A INFLUÊNCIA DA PRÁTICA REGULAR DA ATIVIDADE FÍSICA NA PREVENÇÃO E CONTROLE DAS PRINCIPAIS PATOLOGIAS EM IDOSOS 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202410310010


Jercivalda Da Anunciação Oliveira
Leonardo De Lima Braga
Neemias Silva Gonzaga Do Sacramento
Orientador: Graciely Lima Ferraz Da Silva


RESUMO: O presente artigo tem como objetivo discutir a respeito da prática de atividade  física na prevenção e controle das principais patologias em idosos. A população idosa vem  aumentando a cada dia, o que se atribui a uma maior expectativa de vida, provavelmente,  relacionada a um melhor controle de doenças crônicas. O envelhecimento vem acompanhado  de uma série de efeitos nos diferentes sistemas do organismo, o que de uma certa forma  diminui a aptidão e a performance física. Para que essas pessoas tenham uma boa qualidade  de vida, se faz necessário uma mudança na estrutura social desses indivíduos. Através de seus  inúmeros benefícios, a atividade física e a prescrição individualizada são fatores importantes  na promoção e prevenção da saúde dos idosos. Além de servir na prevenção das doenças  próprias dessa idade (hipertensão arterial, osteoporose, diabetes mellitus etc.), melhora  consideravelmente a qualidade de vida e sua independência. 

Palavras-chave: Idoso, Atividade, Física, Saúde, Doenças, Benefícios.  

ABSTRACT: The present article aims to discuss the practice of physical activity in the  prevention and control of major pathologies in the elderly. The elderly population is increasing  every day, which is attributed to a higher life expectancy, probably related to better control of  chronic diseases. Aging is accompanied by a series of effects on different body systems, which  in some way decrease fitness and physical performance. For these people to have a good quality  of life, a change in their social structure is necessary. Through its numerous benefits, physical  activity and individualized prescription are important factors in promoting and preventing the  health of the elderly. In addition to preventing diseases typical of this age (hypertension,  osteoporosis, diabetes mellitus etc.), it considerably improves quality of life and independence. 

Keywords: Elderly, Physical, Activity, Health, Diseases, Benefits

INTRODUÇÃO  

Diversos estudos comprovam os benefícios da atividade física para a saúde. No entanto,  cada vez menos pessoas praticam atividades físicas, e isso se deve a avanços da tecnologia que  eliminou quase completamente a necessidade de esforço físico na vida diária.  

Esses estudos demonstram que indivíduos fisicamente ativos não apenas vivem mais  tempo do que indivíduos sedentários, como vivem com melhor qualidade de vida e menos  doenças (REZENDE et al., 2014, CHAU et al., 2014). 

Isso é confirmado quando observamos indivíduos que ao longo da vida tiveram uma  rotina equilibrada, ativa e saudável e chegaram na terceira idade. Hoje com os avanços da  tecnologia, um aumento da consciência da população sobre os cuidados com a saúde, a parcela  da população idosa cresceu em todo mundo, inclusive aqui no brasil. Projeções indicam que  até 2050 o número de idosos ultrapasse os 30% da população do Brasil. O que traria novos e  grandiosos desafios na condução de políticas públicas para cuidar dessa população. 

O envelhecimento populacional é um fenômeno global que reflete o sucesso das  políticas de saúde pública e o avanço da medicina, resultando em uma maior expectativa de  vida. Este processo traz consigo importantes transformações sociais, econômicas e políticas.  Com uma parcela maior da população vivendo mais, há um aumento na demanda por serviços  de saúde especializados, adaptações nas políticas de previdência e assistência social, e uma  necessidade crescente de considerar os idosos em planejamentos urbanos (MESQUITA et al,  2005).  

A promoção do envelhecimento ativo e saudável é essencial para que os idosos possam  contribuir ativamente para a sociedade, promovendo uma visão mais positiva da terceira idade.  A participação dos idosos na sociedade não deve ser vista apenas como um desafio, mas como  uma oportunidade para enriquecer a sociedade com sua experiência e sabedoria. Portanto, o  envelhecimento populacional não é apenas uma questão demográfica, mas um indicador de  progresso e um convite para tirar os indivíduos de uma rotina sedentária, com uma rotina ativa  e saudável (MESQUITA et al, 2005).  

