A INFLUÊNCIA DO FATOR HUMANO NA MITIGAÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS COM O FOCO VOLTADO A FALHA DE COMUNICAÇÃO ENTRE PILOTO E CONTROLADOR DE VOO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102412140929


Frederico Araújo Pena1
Prof. Orientador: Ricardo Leão Correia2


RESUMO

Nos últimos anos, a aviação passou a considerar não só os aspectos técnicos, mas também os fatores humanos, como as falhas de comunicação entre pilotos e controladores de tráfego aéreo, que impactam a segurança operacional. O estudo visa analisar essas falhas e propor estratégias para mitigá-las, baseando-se em uma revisão bibliográfica e análise do treinamento em Corporate Resource Management (CRM), com o objetivo de analisar como falhas de comunicação entre pilotos e controladores de tráfego aéreo podem ser mitigadas para garantir a segurança operacional. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa e descritiva, com base em uma revisão bibliográfica. Foram consultados artigos acadêmicos e relatórios do setor aéreo para identificar as falhas de comunicação mais comuns e seu impacto na segurança de voo. Os dados coletados foram analisados para identificar padrões de erros e propor soluções. A análise dos dados do CENIPA revelou que, nos últimos 10 anos, 32,9% dos incidentes aéreos no Brasil foram causados por fatores humanos, com 14,5% desses incidentes relacionados diretamente à falha de comunicação. Além disso, fatores como fadiga, estresse operacional e barreiras linguísticas foram identificados como agravantes. A pesquisa sugere que o treinamento contínuo em CRM e o uso de novas tecnologias de comunicação, como o CPDLC, podem reduzir a ocorrência de incidentes.

Palavras-Chave: aviação; CRM; fatores humanos; comunicação.

ABSTRACT

In recent years, aviation has started to consider not only technical aspects but also human factors, such as communication failures between pilots and air traffic controllers, which impact operational safety. This study aims to analyze these failures and propose strategies to mitigate them, based on a literature review and an analysis of Corporate Resource Management (CRM) training. The research adopts a qualitative and descriptive approach, grounded in a literature review. Academic articles and aviation industry reports were consulted to identify the most common communication failures and their impact on flight safety. The collected data were analyzed to identify error patterns and propose solutions. Data analysis from CENIPA revealed that, over the past 10 years, 32.9% of air incidents in Brazil were caused by human factors, with 14.5% of these incidents directly related to communication failures. Additionally, factors such as fatigue, operational stress, and language barriers were identified as aggravating factors. The research suggests that continuous CRM training and the use of new communication technologies, such as CPDLC, can reduce the occurrence of incidents.

Key-words: aviation; CRM; human factors; communication.

1  INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a aviação civil ampliou seu foco, passando a considerar para o seu estudo não somente apenas os aspectos técnicos, mas também o impacto dos fatores humanos na segurança operacional. O desenvolvimento de pesquisas voltadas para a compreensão das emoções e pensamentos dos operadores aéreos tornou-se fundamental para evitar falhas que comprometam a segurança (Freitas, 2010).

As habilidades cognitivas e sociais, conhecidas como habilidades não técnicas, são agora reconhecidas como essenciais para complementar o conhecimento técnico, refletindo-se em iniciativas como o Corporate Resource Management (CRM). Este treinamento foi criado a partir da constatação de que, apesar das habilidades técnicas de pilotagem, muitos acidentes ocorriam devido a falhas em habilidades sociais e de comunicação, como apontado pela Civil Aviation Authority (CAA, 2016).

A crescente relevância dos fatores humanos se deve à sua influência direta sobre o comportamento e a cognição das equipes de voo. Segundo Colantuono (2020), o não domínio desses aspectos pode resultar em vulnerabilidades no sistema de segurança ocasionando incidentes, que são o foco deste estudo.

Apesar dos avanços consideráveis na aviação e principalmente na tecnologia embarcada nas aeronaves, o erro humano ainda representa um elemento decisivo na maioria dos incidentes e acidentes na aviação. Nesse contexto, a análise dos fatores humanos, particularmente em aspectos como a comunicação entre membros da tripulação, é essencial para reduzir incidentes e garantir elevados níveis de segurança operacional (Holosna, 2020).

