A INFLUÊNCIA DA MAMOGRAFIA DIGITAL NO DIAGNÓSTICO DE ANOMALIAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10021432


Larissa Veiga Pereira1
Letícia Amantino Maciel2
Kauan Gabriel Backes Greggio3
Júlia de Ávila Gutierrez4
Jecyane Muniz Cabral Silva5
Lucas Souza Cabral Silva6
Chimene Kuhn Nobre7


1 INTRODUÇÃO

A mamografia é uma radiografia da mama, que detecta as lesões iniciais do câncer de mama, o qual é responsável pelos maiores índices de mortalidade no mundo, tornando-se um problema em saúde pública, no que diz respeito à saúde da mulher. No Brasil foram estimados para o ano de 2014 cerca de 57.120 diagnósticos de câncer de mama, com risco de 56,09 casos a cada 100 mil mulheres.

Os exames para detecção do câncer de mama têm como objetivo identificar risco genético, diagnosticar o câncer em seus estágios iniciais, analisar sua extensão e avaliar suas características para orientação, acompanhamento e monitorização da eficácia do tratamento.

A mamografia hoje é considerada o exame de diagnóstico padrão. Caso seja detectado algo suspeito no autoexame ou na mamografia, uma investigação adicional é iniciada, com exames como o ultrassom mamário, ressonância magnética e biópsia. Cada exame fornecerá uma perspectiva diferente

A mamografia convencional é o exame de escolha primário para a detecção precoce nos programas de rastreamento do carcinoma mamário e representa a redução da mortalidade em aproximadamente 30%.

2 OBJETIVOS

Objetivo Geral

Apontar as vantagens da mamografia digital no diagnóstico de anomalias.

Objetivos específicos

●             Avaliar a eficiência da mamografia digital no rastreamento de câncer de mama.

●             Apontar as vantagens e percalços da mamografia das mamas como métodos de rastreio e diagnóstico do câncer de mama.

●             Explanar a diferença entre os termos detecção e diagnóstico.

●             Elucidar os diferentes tipos de exames para diagnóstico de anomalias mamárias expondo suas diferenças.

3  METODOLOGIA

O presente estudo fundamenta-se em uma revisão de literatura elaborada por pesquisa bibliográfica de caráter reflexivo, com consulta de trabalhos publicados e indexados nas bases de dados de SCIELO (Scientific Electronic Library online), Google Acadêmico e Pubmed.

Para levantamento de dados serão utilizados como estratégia de busca os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): em português e inglês: Mamografia digital e Digital mammography, Anomalias da mama e Breast anomalies. As pesquisas incluídas apresentaram dados correspondentes aos anos de 2019-2023.

A avaliação dos dados utilizará a inclusão de artigos que se relacionam mais diretamente ao tema, e serão excluídos aqueles que apresentarem dados incertos, incompletos, repetidos e dispensáveis para o estudo.

4  RESULTADOS ESPERADOS

O presente estudo trará uma revisão sistemática com o intuito de apontar as vantagens da mamografia digital no diagnóstico de anomalias, apresentará a importância do exame de rotina e a detecção precoce do câncer de mama. Além disso, pretende-se evidenciar os diferentes tipos de exames de rastreio e diagnósticos que podem influenciar na saúde da mulher, e expor o direito da realização do exame através do Sistema Único de Saúde (SUS).

5  DISCUSSÃO

A Mamografia é extremamente conhecida como o procedimento de referência para a detecção precoce do carcinoma mamário. No entanto, esta técnica apresenta limitações e implicações que merecem consideração. Tais restrições abrangem a ocorrência de resultados falsos positivos, que ocasionalmente podem induzir ansiedade no paciente e a necessidade de procedimentos diagnósticos complementares; bem como resultados falsos negativos, os quais podem instilar uma falsa sensação de segurança. Além disso, a prática da mamografia está associada a uma sobrediagnóstico e excesso de intervenções médicas em situações em que lesões indolentes são detectadas e tratadas. Além disso, existe o risco potencial de exposição à radiação ionizante, que deve ser considerado ao avaliar os benefícios e riscos deste método (MIGOWSKI et al., 2018a; INCA, 2015).

Com o propósito de unificar a comunicação na avaliação mamográfica, o Colégio Americano de Radiologia concebeu o sistema BI-RADS em 1992, visando padronizar a terminologia nos laudos mamográficos. Esse sistema busca orientar os médicos no diagnóstico da probabilidade de malignidade de lesões, bem como estabelecer abordagens específicas para cada caso.

O sistema BI-RADS classifica os resultados mamográficos em categorias numeradas de 0 a 6, o que facilita a descrição consistente dos achados e resultados. Essa padronização promove comunicação precisa sobre os resultados e otimiza o acompanhamento subsequente (American Cancer Society, 2018).

