REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202411132352
Andrei Luiz De Oliveira Solimões,
Luiz Henrique Carvalho Dantas,
Orientador: Professor Doutor Porthos da Costa Castello Branco.
RESUMO
Este estudo visa descrever evidências de como a preferência musical pode mediar as respostas ao exercício e os benefícios de desempenho, identificando quais fatores podem ser particularmente benéficos para otimizar o desempenho. No mais, as implicações práticas para os praticantes serão destacadas com considerações para estratégias para provocar o desempenho máximo através da preferência musical. A metodologia de pesquisa deste estudo ocorreu através de um estudo do tipo revisão de literatura, não carecendo da participação populacional ou amostras. Assim, os artigos foram extraídos pela primeira vez pelos autores. Os textos completos dos artigos relevantes foram então avaliados de forma independente pelos autores e orientador. As compreensões de cada estudo relacionados com a temática proposta foram extraídos de todos os experimentos incluídos. Quando os dados sobre a música e sua relação com a atividade física, estes não foram fornecidos explicitamente, os outros conteúdos significativos foram analisados para verificar qual extração de dados seria viável das obras para incorporar este estudo de revisão. Através das evidências atuais, conclui-se, portanto, que um aspecto importante para aumentar o desempenho com a música é a escolha pessoal. Em muitas academias, vestiários e ambientes de competição, a música é tocada em um alto-falante. Os dados atuais disponíveis sugerem, portanto, que se a música tocada nos alto-falantes não for preferida pelo indivíduo que se esforça, o desempenho pode sofrer depredações. Assim, treinadores e atletas devem considerar as preferências musicais individuais ao tentar otimizar o desempenho e o treinamento.
Palavras-chave: Musicoterapia. Desempenho. Benefícios. Atividade Física.
ABSTRACT
This study aims to describe evidence of how music preference can mediate exercise responses and performance benefits, identifying which factors may be particularly beneficial for optimizing performance. In addition, the practical implications for practitioners will be highlighted with considerations for strategies to elicit maximum performance through musical preference. The research methodology of this study was based on a literature review study, without the participation of the population or samples. Thus, the articles were extracted for the first time by the authors. The full texts of the relevant articles were then independently evaluated by the authors and advisor. The understandings of each study related to the proposed theme were extracted from all the experiments included. When the data on music and its relationship with physical activity were not explicitly provided, the other significant contents were analyzed to verify which data extraction would be feasible from the works to incorporate this review study. Through the current evidence, it is therefore concluded that an important aspect to increase performance with music is personal choice. In many gyms, locker rooms, and competition environments, music is played over a loudspeaker. The current data available therefore suggests that if music played over the speakers is not preferred by the individual who strives, the performance may suffer from depredations. Thus, coaches and athletes must consider individual musical preferences when trying to optimize performance and training.
Keywords: Music therapy. Performance. Benefits. Physical Activity.
INTRODUÇÃO
Descrições de ouvir diferentes tipos de ritmos e melodias durante atividades físicas ou esportivas foram observadas há milhares de anos. Mesmo séculos atrás, diferentes tipos de música muitas vezes tinham o poder de impulsionar indivíduos a conflitos ou paz entre culturas e religiões (Nascimento, 2021).
Nesta perspectiva, a ênfase inicial na importância da preferência musical foi descrita para afetar os sentimentos gerais de positividade ou negatividade dos indivíduos. Assim, os efeitos individuais e culturais da preferência musical foram amplamente descritos, mas o papel distinto que ela tem na otimização do desempenho moderno do esporte e no exercício só se tornou um tópico proeminente de investigação recentemente (Silva, 2023).
A música durante a competição tornou-se particularmente proeminente durante as competições olímpicas do século XX. Entre as cerimônias olímpicas (ou seja, abertura, prêmios de medalhas) e a incorporação em alguns eventos (ginástica, patinação artística), a associação de música e esportes tornou-se mais amplamente aceita (Silva, 2023).
A música preferida durante a atividade física ajuda a sincronizar movimentos, melhorando o ritmo e a eficiência. A liberação de dopamina induz prazer e reduz a percepção de esforço, fazendo o exercício parecer menos cansativo. Batidas energéticas aumentam a ativação física, elevando a disposição e o desempenho. Além disso, músicas motivadoras criam um estado emocional positivo que sustenta o foco e a motivação
Atualmente, a música está associada a quase todos os eventos esportivos e tem sido sugerida como um dos principais fenômenos com a competição esportiva. Com o surgimento de programas de exercícios recreativos e individualizados, a incorporação da música no treinamento aumentou. Novos desenvolvimentos em tecnologia portátil aumentaram a facilidade de acesso e permitiram a escolha individual da música durante o exercício (Ferraz et al., 2023).
Atletas de várias modalidades relataram ouvir música durante as sessões de treinamento físico, pré-competição e aquecimento com base em sua crença de que melhora o humor, a motivação e ajuda a alcançar os melhores níveis de desempenho. Com isso, grandes quantidades de investigações se concentraram nos potenciais benefícios da música durante o exercício principalmente como, mas não se limitando a, um meio de melhorar o desempenho máximo (Freitas, 2019).
