PHYSIOTHERAPEUTIC INTERVENTION IN PEDIATRIC PATIENTS WITH AUTISTIC SPECTRUM DISORDER (ASD): LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10080811
Emersom Osvaldo dos Santos Pinheiro1
Kamilla Queiroz Texeira1
Luiz Bernardo de Souza Machado1
Paula Oliveira de Carvalho1
Mônica Garcia de Araújo2
Célia Oliveira de Carvalho3
Resumo
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno heterogêneo caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social, por comportamentos repetitivos e interesses ou atividades restritas e processamento sensorial anormal. Objetivo: Discutir a intervenção fisioterapêutica em pacientes pediátricos com TEA. Materiais e método: Foi realizada uma revisão de Literatura na base de dados Scielo, Pubmed, Pedro, BVS com as palavras chaves: autismo (autism), fisioterapia (physiotherapy), intervenção (intervention). Resultados: Foram identificados 5 artigos com abordagens sobre o tema proposto, sendo 4 referentes às intervenções (atividades lúdicas, programa SPARK, equoterapia, exercício somatossensorial) e 1 questionário sobre a importância do fisioterapeuta. Conclusão: O tratamento fisioterapêutico envolvendo a recreação e atividade lúdica é eficiente, pois garante melhoria em diversos segmentos essenciais para que se tenha um menor suporte e melhor qualidade de vida.
Palavras-chave: “autismo (autism). fisioterapia (physiotherapy). intervenção (intervention)”.
Abstract
Background: Autism Spectrum Disorder (ASD) is a heterogeneous disorder characterized by persistent deficits in communication and social interaction, repetitive behaviors and restricted interests or activities, and abnormal sensory processing. Pourpose: Discuss physical therapy intervention in pediatric patients with ASD. Methods: A literature review was carried out in the Scielo, Pubmed, Pedro, VHL database with the key words: autism (autism), physiotherapy (physiotherapy), intervention (intervention). Results: 5 articles were identified with approaches to the proposed topic, with 4 referring to interventions (playful activities, SPARK program, hippotherapy, somatosensory exercise) and 1 questionnaire on the importance of the Physiotherapist. Conclusion: Physiotherapy treatment involving recreation and playful activity is efficient, as it guarantees improvement in several essential segments so that they have less support and a better quality of life.
Keywords: “autism”. physiotherapy (physiotherapy). intervention (intervention)”.
1. INTRODUÇÃO
Em 1943, Leo Kanner foi o primeiro pesquisador a descrever a síndrome comportamental conhecida como Autismo. Estudos posteriores demonstraram que a síndrome tem uma forte característica hereditária e que a probabilidade de Autismo confere um risco para um espectro mais amplo de manifestações que se estendem além dos critérios diagnósticos tradicionais. Tais descobertas têm levado gradualmente a uma ampla revisão dos conceitos e critérios para estabelecimento de diagnósticos e o advento do termo Transtorno do Espectro Autista (TEA), que passou a ser adotado na versão mais recente do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM 5 (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders). Esse documento foi criado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA) em 1952, tendo por objetivo padronizar os critérios diagnósticos das desordens que afetam a mente e as emoções (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013).
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno heterogêneo caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social, por comportamentos repetitivos e interesses ou atividades restritas e processamento sensorial anormal (LORD et al. 2018).
Crianças com autismo apresentam uma série de deficiências motoras, sendo as mais comuns, falta de jeito e má coordenação, anormalidades na marcha, execução prejudicada de tarefas motoras especializadas e déficits de planejamento motor devido a anormalidades neuro funcionais do cerebelo (KAUR M; M SRINIVASAN, 2018).
A atuação do fisioterapeuta é de suma importância uma vez visa promover uma melhor qualidade de vida aos pacientes com autismo. Alguns estudos têm demonstrado que quanto mais precoce é o tratamento, maiores são as chances de uma evolução bem-sucedida. Uma intervenção precoce em crianças com TEA, aproveitando a neuroplasticidade cerebral, tende a melhorar a resposta e consequentemente impactam positivamente a qualidade de vida, contribuindo para que estes indivíduos tenham uma integração social mais adequada. (GONZÁLEZ; CANALS, 2014).
