A IMPORTÂNCIA DO MANEJO SANITÁRIO NA EXPORTAÇÃO DE PEIXES ORNAMENTAIS: UM ESTUDO DE CASO COM BASE NOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA QUARENTENA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10403240


Cleber de Souza Galúcio,
Ismael Lucas da Silva Oliveira,
Prof.: Me. Marcos do Prado Sotero


Resumo

Ao longo dos anos as exportações de peixes ornamentais têm crescido e os acordos e requisitos zoosanitários internacionais tem se modificado conforme exigências sanitárias estabelecidas por países importadores afim de protegerem suas populações da entrada de agentes infecciosos e doenças, ou de infecções. O manejo sanitário constitui-se de enorme importância para que tais perigos sejam afastados. Uma maneira eficiente de reduzir esses patógenos é por meio da realização da quarentena, isto é, os animais devem permanecer isolados por um determinado período estabelecido por cada país, para que seja observado pelo médico veterinário, o surgimento de sinais clínicos de doenças. Por tanto, é necessário que o estabelecimento exportador possua unidade quarentenária oficialmente reconhecida pelo Ministério da Agricultura. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi investigar a importância do procedimento operacional padrão no manejo e bem-estar dos peixes ornamentais. Os resultados mostraram, a relação do manejo de peixes ornamentais aplicado de acordo com as normas sanitárias garantiram o bem-estar dos animais estudados.

Palavras-chave: Exigências sanitárias, Agentes infecciosos, Doenças, quarentena de peixes.

ABSTRACT

Over the years, exports of ornamental fish have grown and international zoosanitary agreements and requirements have changed in accordance with the sanitary requirements established by importing countries in order to protect their populations from the entry of infectious agents and diseases, or infections. Sanitary management is extremely important to avoid such dangers. An efficient way to reduce these pathogens is through quarantine, that is, animals must remain isolated for a certain period established by each country, so that the appearance of clinical signs of disease can be observed by the veterinarian. Therefore, it is necessary that the exporting establishment has a quarantine unit officially recognized by the Ministry of Agriculture. Given the above, the objective of this work was to investigate the importance of the standard operating procedure in the management and well-being of ornamental fish. The results showed that the management of ornamental fish applied in accordance with sanitary standards guaranteed the well-being of the animals studied.

Keywords: Health requirements; Infectious agents; Illnesses; fish quarantine.

1                INTRODUÇÃO

Os peixes ornamentais de água doce despertam grande interesse do aquarismo. No entanto, a sua comercialização exige cuidados veterinários que garantem a saúde desses animais e asseguram as normas sanitárias, que algumas vezes são negligenciados. Nesse aspecto, enfatiza neste estudo o procedimento operacional e medidas profiláticas que garantam o bem-estar dos peixes ornamentais coletados no seu habitat natural. Do ponto de vista veterinário, medidas profiláticas diminuem o estresse ocasionado na coleta e transporte dos peixes e os riscos de doenças durante a quarentena. Assegurar a saúde dos peixes ornamentais, atendendo as normas sanitárias, agregar valo ao setor e também possibilita desenvolvimento econômico as comunidades amazônicas por meio da coleta de peixes ornamentais de forma sustentável.

A atenção no manejo dos peixes é essencial para preservar o bem estar destes animais. Nessa pesquisa buscou-se apresentar dados importantes sobre o manejo que podem garantir o bem estar dos peixes ornamentais. Os cuidados que devem ser tomados começam no momento da coleta e transporte dos peixes, evitando machuca- los, na aclimatação e realização da quarentena.

As doenças e machucados nos peixes causam muitas perdas e, por isso, é de suma importância realizar a profilaxia, medidas realizadas durante o manejo. A aclimatação é uma etapa onde se realiza a troca da água de forma gradativa. Essa etapa é necessária para equalizar o pH, a temperatura, diminuir a concentração de amônia, entre outros fatores. Uma diferença de dois pontos no pH e três graus na temperatura já são estressantes para os peixes. Além disso, uma medida que ajuda a manter o equilíbrio osmótico dos peixes, sendo muito eficiente no combate as doenças, consiste na adição de sal no novo aquário, sem a água de transporte FUJIMOTO (2012).

