A IMPORTÂNCIA DO FRUTO UMBU PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA REGIÃO DO SEMIARIDO BAIANO: O CASO DA COOPERCUC

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8353444


Antônio Messias Dias Conceição[1]
Paulo Roberto Ramos[2]


RESUMO

O umbuzeiro (Spondias tuberosa) é uma árvore de pequeno porte, pertencente à família das anacardiáceas, de copa frondosa, originária dos chapadões semiáridos do Nordeste brasileiro, que se destaca por fornecer sombra e fruto amplamente consumido: o umbu. A coleta dos frutos do umbuzeiro é uma atividade cultural e econômica transmitida de geração em geração, que complementa a renda de diversas famílias que vivem na região e garantem sua subsistência. Isso reflete a importância do fruto para as comunidades locais. Por outro lado, esta atividade tradicional, que perdura por centenas de anos, corre o risco de ser interrompida devido a falta de continuidade das novas gerações; implicando na necessidade das novas gerações terem a devida compreensão sobre a relevância do trabalho que seus pais e antepassados desenvolveram ao longo dos anos, tendo o umbu como fruto indispensável para o desenvolvimento ambiental, social e econômico local. Este trabalho procurou-se destacar o umbu como produto da atividade extrativista e da cultura local e sua importância para a convivência das famílias da região e o desenvolvimento ambiental, social e econômico. Neste sentido procuramos compreender como o trabalho realizado pela Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (COOPERCUC) tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida dos moradores da Região Semiárida da Bahia, precisamente nas comunidades pertencentes aos municípios de Curaçá, Uauá e Canudos. Trata-se de uma pesquisa do tipo documental realizada a partir da análise de Atas, Site e Projeto ATER Sustentabilidade da BAHIATER/SDR, onde foi possível obter dados e informações relevantes para as análises e inferências aqui apresentadas. Foi possível perceber o quão o trabalho desenvolvido pela COOPERCUC contribuiu de forma eficiente para a melhoria da qualidade de vida das comunidades e dos moradores nos aspectos sociais, ambientais e econômico. A tradição na produção do umbu ganhou visibilidade e valoração, sendo destacados também os fatores culturais de seu cultivo e sua importância para a culinária e modo de vida local. Assim como contribuiu para a inclusão de jovens e mulheres, tendo em vista que estes geralmente ficavam excluídos do mercado de trabalho e de projetos e ações que antes eram dominadas por homens. Diante do exposto foi fundamental perceber que nos dias atuais outras comunidades em situação de vulnerabilidade na região Semiárida possam criar ou mesmo implantar projetos semelhantes ao trabalho desenvolvido pela COOPERCUC, a fim de contribuir para o desenvolvimento ambiental, econômico, social e mesmo inclusivo, na busca de inserir jovens, mulheres e outros grupos sociais que estão à margem da sociedade.

Palavras-Chave: Sustentabilidade; Comunidade; Cooperativismo; Educação Ambiental. 

ABSTRACT

The umbu tree (Spondias tuberosa) is a small tree, belonging to the anacardiaceae family, with a leafy crown, originating in the semi-arid plateaus of northeastern Brazil, which stands out for providing shade and a widely consumed fruit: the umbu tree. Collecting the fruits of the umbu tree is a cultural and economic activity transmitted from generation to generation, which complements the income of several families that live in the region and guarantee their subsistence. This reflects the importance of the fruit to local communities. On the other hand, this traditional activity, which lasts for hundreds of years, runs the risk of being interrupted due to the lack of continuity of the new generations; implying the need for new generations to have a proper understanding of the relevance of the work that their parents and ancestors have developed over the years, with umbu as an indispensable fruit for local environmental, social and economic development. This work sought to highlight umbu as a product of extractive activity and local culture and its importance for the coexistence of families in the region and environmental, social and economic development. In this sense, we seek to understand how the work carried out by the Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá and Curaçá (COOPERCUC) has contributed to improving the quality of life of residents of the Semi-arid Region of Bahia, precisely in the communities belonging to the municipalities of Curaçá, Uauá and Canudos . This is a documentary type of research carried out based on the analysis of Minutes, Website and ATER Sustainability Project of BAHIATER/SDR, where it was possible to obtain relevant data and information for the analyzes and inferences presented here. It was possible to see how the work developed by COOPERCUC contributed efficiently to improving the quality of life of communities and residents in social, environmental and economic aspects. The tradition in the production of umbu gained visibility and appreciation, also highlighting the cultural factors of its cultivation and its importance for the cuisine and local way of life. It also contributed to the inclusion of young people and women, given that they were generally excluded from the labor market and from projects and actions that were previously dominated by men. Given the above, it was essential to realize that, nowadays, other vulnerable communities in the semi-arid region can create or even implement projects similar to the work developed by COOPERCUC, in order to contribute to the environmental, economic, social and even inclusive development, in the search for to include young people, women and other social groups that are on the margins of society.

Keywords: Sustainability; Community; Cooperativism; Environmental Education.

INTRODUÇÃO  

 A Caatinga ocupa 70% do Nordeste brasileiro, com um total de 800.000 km2, clima semiárido e é caracterizada por uma vegetação lenhosa, em geral espinhosa, com a presença de plantas suculentas como as cactáceas. Muitas plantas possuem ramificação baixa, folhas compostas, raízes tuberosas (xilopódios), que armazenam água, a exemplo do umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr.) (BARRETO; CASTRO, 2010). 

O umbuzeiro (Spondias tuberosa), espécie frutífera da Família Anacardiaceae, endêmica do semiárido brasileiro (PRADO; GIBBGS, 1993) possui grande importância socioambiental. Seu fruto saboroso e rico em nutrientes é colhido de forma extrativista e utilizado na alimentação humana e animal. É uma árvore de pequeno porte, com altura variando entre 4 a 6 metros e copa umbeliforme, podendo atingir de 10 a 15 metros de diâmetro e longevidade de mais de 100 anos (CARVALHO, 1986).

Segundo Batista (2015) o umbuzeiro se destaca, dentre outras espécies frutíferas com potencial de exploração na caatinga, devido a seus frutos com sabor e aroma bastante peculiares agradarem ao mercado consumidor nacional e internacional e, também, por apresentar importância social para muitas comunidades do semiárido, tendo em vista que, no período de sua colheita, o extrativismo tem se apresentado como a principal atividade econômica.