Para CAA (2016) o problema central que motiva este estudo está relacionado à persistente ocorrência de acidentes aéreos devido a falhas humanas, mesmo diante dos avanços tecnológicos e operacionais na aviação. Embora os fatores técnicos continuem sendo críticos para a segurança do voo, a atenção direcionada aos fatores humanos, em especial às falhas de comunicação, revela-se cada vez mais essencial para mitigar riscos.

Segundo Colantuono (2020), a incapacidade de lidar efetivamente com essas falhas de comunicação dentro das tripulações compromete a segurança operacional, evidenciando uma lacuna entre o treinamento técnico e o gerenciamento eficaz de habilidades não técnicas, como a comunicação entre membros da equipe. Embora o CRM tenha sido introduzido para fortalecer essas habilidades, incidentes relacionados à má comunicação ainda persistem, indicando que há necessidade de estudos mais aprofundados sobre o impacto dessas falhas no contexto operacional (Colantuono, 2020). Diante deste contexto, elaboramos a seguinte pergunta: Como as falhas de comunicação entre pilotos e controladores de tráfego aéreo impactam a segurança e a eficiência nas operações de voo?

O objetivo geral do estudo é analisar como falhas de comunicação entre pilotos e controladores de tráfego aéreo podem ser mitigadas para garantir a segurança operacional. Para tal, tem-se os seguintes objetivos específicos: a)Realizar uma revisão bibliográfica para identificar as falhas de comunicação mais comuns entre pilotos e controladores de tráfego aéreo, especialmente nas fases críticas de voo, como decolagem, cruzeiro e pouso; e b) Analisar de que forma o treinamento em Corporate Resource Management (CRM), influencia a comunicação entre pilotos e controladores de voo na prevenção de incidentes aéreos.

Assim, este estudo é relevante para o desenvolvimento de novas estratégias de mitigação e previsão de falhas humanas. Além de contribuir para a segurança operacional, a pesquisa também pode oferecer dados relevantes para a formação e capacitação de profissionais da aviação, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro, eficaz e colaborativo. Ao explorar a interface entre habilidades técnicas e não técnicas, este trabalho busca não apenas reduzir o impacto dos fatores humanos nos incidentes aéreos, mas também aprimorar a gestão da segurança como um todo, alinhando-se às diretrizes globais de segurança aérea.

2  REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo, serão discutidos os aspectos fundamentais para construção deste estudo.

  • A INDÚSTRIA AERONÁUTICA

De acordo com Ferreira (2021), o setor aeronáutico evoluiu em direção à modernidade com a criação do Centro Técnico de Aeronáutica (CTA) em 1947.

Posteriormente, o CTA incorporou o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), voltado para a formação de profissionais altamente qualificados. Com o estabelecimento do Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD) em 1954, o foco passou a ser o desenvolvimento de aeronaves, resultando no projeto e construção do “Bandeirante”, a primeira aeronave desenvolvida no Brasil em 1968 (Ferreira, 2021).

A partir do desenvolvimento do Bandeirante, a Embraer a partir desta aeronave começou a produzir uma série de aeronaves que a levariam a criar a família de jatos comerciais E-Jets a partir do ano de 2000, o que consolidou sua posição de destaque no mercado internacional de aeronaves. A política de parcerias de risco adotada pela empresa, juntamente com o suporte financeiro do governo brasileiro por meio do BNDES e do Banco do Brasil, foi essencial para o sucesso da Embraer no cenário mundial. A combinação de inovação tecnológica, parcerias estratégicas e apoio governamental consolidou a Embraer como uma das líderes globais na indústria aeronáutica (Maculan, 2013).

  • O FATOR HUMANO NA AVIAÇÃO

Para Souza (2023) a aviação, desde seus primórdios, tem enfrentado desafios significativos relacionados a acidentes e incidentes. O fator humano, dado o seu papel central no sistema aeronáutico, é uma área de grande preocupação e estudo. A complexidade da fisiologia humana e a diversidade de fatores que influenciam a tomada de decisões são fundamentais para entender como o “erro humano” contribui para os acidentes aéreos. Os acidentes não podem ser atribuídos a um único fator, mas sim a uma combinação de elementos, sendo o fator humano frequentemente um dos principais contribuintes (Wiegmann, 2003).