As músicas com ritmos acelerados elevam a frequência cardíaca, ajudando na preparação mental e física. Essa combinação de efeitos permite maior foco e desempenho em esportes de alto rendimento.
Assim, a música e o desempenho foram sistematicamente explorados na literatura, o que equivale a uma riqueza de evidências que descrevem efeitos e/ou benefícios durante o exercício e o treinamento. Devido a isso, nem toda a literatura pode ser englobada na revisão atual.
A revisão presente neste estudo se concentrará principalmente no papel que a preferência musical desempenha em relação às respostas e ao desempenho do exercício. Um histórico geral sobre como a música influencia os diferentes tipos de respostas ao exercício será discutido, seguido de como a seleção e a preferência musical são comumente determinadas.
Por fim, o restante da revisão descreverá evidências de como a preferência musical pode mediar as respostas ao exercício e os benefícios de desempenho, identificando quais fatores podem ser particularmente benéficos para otimizar o desempenho. No mais, as implicações práticas para os praticantes serão destacadas com considerações para estratégias para provocar o desempenho máximo através da preferência musical.
A seguir, o tópico apresenta a metodologia adotada, focando na abordagem qualitativa e na revisão bibliográfica de artigos científicos relacionados ao tema. A seção de resultados e discussão é o terceiro tópico que trata dos achados em termos dos benefícios da musica para a atividade fisica e gostos pessoais para o treinamento.
1. REVISÃO DA LITERATURA
1.1 A Influência Da Música No Desempenho Durante Atividades Físicas
A música foi postulada para influenciar o desempenho do exercício através de três tipos principais de mecanismos: psicológico, fisiológico e psicofisiológico. A secção de Discussão a seguir revisa brevemente as mudanças psicológicas e fisiológicas para o exercício enquanto ouve música (Ferraz et al., 2023).
Além disso, entrelaça dentro de cada uma dessas seções a interrelação dessas áreas por meio de mecanismos psicofisiológicos (Ferraz et al., 2023). Essa secção em vigor, serve como base para explicar as descobertas mecanicistas de como a preferência musical pode influenciar as respostas do exercício em seções posteriores, ausentando-se de uma amostra de dados, em consequência de ser um estudo de revisão.
Diante deste contexto a música surge como uma ferramenta importante para tornar a rotina de exercícios mais prazerosa, ela foi usada com diferentes finalidades durante a história da humanidade. Estudos científicos demonstram que a música altera a frequência cardíaca, respiração, equilíbrio hormonal, além de atuar na rede neural do cérebro através dos ritmos (SLOBODA, 1991).
A sincronia entre o ritmo da música e os movimentos do corpo cria um estado de “fluxo”, onde a mente se concentra na atividade, diminuindo a consciência do cansaço. Além disso, a música pode evocar emoções positivas, que por sua vez liberam endorfinas, os neurotransmissores do bem-estar, proporcionando uma experiência mais prazerosa durante o exercício.
Em diversos exercícios físicos a dor e o cansaço estão presentes e se não houver um elemento que estimule o indivíduo durante a execução dos exercícios, a atividade se torna extremamente enfadonha. Desta forma, a música pode ser um estimulante capaz de distrair o sujeito, tornando a atividade mais prazerosa.
É assim que a música durante o exercício físico melhora a performasse do treinamento. Após anos de estudos o estudioso Karageorghis baseado nas pesquisas de Terry e Lane (1999), construí o Modelo conceitual dos benefícios da música no contexto do exercício físico e faz os seguintes destaques com relação aos benefícios de se ouvir música durante a atividade:(a) aumento do “bom humor” (estado de humor positivo) e diminuição do “mau humor” (estado de humor negativo); (b) controle da ativação por meio da excitação ou relaxamento pré-competitivo; (c) dissociação de sentimentos desagradáveis como a dor e a fatiga; (d) redução da percepção do esforço especialmente durante exercícios aeróbicos; (e) aumento do trabalho (conceito físico) por meio da sincronização da música com o movimento; (f) aumento da aquisição de habilidades motoras quando ritmo e associação são pareados com padrões de movimento desejados; (g) aumento do atingimento de estados de “fluência” (flow states); e (h) aumento do desempenho por meio destes mecanismos citados acima.
Nas academias há sempre a presença da música para ajuda no ritmo dos exercícios, entretanto, todas as pessoas ouvem as mesmas músicas e neste caso dependendo do estilo musical, não irá a agradar a todos, tornando a atividade desagradável e podendo atrapalhar o desempenho físico dele.
Conforme o American College of Sports Medicine, tanto nos exercícios aeróbicos quanto anaeróbicos é utilizado grandes grupos musculares e seus benefícios são o fortalecimento dos músculos respiratórios como intercostais e diafragma, fortalecimento do músculo cardíaco, melhorando sua eficiência e reduzindo a frequência cardíaca no estado de repouso devido à eficiência da circulação sanguínea, aumento de glóbulos vermelhos e etc(ACSM, 2006).
