A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DO PSICÓLOGO NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO LUTO E HUMANIZAÇÃO DA MORTE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10238132


Danila dos Santos de Oliveira1,
Juliana Reis de Alcantara Barros2


RESUMO

Ao discorrer sobre o papel crucial do psicólogo no processo de elaboração do luto e na humanização da morte, o presente estudo objetiva analisar como os psicólogos contribuem para a compreensão da perda e como promovem o ajustamento emocional de pacientes e familiares em situações de luto e terminalidade. A pesquisa elaborada  baseada em revisão bibliográfica extensa, a partir de material já publicado, constituído principalmente de publicações em periódicos e artigos científicos, foi realizada no ano de 2023, nos principais buscadores científicos, Google Scholar, PEPSIC e ScIELO. O estudo revela que o apoio psicológico adequado durante o luto facilita a aceitação da perda e promove uma elaboração saudável do luto. Além disso, enfatiza-se o papel crucial dos psicólogos na humanização da morte, desmistificando concepções errôneas sobre o tema. No entanto, são identificados desafios, como a estigmatização da morte e a diversidade cultural, exigindo abordagens sensíveis.

PALAVRAS-CHAVE: Cuidados paliativos; Psicologia; Luto, Cuidado.

ABSTRACT

By discussing the crucial role of the psychologist in the process of mourning and in the humanization of death, this study aims to analyze how psychologists contribute to the understanding of loss and how they promote the emotional adjustment of patients and families in situations of grief and terminal illness. . The research based on an extensive bibliographic review, based on already published material, consisting mainly of publications in journals and scientific articles, was carried out in 2023, in the main scientific search engines, Google Scholar, PEPSIC and ScIELO. The study reveals that adequate psychological support during mourning facilitates acceptance of loss and promotes healthy mourning. Furthermore, the crucial role of psychologists in the humanization of death is emphasized, demystifying erroneous conceptions on the subject. However, challenges are identified, such as the stigmatization of death and cultural diversity, requiring sensitive approaches.

KEYWORDS: Palliative care; Psychology; Grief, Care.

INTRODUÇÃO

Ao buscar se debater o processo de elaboração do luto e na humanização da morte é de extrema importância para o bem-estar emocional e psicológico de indivíduos e suas famílias, desempenhando um papel essencial na orientação e apoio durante um dos momentos mais desafiadores da vida. O luto, um processo complexo e doloroso, envolve a vivência de perda, o enfrentamento de sentimentos profundos de tristeza, raiva, culpa e confusão.

Partindo deste princípio e buscando compreender o papel do profissional em psicologia no contexto da saúde, a morte é uma realidade incontornável, e é de suma importância que os profissionais de saúde reconheçam a relevância fundamental da família no processo de luto e enfrentamento da perda. Além de fornecer cuidados compassivos e informação transparente aos pacientes, os profissionais de saúde devem estender seu apoio às famílias, criando um ambiente empático e oferecendo recursos de suporte emocional (NEGRINE, 2014).

O problema de pesquisa abordado neste trabalho de conclusão de curso (TCC) diz respeito à contribuição do psicólogo na elaboração do luto e na humanização da morte, bem como às formas de otimização dessa contribuição. A pesquisa abrange a exploração das teorias do luto, a análise da humanização da morte nos cuidados de saúde, a investigação do papel do psicólogo nesse contexto e a identificação de estratégias para aprimorar sua atuação. Por meio de revisão de literatura, pesquisas de campo e análise de dados, o TCC busca fornecer insights práticos e recomendações para melhorar o suporte emocional e a qualidade de vida dos indivíduos que enfrentam a morte e o luto.

As hipóteses para responder a esse problema de pesquisa incluem: a) O apoio psicológico adequado durante o processo de luto pode facilitar a aceitação da perda e promover o ajustamento emocional; b) A humanização da morte envolve não apenas o paciente terminal, mas também seus familiares e equipes de saúde, sendo a intervenção psicológica um elemento essencial nesse processo.

O objetivo geral deste trabalho é analisar o papel do psicólogo no processo de elaboração do luto e na humanização da morte, destacando suas contribuições e desafios. Os objetivos específicos incluem investigar as práticas e abordagens terapêuticas mais eficazes nesse contexto, identificar as necessidades dos pacientes e familiares em situações de luto e terminalidade, e propor diretrizes para aprimorar a atuação do psicólogo nesses cenários.