No Brasil, a investigação de acidentes aéreos começou com a aviação militar que, inicialmente, focava em encontrar responsáveis pelos acidentes aeronáuticos, sem uma abordagem preventiva sistemática. Atualmente, a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI, 2009) reconhece que o fator humano é a parte mais flexível e valiosa do sistema aeronáutico, mas também a mais suscetível a influências externas que podem prejudicar o desempenho.

Teorias e métodos foram desenvolvidos para explicar as falhas humanas, variando desde interpretações errôneas de manuais até fatores psicológicos como estresse e fadiga.

O modelo SHELL, desenvolvido por Edwards e atualizado por Hawkins, é um dos principais métodos para representar a interação entre o ser humano, a máquina e o ambiente (Ribeiro, 2018). Este modelo conforme a figura 01 abaixo, analisa a influência dos fatores humanos nas operações aéreas e na manutenção de aeronaves, identificando riscos que podem levar a erros humanos.

Figura 01 – Modelo SHELL

Conforme a figura 01, o modelo SHELL de fatores humanos é uma abordagem utilizada na aviação para entender e melhorar a interação entre os componentes humanos e não humanos do sistema operacional. O termo “SHELL” é um acrônimo que representa os quatro elementos principais: Software (procedimentos, manuais, regras), Hardware (máquinas, ferramentas, equipamentos), Environment (ambiente de trabalho, condições físicas) e Liveware (pessoa ou operador). A interação entre esses elementos e o componente humano “Livewareconsiderada o elo central é fundamental para garantir a segurança e eficiência nas operações. O modelo destaca que falhas podem surgir em qualquer uma dessas interações, e, por isso, a gestão e a melhoria dos fatores humanos são essenciais para prevenir incidentes (Ribeiro, 2018).

Outro modelo desenvolvido e para melhor compreensão do fator humano na aviação, é o modelo reconhecido como “queijo suíço”, ou de modelo de REASON, que está ilustrado na Figura 2, onde demonstra como as falhas ativas/passivas colaboram no cometimento do erro humano e culminar em acidentes aéreos (Silva, 2019).

Segundo a figura 02, o modelo REASON é uma teoria de análise de acidentes e segurança que se concentra em como falhas organizacionais e humanas podem se alinhar para causar incidentes. Segundo o modelo, os sistemas complexos são compostos de múltiplas camadas de defesa que impedem a ocorrência de falhas, como normas, procedimentos, tecnologias e treinamento. No entanto, cada uma dessas barreiras contém “furos” (falhas ou vulnerabilidades), e quando esses furos se alinham, permitem que uma falha inicial atravesse todas as camadas, resultando em um acidente. O modelo enfatiza que, para prevenir acidentes, é necessário identificar e corrigir essas vulnerabilidades antes que se alinhem (Silva, 2019).

De acordo com a OACI (2003), o estudo dos fatores humanos considera as capacidades e limitações dos indivíduos em relação ao ambiente de trabalho, às regras e à interação com a máquina e com a equipe. Embora o fator humano continue sendo uma área crítica para a segurança na aviação, a contínua evolução dos estudos e métodos é necessária para acompanhar os avanços tecnológicos e garantir uma abordagem eficaz na mitigação de acidentes (Ribeiro, 2018).

A segurança no tráfego aéreo é uma prioridade global, sendo fundamental para garantir a integridade das operações e a proteção das vidas a bordo. Apesar dos avanços tecnológicos que trouxeram melhorias significativas no desempenho das aeronaves e nos sistemas de controle de voo, a falha humana continua sendo uma das principais causas de incidentes e acidentes aéreos. Esse cenário destaca a importância de uma abordagem mais abrangente e aprofundada sobre os fatores humanos, especialmente no que se refere às falhas de comunicação entre tripulantes e equipes de manutenção (Silva, 2023).

O estudo dos fatores humanos oferece uma compreensão mais detalhada das habilidades cognitivas e sociais necessárias para que as operações aéreas sejam realizadas com eficiência e segurança. A investigação dessas falhas, particularmente aquelas relacionadas à comunicação inadequada ou ineficaz, torna-se relevante, pois elas representam uma vulnerabilidade significativa, mesmo em sistemas tecnologicamente avançados. A adoção e o aprimoramento de programas como o CRM são essenciais, mas a persistência de incidentes sugere que há lacunas na aplicação prática desses treinamentos (Costa, 2004).