O exercício físico é capaz de estimular os sistemas cardiovascular, respiratório e principalmente o músculo esquelético. A sua prática regular contribui para o controle do peso, promove o ganho de força e ajuda a manter a saúde psicológica e o bem estar. Outros estudos destacam fatores ligados na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis como a obesidade, hipertensão e sedentarismo (SANTOS, 2022).
A Organização Mundial da saúde recomendada que os adultos façam ao menos 30 minutos de exercício físico por semana para manter benefícios a saúde. Mesmo assim, estudo realizado pela Organização Mundial da saúde concluiu que 60% da população mundial não faz a quantidade de exercício recomendado para produzir benefícios a saúde.
1.2 Mudanças Fisiológicas nos Praticantes de Atividades Físicas Após Musicoterapia
Os mecanismos fisiológicos responsáveis pela melhoria do desempenho ao ouvir música são numerosos, mas as contribuições precisas são difíceis de isolar. Em parte, isso pode ser devido a mudanças fisiológicas sistêmicas concomitantes durante o exercício, além da natureza pleiotrópica da resposta à música. A evidência coletiva sugere que a música induz alterações na fisiologia em duas grandes áreas: (1) ativação neural, (2) respostas metabólicas (Silva, 2023). Embora outras evidências fora dessas áreas tenham sido documentadas, elas parecem ser as mais relevantes para a resposta do exercício e serão o foco da parte restante desta seção.
Embora existam evidências conflitantes, uma infinidade de investigações, muitas das quais não podem ser abordadas nesta revisão, descreveram alterações neurais induzidas pela música durante o exercício, tanto centralmente quanto perifericamente. Várias investigações mostraram que a música aumenta a atividade em partes do cérebro que são importantes para a excitação fisiológica, a emoção e a percepção (Freitas, 2019).
Estudos anteriores relataram aumentos no giro frontal inferior esquerdo e na ativação do córtex insular ao ouvir música durante o exercício isométrico usando ressonância magnética funcional. A ativação dessas regiões cerebrais pode sugerir possíveis aumentos na velocidade de processamento cognitivo e na organização do movimento enquanto ouve música durante o exercício (Anastacio Junior, 2019).
A organização do movimento com música pode ser particularmente benéfica para a eficiência do exercício. Além disso, outras evidências mostraram que a atividade das ondas theta, que reflete que o relaxamento e o sono, diminuem na superfície do córtex enquanto ouve música, provavelmente indicando mudanças na excitação fisiológica, o que pode melhorar o desempenho do exercício (Silva, 2023).
Alterações neurológicas ao ouvir música também podem se manifestar em divisões periféricas, como ativação do sistema nervoso autônomo e somático. Por exemplo, ouvir música durante o ciclismo tem sido associado à prevenção da diminuição da variabilidade da frequência cardíaca (VCH) após o exercício, indicando a preservação da estimulação parassimpática após o estresse físico (Souza et al., 2024).
No entanto, isso pode ser afetado diferencialmente pelo tipo de música que o indivíduo está ouvindo. Foi demonstrado que a música relaxante diminui os níveis de norepinefrina, enquanto a música de ritmo rápido demonstrou aumentar os níveis de epinefrina com exercícios (Souza et al., 2024).
As catecolaminas plasmáticas mais baixas foram observadas por outros grupos enquanto ouviam música clássica durante a corrida na esteira. Embora não confirmado, foi sugerido que as diminuições nas catecolaminas refletem menor saída simpática, possivelmente influenciando assim o sangue e o fornecimento de oxigênio ao músculo esquelético periférico (Anastacio Junior, 2019).
Por outro lado, ouvir música excitante durante um aquecimento demonstrou aumentar as catecolaminas, o que pode influenciar a ativação muscular e as respostas metabólicas durante o exercício subsequente. Em relação à ativação motora somática, foi relatado que os estímulos auditivos estão acoplados ao controle e à saída do motor (Freitas, 2019).
Ferraz et al., (2023) mostraram aumento da ativação bilateral do córtex motor primário e da área motora suplementar quando os indivíduos ouvem música durante a deambulação. Essas mudanças resultaram em melhor desempenho motor da parte superior do corpo. Recentemente, Vagetti et al. (2023) mostraram que ouvir música de ritmo acelerado aumentou o limite de fadiga neuromuscular durante o exercício de extensor do joelho.
É importante ressaltar que as reduções na fadiga neuromuscular ocorreram simultaneamente com o aumento da potência e desempenho, sugerindo melhor eficiência muscular. Coletivamente, como a música influencia os fatores neurológicos durante o exercício ainda está sendo explicada, mas as evidências atuais sugerem uma capacidade única da música de controlar a estimulação autônoma durante e após o exercício, juntamente com o melhor desempenho da produção motora (Freitas, 2019).