Com o manejo adequado é possível combater as doenças nos peixes. O manejo se baseia em procedimentos menos estressante para esses animais, mantendo a qualidade da água dentro dos parâmetros ideais para as espécies e ter um sistema de quarentena que realize diagnósticos corretos e protocolos terapêuticos adequados durante o tratamento e, desta forma, reduzir os agentes infeciosos (PENIDO et al, 2022).

Com isto, o objetivo deste trabalho é investigar a importância do procedimento operacional padrão no manejo e bem-estar dos peixes ornamentais.

2                REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Peixe ornamentais e sustentabilidade

A comercialização de peixes ornamentais no mundo movimenta uma quantia de US$ 4,2 bilhões de dólares, podendo crescer 7,8% ao ano até 2024. O Brasil ocupa a 13ª posição dos países exportadores e os principais estados produtores são Minas Gerais e Ceará (SANTOS et al., 2023).

Na região amazônica, o estado do Amazonas (Bacia do Rio negro) e Pará (Região do Rio Xingu) correspondem a 88% das exportações de peixes ornamentais de água doce no país (ARAUJO et al., 2018). Para FERREIRA et al., (2020) a rica biodiversidade da região amazônica garante um elevado número de espécies de peixes ornamentais com grande variedade de cores, formas e tamanhos. Essa grande diversidade de peixes encontrados na região desperta grande interesse do mercado do aquarismo.

Dentre os peixes comercializados no Amazonas destacam-se algumas espécies, como o acará-disco (Symphysodon aequefasciatus), cardinal tetra (Paracheirodon axelrodi), rosáceo (Hyphessobrycon erythrostigma), borboleta (Carnegiella strigata), lápis-de-uma-faixa (Anostomus taeniatus), acará-bandeira (Pterophyllum scalare), bodó (Gênero Ancistrus) e arraia-pintada (Potamotrygon motoro) (SILVA; MATOS, 2016)

A pesca extrativista configura-se como um dos principais meios de acesso aos peixes ornamentais no Amazonas, ou seja, em seu habitat natural (rios, lagos ou igarapés), sem adotar processos de cultivo ou de criação (SANTOS et al., 2023). Tais características da pesca de peixes ornamentais exige que haja estratégias de garantia da produção das comunidades amazônicas e a manutenção dos serviços de ecossistemas e ambientais (SILVA et al., 2021).

A pesca de peixes ornamentais pode contribuir para o desenvolvimento local e geração de renda sustentável para comunidades amazônicas. Para tanto, faz-se necessário conhecer a riqueza da biodiversidade que possui uma enorme gama de oportunidades, mas necessita ser estudada e protegida. Ressalta-se ainda a recuperação do passivo ambiental, gerando excedente para exportação de forma sustentável. Assim, a atividade de captura e coleta de peixe ornamental será potencializada e contribuirá para desenvolvimento e sustentabilidade das comunidades amazônicas (SANTOS et al., 2023).

2.2          Manejo de peixes

O manejo sanitário consiste de procedimento que garantam, antes tudo, o bem- estar dos peixes. É essencial, cuidados para não machucar os peixes durante a coleta e transporte. Posteriormente, a realização da aclimatação e quarentena complementam os procedimentos adequados para o manejo destes animais (FUJIMOTO, 2012).

O processo de aclimatação é necessário para que os peixes não sofram choque de PH, Temperatura e reduzir o risco de baixa imunidade e mortalidade que podem ocorrer devido o estresse do transporte. Tal procedimento reflete de forma significativa nos protocolos adotados no manejo do quarentenário, exigidos pela IN 04/2015 DO MPA uma vez que os peixes já se encontram estáveis antes da exportação, são submetidos a quarentena para atender as solicitações dos países importadores.