É importante destacar que, o umbu “é considerado um símbolo de resistência cultural pelos agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais da região semiárida, principalmente pelo significado sagrado e por reservar água em suas raízes em períodos de seca”. Além disso é necessário ressaltar que a resistência se dar pelo fato de que, nos períodos mais secos a arvore apresenta uma característica de plantas mortas, sendo que, aquelas que não conhecem pensar que a mesma morreu. No entanto, os moradores da região Semiárida já conhecem a força da mesma e sabem que a mesma tem uma “batata” próximo a raiz que absorve um índice elevado de água, fato este que colabora para que a mesma resista até a chegada das chuvas. Destaca-se ainda que, a coleta desses frutos é uma atividade histórica passada de geração em geração, que complementa a renda de milhares famílias que vivem no Nordeste, geralmente gerada com o cultivo de culturas de sequeiro, como milho, feijão e mandioca, e a criação de caprinos, ovinos e suínos, sendo que estes cultivos e atividades ficam muito comprometidos dependendo da elevada quantidade de chuva.

Em alguns anos nas épocas de safra do umbu, a atividade extrativista absorve a maior parte da mão-de-obra dos pequenos agricultores, além de se tornar a principal fonte de renda das famílias, quando a chuva não é suficiente para que as outras culturas alcancem uma boa produtividade. (CAVALCANTI, 2006)

É notório que, no Brasil as Cooperativas e Associações assumem um papel importante na perspectiva de desenvolvimento social, econômico e ambiental. Vale ressaltar que, devido as diversas mazelas sociais, contribuiu para que pessoas até de opinião diferentes necessitassem se unir, com a finalidade de construir um bem comum para todos.

Durante muito tempo práticas associativistas e cooperativistas só se observava nas regiões sul e sudeste do Brasil. Sendo que, na região Nordeste tal situação chegou um pouco tardio, mas não menos importante. Destaca-se que, a igreja católica contribui para a criação e desenvolvimento das instituições organizacionais, a começar da realização de mutirões para solucionar problemas individuais e coletivos. 

Conforme Carvalho (2011, p. “os indicadores econômicos e financeiros possibilitam analisar o desempenho do aspecto empresarial da cooperativa que impacta tanto no resultado quanto no desenvolvimento social”. O autor ainda complementa, dizendo que:

 O associativismo em sua essência, às vezes, chega a ser distorcido em algumas organizações cooperativas que se preocupam em avaliar permanente e periodicamente apenas sua dimensão econômica, não considerando que é também uma sociedade de pessoas que usa (ou deveria usar) a própria organização econômica e a eficiência como instrumentos para melhor prestar serviços a seus associados e à comunidade (p. 20).

Nesse sentido, é relevante perceber que, tanto as associações e cooperativas contribuem para o desenvolvimento da qualidade de vida das pessoas, tendo em vista que, os interesses individuais são vistos e trabalhados com a ideologia de resolução em coletividade.

Afirma-se ainda que, as associações e cooperativas são as principais ações coletivas adotadas pela agricultura familiar para suprir algumas demandas de sua produção ou falta de recursos para aumentar a capacidade da mesma. Desta forma, são vistas como alternativas para acessar mercados, gerar renda e condições de permanência dos agricultores familiares em suas atividades no meio rural (KUCHAK, 2019).

Diante do trabalho, acerca de ações que visam o Desenvolvimento Social, destaca-se, as ações desenvolvidas pela COOPERCUC (Cooperativa

Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá).

Vale salientar que, a (COOPERCUC) foi constituída em junho de 2004 por um grupo de 44 mulheres agricultoras rurais unidas no sertão baiano com o objetivo de organizar toda a produção dos agricultores familiares envolvidos em torno da comercialização. Nasceu das bases dos movimentos sociais, Comunidades Eclesiais de Base (CEBS), mutirões, missões, grupos de catequese, organizações comunitárias, associações, Partido dos Trabalhadores e de lutas sindicais.

Ressalta-se que, A COOPERCUC tem a missão de contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar visando à produção ecologicamente correta, economicamente viável, socialmente justa e solidária contribuindo com a melhoria das condições de vida sustentável das comunidades rurais nos municípios de Canudos, Uauá e Curaçá, localizados no Sertão do São Francisco, região semiárida da Bahia.           Vale destacar a importância da COOPERCUC, bem como das associações que a compõe na perspectiva de manutenção dos jovens em sua região de nascimento, evitando que, os mesmos pratiquem o êxodo rural. Além disso outro fator importante no que tange a inserção de mulheres jovens, mães e mesmo idosas no mercado de trabalho. Tendo em vista que, estas assumem um protagonismo frente a tarefa de gerar emprego e renda para si e para seus familiares. 

         É pertinente entender que, o desenvolvimento social perpassa pela entrada de jovens e mulheres no mercado de trabalho, uma vez que durante muito tempo apenas os homens tinham tão atribuição e direito. Portanto, tanto as cooperativas como associações assumem este papel de inclusão social.

             Na compreensão de Silva (2009),

O desenvolvimento local ou sustentável não é apenas um arranjo estratégico para promoção de desenvolvimento econômico em comunidades ou regiões pobres ou estagnadas que estão às margens do progresso alcançado pela civilização contemporânea. A principal estratégia é a integração de iniciativas (ações, programas, etc.) em torno do desafio de potencializar as capacidades locais e territoriais para promoção de alternativas de trabalho, renda, cidadania e melhorias das condições de vida. Também valorizam o uso sustentável e preservação dos bens naturais e a promoção de iniciativas empreendedoras autogestionárias, articulando a geração de trabalho e renda com a construção das relações socioeconômicas solidárias. (p.01)

            Diante do exposto, vale salientar que, não se pode pensar em apenas um desenvolvimento sustentável, pensando na premissa de ganho financeiro, faz-se importante pensar no desenvolvimento daquela sociedade, destacando-se como projeto de inclusão de sujeitos que sempre foram esquecidos a exemplo de jovens e mulheres. Além do mais outro aspecto relevante é pensar na questão de preservação do meio ambiente, uma vez que aqueles que fazem uso da matéria prima também habitam os mesmos espaços geográficos na qual trabalham. Ou seja, é impossível dissociar desenvolvimento sustentável sem pensar nos 3 vieses econômico, ambiental e social. 

