira revolução industrial com o Ford modelo T, primeiro carro a ser produzido em larga escala. A partir daí começaram a surgir outros veículos como ônibus e caminhões para transporte de passageiros e de carga e a necessidade de melhorar as estradas as tornando pavimentadas. De acordo com Arnold (1999), comparado aos demais meios de transporte, o caminhão tem um custo de aquisição relativamente baixo, sendo o meio de transporte mais adequado para a distribuição de pequenos volumes a áreas mais abrangentes. As vantagens do transporte rodoviário, apresentadas por Ballou (2007), são: serviço porta a porta, sem necessidade de carregamento ou descarga entre origem e destino; frequência e disponibilidade dos serviços; velocidade e conveniência. Segundo Valente, Passaglia e Novaes (2001), o modo rodoviário atinge, praticamente, todos os pontos do território nacional, sendo o mais expressivo no transporte de cargas no Brasil. Geralmente, o transporte de carga é realizado por empresas privadas ou transportadoras.

2.5 Transporte aéreo: A aviação começa com o brasileiro Santos Dumont como a invenção do 14-bis que realizou o primeiro voo controlado do mundo no Paris air show em 23 de outubro de 1906. A partir desse ponto a aviação teve sua primeira grande evolução nas primeira e segunda guerra mundial tendo um papel crucial nos combates sendo um marco para época, com as construções de aviões a jato e bom afeitos na segunda grande guerra. Porém no período entre guerras foi desenvolvida a aviação civil com o primeiro voo transatlântico acontecendo em 1927. Depois das grandes guerras o foco na aviação civil foi o principal com a criação dos grande jumbos os aviões 747 da Boeing e A380 que poderiam atravessar continentes com sem fazer paradas e que seguem evoluindo até hoje com aviões cada vez mais seguros e que tem o maior alcance para conectar diverso locais do mundo. O que pode ser constatado conforme o que diz Helms (2010, p. 36). A aviação comercial foi alvo de mudanças profundas na sua estrutura e funcionamento, principalmente nestas duas últimas décadas. O padrão das empresas tradicionais foi sendo substituído por empresas cada vez mais preocupadas com a redução do custo, deixando o conforto e o luxo, que era inerente a este tipo de transporte até os anos 80. Ainda de acordo com este levantamento (ABEAR, 2020, n.p). O transporte aéreo contribuiu com 1.3% do pagamento de tributos no país, o equivalente a R$32,6 bilhões. O volume de empregos alcançou 1,4 milhão, ou 1,6% do total, considerando-se diretos, indiretos, induzidos e catalisados. Os salários pagos somaram R$42,9 bilhões, ou 1,7% da massa salarial brasileira. Por outro lado, de acordo com Kajibata (2012, p. 37). Os fatores que são responsáveis por mudanças no setor aéreo podem ser classificados em aqueles que afetam o sistema de fornecimento do transporte aéreo, como cenário regulatório, capacidade de infraestrutura, estratégia das companhias aéreas e capacitação dos veículos. Os outros fatores são classificados como aqueles que afetam a demanda do transporte aéreo, podendo ser diretos ou indiretos.

3. Metodologia 

A pesquisa bibliográfica se dá a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos e páginas de sites (Fonseca, 2002, p. 32). É uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa (Amaral, 2007, p. 1). O método de pesquisa usando dados secundários envolve a coleta e análise dessas informações já disponíveis para responder a perguntas de pesquisa ou fornecer suporte a estudos. Sendo informações coletadas e compiladas por outras fontes para fins diferentes de estudos, pesquisas ou relatórios obtidos em estudos de mercado, bancos de dados, publicações científicas, registros governamentais e dados históricos segundo Donald Cooper e Pamela Schindler (2005)

4. Descrição e análise de dados

O Brasil possui um plano logístico atual bem definido sendo a sua principal matriz de transporte o rodoviário com 67,6% em segundo o ferroviário com 21,5% e depois os demais meios com 10,9%, porém existem novos planos para mudar essa matriz com o PNLT, o plano nacional de transporte e logística. Com objetivo de maximizar o transporte interno de cargas através das ferrovias pelo fato de ser um transporte maior capacidade de carga, uma menor tempo de deslocamento e ser ecologicamente melhor, sendo um transporte mais eficiente no quesito carga podendo transportar de uma vez um conjunto com mais de 100 vagões de carga, sendo apenas 1 vagão 3 vezes mais eficiente podendo transportar 100 toneladas de carga sendo que um caminhão equivalente transporta apenas 33 toneladas ou seja 1 trem transporta o equivalente a mais de 360 caminhões de carga. Pegando como exemplo a Rússia e a Austrália mas que assim como o Brasil sao de tamanho continental possuem respectivamente 81% e 55% de sua matriz baseada no meio ferroviário e outros países como China e Canadá exploram outros moldes como a exportação marítima na china e o translado aéreo no Canadá para ligar regiões que são inacessíveis por via terrestre devido ao clima. Outro fator que leva o planejamento da implementação das e a taxa de segurança enquanto os acidentes em rodovias cresce todo ano chegando a mais de 1 milhão de mortes nos últimos anos as taxa de acidentes em ferrovias diminuem drasticamente todos anos tornando bem mais seguro a movimentação dessas cargas. Em 2022 o Brasil teve uma redução de 1,2% na movimentação de carga ao transportar pouco menos de 500 milhões de toneladas úteis, hoje o uso de ferrovias no brasil se concentra principalmente no transporte de minério de ferro representando 72% desse valor em torno de 360 milhões de toneladas. 

5. Considerações finais 

Podemos observar os diferentes abordagens de diversos países em relação a sua matriz de transporte principal e como o Brasil estuda uma possível mudança no seu plano nacional de logística e transporte a PNLT buscando alternativas mais eficientes e seguras em outros meios de transporte principalmente o Transporte ferroviário que possui um tempo de deslocamento menor com uma maior capacidade de carga sendo apenas 1 vagão 3 vezes mais eficiente podendo transportar 100 toneladas de carga sendo que um caminhão equivalente transporta apenas 33 toneladas ou seja 1 trem transporta o equivalente a mais de 360 caminhões de carga e também com uma menor taxa de acidentes. 

6. Referências 

Martin Christopher (1992) Logistics & Supply Chain Management, financial times Londres 

Kotler (2012) Administração de Marketing, Pearson Londres 

Coyle(2003) Transportation: A Supply Chain Perspective, Cengage Boston 

Panayides (2017) Shipping Operations Management, springer Nova York 

Arnold, J.R. T. Administração de materiais. São Paulo: Atlas, 1999.Ballou, Ronald Logística empresarial: transportes, administração de materiais, distribuição física. São Paulo: Atlas, 2007.

Kajbaa, Orlando Tadao. Análise das Estratégias e dos Fatores Externos na Gestão Estratégica de Custos das Companhias Aéreas Brasileiras.  EESC/USP, 2012.

Novaes, Antonio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

Valente, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.

Larissa Ramos [2020]: https://www.cobli.co/blog/pnlt-plano-nacional-de-logistica-e-transportes-no-brasil/