Atualmente o sedentarismo é considerado um grave problema de saúde pública. Uma  das maneiras de lidar com esse problema é por meio da manutenção de um nível mínimo de  condicionamento físico. No entanto, o condicionamento físico é geralmente associado apenas  aos atletas, sendo que na verdade todos devem ter um nível adequado de condicionamento para  melhorar a qualidade de vida e ter uma vida mais saudável.

Inúmeras pesquisas divulgadas pela comunidade científica demonstraram que a falta de  atividade física e a adoção de um estilo de vida sedentário causam sérios prejuízos à saúde e  podem, inclusive, ser considerados um problema de saúde pública (HASKELL et al., 2007;  SALMON et al., 2011; EDWARSON et al., 2012). 

Ao contrário, quando adotamos um estilo de vida onde a atividade/exercício físico faz  parte de nossa rotina diária, colhemos resultados positivos que conduzirão a um bem-estar físico, social e mental melhor ao longo da vida adulta chegando a terceira idade mais preparados  para os desafios que serão impostos. 

A realização de estudos científicos sobre a prática de atividade física para idosos podem  ajudar a compreender quais serão os benefícios e as melhores abordagens para essa faixa etária.  Pesquisas podem indicar quais são os melhores exercícios para melhorar a força muscular, a  flexibilidade, a capacidade cardiovascular e a saúde mental dos idosos.  

Estudos também podem apontar quais as estratégias mais eficazes para incentivar a  participação dos idosos em atividades físicas, o que é de muita importância, considerando que a  taxa de inatividade física nessa população é bastante relevante. Portanto, a pesquisa científica  ajuda a preencher lacunas de conhecimento, orientando políticas públicas e práticas  profissionais para apoiar um envelhecimento ativo e saudável. 

MÉTODOS  

Foram realizadas pesquisas de revisão literária, através de publicações disponíveis nos  bancos de dados das plataformas digitais como Google Acadêmico, SciELO, National Library  of Medicine, entre outros. A pesquisa foi direcionada pelo uso de palavras-chave como  “idoso/elderly, atividade física/physical activity, benefícios/benefits, doenças crônicas/chronic illnesses, condicionamento físico/physical conditioning

Os artigos que se encontram na língua inglesa, foram traduzidos utilizando a  ferramenta de tradução do buscador Google. 

Como critérios de inclusão, foram selecionados artigos científicos completos e de  revisão de literatura, gratuitos, publicados nos idiomas inglês e português que abordavam o  tema proposto. Foram selecionadas 23 referências bibliográficas e 4 estudos científicos. Todo o  material foi submetido a leitura criteriosa pela equipe, para a coleta de dados. Todos esses dados  foram utilizados na confecção do referencial teórico, dispostas nas categorias que compõem  esse trabalho. 

Tabela 1, elencando sobre as referências e suas origens nas plataformas digitais. 

DEFINIÇÃO DE ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO FÍSICO

Atividade física e exercício físico possuem o mesmo significado? Embora em muitos  casos sejam utilizados como sinônimos, as duas expressões possuem características diferentes.  Caspersen et al. define atividade física como qualquer movimento corporal produzido  pelos músculos esqueléticos que resulta em gasto de energia. Essas atividades podem ser  categorizadas em atividades ocupacionais, esportivas, condicionantes, domésticas ou outras (CASPERSEN et al., 1985). Exemplo: Passear com o cachorro, subir as escadas, ir ao mercado  de bicicleta, limpar a casa etc. 

Já o exercício físico é uma atividade que é planejada, estruturada e repetitiva e tem como  objetivo final a melhoria ou manutenção da aptidão física (CASPERSEN et al., 1985).  Exemplo: treino de musculação na academia, treino de atleta para competições etc. 