A música tem sido bem estabelecida para influenciar o metabolismo do exercício indiretamente. Ouvir música rápida demonstrou aumentar o débito cardíaco e o consumo de oxigênio (VO2) durante o exercício em estado estacionário em comparação com a não ter música (Vagetti et al., 2023).
Na mesma perspectiva, isso foi acompanhado por diminuições na resistência vascular sistêmica. Essas descobertas indicariam que a música pode diminuir a eficiência cardiovascular, o que pode ser considerado indesejável durante o exercício em estado estacionário (Freitas, 2019). No entanto, as diminuições simultâneas na resistência vascular também podem indicar que o aumento do débito cardíaco está emparelhado com menos impedância ao fluxo sanguíneo, o que pode ser favorável durante o exercício máximo, pois o fornecimento de oxigênio pode ser um fator limitante para o desempenho máximo (Bezerra et al., 2020).
Isso é ainda mais reforçado por descobertas de aumento do VO2max ao ouvir música de ritmo acelerado durante o exercício aeróbico máximo. Esse aumento plausível no fluxo sanguíneo também pode explicar parcialmente achados anteriores de aumento da depuração de lactato enquanto ouve música. Franco-Alvarenga et al. (2019) mostraram que jogadores treinados de futebol tinham níveis mais baixos de lactato no sangue após exercícios de alta intensidade enquanto ouviam música motivacional em comparação com nenhuma música.
Assim, ouvir música motivacional durante a recuperação do exercício também demonstrou estar associado ao aumento da depuração do lactato em homens ativos. Se as sugestões de aumento do fluxo sanguíneo para o músculo esquelético em funcionamento durante a audição de música forem verdadeiras, então melhorias na recuperação aguda podem sustentar os efeitos ergogênicos da música, especialmente no contexto de exercícios repetidos (Ferraz et al., 2023).
Ouvir música durante o exercício também foi relatado para alterar as respostas hormonais, especificamente no eixo hipotufisário hipotalâmico (HPA). Vagetti et al. (2023) mostraram que ouvir música de ritmo acelerado durante exercícios de alta intensidade resultou em concentrações salivares mais altas de cortisol em comparação com a não ter música.
Essas descobertas foram reforçadas por outros, mostrando que a música motivacional resulta em elevações sustentadas do cortisol após o exercício. Embora as consequências das respostas alteradas do cortisol no desempenho ao ouvir música não sejam totalmente claras, o aumento do cortisol pode melhorar a disponibilidade do substrato durante o exercício e a recuperação, apesar do aumento da gluconeogênese e da mobilização de ácidos graxos livres (Vagetti et al., 2023).
No entanto, os efeitos da música no HPA parecem depender se a música é considerada sedativa ou estimulante. Foi demonstrado que a música sedativa diminui os níveis de cortisol após exercícios de alta intensidade de curto prazo. Assim, isso apoia a ideia de que diferentes tipos de música podem alterar as respostas fisiológicas ao exercício de forma diferente, destacando ainda mais a importância de entender como a preferência musical influencia as respostas ao exercício (Nascimento, 2021).
1.3 Preferência Musical Durante as Práticas de Exercícios Físicos e seus Benefícios
Uma ampla definição de trabalho de música preferida é qualquer música, gênero, ritmo, etc., que os indivíduos consideram mais favoráveis quando apresentados a uma série de escolhas musicais. A preferência musical pode permanecer estática ou exibir fluidez, pois o aumento da exposição a certas melodias pode possivelmente aumentar ou alterar a preferência ao longo do tempo (Silva, 2023).
Não preferido é considerado menos favorável quando apresentado com escolhas musicais. Vale a pena notar que pode-se argumentar que, ao permitir que os indivíduos escolham sua música não preferida, ainda há algum nível de risco de viés de preferência, mesmo para música desfavorável (Bezerra et al. , 2020).
Assim, muitos estudos categorizaram a música em alguns critérios e, em seguida, os pesquisadores escolherão aleatoriamente a música não preferida específica com base nesses critérios, a fim de eliminar qualquer possível preferência. Foi demonstrado que a preferência musical media repetidamente os benefícios musicais enquanto responde e realiza exercícios (Silva, 2023).
A escolha da música durante a atividade física vai além do gosto pessoal. A ciência mostra que diferentes estilos musicais influenciam nosso corpo e mente de maneiras distintas. Músicas com batidas rápidas e ritmos acelerados, como o eletrônico, aumentam a frequência cardíaca e estimulam treinos mais intensos. Já músicas mais lentas e relaxantes, como o clássico, são ideais para atividades de recuperação. Essa influência se dá pela sincronização entre o ritmo da música e os movimentos do corpo, além da capacidade da música de evocar emoções e distrair a mente do cansaço.