A relevância deste trabalho acadêmico reside na sua contribuição para a melhoria da qualidade de vida das pessoas em momentos tão delicados e difíceis como o luto e a morte. Compreender o papel do psicólogo e sua capacidade de promover a elaboração saudável do luto e humanização da morte pode impactar positivamente a sociedade, melhorando o suporte emocional oferecido a indivíduos e famílias em situações de perda. Além disso, contribui para o avanço do conhecimento na área da psicologia da saúde.

A metodologia utilizada neste trabalho partiu das disposições de Gil (2010) e envolveu uma pesquisa bibliográfica extensa para revisar a literatura atual sobre o papel do psicólogo no luto e na humanização da morte. Foram analisados estudos científicos, livros, artigos acadêmicos e documentos relevantes. Ao assimilarmos diversas perspectivas e teorias, construímos uma base robusta para formular recomendações e diretrizes que podem enriquecer a prática dos profissionais de saúde mental e contribuir para uma abordagem mais compassiva e humanizada diante das complexas questões relacionadas à morte e ao luto, promovendo, assim, uma assistência psicológica mais eficaz.

O primeiro capítulo, “Introdução e Contextualização,” fornece uma base sólida para a discussão, contextualizando o tópico. O segundo capítulo, “O Psicólogo como Agente de Apoio e Transformação,” explora a função do psicólogo no processo de luto e como eles podem contribuir para humanizar a experiência da morte. O terceiro capítulo, “Desafios e Estratégias de Apoio,” aborda os desafios enfrentados pelos psicólogos e as estratégias que empregam para oferecer apoio emocional durante o luto. O trabalho culmina com uma conclusão que sintetiza os principais pontos discutidos, enfatizando a importância do psicólogo nesse contexto.

REFERENCIAL TEÓRICO

A morte e o morrer são processos intrincados que permeiam a experiência humana, representando a interseção de diversas dimensões. A morte, em sua profundidade, transcende o âmbito físico estritamente, incorporando elementos existenciais e filosóficos que refletem a história e o legado de um indivíduo. Ela é um ponto de inflexão que nos lembra da nossa própria finitude e nos convida a explorar questões sobre o significado da vida. Em contrapartida, o morrer é uma fase que se desenrola dentro de considerações bioéticas complexas. Envolve aspectos biológicos, psicológicos, sociais, históricos, fenomenológicos e culturais, todos interagindo em um contexto específico. Durante esse processo, a família assume um papel de extrema importância, exercendo influências tanto positivas quanto negativas. 

Tabela 01: Aspectos do luto e suas características

Tema DescriçãoExemplos
Aspectos BiológicosConsiderações relacionadas à saúde física, processos de envelhecimento e doenças terminais.– Decisões sobre tratamentos médicos no final da vida. – Administração de cuidados paliativos.
Aspectos PsicológicosO impacto das emoções, crenças e bem-estar mental durante a fase de morrer– Angústia emocional enfrentada por pacientes terminais. – Suporte psicológico para familiares enlutados.
Aspectos SociaisComo as relações familiares, apoio social e contextos socioculturais influenciam a experiência de morrer.– Discussões familiares sobre cuidados no final da vida. – Influência da cultura na tomada de decisões sobre a morte.
Aspectos HistóricosA evolução das práticas e atitudes em relação à morte ao longo da história.– Mudanças nas práticas funerárias ao longo dos séculos. – Evolução das atitudes religiosas em relação à morte.
Aspectos FenomenológicosExploração das experiências subjetivas da morte, incluindo as experiências de pacientes terminais.– Estudos sobre experiências de quase-morte. – Reflexões sobre o significado da morte na filosofia existencialista.
Aspectos CulturaisComo diferentes culturas lidam com a morte, rituais funerários e crenças após a vida.– Comparação de cerimônias fúnebres em diferentes culturas. – Crenças sobre a vida após a morte em diferentes religiões.
Considerações BioéticasQuestões éticas relacionadas ao fim da vida, incluindo autonomia, consentimento informado e a tomada de decisões difíceis.– Diretivas antecipadas de vontade em casos de incapacidade. – Eutanásia e debates sobre o direito de morrer com dignidade
Fonte: Adaptado de PORCINO, et al. 2020.