ENVELHECIMENTO E ATIVIDADE FÍSICA 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define “idoso” como o indivíduo com 60 anos  de idade ou mais em países desenvolvidos, e no caso do Brasil, com 65 anos ou mais. Entre  2015 e 2030 o número de pessoas no mundo com idade igual ou superior a 60 anos deverá  crescer 56%, passando de 901 milhões para 1,4 bilhões. Até 2050, a população global de  pessoas idosas deverá aumentar mais do que o dobro, atingindo quase 2,1 bilhões de pessoas (OMS). 

Kramer et al., inferem que o processo de envelhecimento está associado a diminuição das capacidades motoras, como a força, flexibilidade, velocidade, agilidade, equilíbrio, redução  das capacidades cognitivas e psicológicas, dificultando a realização das atividades diárias e um estilo de vida saudável. Além disso, os efeitos de longos anos de vida geralmente envolvem  aumento da incidência de doenças crônicas (KRAMER et al., 2004). 

Picoli et al., discorrem que o envelhecimento provoca uma série de alterações na  composição corporal. A idade resulta em um aumento na massa de gordura corporal,  especialmente na região abdominal, e diminui a massa corporal magra como resultado das  perdas da massa muscular esquelética. O termo sarcopenia é usado para definir essa perda de  massa muscular ocorre fisiologicamente com o envelhecimento (PICOLI; FIGUEIRERO;  PATRIZZI, 2011; ZIAALDINI et al., 2017). 

A partir dos 40 anos perde-se 0,5% da força ao ano, aumentando para 1% ao ano a partir  dos 55 anos e podendo chegar a 2% aos 65 anos. Aos 50 anos, em geral perde-se 10% da massa  muscular máxima. A partir dos 50 anos a perda acelera e a massa muscular diminui 15% por  década entre os 60 e 70 anos e mais de 30% na acima dos 80 anos de idade.  

Além da força muscular, a flexibilidade, o equilíbrio e a densidade óssea também  diminuem. No entanto, o nível de perda muscular pode ser atenuado de acordo com vários  fatores, como a genética e, principalmente, o nível individual de atividade física (RAHL, 2010,  SILVA et al., 2006). 

Embora a perda de massa muscular seja um processo natural, pesquisas científicas  mostram que o exercício físico pode atenuar de forma significativa esse processo e combater  suas consequências debilitantes. Existem evidências que demonstram que a prática regular de  exercício físico é capaz de retardar as mudanças fisiológicas do envelhecimento; diminuir a  perda de massa óssea e muscular; aumentar a força, coordenação e equilíbrio; reduzir a  incapacidade funcional e aumentar a longevidade, bem como, também à redução de fatores de  risco cardiovasculares (ACSM, 2009; SINGH, 2002). 

Para Cheik et al., o exercício físico é capaz de promover o bem-estar psicológico;  diminuindo a intensidade de pensamentos negativos e o risco de desenvolver depressão, além de  melhorar o humor e, consequentemente, a qualidade de vida (CHEIK et al., 2003). 

FATORES QUE INFLUENCIAM A ADESÃO NA POPULAÇÃO IDOSA

A) FATORES INDIVIDUAIS 

Para Silva et al., a prática da atividade física por idosos é multifatorial, que pode tanto  facilitar quanto dificultar a adesão e manutenção do idoso na prática do exercício físico, o que  é essencial para a saúde e bem-estar. Para os autores está entre esses fatores: as atitudes em relação à atividade física, a crença na própria capacidade de ser ativo e o conhecimento de  oportunidades para se exercitar no dia a dia (SILVA et al. 2006).  

Outro fator elencado pelos autores é a orientação médica. O conselho de um médico  de confiança tem demonstrado influência dos idosos na prática da atividade física. No Brasil  58% dos idosos começaram a praticar atividade física após consultarem com algum médico.  Além disso, a saúde, o prazer e a sociabilidade emergem como fatores motivacionais  significativos, sugerindo que a integração social e a satisfação pessoal são componentes  importantes para a continuidade da atividade física na terceira idade (SILVA et al. 2006). 

B) FATORES SOCIAIS  

O apoio social de familiares e amigos é fundamental, pois a presença de companhia e  incentivo pode aumentar significativamente a motivação para a prática regular de exercícios.  Além disso, a integração em grupos de atividade física proporciona uma oportunidade para  socialização e construção de uma rede de apoio, o que é benéfico para a saúde mental e  emocional dos idosos (PADOIN et al., 2010).  