Para o contexto de discussão nesta revisão, isso foi demonstrado na resistência e modos de exercício de resistência. Várias estratégias de tempo, ou seja, durante o exercício, pré-exercício, aquecimento, etc., foram estudadas, onde a música pode ser tocada durante ou antes do exercício e pode mudar a eficácia da música (Franco-Alvarenga et al., 2019).
Embora as investigações iniciais tenham relatado uma maior eficácia da música preferida, os mecanismos pelos quais a música preferida impõe um benefício maior ainda estão sendo elucidados. As mudanças na resposta ao exercício com preferência musical variável parecem ser de natureza pleiotrópica e podem ser psicológicas, fisiológicas e/ou psicofisiológicas (Da Silva Júnior, 2019).
Assim, compreende-se que o exercício de resistência depende fortemente de ser capaz de sustentar repetidamente a força muscular e combater a fadiga. Embora a música tenha sido amplamente demonstrada para melhorar o desempenho do exercício de resistência, a preferência musical pode determinar a eficácia da melhoria do desempenho e das respostas psicológicas ao exercício, embora nem todos os estudos tenham mostrado benefícios (Silva, 2023).
Em particular, a preferência musical e as respostas durante o exercício de resistência são os mais bem descritos de todos os modos de exercício. Nascimento, (2021) investigou os efeitos de ouvir música preferida e não preferida durante o exercício nas respostas psicológicas ao esforço físico.
Ele relata que as mudanças no RPE não eram diferentes entre as condições, embora houvesse uma tendência para o RPE mais baixo com música preferida. No entanto, o prazer e o interesse no exercício foram maiores com a música preferida em comparação com nenhuma música e música não preferida. Essas diferenças só eram aparentes em indivíduos que tinham o foco mais tensional na música durante o exercício (Nascimento, 2021).
Isso sugeriria que os benefícios da música preferida dependem do participante direcionar sua atenção para a música versus a tarefa. Embora o tamanho da amostra fosse grande, uma limitação para esta investigação foi o desenho do estudo entre grupos. As respostas à música são altamente individualizadas com base em muitos fatores, incluindo gênero, idade e motivação intrínseca/extrínseca (Nascimento, 2021).
Assim, pode ter sido difícil comparar o desempenho enquanto ouvia música entre indivíduos neste caso. No entanto, Da Silva Júnior (2019) seguiu isso submetendo homens saudáveis ao esporte à falha na intensidade de energia crítica enquanto não ouviam música, e música preferida ou não preferida.
É importante ressaltar que um design de crossover foi usado e mostrou que, embora a frequência cardíaca não fosse diferente entre as condições, o RPE era maior durante a condição não preferida em comparação com a falta de música e a música preferida. Além disso, a distância ciclada foi maior ao ouvir música preferida versus não preferida (Da Silva Júnior, 2019).
Isso sugere que a música não preferida resulta em uma capacidade dissociativa piorada, mesmo além da de nenhuma música, e que a música preferida pode ser ideal para o desempenho. Outros estudos apoiaram essas descobertas, mostrando que a música preferida aumenta a capacidade de dissociar e diminui o RPE durante o exercício de resistência (Franco-Alvarenga et al., 2019).
Os mecanismos precisos para esse fenômeno não são totalmente compreendidos, mas parece que a música preferida tem uma maior capacidade de desviar o foco tensional do desconforto do exercício para os estímulos externos da música. Evidências anteriores mostraram que um maior foco na música durante o exercício resulta em menor RPE (Bezerra et al, 2020).
Além disso, ouvir música preferida demonstrou aumentar a tolerância à dor em comparação com outras intervenções de distração, incluindo tarefas cognitivas e humor. No geral, isso sugere que um mecanismo primário de efeitos benéficos da música preferida é através da modulação do foco tensional, permitindo o foco nos estímulos externos da música sobre o desconforto experimentado durante o exercício exaustivo (Bezerra et al, 2020).
Na mesma perspectiva, houve vários estudos sugerindo que os benefícios da música preferida durante o exercício podem depender do sexo. Foi descrito anteriormente que homens e mulheres podem responder à música durante o exercício de forma incongruente. No entanto, como a preferência musical pode afetar homens e mulheres de forma diferente foi relativamente pouco estudado (Marques, 2023).
Moura (2019) teve estudos com grupos masculinos e femininos competitivos que completavam um teste de corrida Cooper de 15 minutos enquanto não ouviam música, música preferida ou não preferida. As mulheres tinham distâncias de corrida maiores enquanto ouviam música preferida, enquanto o desempenho masculino não mudou, independentemente da condição.
O que realmente importa é escolher músicas que te motivem e te façam sentir bem. Tanto homens quanto mulheres podem se beneficiar de uma variedade de estilos musicais, desde o rock mais enérgico até o pop mais suave. O mais importante é que a música escolhida te ajude a manter o ritmo, aumentar a motivação e tornar o treino mais prazeroso.
Além disso, Moura (2019) mostrou que as mulheres aumentaram a frequência cardíaca, o RPE e o tempo de exaustão durante um teste de corrida incremental enquanto ouviam música preferida em comparação com nenhuma música.