  • CORPORATE RESOURCE MANAGEMENT (CRM)

O CRM emergiu como uma solução estratégica para abordar a alta taxa de acidentes aéreos atribuídos a erros humanos. Inicialmente, os treinamentos na aviação eram predominantemente técnicos, dirigidos apenas aos tripulantes e focados exclusivamente nas habilidades operacionais. Contudo, com o aumento dos acidentes aéreos e a descoberta de que muitos deles envolviam falhas humanas, houve uma necessidade crescente de treinamento que abrangesse não apenas aspectos técnicos, mas também habilidades interpessoais e de gestão (Barreda, 2024).

A evolução dos treinamentos em CRM reflete uma mudança paradigmática no foco da segurança aérea. Pesquisas sobre acidentes aéreos revelaram que muitos incidentes estavam relacionados à comunicação e à coordenação ineficazes entre os membros da tripulação (ANAC, 2005). Em resposta, o CRM foi desenvolvido para mitigar o impacto de erros humanos e melhorar a eficiência operacional ao promover uma abordagem mais colaborativa e comunicativa entre todos os membros da tripulação.

O CRM tem a finalidade de desenvolver metodologias que elevem a segurança operacional e a eficácia da equipe de voo. Estudos demonstram que, ao investir no treinamento contínuo e na melhoria das habilidades interpessoais, é possível reduzir significativamente o número de acidentes e incidentes atribuídos a erros humanos (CENIPA, 2005). O treinamento em CRM foca em melhorar a comunicação, a liderança e o

processo de tomada de decisão entre os membros da tripulação, proporcionando um ambiente onde todos podem contribuir para a segurança e eficiência das operações.

O CRM aborda vários aspectos fundamentais para a segurança operacional, como a comunicação clara e objetiva, o desenvolvimento de habilidades de liderança e a melhoria do trabalho em equipe. A eficácia desta ferramenta é amplificada pela capacidade dos tripulantes de adaptar suas decisões e comportamentos para melhorar o desempenho coletivo (CENIPA, 2000).

O impacto do CRM é notável, com evidências mostrando uma redução considerável nos acidentes aéreos devido a uma melhor gestão dos recursos da cabine e uma comunicação mais eficaz entre os membros da tripulação. De acordo com a ICAO (Monteiro, 2009), a falha na comunicação e a falta de entendimento mútuo entre os membros da tripulação foram identificadas como causas frequentes de acidentes. Assim, o CRM se estabelece como uma ferramenta crucial para a melhoria contínua da segurança e da eficácia operacional na aviação (Monteiro, 2009).

Ainda segundo o autor (2009) a comunicação clara e eficiente emerge como um dos pilares mais críticos dentro do CRM, uma vez que a troca de informações entre tripulantes, bem como entre pilotos e controladores de tráfego aéreo, é fundamental para evitar falhas e garantir a segurança operacional.

O acidente do voo Gol 1907, demonstrou como a comunicação entre os fatores contribuintes impactaram diretamente a segurança dos voos. Ocorrido em 2006, envolveu uma colisão no ar entre um Boeing 737-800 da Gol e um jato executivo Embraer Legacy 600 sobre a Floresta Amazônica (Monteiro, 2009). A aeronave da Embraer, estava em um nível de voo incorreto na aerovia, em decorrência da falha na coordenação de comunicação da tripulação da aeronave executiva com o controle de tráfego aéreo, resultando na perda de separação vertical entre as aeronaves e levando à colisão. O incidente teve como um dos fatores contribuintes a falha de comunicação entre o controlador de voo e os pilotos, resultando na morte dos 154 ocupantes do voo da Gol (Monteiro, 2009).