De acordo com FUJIMOTO (2012) a aclimatação consiste na equalização dos parâmetros da água do recipiente em que o peixe chega, sendo necessário equalizar o pH, a temperatura, diminuir a concentração de amônia, entre outros fatores. Fisiologicamente, os peixes respondem a pequenas mudanças e ocasionando estresse. O estresse é uma resposta do organismo a um agente agressor na tentativa de restabelecer seu equilíbrio, ora perdido em decorrência desse agente estressor. Importante ressaltar que esse agente não é somente um agente biológico como uma bactéria, vírus ou parasita, mas o manejo ou condições da água inadequadas também podem ser fatores altamente estressantes.

A aclimatação e a quarentena dos peixes de forma inadequada, coloca em risco a saúde do peixe, decorrente de surtos de doenças. A realização correta de aclimatação e quarentena pode ajudar a controlar tais problemas (SANTANA et al., 2021). O período de quarentena é uma etapa de observação dos peixes, onde podem ocorrer desenvolvimento de doenças parasitárias, fúngicas, virais e bacterianas. Neste cenário, estudos de caracterização parasitoses em peixes ornamentais durante o período em que permanecem de quarentena são muito importantes (PENIDO et al., 2022).

3                RELATO DE CASO

O estudo de caso foi realizado na empresa Aqua Fish que possui credenciamento para comercialização animais aquáticos vivos de acordo com a

instrução normativa MAPA Nº 4/2019. O acompanhamento das atividades foi realizado a partir do recebimento até a etapa de quarentena dos peixes.

Para exportação de peixe ornamentais, existem acordos internacionais sanitários que devem ser respeitados, tanto no país em trânsito, como no país de compra. A rota de embarque vai de Manaus/São Paulo e determinada por lei porque em São Paulo é realizada a vistoria. O Veterinário irá atestar a sanidade do peixe que será exportado. Após isso, será fiscalizado pelo fiscal agropecuário que irá outorgar com o carimbo oficial do Brasil. Esse documento é chamado de CERTIFICADO ZOOSANITÁRIO INTERNACIONAL (CZI).

A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE ANIMAL (OIE) determina os

procedimentos para o credenciamento de quarentenário de acordo IN MAPA N 4/2019. Esses procedimentos têm por finalidade de obter dados de animais, relativos a patógenos, eventos sanitários relativos a doenças de animais. Os países importadores exigem que os peixes passem pela quarentena no período mínimo de 24h antes do embarque. Para abertura, fechamento e solicitação do documento de exportação é necessário realizar protocolo eletrônico para procedimentos legais, nesse período é necessário descrever todo procedimento realizado com os peixes.

Para fins deste estudo priorizou-se os procedimentos quem envolvem aspetos veterinários em três etapas: 1) Recebimento, 2) Aclimatação e Armazenagem para quarentena, e 3) Quarentenário.

3.1           Recebimento dos peixes

Os peixes foram recebidos na empresa em bacias com a água de coleta dos peixes e oxigenação. Inicialmente os peixes passaram por uma primeira avaliação visual. Nessa etapa observa-se possíveis anormalidades no comportamento natural dos peixes como nado diferente, giros e isolamento, pois se tratando de animais de vida livre podem ter uma carga de doenças. Na etapa de recebimento os peixes passaram um tempo de descanso de 2h para reduzir o estresse e em seguida prosseguiu-se para a etapa de aclimatação. A Figura 1 apresenta o fluxo grama das etapas de recebimento dos peixes até a armazenagem.

Figura 1 – Fluxograma das etapas de recebimento dos peixes até a armazenagem

Os peixes que foram observados nesse estudo são conhecidos popularmente como Apistograma (Apistogramma cacatuoides) e Acará-disco (Symphysodon discus). Os peixes ainda nas bacias contendo a água de coleta passaram pela primeira análise visual. Nessa primeira análise nenhum dos animais apresentaram anormalidades de comportamento e sintomatologias de doenças. A Figura 2 apresenta o recebimento do lote de peixes.

Figura 2 – Recebimento dos lotes de peixes

Fonte: Acervo pessoal, 2023.

