A INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL NO TRATAMENTO DE ESTRIAS ATRAVÉS DA CARBOXITERAPIA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10196799


Rebeca Tavares Moraes1
Rosileide Alves2


RESUMO

Introdução: A estria é uma lesão na pele bastante comum que afeta mulheres e homens, em várias partes do corpo. A procura por tratamentos estéticos para tratar essa disfunção tem aumentado cada vez mais, dentre elas destacasse a carboxiterapia sendo uma terapia eficaz na melhora da elasticidade cutânea. Objetivo: descrever a carboxiterapia como um dos principais tratamentos para a estria. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica por meio de pesquisa em livros e artigos publicados nas bases de dados Scielo, Lilacs e PubMed no período de 2013 a 2023. Resultados: Foram encontrados um total de 45 artigos nas bases de dados, onde 27 foram excluídos e 18 foram utilizados nesta pesquisa. Considerações finais: A carboxiterapia, faz-se relevante, minimizando os agravos advindos com as disfunções estéticas femininas contribuindo significativamente com a autoestima e qualidade de vida das mulheres.

Palavras-chave: Estria; Carboxiterapia; Tratamento.

ABSTRACT

Introduction: Stretch marks are a very common skin lesion that affects women and men, in various parts of the body. The search for aesthetic treatments to treat this dysfunction has increased more and more, among which carboxytherapy stands out as an effective therapy in improving skin elasticity. Objective: to describe carboxytherapy as one of the main treatments for stretch marks. Methodology: This is a bibliographic review through research in books and articles published in the Scielo, Lilacs and PubMed databases from 2013 to 2023. Results: A total of 45 articles were found in the databases, of which 27 were excluded and 18 were used in this research. Final considerations: Carboxytherapy is relevant, minimizing the problems arising from female aesthetic dysfunctions, contributing significantly to women’s self-esteem and quality of life.

Keywords: Stretch mark; Carboxytherapy; Treatment.

1.    INTRODUÇÃO

A pele constitui 12% do peso enxuto total do corpo, com peso aproximadamente 4,5 kg, e é de longe o maior sistema de órgãos expostos ao ambiente. Ela é composta de duas camadas principais: 1) a epiderme, camada superficial composta de células epiteliais intimamente unidas e 2) a derme, camada mais profunda composta de tecido conjuntivo denso irregular. (GUIRRO E GUIRRO 2004).

Acosta et al, (2013) Na derme é onde ocorrem lesões devido ao rompimento das fibras de elastina e colágeno, conhecidas como estrias. Essas, por sua vez, são caracterizadas como um distúrbio estético, podendo ser desagradáveis aos olhos e acarretar problemas emocionais.

Segundo Machado (2014) As cicatrizes atróficas, conhecidas correntemente como estrias, são definidas como cicatrizes lineares visíveis e salientes, dispostas paralelamente umas às outras, causadas por ruptura das fibras elásticas, colágenas e pela perda da coloração da pele. É diagnosticada como uma lesão na pele, pois verifica-se um desequilíbrio elástico localizado.

Silva et al (2018) A etiologia da estria está relacionada com fatores genéticos, infecciosos e mecânicos (relacionados com o estiramento excessivo da pele e rompimento das fibras C e FE) e os endócrinos (alterações hormonais como o glicocorticoide que afeta o metabolismo dos carboidratos e diminuem a resposta inflamatória do organismo).

De acordo com o estudo de Borges e Scorza (2016) São inúmeras as razões que levam um indivíduo a desenvolver uma insatisfação com a própria imagem, a exemplo da presença de estrias, manchas na pele, flacidez, cicatriz, acne e outros tipos de alterações estéticas.

Há algum tempo a literatura presumia que a estrias eram lesões irreversíveis. Entretanto, com a evolução dos recursos terapêuticos ampliaram-se as técnicas disponíveis com o intuito de melhorar o aspecto da pele, estimulando a síntese de novo colágeno. Dentre as variedades de técnicas deve-se ressaltar a

carboxiterapia que produz resultados significativos no aspecto de cicatrizes, bem como na melhoria de estrias. (QUEIROZ, RODRIGUES e CONTI, 2021).

