A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA EM ARTES VISUAIS NO COMBATE AO BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202410292350


Autor: Aristóteles Lima da Silva1
Coautoras:
Adrícia Nogueira dos Santos2
Kátia Viana Lima Diniz3


RESUMO

Este artigo científico teve como objetivo analisar a importância da intervenção pedagógica em artes visuais como forma de combate ao bullying no ambiente escolar. O bullying é um problema recorrente em diversas instituições de ensino, o que afeta negativamente o ambiente escolar e o bem-estar dos estudantes. Nesse sentido, a utilização das artes visuais como ferramenta de intervenção pedagógica surge como uma estratégia eficaz para promover a conscientização, a empatia e a inclusão entre os alunos. Para realizar essa pesquisa, foram realizadas revisões bibliográficas e análises de estudos de caso da área de educação e artes visuais. Os resultados obtidos demonstram que a intervenção pedagógica em artes visuais pode contribuir significativamente para a prevenção e combate ao bullying no ambiente escolar. Através da expressão artística, os alunos são incentivados a refletir sobre suas emoções, desenvolver habilidades socioemocionais e promover um ambiente escolar mais inclusivo. Além disso, a utilização das artes visuais como ferramenta de intervenção pedagógica permite que os estudantes expressem suas experiências, sentimentos e perspectivas de forma criativa e não verbal. Neste artigo, também foi discutido o papel do professor como mediador e facilitador desse processo de intervenção pedagógica em artes visuais. foram abordadas estratégias e atividades práticas que podem ser implementadas em sala de aula, bem como a importância da formação continuada dos professores nesse tema. Por fim, espera-se que este estudo contribua para a conscientização sobre a importância da intervenção pedagógica em artes visuais no combate ao bullying no ambiente escolar e que possa servir como base para futuras pesquisas e práticas educacionais. Acredita-se que a utilização das artes visuais como ferramenta pedagógica pode promover a construção de uma cultura de respeito, empatia e valorização da diversidade no ambiente escolar.

Palavras-chave: Bullying, Escola Pública, Intervenção, Violência Escolar.

1 INTRODUÇÃO

O bullying é um problema recorrente em diversas instituições de ensino, afetando negativamente o ambiente escolar e o bem-estar dos estudantes. Diante dessa realidade, é fundamental buscar estratégias eficazes para combater esse fenômeno e promover uma cultura de respeito, empatia e valorização da diversidade no ambiente educacional. Nesse sentido, a intervenção pedagógica em artes visuais surge como uma abordagem promissor (Dornelles et al., 2012).

No Brasil, as estatísticas relacionadas ao bullying nas escolas são motivo de preocupação crescente. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2019), cerca de 43% dos estudantes brasileiros já sofreram algum tipo de bullying. Além disso, um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, 2019) revelou que 65% das crianças e adolescentes brasileiros presenciaram situações de violência verbal ou física nas escolas. Essas estatísticas destacam a urgência de abordar e combater efetivamente o bullying, não apenas como um problema individual, mas como um desafio social que afeta a saúde mental e o bem-estar dos jovens em todo o país.

De acordo com Freire (2021), o enfrentamento ao bullying nas escolas exige uma abordagem multifacetada e proativa. Educar os alunos sobre empatia, respeito e inclusão é fundamental, pois promove uma cultura de tolerância e compreensão. Além disso, a implementação de programas de apoio psicossocial e a presença de profissionais capacitados para identificar e intervir em situações de bullying são essenciais. A colaboração estreita entre pais, educadores e comunidades locais, juntamente com políticas escolares claras que condenem o bullying e estabeleçam consequências apropriadas, é crucial para criar ambientes escolares seguros e acolhedores para todos os estudantes. Essas medidas combinadas visam não apenas abordar o comportamento de bullying, mas também promover uma cultura de respeito e apoio mútuo entre os jovens.

Dentro desse contexto surge a intervenção pedagógica em artes visuais, que pode ser definida como um conjunto de ações planejadas e implementadas no contexto educacional, com o objetivo de integrar as artes visuais no processo de ensino aprendizagem. Isso envolve a utilização de atividades e projetos artísticos que promovem a expressão criativa dos alunos, o desenvolvimento de uma compreensão mais profunda da empatia, respeito e inclusão, bem como a promoção de uma cultura de tolerância e compreensão. Essa intervenção busca enriquecer a experiência educacional, proporcionando um ambiente escolar acolhedor e inclusivo para todos os estudantes, ao mesmo tempo que complementa a abordagem multifacetada e proativa necessária para enfrentar o bullying nas escolas (Costa et al., 2012).