Padoin et al., elenca outro aspecto importante, que é o acesso a espaços adequados e  seguros para os idosos fazerem os exercícios. Podemos citar os parques, centros de recreação, clubes e academias que são essenciais para promover a adesão a um regime de atividade física.  

O idoso requer cuidados especiais e devem estar sempre orientados por um médico, e  também por um profissional de educação física qualificado. Por fim, políticas públicas que  promovam a saúde e o bem-estar dos idosos, incluindo a criação de programas de atividade  física acessíveis (PADOIN et al., 2010). 

C) DIFICULDADES ENFRENTADAS 

Os idosos enfrentam diversas barreiras para a adesão à prática de atividades físicas,  sendo algumas das mais comuns as limitações físicas, como doenças, dor ou lesões, que podem  desencorajar a participação em exercícios regulares. Além disso, questões como falta de  segurança, medo de cair ou se machucar, e até mesmo a percepção de já serem suficientemente  ativos, são fatores que contribuem para a inatividade (PADOIN et al., 2010). 

Outras barreiras incluem a falta de disposição, excesso de cuidado por parte da família,  exercícios físicos inadequados, e até aspectos sociais como o casamento e o cuidado com os  netos. É importante que programas de atividades físicas para idosos considerem essas barreiras e busquem formas de facilitar a participação, promovendo ambientes seguros e exercícios  adaptados às necessidades individuais, para que possam desfrutar dos benefícios da atividade  física para a saúde e bem-estar (SILVA et al. 2006). 

DOENÇAS CRÔNICAS  

A atividade física regular vem sendo analisada há bastante tempo como uma grande  importância no dia a dia dos idosos. Há indicativo de que os exercícios físicos atuam  diretamente para reduzir a incidência de doenças crônicas a longo prazo. Diante disso, alguns  modelos e programas de promoção à saúde associados à atividade física estão sendo aplicados  como estratégia barata para promover a saúde, aprimorando a saúde física, mental e social, e  reduzindo custos no setor econômico (ARAÚJO; GONÇALVES, 2016). 

Segundo De Neto Melo et al, (2017) as doenças mais comuns em idosos, destacam-se a  cardiovasculares que podem influenciar negativamente a qualidade de vida e expandir o risco  de óbito, podendo extrapolar os custos na saúde pública e privada. As doenças cardiovasculares  podem ser classificadas como qualquer doença que impacta o sistema circulatório, com  etiologias multifatoriais e complexas. Além disso, a existência de fatores de risco aumenta  exponencialmente o desenvolvimento e piora clínica das cardiopatias.  

A) HIPERTENSÃO ARTERIAL 

A hipertensão arterial é uma doença classificada pelos níveis pressóricos elevados,  associados a alterações metabólicas e hormonais, assim como a fenômenos nutricionais  (hipertrofia cardíaca e vascular). Além do mais, é uma doença que pode ser detectada  essencialmente pela aferição da pressão arterial, tornou-se um grave problema de saúde pública  no Brasil devido à sua expansão, isto é, aumento significativo do número de pacientes  acometidos (MION, 2020)  

Mion, (2020) ressalta que o sintoma mais comum da hipertensão é o aumento da pressão  arterial, que provoca desconfortos físicos, como, palpitações, tremores, fadiga, formigamento  nos membros inferiores e superiores, dores de cabeça e visão turva, entres outros sintomas,  sendo capaz de levar ao acidente vascular cerebral, com consequências irreversíveis. Nos  idosos, é apontada uma das mais importantes causas de morbimortalidade prematura devido à  sua elevada prevalência e por constituir um fator de risco relevante para complicações  cardiovasculares.

B) DIABETES MELLITUS 

O diabetes mellitus é uma doença crônica que afeta cerca de 3% da população mundial,  com perspectiva de aumento até 2030, e tem sua procedência dado o envelhecimento  populacional. Em 2015, a Federação Internacional de Diabetes (IDF, em inglês) estimou que  um em cada 11 adultos entre 20 e 79 anos tinha diabetes tipo 2. O diabetes mellitus ocupa a  nona posição entre as doenças que causam perda de anos de vida saudável (MUZY;  EMMERICK; SCHRAMM, 2021). 