            O semiárido brasileiro é a maior região semiárida do mundo em extensão territorial e densidade demográfica (MIRANDA; TIBÚRCIO, 2013). A região semiárida corresponde a 18,2% do território nacional. Essa área compreende aproximadamente 80% do Nordeste brasileiro e abrange 1.133 municípios de nove estados (MIN, 2005). Sua população estimada é de 23 milhões de habitantes, dos quais cerca de 8 milhões estão localizados na zona rural, o que faz desta a região que concentra a maior população rural do Brasil (INSA, 2014).

           Destaca-se que, na região da Caatinga os investimentos por parte do poder público federal sempre foram reduzidos, fato este que piora com a escassez dos recursos hídricos e a falta constante de chuvas fazem diversos moradores abandonarem suas casas e roças na busca de condições melhores de vida nas cidades de Juazeiro, Petrolina entre outras que estão inseridas no Nordeste e mesmo nas demais regiões do país. Era praticamente impossível produzir na agricultura assim, como também desenvolver a atividade de criação de animais mesmo sendo eles acostumados a esta região como o bode. 

Em muitos casos, políticas de desenvolvimento concebidas e executadas atualmente na região têm ainda esse viés imediatista e paternalista e tentam artificializar a natureza com o objetivo de acabar com a semiaridez para salvar a região e transformá-la em um lugar de prosperidade (BAPTISTA; CAMPOS, 2013a).

Por outro lado, uma nova atividade começava a surgir. Dava-se início a uma atividade importante no cenário dessa região o cultivo extrativista do “Umbu”, fruto oriundo da planta umbuzeiro que tem uma vasta produção mesmo em períodos de chuvas escassas. No que tange a demanda extrativista, o umbu se configura como instrumento importante no sentido de desenvolver a questão econômica, social e ambiental da região da caatinga dos municípios do Território. É preciso entender que nesse polígono da seca, não existem muitas políticas públicas de inclusão por parte dos governantes e das secretarias de agricultura e Meio Ambiente.

É importante entender a necessidade do nordestino em aprender a conviver com a realidade imposta pela vivência no semiárido. Entre as orientações necessárias para construir esse “sentido de convivência”, alguns autores (SILVA, 2006; CONTI; PONTEL, 2013) destacam: universalização e democratização do acesso à terra e à água; promoção de uma educação contextualizada; incentivo às atividades e práticas produtivas apropriadas; promoção de políticas de segurança alimentar e nutricional; desenvolvimento de pesquisa e disseminação de conhecimentos e tecnologias apropriadas ao semiárido; acesso aos serviços básicos; e preservação e uso sustentável dos recursos naturais.

Ressalta-se que, no ano de 2004, foi implantado o projeto de implantação da empresa COOPERCUC, Cooperativa de Agropecuária Familiar de Curaçá, Uauá e Canudos. Empresa esta que se organizou e tem desenvolvido um projeto de melhoria da qualidade de vida das pessoas dessas duas cidades, gerando emprego e renda e

mesmo contribuindo com o desenvolvimento social, econômico e ambiental da região. 

HISTÓRICO DA COOPERCUC 

Na década de 1980, quando tudo começou, era apenas um grupo de cerca de 20 mulheres que preparavam produtos artesanais do umbu, de maneira desorganizada, tais como preparo de umbuzada (a fruta cozida com leite), mendenge (doce do umbu verde). Em seguida essas mulheres formaram o “Grupo Unidos no

Sertão”, elas se encontravam para experimentar receitas diferentes e para trocar experiências. 

Esse grupo recebeu uma orientação da ONG IRPAA (Instituto Regional de Pequena Agropecuária Apropriada) de Juazeiro que organizou seminários com o intuito de conscientizar a população sertaneja quanto necessidade da mudança de visão do semiárido, passando de um semiárido empobrecido e seco para uma visão empreendedora que estimula a convivência com a seca, através do beneficiamento das frutas nativas utilizando as Boas Práticas de Fabricação – BPF e Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle –APPCC.     

Porter (1990) aponta ao dissertar sobre as estratégias que uma empresa pode optar para obter uma vantagem competitiva, que só há duas opções: custos baixos e diferenciação. Sendo assim, devido à necessidade de melhorar a organização da produção, o grupo fundou no dia 12 de abril de 2003 a COOPERCUC (Cooperativa Agropecuária Família de Canudos Uauá e Curaçá) que foi legalmente registrada em 24 de junho de 2004 mais de um ano após a sua fundação. 

Dando continuidade ao processo estratégico de diversificação e diferenciação foi firmado em 2003, com uma entidade chamada CRS (Organização da Cáritas dos EUA) um projeto para construir uma unidade de beneficiamento de frutas para dar suporte à produção das comunidades, que começou a funcionar em janeiro de 2004. Esta unidade tem a capacidade de produzir 60 toneladas/ano de doces, geleias e compota.

Em 2005, se deu início às estruturas de processamento nas comunidades, com ajuda do Slow Food (ONG da Itália: Fundação para a biodiversidade), quando foram construídas 13 mini – fábricas em diferentes comunidades, para melhorar as condições de produção e aumentar o volume produzido pelos grupos através da COOPERCUC, em diferentes comunidades sendo: uma no Município de Canudos (comunidade de Sítio do Tomas), oito no Município de Uauá (nas comunidades de Serra da Besta, Caititus, Marruá, Desterro, Lages das Aroeiras, Testa Branca, Caldeirão do Almeida e Cocobocó), e quatro no Município de Curaçá (nas comunidades de Serra Grande, Brandão, Caladinho e Cachaqui). Cada mini – fábrica tem a capacidade de produzir 10 toneladas/ano de geleia, doce, compotas e polpas, trabalhando 120 dias, 1 turno de 8 horas/dia com 10 pessoas operando.

Atualmente envolve um conjunto de 206 famílias no processo organizativo e produtivo na transformação de frutas nativas em produtos acabados para o mercado, envolvendo o trabalho basicamente de mulheres e jovens, os quais representam mais de 85% do público envolvido. O que reforça a ideia defendida por (Porter, 2010) que tem se visto no mercado um novo movimento em estratégia, que é a criação de um vínculo mais forte entre estratégia e sociedade. 