Estudos recentes têm possibilitado um grande avanço neste campo, cabendo aos profissionais de fisioterapia, a exemplo de outros profissionais, contribuir com a produção de novos conhecimentos que auxiliem na adoção de estratégias mais eficientes e mais efetivas de tratamento. Em virtude dessa demanda, faz-se necessário aprofundar o conhecimento e a discussão acerca dos métodos que vem sendo utilizado pelos profissionais de fisioterapia no tratamento de pacientes pediátricos com TEA.
Em face do exposto, o presente trabalho tem como objetivo discutir a intervenção fisioterapêutica em pacientes pediátricos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Desta feita, busca desvelar quais são os principais métodos e planos terapêuticos utilizados no tratamento de pacientes pediátricos autistas; identificar os principais resultados que vêm sendo obtidos por meio destas intervenções e por fim, analisar a importância da intervenção fisioterapêutica na melhoria da qualidade de vida da criança autista.
2. MATERIAIS E MÉTODO
Para realização deste estudo de revisão de literatura, foram utilizadas pesquisas que consiste nas identificações e levantamento de periódicos e publicações que tratem sobre a temática em estudo. Para tanto, foi realizada uma ampla revisão literária no período de agosto de 2023 a setembro de 2023 nas bases de dados e plataformas de produção acadêmico-científica como Pubmed (Medical Literature Analysis And Retrieval System Online), BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), Scielo (Scientific Electronic Library Online) e PeDro (Physiotherapy Evidence Database), nos idiomas inglês e português. As palavras-chave utilizadas foram autism (autismo), physiotherapy (fisioterapia), intervention (intervenção).
Foram utilizados critérios de inclusão dos estudos de intervenções relacionadas ao tema e título, e critérios de exclusão dos estudos duplicados, artigos publicados antes do ano de 2013, revisão de literatura, estudo piloto, artigos não disponíveis integralmente, artigos relacionados a outras profissões, estudos que não utilizaram intervenções fisioterapêuticas.
Nesta revisão, os resultados foram demonstrados a partir de fluxograma dos estudos de base e quadro sobre síntese de resultados dos artigos incluídos na revisão (Figura 1).
3. RESULTADOS
Foram encontradas 411 publicações, das quais 54 eram duplicadas, sendo excluídas da análise. Após essa etapa foram selecionados 57 artigos por título e resumo, destes 52 foram descartados através dos critérios de exclusão, restando somente 5 publicações: 4 artigos com leitura íntegra referente aos métodos/intervenções e 1 questionário relacionado a problemática da escassez dos estudos, que comprovam cientificamente a base empírica de pesquisas referente ao profissional de Fisioterapia na área de atuação com crianças com TEA, conforme figura 1.
Figura 1 – Fluxograma de buscas nas bases de dados
O quadro abaixo apresenta uma descrição síntese das 5 publicações que foram analisadas considerando as seguintes informações: nome(s) do(s) autores/ano, tipo de estudo, objetivo, metodologia e resultados.