  • COMUNICAÇÃO

A comunicação é um processo fundamental em qualquer área, especialmente na aviação, onde a troca eficaz de informações pode determinar o sucesso das operações e a segurança de voo. De acordo com Chiavenato (2009), a comunicação ocorre quando um transmissor (quem envia a mensagem) passa uma ideia para um receptor (quem a recebe). Esse processo envolve a codificação da mensagem, a escolha do canal, a decodificação e, por fim, o feedback. Um aspecto relevante é o ruído, que consiste nas barreiras que podem dificultar ou distorcer o entendimento da mensagem. A eficácia da comunicação é atingida quando o receptor compreende a mensagem conforme foi emitida, e o feedback confirma essa compreensão (Federal Aviation Administration, 2008). Na aviação, além da comunicação entre pessoas, como entre pilotos durante briefings, há a interação com a máquina, o que acrescenta complexidade ao processo. Esse cenário é bem exemplificado pelo Modelo SHELL, criado por Edwards em 1976 e adaptado por Hawkins, que descreve quatro interfaces principais: Liveware (humano), Software (suporte lógico), Hardware (máquina), e Environment (ambiente). Essas interfaces interagem constantemente, sendo que a comunicação é o meio central de adaptação entre o piloto e esses elementos (Fiaco et al. 2015).

Ainda segundo o autor (2015) a comunicação eficaz desempenha um papel crucial na prevenção de erros e acidentes na aviação. Ferramentas como o Flight Hazard Analysis (FHA) e o CRM são diretamente ligadas à melhoria desse processo, especialmente no que diz respeito à mitigação de riscos e aumento da segurança de voo. O FHA, por exemplo, identifica e avalia potenciais perigos durante as operações aéreas, focando nas vulnerabilidades da comunicação que podem resultar em falhas críticas. Integrar práticas de CRM com o FHA fortalece a capacidade das tripulações de antecipar e responder a situações adversas, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e colaborativo.

O CRM, que foca na gestão eficaz de todos os recursos disponíveis, incluindo a comunicação entre membros da tripulação e a interação com o ambiente, está diretamente relacionado ao modelo SHELL. Ele enfatiza a importância de uma comunicação clara e sem ruídos nas interfaces Liveware-Liveware e Liveware- Hardware, ajudando a evitar erros de interpretação, tomada de decisão inadequada e falhas operacionais. Ao promover uma cultura de comunicação aberta e assertiva, tanto o CRM quanto o FHA atuam para mitigar riscos, minimizando o impacto de fatores humanos nos incidentes e acidentes aéreos (SILVA, 2023).

Flight Hazard Analysis (FHA)

O Flight Hazard Analysis (FHA) é um processo sistemático utilizado na aviação para identificar, avaliar e mitigar potenciais riscos e perigos que possam ocorrer durante as operações de voo. Esse processo faz parte do sistema de segurança operacional das aeronaves e tem como objetivo prever possíveis situações perigosas antes que estas se concretizem. O FHA considera vários fatores de risco, como falhas técnicas, condições meteorológicas, procedimentos de navegação, e, essencialmente, a comunicação entre os pilotos e o controle de tráfego aéreo. Esse processo é realizado principalmente nas fases iniciais do projeto de sistemas de voo, quando engenheiros e especialistas de segurança conseguem identificar e categorizar os perigos que possam comprometer a segurança (SAE, 1996).

O funcionamento do FHA inclui etapas como a análise das operações planejadas, a identificação de perigos associados e a avaliação dos efeitos potenciais de cada perigo na segurança do voo. Cada risco identificado é avaliado de acordo com sua gravidade e probabilidade de ocorrência, levando a uma classificação que orienta as medidas de mitigação necessárias. Um fator central nessa análise é a comunicação entre piloto e controlador, já que muitas das situações de risco se originam de falhas ou mal-entendidos nessa interface. Ao prever situações de falha na comunicação, o FHA possibilita o desenvolvimento de protocolos mais claros, redundâncias nos sistemas de comunicação e treinamentos específicos para pilotos e controladores, minimizando a probabilidade de erros (SAE, 1996).

A relevância do FHA para a comunicação entre piloto e controlador de voo é significativa, pois ele contribui para o aprimoramento dos padrões de comunicação e dos sistemas envolvidos. Ao identificar onde e como podem ocorrer falhas de comunicação, as equipes de segurança podem implementar estratégias para assegurar que as informações transmitidas sejam sempre compreendidas e confirmadas corretamente, mesmo em situações de estresse ou de tráfego elevado. Assim, o FHA desempenha um papel essencial na melhoria da segurança operacional, reduzindo a possibilidade de acidentes decorrentes de falhas comunicativas e aumentando a eficiência e a confiabilidade das operações aéreas (SAE, 1996).