OBJETIVO, VISÃO E MISSÃO DA COOPERCUC 

Segundo dados colhidos nos documentos da COOPERCUC, o objetivo geral é organizar a produção dos pequenos produtores associados e promover a comercialização dos produtos da agroindústria. Tendo como objetivos específicos: 

  • Melhorar a alimentação das famílias;
  • Proporcionar o aumento da renda familiar;  
  • Diversificar a produção;
  • Armazenar os produtos por um período mais longo;  
  • Facilitar e ampliar a comercialização;  
  • Valorizar os produtos regionais;
  • Despertar para a importância da preservação ambiental e  
  • Capacitar os produtores/as na industrialização de produtos.

               Com visão de garantir a sustentabilidade econômica e elevada a qualidade de vida dos/as produtores/as nos municípios do sertão baiano: Canudos, Uauá e Curaçá, é a visão da empresa. 

Quanto à missão, a razão de existência, é contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar visando à produção ecológica, economicamente viável e

socialmente justa. 4.3 Atividades Implementadas A princípio o trabalho da COOPERCUC, teve início no ano de 1998, com o beneficiamento da produção de umbu de forma pioneira em três municípios baianos: Canudos, Uauá e Curaçá, hoje já estão sendo desenvolvidas em diversas regiões do Semiárido brasileiro, que foge já do nosso controle em termos de identificação de famílias, de grupos, comunidades, organizações, prefeituras e regiões que estão iniciando um trabalho de melhoria de renda das famílias, por meio da agregação de valor na produção de fruteiras nativas mais especificamente o umbu e maracujá nativo. 

Ressalta-se que, a partir do ano de 2002 foi ampliado o número de comunidades que desenvolvem a prática do beneficiamento de frutas nativas, como sua principal fonte de renda. Sendo assim, várias atividades foram realizadas pela COOPERCUC nas comunidades, em diferentes regiões, o que possibilitou a ampliação deste trabalho na: 

  • Formação e capacitação de lavradores e lavradoras/técnicos/as sobre a proposta de convivência com o Semiárido, com enfoque na produção, beneficiamento e comercialização no Semiárido e formas de organização das comunidades rurais;  
  • Capacitação de lideranças, monitores e monitoras que divulgam o trabalho e capacitam as famílias nas comunidades rurais;  
  • Articulação e formação de grupos que industrializam seus produtos de forma coletiva nas comunidades rurais, em parceria com as organizações locais;
  • Organização de comissões/grupos de trabalho (local, municipal e regional) que acompanham e coordenam o trabalho das famílias, nas diversas etapas da produção e comercialização;
  • Produção de materiais informativos, participação nos meios de comunicação (jornais, rádio, televisão) para divulgação da proposta;  
  • Produções de materiais didáticos que servem de suporte durante as capacitações, também são utilizados pelas famílias e grupos durante a prática do trabalho;
  • Viabilização e implantação da unidade regional de beneficiamento;  
  • Divulgação a nível regional, nacional e internacional, através da participação em seminários, feiras, exposições entre outros.  
  • Valorizar mais o trabalho das famílias que coletam e vendem o umbu in-natura;
  • Aumentar a renda das famílias beneficiárias em até 30% através da agregação de valor aos produtos beneficiados.  

Um dado que merece destaque na região poucas pessoas/comunidades vendiam o umbu “in-natura”, aquelas que comercializavam entregavam o produto para o atravessador pelo preço médio de R$ 5,00, (cinco reais) a saca de 50 kg. Optando por beneficiar o umbu, transformando essa mesma saca com 50 kg de frutas em doces, sucos, geleia e repassando os produtos diretamente para os consumidores ou pelo menos eliminando partes dos atravessadores o resultado final é de R$ 130,00 (cento e trinta reais) líquido. -Elevar os preços dos produtos vendidos in natura para os intermediários da região (preços praticados antes pelos intermediários R$ 5,00 / Preços praticados atualmente R$ 17,00 p/ saco de 50 kg). 

Com relação à produtividade do umbu, segundo a Embrapa Semiárido, uma fruteira produz em média 70 kg por safra. Um (01) hectare contém entorno de 10 árvores. Sendo assim, a produção por hectare é de aproximadamente 700 kg/ano. 

Nas regiões onde estão implantados os modelos de Fundos de Pastos, normalmente uma área se regulariza com 2.500 ha, o que se pode produzir 1.750.000 kg (um milhão e setecentos e cinquenta mil) kg de umbu. Esse volume de produção beneficiados pode render R$ 4.550.000,00. 

Infere-se que, a região de Uauá possui hoje uma capacidade de processamento de 200 toneladas por ano de produtos acabados. Em média 1000 famílias são beneficiadas diretamente com esse trabalho. 70% desse volume produzido são repassados para as escolas e creches da região para serem utilizados na merenda escolar das crianças, através comercialização feita pela Cooperativa com o Programa Aquisição de Alimentos da CONAB. Além disso destaca-se que, a região de Uauá possui hoje uma capacidade de processamento de 200 toneladas por ano de produtos acabados. Em média 1000 famílias são beneficiadas diretamente com esse trabalho. 70% desse volume produzido são repassados para as escolas e creches da região para serem utilizados na merenda escolar das crianças, através comercialização feita pela Cooperativa com o Programa Aquisição de Alimentos da CONAB.

Ao longo dos anos a Cooperativa conseguiu mobilizar a Sociedade Civil, Órgãos Governamentais a ex. do IBAMA e até mesmo os intermediários que antes praticavam o extrativismo de forma irregular, em torno da ideia de conservação/preservação das espécies e das plantas existentes.

Vale salientar que, a COOPERCUC é a primeira empresa do Semiárido a certificar sua área de extração de frutas como orgânica, através da certificadora Chão Vivo, com sede no Espírito Santo. Com isso, as pessoas da comunidade começam a enxergar a caatinga como sua área de produção e que, por isso, precisa ser preservada e recuperada. 

Salienta-se que, a maior parte dos umbuzeiros está dentro das áreas de fundos de pasto, hoje reconhecidas como território de comunidades tradicionais, com política fundiária específica. Dessa maneira, é importante que se entenda que, a experiência de Uauá é hoje referência no beneficiamento de frutas nativas e trabalho organizativo na geração de renda da agricultura familiar.         