A análise visual dos peixes realizada no recebimento é fundamental para evitar o transporte de animais com possíveis doenças para etapas seguintes. Conhecendo as a características anatômicas e de comportamento dos animais é possível identificar anormalidades como inchaços e apatia. Essas são condições que devem ser consideradas para que se faça a retirada dos peixes para outras bacias e posteriormente serem avaliados por um veterinário.

3.2          Aclimatação e armazenagem para quarentena

Na unidade de recebimento as bacias foram deslocadas manualmente para a área de oxigenação, onde foi realizada a troca parcial da água de seu hábitat em 50% com a água filtrada de ozônio. Esse procedimento é realizado para equalizar o PH, a temperatura e diminuir a concentração de amônia. Em seguida, procedeu-se a adição de sal, utilizando-se de 1g até 3g de sal para um litro de água dependendo da necessidade.

O banho de sal é realizado para melhoria e bem-estar dos peixes. De acordo com MORAES E MARTINS (2004) a ação do sal facilita a manutenção do equilíbrio osmorregulatório, evitando a perda de sais do sangue para a água, estimula os peixes a secretar muco, recobre as brânquias e o corpo lesionado, diminuindo a ocorrência de infecções secundárias por fungos e bactérias. Presença de íons sódio (Na) na água favorece a eliminação da amônia (mecanismo transp. ativo de saída do íon amônia com a entrada do íon sódio).

No banho de sal procedeu-se a segunda avaliação visual. O uso de sal é necessário para secretar o muco e perceber alguma manifestação clínica de doenças. O veterinário observa comportamentos anormais tais como: nado diferente, giros, isolamento e apatia; mudanças na coloração dos peixes com cor mais escura em relação aos demais; presença de muco: mancha branca no rabo; roçar no vidro do aquário ou em qualquer objeto da estrutura usada no aquário; mudanças no aspecto da água: ficando mais branca, densa, turva. Qualquer anormalidade nos peixes os mesmos devem ser separados para tratamento. Caso não apresente sintomatologias ligadas ao comportamento anormal o peixe é colocado no tanque para se fazer a seleção por espécie posteriormente levados para os aquários.

Durante o período de aclimatação nenhum dos animais observados apresentaram anormalidades. A partir dessa etapa os peixes foram armazenados nos aquários até a etapa de preparação para o transporte que é o quarentenário. Uma hora depois da aclimatação foi realizada a seleção e divisão dos peixes. Esse processo deve ser feito na bancada de oxigenação, conferindo e separando os peixes nas bacias em quantidades iguais. Em seguida deve ser realizada a troca de 50% da água e acomodar novamente na área de oxigenação. Após esse processo os peixes são observados por no mínimo 24 horas e no máximo 48 horas nas bacias com oxigênio. A Figura 3 apresenta o processo de aclimatação e separação dos peixes.

Figura 3 – Processo de aclimatação e separação dos peixes.

Fonte: Acervo pessoal, 2023.

Prosseguindo para etapa de armazenagem as bacias com os peixes devem ser esvaziadas em 50% da água e transportadas manualmente para perto do local de armazenagem para quarentena. Utilizar o pulsar para manejar os peixes das bacias e inserir nos aquários tanques ou caixas d’agua. Logo após adicionar 10g de sal e caso haja necessidade de uso de medicação o veterinário será encarregado de realizar o procedimento. Fazer o registro de quantidade e espécie e informar ao setor administrativo. A Figura 4 apresenta o fluxograma de armazenagem dos peixes.

Figura 4 – Fluxograma de armazenagem dos peixes

Fonte: Acervo pessoal, 2023.

O local de armazenagem seja ele, aquário de vidro, tanque de alvenaria ou caixa d’água, deve ser lavado e esterilizado juntamente com filtros e bombas realizando vazio sanitário de 24 horas, os utensílios pulsar, mangueira, baldes também devem ser limpos antes da armazenagem. Os aquários devem ser cheios
com água tratada no sistema de descanso e ozônio no dia anterior à armazenagem, utilizando mangueiras para encher os aquários.