Este artigo científico teve como objetivo analisar a importância da intervenção pedagógica em artes visuais como forma de combate ao bullying no ambiente escolar. Para a realização desta pesquisa, foram realizadas revisões bibliográficas e análises de estudos de caso da área de educação e artes visuais. 

Espera-se que este estudo contribua para a conscientização sobre a importância da intervenção pedagógica em artes visuais no combate ao bullying no ambiente escolar, servindo como base para futuras pesquisas e práticas educacionais. Acredita-se que a utilização das artes visuais como ferramenta pedagógica pode promover a construção de uma cultura de respeito, empatia e valorização da diversidade no ambiente escolar.

2 DESENVOLVIMENTO 

Compreendendo o bullying

O bullying é geralmente definido como o abuso de poder físico ou psicológico entre pares, envolvendo dominação, arrogância, de um lado, e submissão, humilhação, conformidade e sentimentos de impotência, raiva e medo, do outro. As ações incluem diversas formas, como xingamentos, humilhação, discriminação, espancamento, roubo, aterrorização, exclusão, divulgação de comentários maliciosos, exclusão social, entre outras (Ristum, 2010).

A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Criança e ao Adolescente (ABRAPIA, 2000) caracteriza o bullying como todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais alunos contra outros, causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação de poder desigual. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais que permitem intimidar a vítima.

De acordo com Beane (2010), é fundamental ressaltar que o bullying é um fenômeno que não discrimina com base na classe social ou econômica, na escola pública ou privada, no ensino fundamental ou médio, ou na zona rural ou urbana. É prevalente entre grupos de crianças e adolescentes, em escolas de diferentes países e culturas. Para ser classificado como bullying, o ato deve ser repetitivo. Em outras palavras, as conversas cotidianas muitas vezes rotulam os atos “normais” entre crianças e adolescentes como bullying.

Diante disso, os professores precisam distinguir entre o que é um conflito e o que é um ato de bullying na sala de aula. É essencial diferenciar o bullying de um conflito normal. Alguns tipos de conflitos fazem parte da vida. Nem todo conflito dói necessariamente, e lidar com essas situações pode preparar positivamente seu filho para a vida. Portanto, não tenha pressa ao observar um conflito entre seu filho e outras crianças (BEANE, 2010).

O bullying pode assumir diferentes significados e conotações, sendo considerado o abuso de poder tanto físico quanto psicológico entre os envolvidos, caracterizando uma espécie de dominação de uns sobre os outros, causando sérios problemas.

É importante abordar a questão da violência simbólica que ocorre no ambiente escolar. O termo, segundo Odalia (2004), nem sempre é apresentado como um ato, como uma relação, como um fato, que possui uma estrutura facilmente identificável. Pelo contrário, talvez, estaria mais próximo da realidade. Ou seja, o ato violento muitas vezes se insinua como um ato natural, cuja essência passa despercebida. Reconhecer um ato como violento exige do homem um esforço para superar sua aparência como um ato rotineiro, natural e como que inscrito na ordem das coisas.

Portanto, ao analisar quem está envolvido no fenômeno da violência escolar, também pode-se particularizar se o problema está relacionado a uma questão de preconceito, discriminação social e étnica e desrespeito à diversidade sexual. Os envolvidos com a violência escolar podem desempenhar diversos papéis como atores do fenômeno. Estes podem ser autores de comportamentos violentos, alvos de tais comportamentos, ou testemunhas de tais atos e/ou suas consequências (Stelko-Pereira; Williams, 2010).

Ou seja, o fenômeno do bullying ainda se apresenta como uma forma de preconceito contra grupos vulneráveis e minorias, pois formas de violência social e étnica e desrespeito à orientação e à diversidade sexual por parte dos autores são evidenciadas como práticas violentas de reprodução no ambiente escolar.

Segundo Beane (2010), é importante sinalizar também que o bullying pode ser diferenciado em três situações: bullying físico, bullying verbal, bullying social e relacional. Com o avanço tecnológico e a internet, surgiu uma nova forma de praticar o bullying, denominada Cyberbullying. Portanto, bater, dar tapas, dar cotoveladas e empurrar com os ombros. Empurrar, forçar com o corpo, colocar o pé na frente. Chutando. Tomar, roubar, danificar ou desfigurar pertences. Restringindo. Beliscar. Enfiar a cabeça da outra criança no vaso sanitário. Enfiando outra criança no armário. Atacar com comida, cuspe e assim por diante. Ameaças e linguagem corporal intimidadora.