3  PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O foco deste capítulo é a apresentação dos meios metodológicos utilizados para desenvolver a pesquisa, também são relatados os caminhos para a realização de cada procedimento utilizado para obter as informações e chegar no resultado.

  • PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS UTILIZADOS

Este estudo pode ser classificado como qualitativo descritivo. Quanto aos procedimentos técnicos é de cunho bibliográfico, visto que é desenvolvido a partir de materiais já publicados.

A revisão de literatura, ou revisão bibliográfica, tem duas finalidades principais: contextualizar o problema de pesquisa e analisar as soluções apresentadas na literatura consultada. Os resultados e discussões serão baseados em uma pesquisa bibliográfica composta por artigos relevantes (Mattar, 2021). Para alcançar os objetivos, foi realizada uma busca sistemática da literatura, como será demonstrado nos resultados.

4  RESULTADOS E DISCUSSÃO

A tabela 01 apresenta dados fornecidos pelo CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos3) que se referem a acidentes e incidentes ocorridos em território brasileiro nos últimos 10 anos. Esses dados englobam o número total de ocorrências, aquelas diretamente relacionadas a fatores humanos, e, em especial, os eventos em que a falha de comunicação entre pilotos e controladores de voo foi um fator preponderante. O destaque para as falhas de comunicação é fundamental, uma vez que esses eventos representam um ponto crítico na mitigação de acidentes aeronáuticos.

Tabela 01 – Acidentes em solo brasileiro nos últimos 10 anos

CategoriaNúmero de Ocorrências
Total de ocorrências8066
Ocorrências por fator humano2653
Ocorrências de falha de comunicação386

Fonte: CENIPA, 2024.


3 Disponível em: https://www2.fab.mil.br/cenipa/index.php/estatisticas. Acesso em setembro de 2024.

A análise dos dados da Tabela 01 acima, revela um panorama preocupante sobre os desafios de segurança enfrentados pela aviação brasileira no que se refere à interação humana. Das 8.066 ocorrências registradas nos últimos 10 anos, 2.653 (32,9%) são atribuídas a fatores humanos, o que reforça o impacto do erro humano no cenário de segurança operacional. Entre esses fatores, destaca-se a falha de comunicação, que contribuiu diretamente para 386 ocorrências, representando 14,5% dos casos relacionados a fatores humanos. Esse percentual revela um número alarmante, considerando que, no contexto aeronáutico, a comunicação eficiente é essencial para a operação segura e coordenada entre pilotos e controladores de voo. A falha de comunicação não apenas compromete a clareza nas instruções e nas respostas, como também pode agravar situações críticas, levando a interpretações equivocadas de dados, perda de consciência situacional e, em última análise, aumentando o risco de acidentes.

As falhas de comunicação entre pilotos e controladores de voo são um dos principais fatores de risco em acidentes e incidentes aeronáuticos, especialmente em cenários complexos e de alta carga de trabalho. De acordo com Leal et al. (2019), cerca de 80% dos acidentes aéreos estão relacionados a fatores humanos, e a comunicação deficiente ocupa uma posição central nesses eventos, principalmente entre membros de diferentes setores da aviação, como pilotos e controladores. Esses erros podem ter origens diversas, incluindo fadiga, estresse operacional, diferenças linguísticas e culturais, e o uso inadequado de fraseologia padrão. Abaixo, será detalhado esses fatores e sua relevância para a mitigação de acidentes.

  • FADIGA E ESTRESSE OPERACIONAL

A fadiga é um dos principais problemas que afetam tanto pilotos quanto controladores de voo, especialmente em operações de longa duração e com múltiplos turnos. De acordo com uma pesquisa conduzida por Caldwell e Caldwell (2018), a fadiga em tripulantes e controladores pode reduzir significativamente a capacidade cognitiva, afetando diretamente a precisão na comunicação. O estudo destaca que, com o aumento do cansaço, a capacidade de processar informações complexas diminui, o que aumenta o risco de mal-entendidos e erros operacionais.