De acordo com Muzy et al, (2021) o diabetes no Brasil é considerado um  importante problema de saúde pública. Neste caso, aponta as suas principais complicações, nas  quais podemos citar; neuropatia, retinopatia, cegueira, pé diabético, amputações e nefropatia. 

C) OSTEOPOROSE 

A osteoporose é uma doença crônica que é um problema de saúde pública que atinge  principalmente as pessoas com idade mais avançada. Além dessa faixa etária, as mulheres  também apresentam maior probabilidade de desenvolver após a menopausa (ARAÚJO;  GONÇALVES, 2016). 

Araújo e Gonçalves, (2016) ressalta ainda que é um problema causado por uma alteração  na massa óssea. Considerada grave quando além dessa alteração, há possibilidade também de  haver uma fratura prévia. A perda dessa massa óssea compromete a microarquitetura do osso.  Na prática clínica, a osteoporose é quando a densidade mineral óssea apresenta um desvio  padrão de 2,5 ou inferior, quando comparado a um adulto jovem do mesmo sexo (T-score). 

D) DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS 

Segundo Da paz et al, (2021) doenças neurodegenerativas correspondem a moléstias  causadas pela perda progressiva de neurônios nas estruturas do sistema nervoso, resultando em  alterações funcionais gradativas. O desencadeamento de tais doenças pode ocorrer por diversos  fatores como distúrbios genéticos, anormalidades proteicas, estresse oxidativo e exposição a  substâncias tóxicas. Caracterizam-se como sendo incuráveis, debilitantes, de início insidioso e  progressão crônica, além de apresentarem altas taxas de mortalidade e podem causar grandes  perturbações comprometimentos físicos quanto cognitivo, o que levam a morte do indivíduo.

Em comum, tais doenças compartilham a perda de neurônios e a presença de proteínas  mal enoveladas em áreas cerebrais. Além do mais, a crescente prevalência das doenças  neurodegenerativas se deve, em parte, ao aumento da expectativa de vida, concomitante ao  envelhecimento populacional. O envelhecimento consiste em um processo natural  caracterizado por diversas mudanças que ocorrem em todo o organismo, sendo o principal fator  de risco para as doenças crônicas, o que culmina por gerar então uma estreita relação entre o  avanço da idade e o surgimento de tais patologias (DA PAZ ET AL, 2021). 

BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA A POPULAÇÃO IDOSA

A prática regular de exercício físico é um dos pilares para a saúde do indivíduo. A partir  dessa relação, existem guias de recomendação de exercícios para a população de forma geral.  Em 2008, o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM, 2008) em conjunto com os  Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA e os Institutos Nacionais de  Saúde emitiram um guia de referência sobre atividade física e saúde. 

O principal objetivo deste guia é esclarecer, o volume e a intensidade da atividade física  necessária para melhorar a saúde, reduzir os riscos de doenças crônicas e diminuir a mortalidade  prematura. 

A) BENEFÍCIOS FÍSICOS  

Segundo Harati et al., a realização de atividades físicas na frequência e intensidade  recomendadas pelo Guia de 2008 trazem os seguintes benefícios físicos: melhora na capacidade  cardiovascular e respiratória, redução da gordura corporal, redução da inflamação, melhora da  saúde óssea, melhora das funções cognitivas, bem como, reduzem os riscos de mortalidade  prematura, doença cardiovascular, aterosclerose, hipertensão, acidente vascular cerebral,  osteoporose, diabetes tipo 2, síndrome metabólica, obesidade, câncer de cólon, câncer de mama,  quedas na função cognitiva e outros (HARATI; HADAEGH; MOMENAN, 2010; SHIROMA  et al., 2002). 

B) BENEFÍCIOS PSICOLÓGICOS 

Segundo o autor Piercy et al., além da prevenção de doenças, o exercício regular  promove diversos outros benefícios como a melhora da qualidade do sono, da sensação de bem estar, da saúde mental e emocional e na realização de tarefas diárias. Estudos demonstram que a prática regular de atividade física reduz níveis de ansiedade, depressão e outras doenças  associadas (PIERCY et al., 2018). 