A definição dos cuidados paliativos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1990 representou um marco fundamental na evolução dos cuidados prestados a pacientes que enfrentam doenças graves, notadamente o câncer. No entanto, foi em 2002 que a OMS promoveu um avanço notável nessa abordagem ao aprimoramento e ampliou sua definição. Esse refinamento estendeu a aplicação dos cuidados paliativos a uma variedade mais abrangente de condições médicas, monitorando que a necessidade de interrupção dos sintomas e apoio emocional se estende além das doenças oncológicas.

Além disso, a revisão enfatizou a importância de uma equipe multiprofissional que colabora para promover a qualidade de vida, não apenas do paciente, mas também de sua família. Essa mudança de foco reforça a ideia de que os cuidados paliativos não são apenas sobre o tratamento da doença, mas também sobre a melhoria da experiência geral do paciente e a mitigação do sofrimento. Esses avanços nos cuidados paliativos são particularmente relevantes para a pesquisa em questão, uma vez que enfatizam a necessidade de uma abordagem holística para a assistência a pacientes em situações de morte urgentes e destacam a relevância do apoio psicológico e emocional em todo o processo.

O paradigma dos cuidados paliativos evoluiu significativamente, passando a ser compreendido como um esforço interdisciplinar e abrangente para atenuar o sofrimento multifacetado associado à hospitalização e à doença grave. Essa abordagem confirma que a prestação de cuidados de saúde transcende o escopo médico, envolvendo puramente o entendimento de que os cuidados integrais devem abordar não apenas as necessidades físicas, mas também as dimensões psicológicas e espirituais. Os cuidados paliativos agora são vistos como um processo holístico, incorporando o apoio emocional, social e espiritual como componentes intrínsecos da assistência. Essa evolução na concepção dos cuidados paliativos gerou resultados positivos notáveis, melhorou a qualidade de vida e a experiência de pacientes e seus familiares que enfrentam doenças graves e terminais (INCA, 2020). Esse novo paradigma coloca uma ênfase marcante na humanização da assistência à saúde, apoiando a importância de tratar não apenas o corpo, mas a pessoa como um todo, em seu contexto emocional e espiritual.

Pode-se traçar o advento da inclusão de psicólogos nas equipes hospitalares, conforme observado por Alves, et al (2014), a partir da crescente conscientização sobre a influência substancial dos fatores emocionais e psicológicos na saúde dos pacientes. Esse movimento de integração de psicólogos em equipes hospitalares começou a ganhar força ao longo do século 20, principalmente em ambientes hospitalares voltados para tratamento psiquiátrico. Nessa época, surgiu o reconhecimento de que o bem-estar mental desempenha um papel de fundamental importância na recuperação e no tratamento médico. À medida que crescia a compreensão da interconexão entre a saúde física e mental, a presença dos psicólogos passou a ser valorizada em uma variedade de contextos hospitalares, abrangendo desde cuidados em saúde mental até a assistência a pacientes com doenças físicas crônicas e graves. 

Neimeyer (2001) enfatiza a importância de reconhecer que o processo de luto não é uma experiência estritamente individual, mas é profundamente influenciado pelo contexto social no qual ocorre. Segundo essa perspectiva, entender plenamente todas as dimensões da perda envolve uma análise cuidadosa das interações entre o enlutado e o ambiente social que o cerca. Por outro lado, o contexto social também pode ser opositor, quando impõe expectativas irrealistas de superação rápida do luto ou nega a legitimidade das emoções do enlutado. Em alguns casos, o ambiente social simplesmente ignora a experiência do luto, o que pode levar o enlutado a sentir-se isolado e incompreendido.

À medida que a conscientização sobre a interligação entre saúde física e mental cresceu, a integração dos psicólogos em ambientes hospitalares se expandiu para incluir hospitais gerais e cuidados primários. Nesse contexto, a presença dos psicólogos desempenha um papel indispensável, oferecendo suporte emocional que abrange não apenas o paciente, mas também sua família, auxiliando na gestão da dor e na compreensão das complexas dimensões emocionais associadas à doença. Além disso, eles desempenham um papel essencial na promoção da adesão ao tratamento, auxiliando os pacientes a entender e seguir as orientações médicas. Sua atuação inclui também a facilitação da comunicação entre pacientes, familiares e equipe médica, criando um ambiente de assistência colaborativa que promove uma abordagem de cuidados de saúde integral e eficaz (PORCINO, et al. 2020).