No ambiente virtual, conforme expõe Cabral (2008), o cyberbullying é definido como uma modalidade de bullying intensificado. É uma prática realizada através da internet que busca humilhar e ridicularizar alunos, desconhecidos e também professores diante da sociedade virtual.

Portanto, mesmo sendo praticado virtualmente, o cyberbullying tem preocupado pais e professores, pois através da internet os insultos se multiplicam rapidamente e também contribuem para contaminar outras pessoas que conhecem a vítima (CABRAL 2008).

Contextualização e Dados Recentes sobre o Bullying nas Escolas

O bullying nas escolas continua a ser uma questão de grande preocupação, com impactos profundos na vida dos estudantes. Dados recentes revelam a persistência e a gravidade desse problema. Um levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz apontou que, desde 2003, o Brasil registrou 12 episódios de ataques com armas de fogo em escolas brasileiras nos últimos 20 anos (G1, 2022). Além disso, pesquisas apresentadas pelo psiquiatra estadunidense Timothy Brewerton indicam que entre 1966 e 2011, 87% dos atiradores em ataques a escolas sofreram bullying e foram motivados pelo desejo de vingança. Esses dados destacam a gravidade do problema do bullying nas escolas e a necessidade urgente de intervenções eficazes para enfrentá-lo.

A pedagogia, como campo de estudo e prática, desempenha um papel crucial na compreensão e enfrentamento do bullying nas escolas. A abordagem pedagógica deve ir além da simples repreensão do comportamento agressivo e buscar compreender as dinâmicas sociais, emocionais e psicológicas que levam ao bullying. A pedagogia pode oferecer estratégias para promover a empatia, a compreensão e a inclusão, tanto por meio do currículo escolar quanto por meio de intervenções específicas (Bacarin, 2005).

A legislação brasileira também desempenha um papel importante no enfrentamento do bullying, estabelecendo diretrizes e medidas de proteção para as vítimas. No entanto, é essencial que tais medidas sejam complementadas por abordagens pedagógicas que promovam a cultura de respeito, tolerância e apoio mútuo entre os estudantes. A pedagogia pode contribuir para a criação de ambientes escolares seguros e acolhedores, onde o bullying seja ativamente desencorajado e onde os estudantes sintam-se apoiados e protegidos (Barros et al., 2014).

Diante da persistência do problema do bullying nas escolas, a pedagogia deve ser aliada a outras áreas de conhecimento, como psicologia, assistência social e saúde mental, para oferecer uma abordagem abrangente e eficaz. A integração de práticas pedagógicas que promovam a empatia, a compreensão e a inclusão podem contribuir significativamente para a redução do bullying e para a promoção de ambientes escolares mais seguros e acolhedores para todos os estudantes (Costa et al., 2012)

A atuação do professor de artes: uma intervenção contra o bullying

O ensino de arte é considerado um componente curricular obrigatório nos diferentes níveis da educação básica, de acordo com a Lei de Diretrizes e Base da Educação (Lei nº 9.394/1996). Essa disciplina busca promover o desenvolvimento cultural dos alunos, além de contribuir para o desenvolvimento de habilidades, competências e consciência política, produtiva e manifestativa na sociedade. O ensino de artes desperta o interesse dos alunos em se expressar na sociedade, envolvendo o desenvolvimento de projetos, planejamento para um futuro sólido e reflexão sobre a vida (Barbosa, 2013)

As aulas de artes visuais têm um impacto positivo no combate ao bullying, uma vez que desenvolvem a sensibilidade dos jovens, promovendo a interação em sala de aula, a percepção do mundo ao redor e a imaginação. Os jovens que praticam arte têm um melhor desempenho psicológico em lidar com situações agressivas e ofensas, pois a arte proporciona um espaço para lidar com o estresse e expressar suas emoções. Além disso, o ensino das artes contribui para a formação da personalidade do aluno, estimulando a inteligência, concentração e valorização do ser humano (Assumpção, 2014).