Aspectos cognitivos como memória, atenção, capacidade de planejar, organizar, iniciar  tarefas e controlar emoções, além do desempenho acadêmico, também são melhorados com a  prática de exercícios físicos (HEYN et al. 2004). Isso é ainda mais importante quando nós  tratamos da população idosa, onde foi confirmado que a prática de qualquer atividade física é  importante protetor contra o declínio cognitivo e demência em indivíduos idosos (LAURIN et  al., 2001). 

Além de melhorar a qualidade de vida, a prática regular de atividade física oferece a  oportunidade de se divertir, fazer novos amigos, passar tempo com a família, aproveitar o ar  livre e sentir-se mais ativo e saudável. Em resumo, a preparação física é essencial tanto para  atletas de alto desempenho quanto para qualquer pessoa que deseje melhorar seu  condicionamento físico para uma vida mais saudável e livre de dores. 

Quais são as recomendações de atividades físicas que devem ser seguidas pelos idosos?  A seguir segue as orientações do Guia 2008 do Colégio Americano de Medicina Esportiva  recomenda (ACSM, 2008).  

RECOMENDAÇÕES PARA A PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA PARA  A POPULAÇÃO IDOSA  

Segundo Picoli et al., exercícios de resistência ainda são a intervenção mais efetiva para  aumentar a massa e força muscular em idosos e prevenir a sarcopenia. Isso porque o treinamento  de força pode otimizar as respostas neuromusculares (hipertrofia muscular e força muscular)  por meio do aumento da capacidade contrátil dos músculos esqueléticos (PICOLI;  FIGUEIRERO; PATRIZZI, 2011). 

Recentemente, tem-se mostrado que exercícios aeróbios também são capazes de atenuar  a perda muscular e de melhorar a capacidade cognitiva, por isso também devem ser incluídos  no esquema de treinamento desses indivíduos (ZIAALDINI et al., 2017). 

Vamos ver então, quais são as recomendações do Colégio Americano de Medicina do  esporte para prescrição de exercícios para essa população (ACSM, 2008):

EXERCÍCIOS DE FLEXIBILIDADE: 

A) Frequência: exercícios de flexibilidade devem ser realizados pelo menos duas vezes  por semana. 

B) Intensidade: qualquer atividade física que mantenha ou aumente a flexibilidade para  todos os grupos musculares. Sugere-se o uso de alongamentos estáticos em vez de  movimentos balísticos. 

EXERCÍCIOS AERÓBICOS: 

A) Frequência: 5 dias ou mais por semana para intensidade moderada ou 3 dias ou mais para intensidade vigorosa ou alguma combinação de exercício moderado e vigoroso de  intensidade de 3-5 dias por semana. 

B) Intensidade: a partir da escala de Borg de 0 – 10 pontos para mensurar a percepção  subjetiva de esforço, sugere-se 5 a 6 para intensidade moderada e 7 a 8 para intensidade  vigorosa. 

C) Modo de exercício: qualquer modalidade que não imponha estresse ortopédico  excessivo. O exercício aquático e o exercício em bicicleta estacionária, por exemplo,  podem ser vantajosos para aqueles com tolerância limitada à atividade de sustentação  de peso. 

EXERCÍCIOS DE RESISTÊNCIA: 

A) Frequência: deve ser realizada pelo menos duas vezes por semana.

B) Intensidade: os exercícios devem ser realizados em intensidade moderada, ou seja,  60% –70% de uma repetição máxima (1-RM). Intensidade leve, ou seja, de 40% – 50%  de 1RM, para idosos iniciantes de algum programa de treino de resistência. A escola de  Borg também pode ser usada para mensurar a intensidade do esforço, sendo 5-6 para  atividade moderada e 7-8 para intensidade vigorosa. – Sugere-se a realização de 8 a 10  exercícios que envolvem os principais grupos musculares; subir escadas e outras  atividades de fortalecimento que usam os principais grupos musculares também são  altamente recomendadas.