O médico avalia a lesão quanto ao risco de malignidade e classifica em uma das seguintes categorias BI-RADS (Duarte, 2016): BI-RADS 0 (incompleto): Requer avaliação adicional por meio de imagens e/ou comparação com mamografias anteriores; BI-RADS 1 (negativo): Ausência de anormalidades manifestações. As mamas exibem simetria, sem massas, distorções perdidas ou calcificações suspeitas. Recomenda-se exame anual ou semestral; BI-RADS 2 (benigno): Também indica resultado negativo para câncer, mas identifica achados benignos, como calcificações benignas, linfonodos mamários ou fibroadenomas calcificados. Exame anual recomendado ou semestral; BI-RADS 3 (provavelmente benigno): Indica achados com probabilidade de malignidade ≤2%. Requer acompanhamento ao longo do tempo para verificar a estabilidade; BI-RADS 4 (suspeito): Aplicado a achados que não apresentam características típicas de malignidade, porém são suspeitos ou suficientes para indicar biópsia; BI-RADS 5 (altamente suspeito): Indica probabilidade muito alta (≥95%) de malignidade, como massas espiculadas, calcificações densas ou massas espiculadas com calcificações pleomórficas. Exigir biópsia para confirmação; BI-RADS 6 (maligno): Indica lesão comprovadamente maligna (100%) por meio de biópsia. Lesão não tratada ou removida. (PAOLINO, Bruno Monção et al. 2018)

Dentre as opções diagnósticas adicionais, destacam-se a Tomografia, Ressonância Magnética e Ultrassonografia.

A Ultrassonografia, utilizada complementarmente à mamografia, é aplicada na avaliação de mamas densas e na diferenciação entre nódulos sólidos e císticos. Sua sensibilidade é aproximadamente 33%, com especificidade de 91%. Contudo, não é comentado como substituto da mamografia, dadas as limitações na detecção e caracterização de calcificações, distorções arquitetônicas e nódulos em regiões adiposas. A incapacidade da ultrassonografia em identificar microcalcificações é notável, sendo essa a apresentação mais comum dos carcinomas ductais “in situ”. (SANTANA, Nayara et al. 2015)

A Ressonância Magnética, frequentemente utilizada em conjunto com a mamografia, desempenha papel na detecção, diferenciação e seleção de tratamento para o câncer de mama. (Idem Ibidem)

6  CONSIDERAÇÕES FINAIS

O câncer de mama é uma doença perigosa e insidiosa, capaz de causar muitos problemas para a saúde física, social e mental da mulher afetada, assim como para sua família. Quando tratado logo no início, as chances de cura são bastante altas. Por esse motivo, o exame de mamografia é de extrema importância para as políticas de saúde tanto no Brasil quanto em outros países.

A mamografia é o exame mais confiável para detectar mudanças nos seios antes que a paciente ou até mesmo o médico possam perceber. Dado que o câncer de mama é comum, a mamografia deve ser feita como uma forma de prevenção regular, rastreio da doença, especialmente para as mulheres que têm maior probabilidade de desenvolver a doença.

Através deste estudo, ficou claro que é crucial melhorar a detecção do câncer de mama, isso ajudaria a diminuir a incidência do câncer de mama. É importante destacar a necessidade de ações contínuas, envolvendo os profissionais de saúde e capacitando as mulheres a cuidarem da própria saúde. A prevenção do câncer de mama está diretamente ligada a um diagnóstico precoce e uma detecção atenta.

REFERÊNCIAS

American Câncer  Society. About breast cancer. https://www.cancer.org/cancer/breastcancer/about/what-is-breast-cancer.html,   2018. Data de acesso: 23 ago. 2023.

CHALA, Luciano Fernandes; BARROS, Nestor de. Avaliação das mamas com métodos de imagem. Radiologia Brasileira, v. 40, p. 4-6, 2007.

DOS SANTOS, Glenda Dias; CHUBACI, Rosa Yuka Sato. O conhecimento sobre o câncer de mama e a mamografia das mulheres idosas frequentadoras de centros de convivência em São Paulo (SP, Brasil). Revista Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, n. 5, 2011.

Duarte, D. ACR BI-RADS: sistema de laudos e registro de dados de imagem da mama: Atlas de diagnóstico por imagem da mama. São Paulo: Colégio Brasileiro de Radiologia vol. 2, pp. 1–574, 2016.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Atlas da Mortalidade. Disponível em: http://mortalidade.inca.gov.br/Mortalidade Acesso em: 23 ago. 2023. » http://mortalidade.inca.gov.br/Mortalidade

MIGOWSKI, A. et al. Diretrizes para detecção precoce do câncer de mama no Brasil. II – Novas recomendações nacionais, principais evidências e controvérsias. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 34, n. 6, e00074817, 2018a.

OHL, Isabella Cristina Barduchi et al. Ações públicas para o controle do câncer de mama no Brasil: revisão integrativa. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 69, p. 793-803, 2016.

PAOLINO, Bruno Monção et al. Análise dos subtipos imunoistoquímicos de câncer de mama em um hospital de referência oncológica no Amazonas. 2018.

SANTANA, Nayara Priscilla Pessôa; BORGES, Alex Rodrigo. Exames de imagem no rastreio e diagnóstico do câncer de mama: Ressonância Magnética das mamas em face da mamografia. Psicologia e Saúde em debate, v. 1, n. 1, p. 19-38, 2015.


1Acadêmico do curso de Medicina do Centro Universitário FIMCA. E-mail: larissaveiga024@outlook.com.
2Acadêmico do curso de Medicina do Centro Universitário FIMCA. E-mail: leticiaamantinomaciel@gmail.com
3Acadêmico do curso de Medicina do Centro Universitário FIMCA. E-mail: kauangabriel.fimca@gmail.com
4Acadêmico do curso de Medicina do Centro Universitário FIMCA. E-mail: julia_de_avila@hotmail.com
5Acadêmico do curso de Medicina do Centro Universitário FIMCA. E-mail: :jecyanemuniz20@gmail.com
6Acadêmico do curso de Medicina do Centro Universitário FIMCA. E-mail: lucas.souzacsilva@outlook.com
7Docente do curso de Medicinado Centro Universitário FIMCA. E-mail: prof.chimene@fimca.com.br