Durante o período de armazenagem os peixes foram avaliados diariamente. Inicialmente deve-se verificar todos os aquários, tanques e caixas d’agua para saber o estado e condição dos peixes, caso haja peixes doentes removê-los para a bacia e acionar o veterinário. Fazer a troca parcial da água (TPA) todos os dias com a mangueira apropriada para remover sujos e dejetos Os peixes devem ser alimentados três vezes ao dia, às 08:00h, 12:00h e 16:00h. Os alimentos devem ser de acordo com a necessidade de cada espécie, podendo ser em patê, flocos ou granulado e a quantidade oferecida deve ser 15g por vez até que os peixes estejam satisfeitos. Os peixes que estão recém chegados, não devem ser alimentados. Os peixes ficam sendo monitorados anormalidade durante todo o período de armazenagem até seguirem para o quarentenário, onde passarão por procedimentos de preparação para transporte. A Figura 5 apresenta o fluxograma de manutenção dos peixes.

Figura 5 – Fluxograma de manutenção dos peixes

Fonte: Acervo pessoal, 2023.

Seguindo a legislação os cuidados para entrar na quarentena devem ser de acordo com o manual do quarentenário exigidos pela lei. O manipulador deve seguir alguns procedimentos: Fazer sua higienização e troca de roupa para vestimenta, ao receber as caçapas com os peixes pela janela de entrada o funcionário armazena sobrea bancada de recebimento e com supervisão do responsável técnico (RT) “médico veterinário,” é feita verificação do estado do peixe, motilidade, distribuição do aquário identificados por espécie e a quantidade antes de serem soltos nos aquários. Os aquários foram enchidos com água apropriada em PH 6.5, temperatura ambiente. Não foi necessário uso de sal e nem medicamentos por recomendações do RT. No dia seguinte, após 24 horas se faz o manejo da sala de quarentena. O TPA no aquário foi realizado com a troca parcial de água em 30% para manutenção e bem- estar dos peixes. Os animais apresentaram perfeito estado e condição de saúde e não houve a necessidade de aplicação de medicamentos e sal nos aquários. Estes procedimentos são exigidos pelos países que comercializam animais aquáticos vivos.

3.3           Quarentenário

Para o estudo foram observados os protocolos adotados no manejo do quarentenário, exigidos pela IN 04/2015 DO MPA. O quarentenário é o local destinado para armazenar peixes que serão comercializados por países que exigem quarentena, seguindo todos os procedimentos descritos no manual operacional do quarentenário.

Para o proceder o transporte os peixes a serem exportados devem ser retirados dos aquários, tanques, caixas de água, colocados na sala do quarentenário com oxigenação, jejum por 3 dias antes do embarque. Decorrido os dias o veterinário atesta a sanidade dos mesmos, livre de patógenos, exigência feita por países importadores. Os peixes são colocados em bacias por espécie e quantidade de 3 a 4 animais (acará disco e acará bandeira) e 40 animais apistograma.

Etapas do quarentenário: Dia 1 Retirar os peixes da quarentena e levar para o quarentenário para oxigenação, fazer TPA (troca parcial de água em 50%). Observar anormalidades. Dia 2 Troca parcial de água em 50% e feita aplicação de remédio se necessário. Observar anormalidades. Dia 3 Troca parcial de água em 50% e feita aplicação de remédio se necessário. Observar anormalidades.

Durantes os três dias do quarentenário os peixes não apresentaram nenhuma anormalidade e prosseguiram para etapa de embalagem. Foram utilizadas embalagens plásticas para o transporte, essas arrumadas em bacias e colocadas na beirada dos tanques. Adicionou-se quatro litros de água do tanque do embarque, em seguida os peixes são colocados por unidade em cada saco acrescentando uma pitada de sal. Na bancada de oxigênio foi realizada a oxigenação dentro do saco. O oxigênio usado é para manter o peixe até 72h e no máximo 100h de viagem. As embalagens foram lacradas com três ligas elástica de látex, no primeiro saco interno, seguida de mais três ligas no saco externo. A armazenagem foi feita na caixa de isopor a qual foram posicionadas e preparadas em ordem de embalagem facilitando a identificação por numeração. A Figura 6 e 7 apresentam a etapa de embalagem dos peixes.