ESTUDOS CIENTÍFICOS 

Tabela 2

RESULTADOS  

Dentre os inúmeros benefícios que a prática de exercícios físicos promove, está a  proteção da capacidade funcional em todas as idades, principalmente nos idosos. Por  capacidade funcional entende-se o desempenho para a realização das atividades do cotidiano  ou atividades da vida diária (MESQUITA et al, 2005). 

Conforme estudo realizado na cidade Campos dos Goytacazes/Rio de Janeiro, um  programa de exercícios físicos regulares pode promover mudanças significativas. De acordo  com os resultados obtidos, foi constatado que o grupo de idosos praticantes de atividade física  sistematizada obteve a média do Índice GEDLAM (IG) de 18,42 o que na classificação do  protocolo de testes é considerado como um nível muito bom de autonomia funcional. A pesquisa evidenciou que 97% dos idosos praticantes de atividade física obteve um nível de  autonomia muito bom, representada pelo percentual acima descrito e pela considerado pelo  Protocolo GDLAM (GOMES et al., 2022). 

Além de beneficiar a capacidade funcional, o exercício físico promove melhora na  aptidão física. No idoso os componentes da aptidão física sofrem um declínio que pode  comprometer sua saúde. A aptidão física relacionada à saúde pode ser definida como a  capacidade de realizar as atividades do cotidiano com vigor e energia e demonstrar menor risco  de desenvolver doenças ou condições crônico degenerativas, associadas a baixos níveis de  atividade física (MESQUITA et al, 2005). 

Dallacosta et al., inferem que os componentes da aptidão física relacionados à saúde e  que podem ser mais influenciados pelas atividades físicas habituais são a aptidão  cardiorrespiratória, a força e resistência muscular, flexibilidade, melhora da composição  corporal, a diminuição de dores articulares, o aumento da densidade mineral óssea etc (DALLACOSTA et al., 2023).  

Em estudo realizado em Florianópolis/ Santa Catarina, dos 410 idosos participantes deste  estudo, 58,5% foram mulheres, com média de idade de 72 anos. Foram considerados ativos ou  muito ativos 41% dos idosos. Os idosos sedentários foram os que apresentaram maior limitação  física pela dor. A análise de rede mostrou que as maiores limitações pela dor foram relacionadas  a atividades de lazer, sociais e para realização de necessidades básicas. Observou-se que quanto  maior o nível de atividade física, menor foi a limitação pela dor (DALLACOSTA et al., 2023). 

Além dos benefícios fisiológicos citados acima. Mesquita et al. inferem os benefícios  psicossociais, tais como, o alívio da depressão, o aumento da autoconfiança, a melhora da  autoestima, sensação de bem-estar, sensação de resgate da condição de eficiência,  independência e autonomia, sociabilidade etc. (MESQUITA et al, 2005). 

No estudo científico realizado na cidade de Uberlândia/Minas Gerais, foram  selecionados 54 idosos saudáveis com mais de 60 anos, de ambos os sexos. Os resultados  obtidos pela equipe de pesquisa foi que, a prática regular de exercício físico orientado com  parâmetros fisiológicos, pode contribuir na redução dos escores para depressão e ansiedade em  indivíduos com mais de 60 anos (CHEIK et al.2003). 

Padoin et al., e Silva et al., em seus estudos conforme já demonstrado, que os idosos  enfrentam inúmeras barreiras para a prática de atividade física. Temos barreiras fisiológicas  (dores, doenças incapacitantes, lesões e limitações físicas), temos as barreiras psicológicas  (medo, preguiça) e por fim as barreiras sociais (excesso de zelo pela família, falta de incentivo e apoio de parentes, espaço público e privado adequado e seguro, bem como profissionais  qualificados).  

Tal afirmação pôde ser constatada em pesquisa realizada na cidade de Pelotas/ Rio  Grande do Sul. Onde após preenchimento dos questionários e análise das respostas dos idosos  participantes, tivemos como resultados que principais barreiras foram: clima desfavorável; falta  de tempo livre; necessidade de descansar e relaxar no tempo livre; doença/lesão/incapacidade;  medo de cair e sofrer lesões; timidez e preguiça ou desmotivação (CAVALLI et al., 2020). 