O trabalho do psicólogo desempenha um papel vital no processo de elaboração do luto e na humanização da morte. Quando alguém enfrenta a perda de um ente querido, o psicólogo fornece um espaço seguro para expressar emoções e pensamentos, auxiliando na compreensão dos estágios do luto, normalizando as reações emocionais e promovendo a adaptação saudável à perda. Além disso, contribui para a humanização da morte ao educar as pessoas sobre esse tema muitas vezes tabu, desmistificando concepções errôneas e promovendo uma visão mais compassiva e realista da morte (ALVES, et al, 2014).

Tabela 02: Dinâmica psicologia/luto

TópicoDescriçãoExemplos
Papel do PsicólogoO papel do psicólogo como agente de apoio e transformação na saúde mental e bem-estar das pessoas– Auxiliar indivíduos a superar desafios emocionais e psicológicos. – Facilitar o crescimento pessoal.
Apoio em Momentos de CriseComo os psicólogos podem oferecer apoio durante crises emocionais, como luto, traumas ou situações de crise.– Aconselhamento após a perda de um ente querido. – Intervenção após desastres naturais.
Aconselhamento e TerapiaA importância do aconselhamento e da terapia psicológica para promover a transformação e a cura.– Terapia cognitivo-comportamental para tratar a ansiedade. – Aconselhamento familiar para resolver conflitos.
Promoção da Resiliência
Como os psicólogos ajudam as pessoas a desenvolver resiliência e habilidades de enfrentamento.– Treinamento em resolução de problemas. – Desenvolvimento de estratégias de coping.
Transformação Pessoal e CrescimentoComo os psicólogos auxiliam na transformação pessoal e no crescimento emocional e psicológico.– Terapia de crescimento pessoal para aprimoramento da autoestima. – Exploração de valores e propósito de vida.
Psicologia Positiva e Bem-EstarO foco na psicologia positiva para promover o bem-estar e a qualidade de vida.– Aplicação de técnicas de gratidão e mindfulness. – Promoção de emoções positivas.
Suporte na Tomada de DecisõesComo os psicólogos auxiliam na tomada de decisões importantes, considerando fatores emocionais e psicológicos.– Aconselhamento para escolha de carreira. – Suporte na tomada de decisões de relacionamento
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

O papel desempenhado pelo psicólogo em cuidados paliativos é de uma importância indiscutível. Além de oferecer apoio emocional, o psicólogo desempenha uma variedade de funções interconectadas que abrangem todo o espectro do cuidado ao paciente em estado crítico. Sua presença é vital na facilitação da comunicação entre a equipe médica, o paciente e sua família. Isso inclui ajudar a traduzir informações médicas complexas em linguagem acessível, permitindo que o paciente tome decisões informadas sobre seu tratamento e cuidado. Além disso, o psicólogo está envolvido na promoção do enfrentamento saudável da doença e da morte iminente, auxiliando os pacientes a encontrar significado e resiliência em suas circunstâncias. Um aspecto particularmente essencial do seu papel é o apoio à família do paciente. A doença grave e a morte iminente não afetarão apenas o indivíduo, mas também seus entes queridos. O psicólogo desempenha um papel fundamental na orientação e no apoio emocional às famílias, ajudando a compreender e enfrentar as complexidades emocionais que surgem nesse contexto, ao mesmo tempo em que fortalece os vínculos familiares e promove o apoio mútuo (RAMOS, 2016).

Além disso, o psicólogo é uma figura central na abordagem das questões de luto. A perda de um ente querido é um processo emocionalmente desafiador, e o psicólogo desempenha um papel fundamental na ajuda às pessoas a enfrentar e elaborar sua dor de maneira saudável. Estas várias funções desempenhadas pelo psicólogo em cuidados paliativos têm um impacto significativo na melhoria da qualidade de vida do paciente e na redução do sofrimento físico, emocional e psicossocial. Sua presença contribui para criar um ambiente de cuidado compassivo e holístico, onde o paciente é tratado não apenas como um conjunto de sintomas, mas como um ser humano completo que merece apoio, dignidade e respeito em sua jornada final (ALVES, et al 2014).

Isso não apenas normaliza as respostas emocionais ao luto, mas também ajuda a reduzir o estigma que muitas vezes envolve expressar tristeza, raiva e outras emoções associadas ao luto. O psicólogo, em colaboração com a família, trabalha para criar um ambiente de apoio e acessível, permitindo que todos expressem suas emoções, dúvidas e preocupações de maneira aberta e saudável. Além disso, ele ajuda a identificar estratégias de enfrentamento eficazes para lidar com a dor da perda e fornece ferramentas para auxiliar na adaptação a essa nova realidade. A intervenção do psicólogo em um contexto de luto familiar é, portanto, abrangente e centrada nas necessidades específicas de cada membro da família, não apenas à recuperação emocional, mas também à promoção de resiliência e à construção de um espaço de apoio onde o luto possa ser vivenciado com compaixão e compreensão (RAMOS, 2016).