É notório a importância da COOPERCUC e com isso a importação dessa experiência se deu principalmente por meio de visitas (aproximadamente 900 grupos/organizações já visitaram o trabalho em Uauá), troca de informações e exposições em feiras nacionais e internacionais, como: Biofach (Alemanha), Terra Madre (Itália), Feiras Nacionais da Agricultura Familiar, Seminários e Feira

Internacional da Agroecologia, Feira do Semiárido e Fenagri, proporcionando às comunidades: incentivo ao aumento da produção, bem como investimento em infraestruturas; melhoria da qualidade dos produtos e credibilidade para com os empreendimentos da agricultura familiar por parte de instituições governamentais e não-governamentais. 

É importante destacar que, a atuação da COOPECUC não está limitada apenas à geração de renda nas comunidades rurais, mas é, sobretudo um processo de conscientização em torno da preservação do meio ambiente, da valorização e conservação das espécies nativas do Semiárido. Várias capacitações já foram realizadas no sentido de sensibilizar as comunidades para a importância da preservação ambiental, da importância socioeconômica das espécies nativas (fruteiras, forrageiras), produção de mudas, enxertia e plantio de mudas. 

Vale ressaltar a necessidade de outras regiões, em parceria com instituições locais (governamentais e não-governamentais) também se mobilizam em torno do fortalecimento da proposta de potencializar as espécies nativas, que pode variar de acordo com cada região. Está sendo ampliado a cada dia o número de construções de unidades de beneficiamento de frutas. Com o apoio de algumas entidades nacionais e internacionais (IRPAA – Instituto Regional da Pequena Agropecuária, Horizonte 3000, CRS, KMB Lins, Comunidade Europeia) a COOPERCUC construiu uma unidade de beneficiamento de frutas para dar suporte à produção das comunidades, que começou a funcionar em janeiro de 2004. Esta unidade de processamento de frutas com 250 dias de trabalho e 1 turno de 8 horas com 5 pessoas trabalhando, tem a capacidade de produzir 120 toneladas/ano de doces, geleias e compota. Além dessa unidade de beneficiamento em Uauá foram construídos em 2005, 13 mini – fábricas em diferentes comunidades, para estruturar o processamento nas comunidades e para melhorar as condições de produção e aumentar o volume produzido pelos grupos através da COOPERCUC. Cada mini fábrica tem a capacidade de produzir 10 t/ano de pré-produtos para a unidade central e sucos.

Salienta-se que, nos dias atuais, a capacidade está sendo usada apenas 50% da capacidade. Para melhorar o uso da capacidade dessas unidades, e com isso a diminuição dos custos fixos, a cooperativa deve aumentar as vendas dos produtos e criar novos produtos. Em (2008) a COOPERCUC vendeu produtos de umbu no valor de aproximadamente 800.000,00 Reais no mercado nacional e internacional (Itália, França, Áustria, Alemanha). Uma parte dessa venda foi realizada com selo orgânico e com selo social (FLO). Além do mercado nacional e institucional a COOPERCUC ocupa com isso alguns mercados específicos. Destaca-se que, a venda institucional (CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento) se estabeleceu entre um valor de 45 até 50 t por ano. 

Além desse avanço econômico a COOPERCUC é um exemplo de sucesso para muitas outras Cooperativas e Associações no Nordeste brasileiro, recebe mais de 2.000 mil visitantes por ano, entidades governamentais e da sociedade civil, vindo de todo o Brasil e do Exterior. Com o sucesso aumenta a responsabilidade da Equipe dando assistência técnica para outros produtores do semiárido do nordeste brasileiro. 

Ressalta-se que, já foi fundada uma nova rede “Rede Sabor Natural do Sertão” onde a COOPERCUC quer contribuir no avanço dos três pontos mencionados. A participação neste curso de Gerenciamento sustentável faz parte desta estratégia. Tendo em vista a complexidade da comercialização dos produtos agroextrativista, que tem sido uma grande dificuldade para a maioria dos produtores rurais, principalmente os da agricultura familiar. E isso se dá por estarem envolvidos diretamente com a produção, e não terem conhecimento do mercado, e por não possuírem habilidades para lidar com os compradores e ficam em posição desvantajosa na hora de negociar a sua mercadoria.

Esse projeto tem sido uma experiência fascinante e exitosa, capaz de ser replicada em qualquer outra região que reúna todos esses elementos, mas que tem suas fragilidades que precisam de uma atenção maior. Sendo que os mesmos durante anos ficam aguardando políticas públicas compensatórias, que muitas vezes apenas buscam apadrinhamentos e funcionam como compra de votos.

Nesse sentido, é fundamental que as associações, cooperativas e outras entidades do terceiro setor possam galgar a autonomia necessária, para implantar ações sustentáveis. Não funcionando apenas como mecanismos paliativos, mas como fonte secundaria ou mesmo primária de renda das famílias brasileiras, evitando assim as mazelas sociais bem como fazer com que as famílias ditas de classe subalternas alcancem ao menos o direito garantido na constituição brasileira de ir e vir e de ter o alimento em sua mesa.

O semiárido brasileiro conforme dados do IBGE, foi “delimitado com base na isoieta de 800 mm, no índice de ARIDEZ de Thomtwaite de 1941”. (Municípios com índice de até o,50) e no risco de seca (superior a 60%). De acordo com a ASA (2012, apud COUQUEIRO, 2012, p.49), o semiárido brasileiro é o mais populoso do mundo.

Nesse contexto, o estudo aborda a realidade vivenciada por moradores que residem na região que está inserida a empresa COOPERCUC, nos municípios de Curaçá, Uauá e Canudos. Ressalta-se que estão inseridos na região do semiárido brasileiro que menos chove, carece de políticas públicas de desenvolvimento social, econômico e ambiental. 

O umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) pertence à família Anacardiaceae ocupa uma área bastante extensa da região Semiárida do Nordeste brasileiro e, apesar de sua distribuição dispersa, consagra-se como uma espécie frutífera de grande importância econômica, social e ecológica (GONDIM et al., 1991). O umbuzeiro adapta-se em regiões entre 400 e 800 mm de precipitação pluvial por ano (LORENZI, 2000), possuindo mecanismos de sobrevivência à escassez e distribuição irregular de chuvas, como as raízes tuberosas, que armazenam água e nutrientes, e o controle eficiente da transpiração foliar (LIMA FILHO e AIDAR, 2016).