DISCUSSÕES  

Após leitura e análise do conteúdo do material recolhido e dos resultados dos estudos  científicos aferidos, podemos chegar a algumas discussões pertinentes. Na prática clínica demonstrou que os resultados destacam a importância de programas de exercícios físicos  regulares para idosos, sugerindo que profissionais de saúde devem incentivar a prática de  atividades físicas sistematizadas para melhorar a autonomia funcional e a aptidão física dos  idosos. Bem como, programas de treinos personalizados com atividades físicas que irão reduzir  as limitações físicas, dores e melhorar as condições crônicas. 

Além dos benefícios físicos, os resultados indicam melhorias significativas na saúde  mental e bem-estar dos idosos. Profissionais qualificados devem considerar a inclusão de  atividades físicas que também abordam aspectos psicossociais, como depressão e ansiedade. Os profissionais envolvidos devem também fornecer educação e suporte contínuos para ajudar  os idosos a superar essas barreiras físicas, psicológicas e sociais. Isso pode incluir a criação de  ambientes seguros e acessíveis para a prática de exercícios e o envolvimento de familiares no  processo de incentivo. 

No âmbito de futuros estudos podem ser explorados os efeitos de programas de exercícios  físicos em diferentes populações de idosos, incluindo aqueles com diferentes condições de  saúde e em diferentes contextos socioeconômicos. Esses estudos futuros devem considerar a  realização de pesquisas para avaliar os efeitos a longo prazo da prática regular de exercícios  físicos na saúde e bem-estar dos idosos, bem como, podem investigar intervenções que  combinam exercícios físicos com outras abordagens, como suporte psicológico e social, para  maximizar os benefícios para os idosos. 

E por fim, os estudos podem ajudar na criação de ferramentas de avaliação mais  específicas para medir a eficácia de programas de exercícios físicos em diferentes aspectos da  saúde dos idosos, o que pode ajudar a padronizar e comparar resultados entre estudos. Esses estudos são fundamentais para orientar tanto a prática clínica quanto a pesquisa futura, visando  melhorar a qualidade de vida dos idosos através da promoção da atividade física. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS  

Conclui-se que os estudos mostram a importância da atividade física no envelhecimento  para que o indivíduo tenha uma melhor qualidade de saúde, sendo essencial para o controle de  doenças crônicas um estilo de vida mais ativo, esbarrando muitas vezes com o comodismo do  mundo moderno que potencializa o surgimento de doenças como a obesidade, hipertensão,  depressão, entre outras.  

Contudo é de extrema importância que a atividade física seja estimulada entre a  população idosa, com a conscientização dos benefícios que ela vai proporcionar para vida  desses indivíduos. Além da saúde, o exercício físico traz o prazer e a sociabilidade como fatores  significativos para a diminuição de ansiedade e depressão nos idosos. 

Como sugestão para futuras pesquisas nesse âmbito, podemos investigar o uso de  tecnologias, como aplicativos de saúde e dispositivos vestíveis, para incentivar e monitorar a  prática de atividades físicas entre idosos. Podemos sugerir também, qual o impacto de  atividades físicas lúdicas e recreativas na socialização e bem-estar emocional dos idosos,  especialmente em ambientes comunitários. Bem como, pesquisar a relação entre a prática  regular de atividades físicas e a gestão de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e  doenças cardíacas em idosos.

REFERÊNCIAS 

CASPERSEN, C. J.; POWELL, K. E.; CHRISTENSON, G. M. Physical activity, exercise, and  physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public Health Rep,  100(2):126-231, 1985. 

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OMS – Organização Mundial da Saúde. Global Status Report on noncommunicable diseases 2014. Geneva: WHO, 2014. Disponível em: http:// apps.who.int/iris/bitstream/10665/148114/1/9789241564854_eng.pdf?ua. 

HARATI, H.; HADAEGH, F.; MOMENAN, A. A. Reduction in incidence of type 2 diabetes  by lifestyle intervention in a middle eastern community. Am J Prev Med. v. 38, n. 6, p. 628- 636, n. 1, 2010. 

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