No entanto, os homens não viram nenhum benefício aparente em ouvir música preferida. Os autores não delinearam nenhum mecanismo específico responsável por essas diferenças sexuais. No mais, os benefícios aparentes nas mulheres podem ser devidos a diferenças neuropsicológicas subjacentes entre os sexos (Moura, 2019).
Outras evidências mostraram que as mulheres podem exibir maior sensibilidade emocional a estímulos musicais em comparação com os homens. Da mesma forma, estudos de imagens neurais mostraram que as mulheres que ouvem música têm diferentes habilidades de ativação pré-frontal do córtex e capacidade superior de desviar a atenção de pensamentos negativos em comparação com os homens (Jalousie Kommers et al., 2019).
Embora isso permaneça em grande parte especulativo neste momento, as diferenças sexuais na ativação cerebral durante o exercício enquanto ouvem a música preferida podem permitir que as mulheres se desassociem da fadiga física e psicofisiológica em maior grau do que os homens. As diferenças de sexo nas respostas de exercícios ao ouvir música, especialmente no contexto da preferência musical, não são claras e exigirão mais investigações para identificar com precisão os mecanismos responsáveis pelas discrepâncias (Jalousie Kommers et al., 2019).
Do ponto de vista fisiológico, há evidências limitadas para sugerir como a preferência musical muda a resposta do exercício aeróbico. Muitas das observações foram sobre a frequência cardíaca do exercício e mostraram resultados mistos. Carvalho; Da Silva (2020) não mostraram diferenças na frequência cardíaca entre nenhuma música, música preferida ou não preferida durante um teste de ginástica rítmica.
Quando praticamos atividade física, nosso corpo passa por uma série de mudanças fisiológicas para se adaptar ao esforço. O sistema cardiovascular acelera, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial para bombear mais sangue e oxigênio para os músculos. O sistema respiratório também se ajusta, aumentando a frequência respiratória para fornecer o oxigênio necessário e eliminar o dióxido de carbono. Os músculos utilizam o glicogênio armazenado e as gorduras como fontes de energia, liberando calor e produzindo ácido lático. Além disso, o sistema endócrino libera hormônios como a adrenalina e a noradrenalina, que preparam o corpo para o exercício, aumentando a disposição e a força. Essas adaptações fisiológicas são essenciais para garantir o bom funcionamento do organismo durante o exercício e promover a saúde a longo prazo.
No entanto, vale a pena notar que esses achados foram em homens saudáveis. Outros mostraram mudanças dependentes do sexo na frequência cardíaca do exercício enquanto ouviam música preferida, em que as mulheres têm frequências cardíacas mais altas em comparação com as contrapartes masculinas (Jalousie Kommers et al., 2019).
No que compreende as afirmativas acima, para complicar ainda mais as interpretações, as mulheres não mostraram mudanças no desempenho aeróbico com aumentos simultâneos na frequência cardíaca com a música fazendo o maior impacto além do limiar anaeróbico. Foi demonstrado que as mulheres têm respostas adrenais mais baixas durante o exercício em comparação com os homens, o que pode atenuar o aumento da frequência cardíaca (Marques, 2023).
A função vascular e a capacidade vasodilatadora também foram documentadas como sendo mais altas em mulheres versus homens (Marques, 2023). As razões fisiológicas documentadas para as diferenças na frequência cardíaca do exercício entre os sexos são contraintuitivas em que, embora, fisiologicamente, se esperaria que as mulheres talvez tenham respostas de frequência cardíaca mais baixas, como descrito anteriormente, as evidências sugerem que o oposto é verdadeiro enquanto ouve música preferida (Marques, 2023).
Uma provável explicação para isso é que as mulheres foram sugeridas para serem mais suscetíveis a melhorias de desempenho com música preferida do que os homens enquanto ouvem música preferida e aumentos na frequência cardíaca podem ser simplesmente devido a cargas de trabalho mais altas (Jalousie Kommers et al., 2019).
Isso é apoiado por evidências recentes do meu laboratório mostrando que as mulheres foram capazes de manter a saída de energia melhor do que os homens enquanto ouviam música auto selecionada durante exercícios de alta intensidade (Nascimento, 2021).
2. METODOLOGIA DO ESTUDO
O objetivo desta metodologia é conduzir uma revisão bibliográfica que permita reunir, organizar e sintetizar o conhecimento existente sobre Os Efeitos da música nos treinos e atividades físicas. A revisão será estruturada de forma a oferecer uma visão abrangente dos estudos, utilizando artigos científicos publicados. Este estudo utilizará o método de revisão bibliográfica, que consiste na análise de literatura científica existente sobre o tema. A revisão bibliográfica permite reunir, organizar e interpretar as evidências científicas de forma sistemática, usando os conhecimentos adquiridos com esses.