QUADRO 1 – Artigos Selecionados
AUTOR/ANO | TIPO DE ESTUDO | OBJETIVO | METODOLOGIA | RESULTADOS |
Campos et al; 2019 | Estudo qualitativo | O objetivo deste estudo qualitativo foi examinar as experiências dos fisioterapeutas e perspectivas de trabalhar com crianças com TEA, e explorar direções potenciais para os fisioterapeutas aumentarem potencialmente a atividade física. | 10 fisioterapeutas pediátricos do Canadá foram entrevistados e os dados foram analisados usando análise temática. | Aumento da participação em atividade física de crianças com TEA, na participação de fisioterapeutas |
Dehghani et al; 2021 | Ensaio Randomizado | Avaliar os efeitos do programa de exercícios multimodal intitulado SPARK na pressão plantar durante a caminhada. | 24 meninos com TEA, divididos em um grupo controle e um de intervenção. Exercícios de pressão plantar durante a caminhada, com escaneamento de pé embutido em uma passarela de 15 m, em 8 semanas com três sessões semanais de 45 minutos. | Melhora os picos da pressão da região medial do calcanhar para a região lateral do pé durante a caminhada, podendo permitir maior instabilidade do tornozelo. |
Ferreira et al; 2016 | Estudo de caso | Este estudo teve por objetivo avaliar crianças autistas pré e pós-tratamento fisioterapêutico | Fisioterapia com atividades lúdicas, cada sessão urou 30 minutos, sendo uma vez por semana, durante 6 meses, com 5 crianças. | Apresentaram mais independência após o tratamento fisioterapêutico. |
Riquelme, Hatem, Montoya; 2018 | Protocolo experimental | Explorar a influência da terapia somatossensorial nos parâmetros somatossensoriais em crianças com TEA | 59 crianças com TEA foram designadas aleatoriamente para o grupo intervenção (n = 29) ou para o grupo controle (n = 30). O grupo intervenção recebeu terapia somatossensorial composta por quatro tipos de exercícios (toque, propriocepção, vibração, estereognosia). | A terapia de estimulação somatossensorial repetitiva levou à diminuição da sensibilidade à dor e ao aumento da sensibilidade tátil. |
Robin et al; 2016 | Ensaio randomizado controlado | Avaliar a eficácia da equitação terapêutica (THR) na autorregulação, socialização, comunicação, comportamentos adaptativos e motores em crianças TEA. | Foram recrutadas 116 crianças com TEA. Onde foi utilizado a intervenção de equitação terapêutica por 10 semanas com duração de 45 minutos. | O protocolo produziu resultados consistentes na comunicação, socialização, no controle da irritabilidade/hiperatividade. |
Considerando o ano de publicação dos estudos somente 1 foi publicado pós 2020 (em 2021), os demais estudos foram publicados entre os anos de 2016 a 2019. Os estudos juntos, contaram coletivamente com a participação de 204 crianças/adolescentes diagnosticados com TEA, cuja faixa etária varia entre 03 a 16 anos.
No tocante às intervenções fisioterapêuticas foram utilizados programas de exercícios (SPARK-Sports, play and active recreation for kids) de recreação, atividades lúdicas de estimulação sensorial, terapia somatossensorial, e equitação terapêutica, com duração média de atendimentos entre 2 a 6 meses, com acompanhamento de 2 a 3 vezes na semana com duração mínimo 45 minutos. Dentre os principais resultados relatados tem-se: melhora no equilíbrio, independência, socialização e qualidade na marcha, ou seja, melhora no sensório motor do paciente pediátrico com TEA.
4. DISCUSSÃO
Crianças com autismo apresentam distúrbios motores primários que podem levar a restrições nas habilidades de controle do equilíbrio, na coordenação bilateral e no funcionamento diário (Vernazza-Martin et al, 2005). Os estudos ora analisados demonstraram que protocolos e programas de intervenção utilizados pelos profissionais da fisioterapia têm produzido resultados consistentes não só melhorando as áreas sensitivas e motoras deficitárias do paciente pediátrico autista, como também favorecendo uma melhoria na capacidade de comunicação, socialização, no controle da irritabilidade/hiperatividade.
De acordo com o estudo de Dehghani et al. (2021) os exercícios multimodais – que se assemelham ao programa de intervenção SPARK (Sports, Play, and Active Recreation for Kids), ao serem utilizados em um período de 8 semanas, com frequência semanal de 3 dias, com duração de 45 minutos cada, apresentam resultados satisfatórios. O estudo sugere que um programa de exercícios multimodais (SPARK) tem efeito positivo na taxa de carga durante a caminhada em velocidade constante em crianças com TEA, sendo suficiente para melhorar o padrão de caminhada de meninos pré-púberes com transtorno do espectro do autismo sendo uma forma de tratamento segura, alegre e eficaz.