O objetivo é capacitar a família para lidar com a dor da perda e promover uma adaptação saudável às mudanças que a perda trouxe à vida de todos. Além disso, a intervenção do psicólogo não se limita a um período breve, mas se prolonga por um longo prazo. Ele oferece apoio contínuo para ajudar a família a enfrentar os altos e baixos da jornada de luta. Esse apoio a longo prazo é essencial, pois o processo de luta muitas vezes não é linear e pode apresentar desafios em diferentes momentos. O psicólogo ajuda a família a se adaptar às mudanças contínuas, a encontrar significado na vida após a perda e a continuar construindo um futuro, mesmo enquanto carregam a memória do ente querido perdido (ALMEIDA, et al. 2015).

De acordo com Stroebe & Schut (2010) esse trabalho enfrenta desafios significativos. A estigmatização da morte em muitas culturas pode dificultar a aceitação do luto, e a diversidade cultural exige que os psicólogos estejam cientes e respeitem as diferentes perspectivas sobre a morte. Além disso, situações de morte traumática ou repentina podem complicar o processo de luto, exigindo habilidades especializadas por parte dos psicólogos. Portanto, a educação pública sobre o luto e a morte, a abordagem centrada no paciente, o apoio emocional, a terapia familiar e a colaboração multidisciplinar são estratégias vitais para enfrentar esses desafios e garantir que o luto seja abordado de maneira sensível e eficaz.

De acordo com a pesquisa de Dahdah et al. (2019), que se baseou em uma revisão sistemática, ficou evidente que as ocupações desempenham um papel fundamental na intervenção com pessoas enlutadas. As ocupações, nesse contexto, são consideradas valiosas ferramentas que podem ser empregadas tanto como um meio quanto como um fim no processo de apoio psicológico aos enlutados. A conclusão desses autores ressalta a importância da avaliação das atividades e ocupações do indivíduo enlutado por terapeutas ocupacionais, como um meio eficaz para ajudar essas pessoas a lidar com o processo de luto.

Tabela 03: Estratégias, ações e agentes da intervenção

AçãoMateriaisResultados EsperadosAgentes da Ação
Conscientização sobre cuidados paliativosFolhetos informativos, palestras, mídia social– Maior compreensão da importância dos cuidados paliativos. – Redução do estigma em relação à morteEquipe multidisciplinar de saúde, ONGs, psicólogos.
Treinamento de psicólogos para cuidados paliativosWorkshops, cursos de capacitação– Melhoria das habilidades em lidar com pacientes em cuidados paliativos. – Melhor adaptação às necessidades individuaisInstituições de ensino, associações de psicólogos.
Ampliação do número de psicólogos em cuidados paliativosRecrutamento e contratação de profissionais, campanhas de sensibilização– Redução das listas de espera para atendimento. – Aumento do acesso a apoio emocionalHospitais, governos, instituições de saúde.
Promoção de discussões sobre a morte na sociedadeEventos públicos, grupos de apoio, campanhas de conscientização– Desmistificação da morte como um tabu. – Fomento de conversas abertas sobre a morteONGs, psicólogos, educadores
Desenvolvimento de protocolos de apoio emocional personalizadoManuais de práticas recomendadas, orientações– Melhoria na qualidade do suporte emocional. – Satisfação dos pacientes e familiares.Equipes de cuidados paliativos, psicólogos, líderes clínicos.
Fonte: Elaboração do autor (2023).

Ao discutir estratégias de ação para o enfrentamento de tais problemas, embasando este no cuidado protagonizado pelo profissional em psicologia observa-se em Souza e Corrêa (2009) e Scaletti e Hocking (2010) relatam, respectivamente, a coleta de dados do estudo e uma intervenção terapêutica que empregam atividades expressivas como meio para compreender o luto nas ocupações. No primeiro estudo, os autores utilizaram uma oficina de livre expressão, enquanto o segundo recorreu à construção de histórias por meio da caixa de areia (sandtray). Essas abordagens demonstram como diferentes formas de expressão, como a escrita e atividades expressivas, podem ser utilizadas para auxiliar indivíduos no processo de enfrentamento do luto e na compreensão das complexas dimensões desse desafio emocional.