Segundo Heilman et al. (1986), os efeitos da música sobre o desempenho físico, considerando aspectos como ritmo, batida e preferência musical abordando-se a música como vetor motivacional, esta tem uma representação neuropsicológica extensa. Por não necessitar de codificação lingüística, tem acesso direto à afetividade, às áreas límbicas que controlam nossos impulsos, emoções e motivação. Também parece ser capaz de ativar áreas cerebrais terciárias, localizadas nas regiões frontais, responsáveis pelas funções práticas de sequenciação (motoras).
Anshel et al. (1978) citam a influência positiva do ritmo no organismo humano em termos de comportamento motor. O ritmo torna-se prazeroso ao indivíduo porque o corpo humano tem uma natural predisposição ao movimento rítmico. Smoll et al. (1982) realizaram estudos na mesma linha e concluem que o ritmo aplicado à atividade física é um dos mais importantes componentes no desenvolvimento de habilidades motoras e desempenho.
Segundo Terry et al. (2020), a música tem o potencial de impactar positivamente na adesão e no prazer à prática de atividade física, melhorando o desempenho de maneira eficaz. CLARK et al., 2016, cita que a música influencia positivamente a experiência emocional durante a atividade física, o que, por sua vez, aumenta a probabilidade das pessoas continuarem se exercitando. Terry et al. (2020) e Karageorghis et al. (2012), diz que a música age como ferramenta ergogênica, aprimorando as respostas psicológicas, psicofísicas e fisiológicas, incluindo estados emocionais, percepção do estado físico e frequência cardíaca, conforme relatado por
É amplamente aceito que a música tem a capacidade de reduzir a percepção de esforço durante atividades físicas de intensidade leve a moderada e, quando selecionada adequadamente, melhora o estado emocional relacionado ao exercício. Ela funciona como um auxílio ergogênico leve, como enfatizado por Karageorghis (2020). De fato, a melhoria do estado emocional durante a audição de música preferida pode maximizar os benefícios à saúde e influenciar positivamente a continuidade da atividade física, fator essencial para combater os efeitos do envelhecimento (TERRY et al., 2020) e para manter o estilo de vida ativo ao longo do tempo.
A eficácia do uso da música como recurso ergogênico é influenciada por diversos fatores, incluindo a escolha do tipo de música, o nível de excitação associado (medido em termos de frequência), as memórias evocadas e a sincronização entre a música e o ritmo do exercício. Além disso, o impacto da música varia de acordo com o nível de intensidade do exercício. Esses fatores foram destacados por vários estudos: Cassidy et al. (2009), Ferguson et al. (1994), Karageorghis et al. (2009), Nakamura et al. (2008), Sena et al. (2011), Souza et al. (2010).
Em contraste, o segundo artigo citado foi de Koc e TurchIan (2009), que conduziram uma revisão abordando os efeitos da música no desempenho de atletas. Os resultados desta análise revelaram que a música pode ter efeitos positivos, tanto a nível fisiológico quanto mental. Além disso, parece que diferentes tipos de música, rápidos e lentos, estão associados a diferentes impactos no desempenho esportivo.
No entanto, é importante observar que a música também tem o potencial de modificar estados fisiológicos e mentais indesejáveis, o que a torna uma ferramenta valiosa para motivar atletas antes dos eventos esportivos. No geral, quando se trata dos impactos da música no humor e na motivação para o treinamento, suas conclusões sugerem que os participantes do grupo experimental vivenciaram benefícios da presença da música, embora os níveis de motivação não tenham apresentado diferenças significativas em comparação com os grupos de controle.
Nesse contexto, Smirmaul et al. (2011) sugerem que músicas suaves, caracterizadas pela ausência de ritmo predominante e pela predominância da melodia, frequentemente instrumentais, têm o potencial de induzir relaxamento corporal. Portanto, a música emerge como recurso valioso para apoiar a prática de atividades físicas, fornecendo referências temporais para os movimentos e contribuindo para uma atitude mental mais positiva e distração (VALIM et al., 2002).
Corroborando com os resultados de Rodrigues et al. (2012), de acordo com Sena e Grecco (2011), a prática de exercícios físicos ao som da música exerce influência positiva sobre o estado emocional dos praticantes, reduzindo sentimentos de tristeza e medo, o que, por sua vez, os torna mais ativos. Da mesma forma, Moura et al. (2007) compartilham a visão de que a música desempenha papel fundamental ao proporcionar benefícios psicológicos durante o exercício, ao elevar a motivação e ao funcionar como mecanismo de distração em relação ao desconforto, além de tornar a atividade mais prazerosa. Seguindo a mesma linha de raciocínio, Coelho Filho (2007) argumenta que, por meio de diversas conexões, a prática de exercícios físicos pode ser vista como forma de “desconexão com a rotina diária”, assemelhando-se à meditação, na qual procuramos nos desvincular dos pensamentos que tendem a causar desconforto e aflição.