Figura 6 – Etapa de oxigenação nas embalagens contendo os peixes

Fonte: Acervo pessoal, 2023.

Figura 7 – Etapa de preparo das embalagens para o transporte.

Fonte: Acervo pessoal, 2023.

Essa organização é feita pelo funcionário de modo a facilitar seu trabalho na hora da oxigenação dos peixes a qual estão sendo embalados. A caixa foi levada para área de expedição, onde foi lacrada, etiquetada informando a espécie.

4                CONCLUSÃO

Os procedimentos adotados no manejo de peixes são muito importantes para garantir a saúde animal. Cada peixe deve ser cuidadosamente analisado de acordo com as suas próprias características, como por exemplo, anatômicas e de comportamento. Esse conhecimento auxilia os profissionais que atuam no manejo dos peixes a adotarem medidas profiláticas que evitam a proliferação de doenças.

Todas as etapas observadas nesse estudo mostraram sua relevância e possibilitaram verificar que é possível identificar doenças e evitar a sua proliferação. Adicionar animais doentes em aquários com outros peixes saudáveis podem causar muitos prejuízos. Portanto, a quarentena deve ser uma prática obrigatória, independente se é para fins de exportação, como exigidos para muitos países, ou para o comercio local e pequenos aquaristas.

5                REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Janayna Galvão de et al. Ornamental fish chain of Xingu River, Pará, Brazil. Boletim do Instituto de Pesca, v. 43, n. 2, p. 297 – 307, dec. 2018.

DE SANTANA, F. S.; PAIXÃO, P.; CARVALHO, A.; dos SANTOS, H. L.; SANTOS, J.;

MENESES, S.; FUJIMOTO, R. Protocolo de aclimatação e quarentena para alevinos de tambaqui. 2021.

FERREIRA, V. A. M. et al. Avaliação do comércio de peixes ornamentais no estado do Amazonas – Brasil. Observatorio de la Economía Latinoamericana, Mar. 2020.

FUJIMOTO, P. R. Y. Aclimatação e quarentena: manejos muitas vezes esquecidos- quando não realizados, podem representar grandes perdas. 2012.

MORAES, F. R.; MARTINS, M. L. Condições predisponentes e principais enfermidades de teleósteos cultivados. In: CYRINO, J. E. P.; URBINATI, E. C.; FRACALOSSI, D. M.; CASTAGNOLLI, N. Tópicos especiais em piscicultura de água doce tropical intensiva. TecArt: São Paulo, 2004. p. 343-383.

PENIDO, H. S. A.; CARNEIRO, S. P.; TAVARES, G. C.; RAMIREZ, M. A. DETECÇÃO DE PARASITOS EM PEIXES ORNAMENTAIS NA FASE DE QUARENTENA. Sinapse Múltipla, 11(1), 146-148, 2022.

SANTOS, A. C; ROTA, C. B; SILVA, L. J. S.; MENEGHETTI, G. A.; PINHEIRO, J. O.

Pesca ornamental: desafios para a consolidação de um sistema sustentável de produção de peixes ornamentais em comunidades ribeirinhas do Amazonas. Revista Terceira Margem Amazônia, v. 8, n. 19, p. 177-193, 2023.

SILVA, J. B.; MATOS, G. C. G. Os piabeiros de Barcelos e as redes de interdependências. Somanlu, v. 2, p. 82-99, 2016.

SILVA, L. J. S; MENEGHETTI, G. A; PINHEIRO, J. O. C. Elementos para a discussão sobre políticas e programas de preservação dos serviços ambientais no Amazonas. Revista Terceira Margem Amazônia. Manaus v. 6, n. especial 16, p. 85-104, 2021.

6               ANEXOS

ANEXO A – ESPÉCIES TRABALHADAS DO ESTUDO DE CASO LOTE DO MÊS DE OUTUBRO

ANEXO B – NORMAS E PROCEDIMENTOS PARA QUARENTENÁRIO SEGUNDO MAPA