De forma a compreender que ao trabalhar com uma família que enfrenta o luto, o psicólogo pode adotar várias estratégias, incluindo a escuta ativa e empatia para validar as emoções dos membros da família, a educação sobre o luto para normalizar as experiências, a terapia individual e familiar adaptada às necessidades específicas, o desenvolvimento de habilidades de enfrentamento práticas, a promoção de rituais de despedida significativos, o estabelecimento de metas realistas, a facilitação do acesso a grupos de apoio ao luto, o enfoque na resiliência emocional, o acompanhamento a longo prazo para apoiar a adaptação contínua e a avaliação de riscos de problemas de saúde mental. 

METODOLOGIA

Neste estudo, adotamos uma abordagem qualitativa para aprofundar nossa compreensão das experiências humanas e dos processos psicológicos associados ao luto e à morte. A pesquisa bibliográfica, nossa base de investigação, envolveu a análise de fontes acadêmicas de artigos científicos em periódicos relacionados ao tema (LAKATOS e MARCONI, 2017). Através dessa análise, buscamos mapear teorias e abordagens na psicologia do luto, identificar práticas recomendadas por psicólogos nesse contexto e compreender as necessidades emocionais e psicológicas de enlutados e pacientes em estado terminal.

Figura 01: Fluxograma de artigos selecionados

Fonte: Elaboração dos autores. (2023).

Ao definir esses critérios, analisamos atentamente fatores como a data de publicação dos materiais, garantindo que as informações fossem atualizadas e refletissem as tendências mais recentes. Além disso, consideramos o tipo de fonte, favorecendo, por exemplo, estudos acadêmicos revisados por pares em relação a fontes menos confiáveis. O idioma também foi um aspecto ponderado, garantindo que as fontes estivessem acessíveis aos nossos leitores-alvo.

A relevância do tema “O Papel do Psicólogo no Processo de Elaboração do Luto e na Humanização da Morte” é incontestável. Ele impacta a qualidade de vida, pois a intervenção do psicólogo tem demonstrado melhorar significativamente a vida de enlutados e pacientes em cuidados paliativos. Além disso, contribui para o avanço da psicologia clínica e da saúde, enriquecendo o conhecimento e permitindo o desenvolvimento de novas abordagens e práticas. Essa pesquisa também tem implicações profundas na sociedade, ajudando a melhorar o cuidado de pacientes terminais e suas famílias, promovendo uma abordagem mais humanizada diante da morte e do luto.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Esta pesquisa aborda a importância do apoio emocional e prático da família na saúde e bem-estar dos pacientes e familiares, assim como a influência desse suporte na trajetória do processo de luto e como o psicólogo desempenha um papel fundamental nesse processo a partir de um levantamento bibliográfico. A seguir é possível observar o resultado deste levantamento.

O “Quadro 01” apresenta uma compilação dos principais estudos pesquisados que desempenham um papel fundamental na estruturação deste trabalho. Cada entrada na tabela representa uma obra acadêmica ou pesquisa relevante no domínio do luto, terapia ocupacional, perdas e processos de enfrentamento de perdas. Além disso, a análise dos estudos relacionados permite identificar lacunas no conhecimento, fundamentar teoricamente as conclusões e acompanhar o desenvolvimento do campo ao longo do tempo, contribuindo significativamente para a compreensão mais profunda das implicações e do significado das descobertas apresentadas neste trabalho.

Quadro 01: Representação e a elaboração de estudos pesquisados

AutoresTítuloAno de publicação
ALMEIDA, E. J. et al.Dor e perda: Análise do processo do luto2015
DAHDAH, D. F., et alRevisão sistemática sobre luto e terapia ocupacional2019
INCA, Instituto Nacional de CâncerCuidados Paliativos2020
LUFT, L.Perdas e Ganhos2014
NEGRINE, M.A significação da morte: um olhar sobre a finitude2014
NEIMEYER, R. (Ed.)Meaning Reconstruction and the experience of loss2001
PORCINO, J. M. A. et al.A morte e o morrer: a importância da escuta psicológica2020
RAMOS, V. A. B.O processo de luto2016
SOUZA, A. M.; CORRÊA, V. A. C.Compreendendo o pesar do luto nas atividades ocupacionais2009
SCALETTI, R.; HOCKING, CHealing through Story Telling: An Integrated Approach for Children Experiencing Grief and Loss2010
STROEBE, M., & SCHUT, H.The dual process model of coping with bereavement: a decade on2010
Fonte: Elaboração do autor. (2023)

De forma geral, a pesquisa indicou que os psicólogos desempenham um papel fundamental na educação das pessoas sobre a morte. Eles contribuem significativamente para desmistificar concepções errôneas e promover uma visão mais realista e compassiva do processo de morrer. Essa função é particularmente importante em uma sociedade em que a morte é frequentemente considerada um tópico tabu.