No estudo realizado por Ferreira et al. (2016) junto à Universidade de Campinas, com 5 crianças diagnosticadas com TEA na faixa etária de 03 a 15 anos, de ambos os sexos, os resultados também se mostraram bastante exitosos. Após avaliação para aferir o grau de autismo (leve, moderado e severo) e a Medida de Independência Funcional (MIF) que é um instrumento capaz de medir o grau de solicitação de cuidados, às crianças receberam atendimentos fisioterapêuticos individuais, onde foram realizadas atividades lúdicas (rolar, sentar, chutar bola, pular, entre outros) com duração de 30 minutos, 1 vez por semana, durante 6 meses. A avaliação dos resultados demonstrou que as crianças obtiveram um aumento na pontuação dos instrumentos após o tratamento fisioterapêutico, tornando-se menos dependente dos cuidadores. O estudo sinalizou ainda que a gravidade do autismo pode influenciar diretamente na capacidade de independência funcional destas crianças, daí a importância de um diagnóstico precoce bem feito, que determine o grau do autismo e possibilite um acompanhamento fisioterápico e de outros profissionais, já desde os primeiros anos de vida da criança.
O protocolo experimental realizado por Riquelme, Hatem, Montoya (2018) junto a 59 crianças de ambos os sexos, também demonstraram resultados exitosos. Divididas em 2 grupos (1 controle e 1 intervenção), o grupo intervenção recebeu terapia somatossensorial composta por quatro tipos de exercícios (toque, propriocepção, vibração, estereognosia), em duas sessões semanais de 45 minutos cada, conduzidas por 4 profissionais fisioterapeutas. O protocolo previa a realização de exercícios como: toque (localização tátil espacial, discriminação de dois pontos, massagem, toque em diferentes texturas, argila, plasticina, atividades de colagens, culinária, máscaras, pinturas corporais, busca de objetos, entre outros); estereognosia (reconhecimento de formas geométricas e objetos domésticos comuns, reconhecimento de formas e materiais, entre outros); propriocepção (empurrar-puxar, tração-compressão, exercícios com pesos, mímica, trajetórias táteis, outros); e vibração (massagem em diferentes frequências com ferramentas vibratórias, entre outros). A terapia somatossensorial (limiares de dor à pressão, limiares táteis, estereognosia, propriocepção) foi avaliada antes e imediatamente após a terapia. As crianças do grupo intervenção apresentaram redução significativa da sensibilidade à dor e aumento da sensibilidade tátil após o tratamento, enquanto as crianças do grupo controle apresentaram aumento da sensibilidade à dor na ausência de alterações da sensibilidade tátil. Os dados do estudo sinalizam que a terapia de estimulação somatossensorial repetitiva contribui para a diminuição da sensibilidade à dor e o aumento da sensibilidade tátil.
Outro estudo foi o ensaio randomizado realizado por Robin et al; (2016), com crianças/adolescentes na faixa etária de 06 a 16 anos (116 crianças) com TEA, recrutadas por meio de folhetos distribuídos em hospitais, universidades, escolas, organizações de apoio e outros. As crianças selecionadas foram submetidas a uma intervenção de equitação terapêutica por 10 semanas, com duração de 45 minutos. O objetivo desse estudo foi avaliar a eficácia da equitação terapêutica na autorregulação, socialização, comunicação, comportamentos adaptativos e motores em criança com TEA. Os resultados foram divididos e avaliados a partir de dois formulários – tipo A (pré-avaliação) e tipo B (pós avaliação), onde foram observadas melhorias significativas a partir da 5ª semana de intervenção, em especial os relacionados ao controle da irritabilidade/hiperatividade e nas subescalas de cognição e comunicação.
No tocante aos estudos e ensaios realizados pelos profissionais de fisioterapia observou se a importância da participação e envolvimento destes profissionais nos cuidados e tratamento de pacientes pediátricos com TEA visto que tais intervenções proporcionaram em diferentes níveis uma melhora da coordenação e habilidades motoras, trazendo benefícios não apenas no desempenho de atividades físico-motor, mas também em ganhos qualitativos nas dimensões e cuidados da vida diária (comunicação, socialização, pentear o cabelo, vestir-se, comer). Tais estudos buscaram trabalhar uma visão holística do indivíduo, focando não apenas em uma abordagem de desenvolvimento físico-motor, mas, também no estímulo ao desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação, como elos mutuamente interdependentes e interconectados. Abordar a reabilitação infantil desta forma tem o potencial de ajudar a desenvolver a pessoa.