O professor de artes pode desempenhar um papel importante no combate ao bullying, ensinando aos estudantes a não reagir de forma violenta, desenvolvendo trabalhos educativos sobre interação por meio das artes e não deixando o agressor impune. É fundamental incentivar a vítima a não revidar, estimulando a produção de trabalhos artísticos que expressem como eles gostariam que o mundo fosse. Além disso, é importante evitar situações de risco, não se irritar facilmente diante das ofensas e desenvolver autoconfiança. O professor também deve incentivar os alunos a contar para alguém sobre o bullying, seja para os pais ou a direção da escola. Por fim, o trabalho em grupo e o respeito mútuo são estratégias que ajudam a conter o processo de bullying, aproveitando o magnífico mundo das artes para desenvolver competências e fortalecer a confiança dos jovens em suas decisões e convicções. Enfrentar o bullying sem recorrer à violência é um desafio, mas é possível com a intervenção adequada do professor de artes (Barbosa, 2010)

Para melhor entendimento da relevância do ensino de artes no enfrentamento do bullying escolar, será abordado, a seguir, o histórico da disciplina e como se relaciona com a intervenção pedagógica.

Breve Histórico do ensino de artes no Brasil

O ensino de artes visuais no Brasil possui um histórico marcado por diferentes orientações quanto às suas finalidades, formação e atuação dos professores, bem como pelas políticas educacionais e enfoques filosóficos, pedagógicos e estéticos. Inicialmente, o ensino de arte era identificado pela visão humanista e filosófica que demarcou as tendências tradicionalista e escolanovista, com a valorização das habilidades manuais e dons artísticos na escola tradicional. Posteriormente, houve uma evolução para um ensino comprometido com a compreensão das diferenças e a valorização da diversidade, alinhado aos interesses para a construção de outros papéis mais dignificantes, como destacado por Azevedo (2000) e outras fontes.

Além disso, o ensino de artes visuais no Brasil tem sido influenciado por mudanças significativas devido à implementação de políticas educacionais e à valorização cultural das cidades coloniais, que repercutiram de maneira positiva no campo artístico. A criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1937 e a democratização do ensino de arte na Escola Nacional de Belas Artes são exemplos desse contexto, conforme mencionado por fontes como Durand (1989) e Vieira (1997).

Ademais, as políticas educacionais para o ensino de artes no Brasil têm buscado atender à ampliação do curso de Artes Visuais, com a alteração do número de vagas e o oferecimento do curso de Bacharelado em Artes Visuais, em consonância com os novos tempos da Universidade Federal do Rio Grande, como evidenciado pela reforma curricular aprovada em 2008, conforme a Deliberação 36/2008 do COEPE, do Governo Federal, conforme fontes como FURG (Universidade Federal do Rio Grande) e outras fontes.

Em resumo, o ensino de artes visuais no Brasil tem passado por diversas transformações ao longo de sua história, refletindo as mudanças sociais, culturais e educacionais do país. A valorização da diversidade, a democratização do ensino de arte e a busca por uma formação mais ampla e inclusiva têm sido aspectos importantes desse processo, conforme destacado por diversas fontes e pesquisas acadêmicas.

Artes Visuais na Intervenção Pedagógica no Enfrentamento ao Bullying

A intervenção pedagógica em artes visuais surge como uma abordagem promissora no enfrentamento ao bullying nas escolas. Ao integrar as artes visuais no currículo escolar, os estudantes têm a oportunidade de expressar suas emoções, experiências e perspectivas de forma criativa e significativa. Além disso, a arte pode ser uma ferramenta poderosa para promover a compreensão, empatia e inclusão, ajudando os alunos a desenvolver habilidades sociais e emocionais essenciais. Através de projetos artísticos colaborativos e discussões sobre temas relevantes, os estudantes podem aprender a valorizar a diversidade, a respeitar as diferenças e a se tornarem defensores ativos de um ambiente escolar mais acolhedor e inclusivo. A integração das artes visuais no combate ao bullying não apenas oferece uma forma de expressão criativa, mas também promove a compreensão emocional e a empatia entre os estudantes, contribuindo para a construção de um ambiente escolar mais seguro e acolhedor para todos (Gohsh et al., 2016).