A pesquisa também destacou a natureza personalizada das intervenções dos psicólogos. Eles realizam avaliações individuais das necessidades emocionais e psicológicas dos pacientes e familiares, desenvolvendo estratégias de apoio adaptadas às circunstâncias específicas de cada caso. Isso ressalta a flexibilidade e a capacidade de adaptação dos profissionais de psicologia em cuidados paliativos.

●     Valorização da presença dos psicólogos: Pacientes e familiares reconhecem e valorizam a contribuição dos psicólogos nas equipes de cuidados paliativos. O apoio emocional fornecido por esses profissionais é considerado vital para reduzir o sofrimento emocional, melhorar a qualidade de vida e fortalecer a resiliência durante o enfrentamento de doenças graves e da morte iminente.

●     Educação sobre a morte: A pesquisa indica que os psicólogos desempenham um papel importante na educação das pessoas sobre a morte. Eles ajudam a desmistificar concepções errôneas e promovem uma visão mais realista e compassiva do processo de morrer. Isso é particularmente relevante em sociedades onde a morte é muitas vezes um tabu.

●     Intervenções personalizadas: Os psicólogos realizam avaliações individuais das necessidades emocionais e psicológicas de pacientes e familiares, adaptando suas estratégias de apoio a cada situação. Isso destaca a flexibilidade e a capacidade de adaptação desses profissionais em cuidados paliativos.

●     Humanização dos cuidados de saúde: Os resultados da pesquisa destacam a importância do papel do psicólogo na humanização dos cuidados de saúde. Eles não apenas aliviam o sofrimento emocional, mas também promovem uma visão mais compassiva e respeitosa da morte, contribuindo para uma experiência mais digna e humanizada para pacientes e suas famílias.

No entanto, a pesquisa também identifica desafios e limitações a serem considerados:

●     Escassez de profissionais qualificados: Um desafio notável é a falta de psicólogos qualificados disponíveis para atender à crescente demanda por serviços de cuidados paliativos. Isso pode limitar o acesso das pessoas a esse tipo de apoio.

●     Necessidade de treinamento e conscientização: A pesquisa sugere a importância de expandir programas de treinamento e conscientização sobre a importância do suporte emocional em cuidados paliativos. Isso pode ajudar a superar a escassez de profissionais e garantir que mais pacientes e famílias tenham acesso a esse suporte vital.

A atuação do psicólogo na promoção da dignidade no fim da vida é intrinsecamente ligada à preservação das escolhas pessoais do paciente, ao respeito às suas diretivas antecipadas de vontade e à garantia de que seus valores e crenças sejam respeitados. Essa abordagem integral não apenas auxilia na gestão do sofrimento emocional, mas também no fortalecimento da resiliência e na promoção de uma melhor qualidade de vida, mesmo em face de doenças terminais.

Além disso, a presença do psicólogo na equipe de cuidados paliativos também favorece a comunicação aberta e eficaz entre pacientes, familiares e profissionais de saúde, facilitando discussões importantes sobre o tratamento, a vida após a morte e as preferências do paciente. Essas conversas sensíveis são fundamentais para o processo de tomada de decisões informadas e compassivas, permitindo que os pacientes expressem seus desejos e valores até o final de suas vidas.

Os cuidados paliativos desempenham um papel fundamental na assistência a pacientes com doenças graves ou terminais, concentrando-se no alívio do sofrimento e na melhoria da qualidade de vida. Nesse contexto, a presença do psicólogo é de extrema importância. O psicólogo desempenha um papel essencial na equipe de cuidados paliativos, oferecendo suporte emocional tanto para os pacientes quanto para seus familiares, que enfrentam a incerteza e a angústia diante da morte iminente. Além disso, auxilia na comunicação entre pacientes, familiares e equipe médica, facilitando discussões importantes, como a tomada de decisões médicas e a expressão dos desejos do paciente em relação à morte.