Os profissionais de fisioterapia têm no trabalho com pacientes pediátricos com TEA um amplo e fecundo campo de trabalho e intervenção profissional. Estudos recentes estimam que em 01 em cada 36 crianças com idades de até 08 anos é diagnosticada com TEA no país. Esse número representa um aumento de 22% em relação ao estudo anterior de dezembro de 2021 (IBGE/CENSO: 2022). Tal aumento, tem sido explicado em parte, pelos avanços promovidos pela ciência nos últimos anos no que diz respeito ao maior conhecimento sobre o transtorno, o que favorece um diagnóstico mais rápido e preciso.
Trabalhar para melhorar as competências motoras, sociais e de comunicação destes pacientes reforça um papel potencial e de enorme alcance para a intervenção de fisioterapeutas e outros profissionais de saúde, no intuito de favorecer a melhoria da qualidade de vida destes indivíduos. A atuação dos profissionais de fisioterapia demonstra que podem contribuir para um desenvolvimento funcional e mais independente nas atividades cotidianas, além de auxiliar na interação social destes indivíduos com o meio em que vivem.
5. CONCLUSÃO
O presente trabalho ao se propor discutir a intervenção fisioterapêutica em pacientes pediátricos com TEA, buscou desvelar as experiências de intervenção que vêm sendo desenvolvidas pelos profissionais neste campo. Com base nestes estudos, é possível aferir que a atuação dos profissionais de Fisioterapia, aliado a intervenção de outros profissionais da área da saúde, é essencial no processo de tratamento e acompanhamento destes pacientes, uma vez que tem possibilitado o estímulo e desenvolvimento de habilidade cognitivas e sensório motor que se traduzem em melhoria das condições de vida destes pacientes.
Para além dos ganhos no desenvolvimento das habilidades sensório motor, outros resultados evidenciados pelos estudos demonstram que tais intervenções têm contribuído para alívio da dor; o estímulo à maior autonomia e independência destes pacientes em suas rotinas diárias; a melhoria no processo de socialização destes indivíduos no controle da irritabilidade e hiperatividade; dentre outros. Trabalhar com pacientes com TEA requer para além do domínio das competências técnico-operacionais (o saber fazer), a capacidade e a sensibilidade de trabalhar a dimensão humana. O estabelecimento de vínculos (confiança, afetividade) é fundamental para o êxito no trabalho junto a estes pacientes e seus familiares.
Observou-se que mesmo em face do crescente aumento no número de pessoas diagnosticadas com autismo, ainda há uma escassez de estudos na área da Fisioterapia direcionados a esta temática. Tal fato, parece demonstrar que este campo de intervenção ainda não se constituiu como espaço de reflexão e análise aos profissionais de fisioterapia. Julga-se de extrema relevância e urgência a realização de mais estudos e esforços de intervenção e investigação neste campo.
Por fim, ressalta-se a demanda por maiores investimentos em políticas públicas, em especial na área da saúde, direcionadas a ampliar a rede de apoio e atenção aos pacientes e seus familiares. Com investimentos na criação de centros de atenção com equipes multidisciplinares que possam auxiliar e promover estratégias que efetivem uma melhoria na qualidade de vida destes.
REFERÊNCIAS
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1Discentes do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.
2Especialista em Fisioterapia Hospitalar e Neonatal, Docente do Curso de Fisioterapia e Fonoaudiologia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE. Endereço: Av. Joaquim Nabuco, 1232, Centro | Manaus | AM | CEP: 69020- 030 | (92) 3212-5000.
3Assistente Social, Mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia PPGSCA/ Universidade Federal do Amazonas. End. Eletrônico celiadunke@yahoo.com.br. Endereço: Av. Joaquim Nabuco, 1232, Centro | Manaus | AM | CEP: 69020-030 | (92) 3212-5000.