Para Barros (2014), o bullying nas escolas é um problema complexo que exige uma abordagem abrangente e proativa. A educação dos alunos sobre empatia, respeito e inclusão desempenha um papel fundamental na promoção de uma cultura de tolerância e compreensão. Além disso, a implementação de programas de apoio psicossocial e a presença de profissionais capacitados para identificar e intervir em situações de bullying são essenciais. A colaboração estreita entre pais, educadores e comunidades locais, juntamente com políticas escolares claras que condenem o bullying e estabeleçam consequências apropriadas, é crucial para criar ambientes escolares seguros e acolhedores para todos os estudantes. Essas medidas combinadas visam não apenas abordar o comportamento de bullying, mas também promover uma cultura de respeito e apoio mútuo entre os jovens.

Nesse sentido, a intervenção pedagógica em artes visuais pode desempenhar um papel significativo no combate ao bullying no ambiente escolar. Ao integrar as artes visuais no currículo escolar, os estudantes têm a oportunidade de expressar suas emoções, experiências e perspectivas de uma forma criativa e significativa. A arte pode ser uma ferramenta poderosa para promover a compreensão, empatia e inclusão, ajudando os alunos a desenvolver habilidades sociais e emocionais essenciais. Através de projetos artísticos colaborativos e discussões sobre temas relevantes, os estudantes podem aprender a valorizar a diversidade, a respeitar as diferenças e a se tornarem defensores ativos de um ambiente escolar mais acolhedor e inclusivo (Costa et al., 2012).

A integração das artes visuais no combate ao bullying não apenas oferece uma forma de expressão criativa, mas também promove a compreensão emocional e a empatia entre os estudantes. Ao participar de projetos artísticos colaborativos, os alunos têm a oportunidade de compartilhar experiências, compreender diferentes perspectivas e fortalecer os laços de comunidade dentro da escola. Além disso, a arte pode servir como uma plataforma para promover discussões significativas sobre temas como diversidade, respeito e inclusão, contribuindo para a construção de um ambiente escolar mais acolhedor e seguro para todos os estudantes.

De acordo com Dornelles et al. (2012), a intervenção pedagógica em artes visuais não se limita apenas à expressão criativa, mas também oferece uma oportunidade para os alunos desenvolverem habilidades sociais e emocionais essenciais. Através da participação em projetos artísticos colaborativos, os estudantes podem aprender a trabalhar em equipe, a valorizar a diversidade de opiniões e a respeitar as diferenças individuais. Além disso, a arte pode desempenhar um papel crucial na promoção da auto expressão e na construção da autoestima dos alunos, contribuindo para um ambiente escolar mais inclusivo e acolhedor.

A integração das artes visuais no currículo escolar não apenas oferece uma forma de expressão criativa, mas também promove a compreensão emocional e a empatia entre os estudantes. Ao participar de projetos artísticos colaborativos, os alunos têm a oportunidade de compartilhar experiências, compreender diferentes perspectivas e fortalecer os laços de comunidade dentro da escola. Além disso, a arte pode servir como uma plataforma para promover discussões significativas sobre temas como diversidade, respeito e inclusão, contribuindo para a construção de um ambiente.

3 CONCLUSÃO

Conclui-se que a intervenção pedagógica em artes visuais desempenha um papel fundamental no combate ao bullying no ambiente escolar. O bullying é um problema sério que afeta negativamente não apenas o bem-estar dos estudantes, mas também a qualidade do ambiente escolar como um todo. Através do uso das artes visuais como ferramenta de intervenção, é possível promover a conscientização, a empatia e a inclusão entre os alunos.

Os resultados extraídos por meio de revisões bibliográficas e análises de estudos de caso evidenciam que a intervenção pedagógica em artes visuais contribui de forma significativa para a prevenção e combate ao bullying. Ao expressarem-se artisticamente, os alunos são incentivados a refletir sobre suas emoções, desenvolver habilidades socioemocionais e criar um ambiente escolar mais inclusivo.

O papel do professor como mediador e facilitador desse processo é de extrema importância. Estratégias e atividades práticas foram abordadas para serem implementadas em sala de aula, ressaltando a relevância da formação continuada dos professores nessa área. Espera-se que este estudo conscientize sobre a importância da intervenção pedagógica em artes visuais no combate ao bullying, servindo como base para futuras pesquisas e práticas educacionais.

Acredita-se que a utilização das artes visuais como ferramenta pedagógica pode contribuir para a construção de uma cultura de respeito, empatia e valorização da diversidade no ambiente escolar. Portanto, é essencial incentivar e promover a intervenção pedagógica em artes visuais como uma estratégia eficaz para combater o bullying e criar um ambiente escolar mais saudável e inclusivo para todos os estudantes.

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