Moreira e Giusti (2013) A carboxiterapia no tratamento de estrias consiste na administração de gás carbônico de forma subcutânea, e, por meio do trauma adquirido pelas punturações da agulha, juntamente ao microdescolamento da pele, origina uma inflamação e vasodilatação local, aumentando o fluxo vascular, a oxigenação tecidual e a microcirculação, fatores os quais estimulam a formação de colágeno e de novas fibras elásticas.

Atualmente muitos novos tratamentos estéticos tem demonstrado sua eficácia fazendo parte do esqueleto e suporte dentro da fisioterapia. Nos estudos de Rezende, Pinheiro e Mendonça (2016) A FDF atua na área da reabilitação da pele e lista vários tipos de recursos para a estrias, especificadamente a carbox. Dessa forma, o objetivo do presente estudo é descrever sobre a utilização da carboxiterapia como tratamento fisioterapêutico nas estrias

2.    METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, tendo como objetivo descrever a utilização da carboxiterapia no tratamento das estrias. A execução do trabalho se fundamentou em pesquisas realizadas em artigos e revistas no formato digital e em sites: Scielo, Pubmed e Lilacs e em livros o acervo da faculdade Fametro.

Em relação aos critérios estabelecidos para este estudo, que se deu por meio de dados qualitativos foram selecionados conteúdos que abordassem o uso de carboxiterapia em estrias, mulheres e o período dos documentos analisados. Foram incluídos artigos dos anos 2013 a 2023, revistas em português, inglês e excluídos resumos, artigos em língua espanhola e que não abordassem o tema principal proposto.

Na busca encontrou-se 45 artigos onde 27 foram excluídos de acordo com os critérios estabelecidos nesta pesquisa. E segundos os critérios de inclusão descritos, foram selecionados 18 artigos pertinentes a discussão deste trabalho.

3.    RESULTADO E DISCUSSÃO

Na tabela abaixo, estão apresentados os principais estudos desta revisão bibliográfica sobre o tema em questão. Os itens na tabela mostram 9 artigos principais separados por ano de publicação, autor, título, bases de dados e resultados.

Quadro 1 – Resultados da pesquisa.
AnoAutorTítuloBase de dadosResultados
2020AMANDA, M et al.A eficácia da carboxiterapia nas estrias albas: uma revisão de literatura.PUBMEDEste estudo mostra que, a vantagem de carboxiterapia no tratamento de estrias é um recurso seguro, indolor, mostrando-   se   eficaz   na intervenção desta disfunção.
2019ECCARD, I.; FARIAS, L.Carboxiterapia no tratamento de estrias de distensão: revisão sistemática da literatura.PUBMEDOs resultados evidenciaram melhora no aspecto visual, tamanho e espessuras das estrias, com um modelo nível de satisfação do paciente.
2019LOKHANDE, J; MYSO-RE, VStriae     distensae     treatment review and update.PUBMEDA infusão do dióxido de carbono estimula a circulação sanguínea e aumenta a liberação de oxigênio por meio da oxihemoglobina, ativando ainda a síntese de colágeno, elastina e ácido hialurônico por estimulação dos fibroblastos.
2018HODEIB., et. al.Estudo comparativo clínico e imunohistoquímico da eficácia da carboxiterapia versus plasma  rico  em plaquetas no tratamento de estrias.SCIELOEssa técnica se destaca-se em 25% de melhora clínica e 50% de satisfação dos pacientes. Houve relato de dor temporária em 45% dos pacientes.
2018KOLODZIEJCZAK, A.; PODGORNA, K.; ROTSZTEJ, HA carboxiterapia é um bom método alternativo na remoção de vários defeitos da pele?SCIELOEste estudo relata que a carbox no tratamento de estrias, vai além do espesamento da derme, trata- -se da formação de uma nova rede de vasos sanguíneos, o que contribui para a mudança de cor da pele dentro das estrias.
2017ABE,       J.        B; TOKARSEfeito da carboxiterapia em estrias brancas.LILACSA técnica mostrou-se competente no tratamento de estrias, havendo a redução e minimização da mesma, e melhora do aspecto da pele. Sugerindo uma quantidade maior de sessões.
2016REZENDE, P.P; PINHEIRO, N.M; MENDONÇA, A.C.Recursos terapêuticos para tratamento de estrias de distensão: uma revisão sistemática.SCIELOEste artigo relata que a carboxiterapia estimula a síntese de colágeno e de fibras elásticas e que gera melhora na pressão parcial de oxigênio, com indicação para o tratamento das estrias.
2014MACHADOEmprego da carboxiterapia no manejo do fibro edema gelóide, cicatrizes atróficas e flacidez de pele.LILACSA técnica destacou- se com eficiência no tratamento se sobressaindo na rapidez dos resultados apesar de sua técnica ser invasiva o gás CO2 não é prejudicial a saúde e sua absorção é rápida no organismo.
2013MOREIRA,         J: GIUSTI, H.A fisioterapia dermato funcional no tratamento de estrias: revisão da literatura.LILACSDentre os tratamentos na atrofia linear cutânea em amostras microscópicas, apresentam significância na alteração do aspecto da pele, promovendo o aumento do colágeno com isso traz resultados satisfatórios.