A região do Semiárido Brasileiro corresponde a 65% do território do Nordeste e tem uma superfície de aproximadamente 969.589,4 km². É a região que possui a maior concentração da população no meio rural. A diversidade biológica, principalmente em plantas, a pluralidade cultural e até mesmo os diferentes tipos de climas existentes, fazem do Semiárido brasileiro uma região com grande potencial produtivo. 

Destaca-se que, as atividades econômicas predominantes são as culturas de subsistência com pequenos roçados, o criatório de animais, o artesanato e o extrativismo, com produções voltadas para o consumo familiar e a comercialização nas feiras regionais. Apesar desse potencial, o Semiárido brasileiro é a região mais pobre do país, com alto índice de analfabetismo e baixa renda per capta. Dentre as muitas potencialidades do Semiárido, está a produção de frutas nativas. 

Ressalta -se ainda que, o umbuzeiro símbolo da convivência com a seca e da abundância do Semiárido, produz independente das condições climáticas, sendo utilizado pelas famílias do sertão, como alternativa de renda mesmo que de forma desorganizada. Há algumas décadas atrás as pessoas exploravam o umbuzeiro para o consumo da sua raiz (batata do umbuzeiro), para saciar a sede e a fome. Com passar dos anos eles passaram a comercializar os frutos para vendedores ambulantes que compravam o umbu de casa em casa. 

Vale salientar que, esse tipo de comercio não garantia o retorno financeiro desejado, nem o aproveitamento total das frutas, pois a safra do umbuzeiro excedia muito a quantidade vendida, causando um grande desperdício. Tendo em vista a necessidade de organizar a produção e comercialização do umbu a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá – COOPERCUC deu início a um processo de valorização e exploração econômica e sustentável das frutas nativas, a missão de contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar visando à produção ecológica, economicamente viável e socialmente justa. 

FRUTO UMBU PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOAMBIENTAL

O Umbu é considerado como elemento importante da cultura da região Semiárida. Vale ressaltar que, grande parte dos moradores que estão inseridos nesse contexto, conhecem e percebem a relevância social. Sendo que, este fruto tem colaborado para sertanejos, desde a venda do produto in natura e mesmo no que tange a fabricação artesanal de doces e geleia para consumo. No entanto, percebese que, o animal da Caatinga, sendo que, o bode e carneiro se alimenta da folha e do fruto umbu.  

            Observa-se que, nos últimos anos ocorreu a diminuição na produtividade do umbu. É notório que, a diminuição da produção tem se dado pelo crescimento do extrativismo constante e feito de maneira descontrolada, outro fator determinante são as queimadas nas áreas de coleta, uma vez que a regeneração do bioma é muito lenta, por causa da ausência de animais silvestres que transportam as sementes do umbu e de outras espécies. 

A criação de caprinos na mesma área de produção do umbu interfere diretamente nesse sistema, pois os animais se alimentam dos frutos em épocas de safra e de plantas jovens, o que dificulta o estabelecimento de novas plantas. (BARRETO,2010)

Vale salientar que, fica difícil para o agricultor que habita a região da caatinga de criar os animais sem que estes tenham contato com os pés de umbuzeiro. Uma vez que, em quase todo território do bioma é pautado pela presença determinante dessa árvore tão importante para o desenvolvimento social, ambiental e econômico. Dessa forma, é importante que sejam criadas políticas públicas que colabore para garantir que esta árvore tão importante possa ser protegida, numa perspectiva de que se garanta a durabilidade da mesma. 

Nesse contexto, é notório que, a COOPERCUC junto com as associações das comunidades dos municípios de Curaçá, Uauá e Canudos tem ao longo dos anos desenvolvido diversas ações na busca de preservar o umbuzeiro e outras árvores tão importantes para os que habitam a região semiárida nordestina. Com isso, projetos como reflorestamento, recaatingamento funcionam como elemento fundamental para garantir que o fruto umbu permaneçam de forma firme como instrumento de geração de emprego e renda. Uma vez que, grande parte dos cooperados tem como principal fonte de renda, o valor recebido com o beneficiamento do Umbu e outros produtos como o maracujá do “mato”, palma entre outros.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise dos dados foi realizada por meio dos dados realizados ao longo da pesquisa descritiva de cunho qualitativo, sendo realizado um estudo de documentos de domínio público e mesmo de documentos disponibilizados pela empresa.            Éimportante destacar que, na região do Semiárido brasileiro as pessoas sempre ficaram à margem da sociedade. Uma vez que, as políticas públicas eram inexistentes e muitas pessoas precisavam sair de suas comunidades ou estados na busca de um emprego, trabalho e renda.

           Destaca-se que, a maioria dessas pessoas acabavam atuando como escravas nos estados de Minas Gerais, São Paulo entre outros. Seja na colheita de café, construção civil ou outras áreas que careciam de mão de obra braçal. É importante entender que, os jovens e homens adultos acabavam sendo maioria nesse grupo, no entanto observava-se que, as mulheres que sempre foram marginalizadas e excluídas, ficavam com os filhos para que os maridos pudessem viajar e mandar ou trazer um recurso para o futuro da família. 

           As severas condições climáticas do semiárido, somadas às dificuldades de acesso à terra, à água, ao crédito e a uma política agrícola adequada para a região, condenam as pessoas à pobreza, à dependência política e ao abandono da terra (BAPTISTA; CAMPOS & QUINTELA, 2014).

Nota-se que, esta realidade atravessou o tempo, sendo que ainda hoje diversos nordestinos saem de seus estados para trabalhar de maneira sazonal na região sul e sudeste, e mesmo no século XXI com diversos aparatos, legislação mais rígida ainda é comum assistir na TV e nas redes sociais, casos de trabalho análogo a escravidão.            Por outro lado, sempre se observou no cenário do Nordeste a presença constante do pai como aquele que garantia os proventos para a família, ficando a mulher com os afazeres domésticos além do cuidado com os filhos, sendo dessa maneira, o homem sempre o destaque e domínio das ações e atitudes dentro do lar, da comunidade, e demais espaços.