Além disso, Jones et al. (2020) relatam que o estresse crônico ou intenso afeta a clareza mental e a rapidez na tomada de decisões, resultando em uma diminuição da qualidade da comunicação. Sob condições de estresse, tanto pilotos quanto controladores podem omitir informações cruciais ou transmitir dados incorretos, o que pode levar a confusões ou colisões, especialmente em situações críticas de voo. Um exemplo prático disso foi o acidente de Tenerife, em 1977, onde a pressão e o estresse sobre os controladores de voo e a tripulação resultaram em uma comunicação inadequada, levando a um dos maiores desastres da história da aviação.

Segundo Goode (2021), o uso de práticas de gerenciamento da fadiga, como a rotação de turnos e a limitação das horas de voo e controle, pode ser uma das estratégias mais eficazes para mitigar o impacto da fadiga e estresse na comunicação. Além disso, treinamentos que simulam cenários de alta pressão permitem que os profissionais aprimorem suas habilidades de comunicação sob estresse, reduzindo a probabilidade de falhas críticas.

  • DIFERENÇA CULTURAL E LINGUÍSTICA

A aviação é uma indústria internacional, e pilotos e controladores de voo muitas vezes precisam se comunicar em um ambiente multicultural, onde o inglês, apesar de ser a língua oficial da aviação, nem sempre é a língua materna dos envolvidos. Essa barreira linguística pode contribuir para mal-entendidos críticos. Mathew et al. (2019) investigaram o impacto da competência linguística na comunicação piloto-controlador e descobriram que mesmo pequenas variações na entonação, pronúncia ou velocidade de fala podem levar a erros interpretativos que afetam a segurança do voo.

Além disso, Kim e Elder (2019) abordam as diferenças culturais no contexto da aviação, enfatizando que a forma como as instruções são interpretadas pode variar de acordo com a cultura do profissional. Em algumas culturas, há uma propensão a evitar o confronto ou questionamento de figuras de autoridade, o que pode levar a uma aceitação cega de instruções incompreendidas. Isso é especialmente relevante quando pilotos ou controladores sentem hesitação em buscar esclarecimentos adicionais por medo de serem vistos como incompetentes ou conflituosos.

A pesquisa de Bieswanger (2020) complementa essa discussão ao afirmar que a adoção de treinamentos de comunicação intercultural é crucial para melhorar a eficácia da comunicação em ambientes aeronáuticos. Esses treinamentos ajudam a sensibilizar os profissionais para as variações linguísticas e culturais e incentivam a utilização de frases simples e objetivas, minimizando o risco de mal-entendidos.

  • USO INADEQUADO DO PADRÃO LINGUÍSTICO

A fraseologia padrão foi desenvolvida para garantir que a comunicação na aviação seja clara e concisa, reduzindo o risco de interpretações errôneas. No entanto, o não cumprimento adequado dessa padronização tem sido identificado como um dos principais fatores de falha na comunicação entre pilotos e controladores de voo. De acordo com Fraser (2019), muitas vezes, pilotos e controladores, devido à familiaridade ou pressões temporais, podem utilizar linguagem coloquial ou abreviações que não são amplamente aceitas ou compreendidas por todos os envolvidos. Isso gera ambiguidade, especialmente em operações com múltiplas aeronaves em uma mesma frequência de comunicação.

Estudos realizados por Helmreich et al. (2018) mostraram que a falta de aderência à fraseologia padrão está diretamente relacionada a incidentes em que as instruções não foram entendidas corretamente, resultando em eventos como invasão de pista, aproximações instáveis e falhas na separação de tráfego aéreo. Os autores também sugerem que treinamentos mais rigorosos e constantes no uso da fraseologia padronizada, assim como uma cultura de checar e repetir (read-back4), podem ajudar a minimizar esses erros.

Além disso, Morrow e Rodvold (2021) destacam que a modernização dos sistemas de comunicação, como o uso do Controller-Pilot Data Link Communications (CPDLC), que permite a troca de mensagens textuais padronizadas, tem o potencial de reduzir os erros associados à fraseologia. No entanto, o estudo também alerta que a transição do sistema de rádio para o CPDLC requer treinamento intensivo para garantir que pilotos e controladores estejam aptos a utilizar a tecnologia de maneira eficaz e sem introduzir novos erros.