Lokhande e Mysore (2019) na carboxiterapia o gás CO 2 é injetado por via subcutânea a uma profundidade de 5–6 mm nas estrias, em intervalos semanais (dependendo da idade das estrias). Isto estimula a circulação sanguínea e aumenta a libertação de oxigénio através da oxihemoglobina. Também ativa a síntese de colagenase, elastina e ácido hialurônico pela estimulação da função dos fibroblastos.

De acordo com Kolodziejczak, Podgorna e Rotsztej (2018) A prática da carboxiterapia apresenta fatores que podem limitar sua aceitação, e a dor é uma preocupação frequente. Sabe-se que a presença de agulhas pode causar um comportamento negativo, sendo a fobia por agulhas considerada de alta prevalência, podendo impactar no tratamento.

Corroborando com essa narrativa Amanda et al (2020) Indivíduos relataram que

o procedimento é doloroso, categorizaram como uma dor insuportável, mas que com

o decorrer das sessões a dor é amenizada, não invalidando o resultado do tratamento.

Os autores Eccard e Farias (2019) salientam que a carboxiterapia é uma técnica segura e eficaz no tratamento de estrias, apresentando como ponto negativo a ocorrência de dores, o que dificulta a aplicação em alguns pacientes.

No dizer de Rezende, Pinheiro e Mendonça (2016) É importante investigar o mercado de invasivos afim de encontrar mecanismos que minimizam a dor associada a carboxiterapia, na busca de proporcionar o bem estar e conforto clínico ao paciente.

Segundo Reis e Vieira (2018) Os efeitos podem ser notados após a quarta aplicação. O tratamento inicial costuma ser de 10 aplicações até o desaparecimento da lesão, geralmente com frequência de duas a três vezes por semana. Porém, os resultados podem variar de acordo com o protocolo utilizado nas pesquisas, resposta individual e perfil das estrias.

Moreira e Giusti (2013) a carboxiterapia causa inflamação, levando um processo de reparação tecidual que, consequentemente, estimula produção de elastoblastos, através do trauma mecânico da agulha e do gás carbônico. Ainda ressaltou ser um método valioso para o tratamento de estrias, proporciona aumento da espessura da derme ao estimular o rearranjo das fibras de colágeno.

Conforme Eccard e Farias (2019) Essa opção terapêutica tem um alto nível de satisfação do paciente diminuindo visual, tamanho e espessura demonstrando ser uma opção terapêutica segura, tolerável e eficaz, principalmente ao público feminino que são os grupos mais afetados por essa disfunção estética e que buscam constante tratamento para a melhora da aparência da pele.

1.    CONSIDERAÇÕES FINAIS

A estria é uma lesão que se caracteriza pelo rompimento das fibras de colágeno e elastina na derme. Considerado como um problema estético, pode desencadear nos indivíduos problemas de caráter psicológico e emocional, e para que os mesmos se sintam bem com sua aparência, procuram tratamentos estéticos que resolvam seus

problemas de forma eficiente e eficaz. A fisioterapia dermatofuncional dispõe de várias opções de recursos para o tratamento de estrias e, dentre todas as técnicas, esse estudo enfatizou a carbox.

Ela é capaz de minimizar a aparência estriada, diminuindo as cicatrizes de tamanho, melhorando a sua cor, aproximando ao tom mais natural da pele,

devido ao aumento da vascularização local. Os resultados alcançados, proporcionam uma satisfação para os indivíduos devido a melhora do aspecto tecidual, o que eleva a autoconfiança e a qualidade de vida.

REFERENCIAS

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Rebeca Tavares Moraes – Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Fametro1
Rosileide Alves – Professor orientador curso de Fisioterapia do Centro Universitário Fametro2