3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DO ESTUDO
A discussão sobre o impacto da música no desempenho físico destaca a importância da revisão bibliográfica como metodologia essencial para organizar e sintetizar os conhecimentos existentes. A revisão permite uma análise detalhada dos efeitos da música durante os treinos, focando em aspectos como ritmo, batida e preferência musical. Ao explorar o papel motivacional da música, a pesquisa revela como a ativação das áreas límbicas do cérebro, responsáveis pelas emoções e impulsos, contribui para a melhoria do desempenho. Assim, a música atua não apenas como uma ferramenta de entretenimento, mas como um componente ergogênico que influencia respostas neurológicas e motoras.
Os estudos apresentados por Anshel et al. (1978), bem como Smoll et al. (1982), indicam que o ritmo musical tem uma influência positiva no comportamento motor e na predisposição natural do corpo ao movimento rítmico. Estes achados sugerem que a música, quando aplicada à atividade física, potencializa o desenvolvimento de habilidades motoras e o desempenho. Isso se deve ao fato de o corpo humano ser naturalmente sincronizado com ritmos, o que facilita a execução de movimentos repetitivos e melhora a eficiência dos exercícios. Portanto, o ritmo se torna um elemento facilitador no contexto da atividade física.
Terry et al. (2020) e Karageorghis et al. (2012) apontam que a música pode melhorar a experiência emocional durante o exercício, o que influencia diretamente a adesão às práticas esportivas. Quando os indivíduos percebem a atividade física como uma experiência mais prazerosa devido à música, a continuidade dos treinos se torna mais provável. Assim, a música não apenas reduz a percepção de esforço, mas também age como um auxílio ergogênico leve, aumentando a disposição para continuar a atividade, o que é especialmente relevante para manter um estilo de vida ativo e combater os efeitos do envelhecimento.
A escolha da música e a sincronização com o exercício desempenham um papel crucial na eficácia da música como ferramenta ergogênica. Estudos indicam que músicas com ritmos rápidos podem aumentar a excitação e a motivação durante treinos intensos, enquanto músicas mais suaves são associadas a efeitos calmantes, facilitando a recuperação. Isso sugere que a seleção musical deve ser feita de acordo com o objetivo da sessão de treino e o estado emocional desejado. A música, portanto, pode ser adaptada para potencializar tanto o desempenho quanto a recuperação, dependendo da fase do treinamento.
Por fim, a música contribui para uma melhora no estado emocional dos praticantes de exercícios físicos, reduzindo sentimentos negativos e aumentando a motivação. Conforme Moura et al. (2007) e Sena et al. (2011), a presença da música durante a prática de atividades físicas funciona como um mecanismo de distração, aliviando o desconforto e tornando o exercício mais prazeroso. Isso permite que os indivíduos experimentem o treino como uma forma de “desconexão” da rotina estressante, semelhante aos efeitos meditativos. Assim, a música se consolida como uma ferramenta poderosa para promover o bem-estar psicológico e a adesão a um estilo de vida mais saudável.
4. CONCLUSÃO
A influência da música no desempenho físico tem sido amplamente investigada, revelando a complexidade dos mecanismos subjacentes a essa relação. A presente revisão sistematiza os principais achados da literatura, evidenciando que a música pode modular a experiência do exercício, influenciando tanto aspectos fisiológicos quanto psicológicos.
Estudos demonstram que a música pode desviar a atenção do praticante de sensações desagradáveis, como fadiga e dor, e consequentemente, melhorar a percepção de esforço e o desempenho (Karageorghis et al. 2002). Esses efeitos podem ser atribuídos a estímulos musicais tanto internos quanto externos.
A sincronização entre a música e o movimento (música sincrônica – MS) é um fator crucial, uma vez que o ritmo musical pode guiar e regular a atividade muscular, além de promover estados de fluxo e imersão na tarefa (Trost et al. 2004). Por outro lado, a música assincrônica (MA), que não possui uma relação direta com o ritmo do movimento, pode atuar por meio de associações emocionais e memórias, influenciando a motivação e a percepção do esforço.
É importante ressaltar que os mecanismos pelos quais a música influencia o desempenho são multifacetados e podem variar de acordo com características individuais, tipo de atividade física e contexto. Fatores como a intensidade do exercício, o tipo de música, a experiência musical do indivíduo e o nível de condicionamento físico podem modular os efeitos da música.
Embora a literatura ofereça evidências sólidas sobre os benefícios da música no exercício, ainda há lacunas a serem exploradas. Futuras pesquisas podem investigar o papel de outros elementos musicais, como a melodia, a harmonia e a dinâmica, bem como os efeitos da música em diferentes populações e tipos de atividade física. Além disso, a utilização de neuroimagem e eletroencefalografia pode auxiliar na compreensão dos mecanismos neurais envolvidos na interação entre música e exercício.
Em conclusão, a música representa uma ferramenta poderosa para melhorar a experiência do exercício e o desempenho físico. No entanto, é fundamental considerar a complexidade dos mecanismos envolvidos e a necessidade de pesquisas mais aprofundadas para elucidar os efeitos da música em diferentes contextos e indivíduos.
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