4 Read-back é o procedimento em que o piloto repete as instruções recebidas do controlador de voo para confirmar o entendimento correto e evitar erros de comunicação.

5  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo buscou analisar as falhas de comunicação entre pilotos e controladores de tráfego aéreo, abordando suas implicações na segurança e eficiência das operações de voo. Ao longo da pesquisa, foi possível identificar que as falhas de comunicação continuam sendo um dos principais fatores de risco em incidentes e acidentes aeronáuticos, apesar dos avanços tecnológicos e das iniciativas de treinamento como o CRM.

O objetivo geral foi alcançado, pois demonstramos a necessidade urgente de abordar e mitigar essas falhas de comunicação para aprimorar a segurança operacional na aviação. Os dados analisados revelaram que, das 8066 ocorrências de incidentes e acidentes registrados nos últimos 10 anos, 32,9% se deveram a fatores humanos, sendo 14,5% atribuídos a falhas de comunicação entre pilotos e controladores de voo, reforçando a importância desse fator de risco.

Quanto aos objetivos específicos, também foram atingidos. A pesquisa permitiu uma identificação clara dos principais tipos de falhas que ocorrem, principalmente durante as fases críticas de voo, como decolagem, cruzeiro e pouso. A literatura revisada, incluindo dados do CENIPA e estudos de caso, evidenciou que problemas relacionados à fadiga, estresse operacional, barreiras linguísticas e o uso inadequado do padrão de fraseologia são os tipos mais recorrentes de falhas. Estes insights indicam quais áreas necessitam de maior atenção no treinamento e na supervisão contínua dos profissionais de aviação.

O objetivo de analisar a documentação sobre o treinamento em CRM foi atingido por meio da avaliação de documentos que detalham o CRM e seu impacto na melhoria das habilidades não técnicas. O estudo demonstrou que, embora o CRM seja amplamente reconhecido como essencial para melhorar a comunicação e a cooperação entre a equipe de voo, as falhas de comunicação ainda persistem. Essa constatação sugere a necessidade de revisitar e aprimorar as metodologias de treinamento, com foco em cenários de alta pressão, fadiga e diferenças culturais e linguísticas.

Ao detalhar os fatores que contribuem para essas falhas, como fadiga, estresse operacional, diferenças culturais e linguísticas, e o uso inadequado de fraseologia padrão, o estudo fornece uma base para futuras pesquisas e intervenções na área. A análise evidencia que, para promover um ambiente operacional mais seguro, é essencial que a indústria da aviação não apenas reconheça a importância das habilidades não técnicas, mas também implemente estratégias eficazes de treinamento e gestão que integrem esses aspectos no cotidiano das operações aéreas.

Recomenda-se que as companhias aéreas e órgãos reguladores invistam em programas de formação que enfatizem a comunicação eficaz em contextos de alta pressão e diversidade cultural. A adoção de treinamentos regulares que incluam simulações de cenários críticos, práticas de gerenciamento da fadiga e estresse, e o reforço do uso adequado da fraseologia padronizada, são fundamentais para reduzir as lacunas identificadas na pesquisa.

Além disso, a implementação de novas tecnologias, como o Controller-Pilot Data Link Communications (CPDLC), deve ser acompanhada de um treinamento abrangente, garantindo que os operadores estejam preparados para utilizar essas ferramentas de forma eficaz, minimizando os riscos associados à comunicação.

Em suma, as considerações finais deste estudo não apenas confirmam a relevância do tema, mas também destacam a necessidade de ações concretas para aprimorar a comunicação na aviação, contribuindo para a segurança operacional e a eficiência nas operações de voo. A contínua investigação sobre este tema será essencial para garantir que a aviação não apenas avance tecnicamente, mas também evolua em sua compreensão e aplicação dos fatores humanos, promovendo um futuro mais seguro para todos os envolvidos no setor aéreo.

REFERÊNCIAS

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1 Graduando em Tecnologia Em Transporte Aéreo

2 Graduado em Direito, Pós Administração Pública UNISUL 2007 Email: cmtleao@gmail.com