O psicólogo também avalia regularmente o bem-estar psicológico do paciente, intervindo quando necessário para melhorar a qualidade de vida. Após a morte do paciente, o apoio psicológico continua, ajudando os familiares a lidar com o processo de luto. O foco é sempre na preservação da dignidade do paciente, respeitando suas escolhas pessoais e garantindo um ambiente de cuidados que valorize a autonomia e a dignidade no fim da vida.

Esses resultados têm implicações profundas e abrangentes para a humanização dos cuidados de saúde em contextos de cuidados paliativos. A pesquisa não apenas destaca a importância do psicólogo na mitigação do sofrimento emocional dos pacientes, mas também lança luz sobre como o papel desse profissional é crítico para moldar uma perspectiva mais compassiva, respeitosa e holística em relação à morte. Isso transcende a esfera clínica e contribui para uma experiência mais digna, significativa e humanizada tanto para os pacientes quanto para suas famílias. Por isso, a pesquisa bibliográfica é uma importante metodologia no âmbito da educação, a partir de conhecimentos já estudados, o pesquisador buscou analisá-los para responder seu problema do objeto de estudo.

Porém, como em qualquer pesquisa, o estudo realizado apresentou limitações quanto à dificuldade de entrar artigos recentes sobre a temática, tratava-se de um grupo específico. E desta forma, é necessário novos estudos que permitiriam ampliar o entendimento do fenômeno estudado que inclua material já publicado, constituído também de: livros, revistas, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico não somente publicações em periódicos e artigos científicos. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo sobre o papel do psicólogo no processo de elaboração do luto e na humanização da morte revelou uma série de aspectos fundamentais para compreender e abordar esse tema sensível e complexo. Ao longo deste trabalho, exploramos como o psicólogo desempenha um papel essencial ao oferecer apoio emocional, facilitar a comunicação, promover a aceitação da perda e educar as pessoas sobre a morte, contribuindo assim para a humanização dessa experiência inevitável.

Fica claro a partir da bibliografia que o luto é uma experiência universal, mas frequentemente mal compreendida e negligenciada pela sociedade. No entanto, a intervenção do psicólogo pode fazer uma diferença significativa na vida das pessoas enlutadas, proporcionando um espaço seguro para expressar emoções, entender as diferentes fases do luto e promover um ajustamento emocional saudável. Além disso, a atuação do psicólogo nos cuidados paliativos é crucial, aliviando o sofrimento físico, emocional e psicossocial dos pacientes e de suas famílias.

No entanto, há desafios importantes que os psicólogos enfrentam ao lidar com o luto e a morte. A estigmatização da morte, a diversidade cultural e as situações de morte traumática são obstáculos que exigem abordagens sensíveis e estratégias específicas. A educação pública sobre o luto e a morte, a abordagem centrada no paciente, o apoio emocional, a terapia familiar e a colaboração multidisciplinar devem ser disciplina obrigatória no currículo de formação destes profissionais. 

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, E. J. et al. Dor e perda: Análise do processo do luto. Revista de Psicologia da IMED, v. 7, n. 1, p. 15-22, 2015. ISSN 2175-5027. Disponível em:file:///C:/Users/Usuario/Desktop/Cadastro%20FINAME%20-%20NVC/Dialnet-PainAndLoss-5155064.pdf. Acesso em: 22 de agosto de 2023

DAHDAH, D. F., et al. Revisão sistemática sobre luto e terapia ocupacional/Systematic review about bereavement and occupational therapy. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 27(1), 186-196. 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cadbto/a/YVK3nsVQscVYTnXfc4rMBBp/?lang=pt. Acesso em: 22 de agosto de 2023

Fernandes Alves, Railda; Melo, Myriam; Andrade, Samkya; Sousa, Valéria SABERES E PRÁTICAS SOBRE CUIDADOS PALIATIVOS SEGUNDO PSICÓLOGOS ATUANTES EM HOSPITAIS PÚBLICOS. Psicologia, Saúde e Doenças, vol. 15, núm. 1, 2014, pp. 78-96 Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=36231157008. Acesso em 22 de agosto de 2023

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 1Discente do Curso Superior de Bacharelado de Psicologia da Faculdade Carajás Campus Marabá – PA e-mail: danila.depyl@gmail.com
2Docente do Curso Superior de Bacharelado de Psicologia da Faculdade Carajás Campus Marabá – PA Mestre em Psicologia. e-mail:julianareisalcantarabarros@gmail.com