          Vale salientar que, nos últimos anos esta realidade tem ganhado contornos diferentes. Uma vez que, os projetos sejam de cunho municipal, estadual, federal ou mesmo partindo de grupos organizados precisam ter um percentual significativo de jovens e mulheres. Nesse sentido a COOPERCUC foi pioneira, logo que, grande parte dos cooperados são do sexo feminino (mães de família e ou jovens). Portanto, mesmo a COOPERCUC tendo sido implantada nos idos da década de 90, já apresentava característica de inclusão. Visto que este público sempre ficou à margem da sociedade.

          A Coopercuc é uma cooperativa fundada por mulheres e que historicamente trabalha o empoderamento feminino. Além disso, está baseada em um bioma exclusivamente brasileiro, a caatinga. Acreditamos que mobilizar capital para uma iniciativa como esta apoia a preservação do território, a geração de emprego e renda e o protagonismo feminino.

          Ressalta-se que, o fruto umbu por consequência foi o grande responsável por contribuir para a criação da respectiva cooperativa” COOPERCUC”, uma vez que, a maior parte das famílias do semiárido enxergam o umbu e umbuzeiro como elementos de luta e resistência.

          Segundo Batista (2015) o umbuzeiro se destaca, dentre outras espécies frutíferas com potencial de exploração na caatinga, devido a seus frutos com sabor e aroma bastante peculiares agradarem ao mercado consumidor nacional e internacional e, também, por apresentar importância social para muitas comunidades do semiárido, tendo em vista que, no período de sua colheita, o extrativismo tem se apresentado como a principal atividade econômica.

              É pertinente entender que a respectiva cooperativa enxergou de forma pioneira no umbuzeiro e no fruto umbu uma possibilidade de desenvolver ações que contribuíssem para gerar emprego e renda. Destaca-se que, na região semiárida o fruto UMBU é chamado pelos sertanejos como arvore de resistência, uma vez que, no período mais seco e no espaço de escassez de recursos hídricos chega-se a pensar que a arvore morreu, no entanto, na sua raiz tem uma “ batata”, que absorve uma quantidade de água, que  consegue garantir a vida útil do umbuzeiro até a chegada das chuvas, sendo que ali vai contribuindo para a produção do fruto umbu e mesmo para a folhagem, fato este importante, pois além do fruto que é beneficiado o agricultor do semiárido vê uma possibilidade de alimentação dos seus animais.

               De acordo com as pesquisas realizadas pode-se identificar que no período de implantação da COOPERCUC as mulheres assumiram papel relevante, deixando de lado a situação de passividade para serem protagonistas da sua história. Destacase que em 2004, data de sua fundação a cooperativa contava com 44 sócios, distribuídos entre os municípios de Uauá, Canudos e Curaçá. No entanto, após pesquisas feitas em blogs, e atas de reuniões pode-se perceber a evolução e crescimento uma vez que nos dias atuais a mesma aumentou para 185 sócios em 2016 e atualmente conta com 283 cooperados. No entanto, vale ressaltar que, a mesma, mas atua como prestadora de serviço de assistência técnica (ATER), atendendo mais de 2000 (mil famílias) diretamente.

               É preciso reconhecer que, muito mais que uma cooperativa, a COOPERCUC assumiu um papel social na absorção e mesma implantação de políticas públicas e do terceiro setor, contribuindo para o atendimento de 70 comunidades rurais dos municípios de Canudos, Uauá e Curaçá (quadro 1).

Quadro 1: Relação de sócios e beneficiários atendidos pela COOPERCUC por ano.

ANOSÓCIOSFAMILIAS ATENDIDASCOMUNIDADES
20044410013
201618045018
2023283200070
Fonte: Autores, 2023.

                 Um dado relevante é que, mais de 60% dos integrantes da COOPERATIVA são mulheres, o que denota o trabalho relevante de inclusão que a cooperativa desenvolve, ação esta que precisa ser espalhada pelos municípios que compreende a região do Semiárido baiano e nordestino. Observa-se que, a família é o centro desse projeto, uma vez que todos participam seja de forma direta ou indireta.

                  Pela tabela apresentada um fator merece atenção, o fato de que o crescimento e avanço do trabalho desenvolvido pela COOPERCUC tem colaborado de forma eficaz para que alguns problemas sociais fossem eliminados ou mesmo reduzidos. A exemplo disso pode ser citado: redução do êxodo rural, desemprego, desigualdade social, procura da população envolvida no projeto por políticas assistencialistas seja em órgãos municipais, estaduais ou federais.

DE QUAL MANEIRA O TRABALHO REALIZADO PELA COOPERCUC COLABORA PARA EVITAR OU REDUZIR O ÊXODO RURAL?

 O êxodo rural sempre foi marcado no contexto histórico das famílias nordestinas que sempre iam e vão para o sul e sudeste do Brasil, na busca constante por recursos financeiros para suprir e prover o sustento de seus familiares. Vale salientar que, durante muito tempo jovens alimentavam um sonho de ir para São Paulo entre outros destinos. Destaca-se que, muitos foram para trabalhar na construção civil entre outras áreas.

Insere-se que, grande parte das pessoas que saiam de suas cidades e estados iam desmotivados em ficar na sua região, tendo em vista a falta de políticas públicas de inclusão de jovens e mulheres em ações de geração de emprego e renda. Nesse sentido, a única saída para conseguir vencer era ir para as regiões centrais do Brasil.

É importante ressaltar que, os governantes por décadas e séculos enxergaram o Nordeste como uma área improdutiva, seca, sem perspectiva de desenvolvimento agrícola e pecuário. Salienta-se que, tal realidade mudou a partir do instante em que pesquisas e mesmo projetos foram implantados na perspectiva de agir frente a tarefa do agronegócio, primeiro na região do Vale do São Francisco, com a presença de Japoneses e outros povos tanto do exterior como de regiões de outros estados. Percebe-se que, a maior quantidade veio com a finalidade de aproveitar da água que o Rio São Francisco dispunha.

Observa-se ainda, o desenvolvimento de outra região do Nordeste, a área que compreende a divisa de 4 estados brasileiros, mas conhecida como “MAPITOBA”, que fica inseridos nos estados de Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia.

A expressão MATOPIBA é um acrônimo criado a partir das iniciais dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia5, utilizado para designar parte do território desses estados pertencentes ao bioma Cerrado, e onde se desenvolve uma agricultura com crescente produtividade com uso intensivo de insumos modernos (MIRANDA & CARVALHO, 2015).

Portanto, entende-se que tais ações foram importantes durante um primeiro momento na perspectiva de que, nordestinos e pessoas que residiam na região Norte do Brasil, deixasse de praticar o êxodo de cidades e estados, principalmente de irem para o Sudeste do Brasil.

No entanto, quando a produção ganhou a perspectiva de escalar gigantesca, necessitou da troca da mão de obra humana em quantidade, para apenas utilizar a mão de obra especializada para administrar as maquinas, sendo que, grande maioria eram modernas e conduzidas pelo computador. Diante do exposto, devido á o processo histórico de êxodo, e mesmo pela busca de conseguir um emprego e renda ainda muitos nordestinos se dirigiram e vão mais precisamente para Minas Gerais trabalhar na colheita de café e para São Paulo atuar na área da Construção Civil.

É importante destacar que, a falta de investimento por parte dos governantes no que tange a geração de emprego e renda, bem como a projetos que visam eliminar as pessoas do mapa da fome contribui de forma favorável para o êxodo. Observa-se que, a muitos governantes acabam utilizando o mecanismo da vulnerabilidade social para se aproveitar principalmente no período eleitoral para trocar o voto por sacos de cimento, dentadura, e ou mesmo por dinheiro.

É salutar entender a relevância do projeto desenvolvido pela COOPERCUC frente a tarefa de pensar em políticas de inclusão de jovens, mulheres e a família como um todo. Uma vez que ao longo de toda sua história buscou-se inserir estes em projetos de geração e emprego em renda. Sendo que começou com o beneficiamento do Umbu, maracujá do mato bem como a assistência técnica de diversas associações, e famílias dos municípios de Curaçá, Uauá e Canudos. De acordo com leituras feitas em documentos pode-se entender que:

  • Além do Umbu, a COOPERCUC também trabalha com frutas como acerola, manga, maracujá, goiaba, banana”;
  • A COOPERCUC atende cerca de 2000 mil famílias em mais de 70 comunidades rurais dos municípios de Canudos, Uauá e Curaçá;
  • A COOPERCUC desenvolve projetos sociais em parceria com instituições públicas e privadas para promoção do desenvolvimento das comunidades onde atua, como programas de educação para a agroecologia, apoio a mulheres empreendedoras, entre outros.

Portanto, é importante ressaltar que, a COOPERCUC atua como entidade que busca a descentralização, uma vez que sua origem se deu por meio “de fora para dentro”, ou seja, antes mesmo de se construir uma sede na cidade de Uauá, já era feito um trabalho de beneficiamento do umbu em diversas comunidades dos municípios de Curaçá, Uauá e Canudos.

Segundo dados do Governo do estado da Bahia, do total de 1075 agroindústrias familiares existentes na Bahia, 27 trabalham com o beneficiamento do umbu, produzindo doces, geleias, sucos e compotas, com destaque para a Coopercuc (Cooperativa de Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá), localizada na cidade Uauá, que possui uma agroindústria central na sede do município e 13 pequenas unidades de beneficiamento localizadas nas Comunidades Fundo de Pasto. Tal dado demonstra que, o trabalho desenvolvido além de gerar renda de forma direta e indireta ainda versa sobre a perspectiva de contribuir com políticas públicas de inclusão de gêneros que sempre ficaram do mercado de trabalho.

Vale ressaltar que, no ano de 2013, a Coopercuc junto a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) assinou um convênio para desenvolver ações de promoção e incentivo às exportações e negócios sustentáveis em consonância com o Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade (PNBSB), sendo que, este tem suas ações definidas em seis eixos: promoção e apoio à produção e ao extrativismo sustentável; estruturação e fortalecimento dos processos industriais, estruturação e fortalecimento de mercados; fortalecimento da organização social e produtiva e ações complementares para fortalecimento das cadeias de produtos da sociobiodiversidade. 

Uma vez que, não se pode apenas pensar em produção e extrair sem perpassar pelo pensamento em investir e adotar práticas de cunho ambiental. Pois não adianta pensar apenas no hoje, mas sim na permanência da atividade hoje e nas próximas e futuras gerações.

Diante do que foi pesquisado por meio da pesquisa documental pode-se perceber o quão o trabalho da Coopercuc tem contribuído para sanar ou mesmo reduzir mazelas sociais, dentre elas o êxodo rural, visto que, precisamente nas regiões que compreende os municípios de Uauá, Canudo e Curaçá devido o trabalho de Assistência Técnica, bem como o beneficiamento de umbu e outras frutas fez com que muitos jovens permanecessem no campo, aprendendo a lidar no contexto da convivência com o Semiárido. É pertinente destacar ainda o trabalho desenvolvido pela Coopercuc o que tange a busca pela capacitação e formação dos seus colaboradores, cooperados bem como pessoas que são membros de associações ou moradores de comunidades na qual a Cooperativa está inserida.

Destaca-se que, a Educação funciona como um divisor de águas, uma vez que o indivíduo aprende conceitos e concepções fundamentais para este aprenda a agir na perspectiva da convivência com o semiárido, sendo criado e implantado cursos de capacitação para técnicos em agropecuária em parceria com Escolas Família Agrícolas, cursos de qualificação profissional em parceria com o HIRPPA e cursos de graduação, pós graduação e mesmo Mestrado e Doutorado pela Universidade do Vale do São Francisco entre outras.

É notório o trabalho de relevância desenvolvido pela Coopercuc no que tange uma educação de qualidade. Nesse sentido, diversas capacitações foram desenvolvidas na busca por uma Educação Contextualizada que leva em consideração a realidade social onde a escola está inserida, uma vez que, trabalhando o contexto e realidade do aluno, este conteúdo fará sentido para o mesmo. Não é que apenas trabalhará assuntos que tenha no cotidiano, mas o processo trabalhará a relação do assunto estudado e fará a correlação com a vida do estudante. Com isso deixando de lado os conteúdos estanques, que não tem significado com a vida da comunidade escolar e extra escolar.

Na Educação Contextualizada o alunado é confrontado a pensar sobre seu caráter, na coletividade, a enxergar-se como ferramenta para quebra de paradigmas, ou seja:

[…] transformação radical em padrões culturais que tem produzido como uma herança mais que secular a pobreza, a violência (de todas as ordens, desde a família, contra a mulher, a criança, até a institucional), a desesperança, a falta de criatividade para encontrar saídas para as questões de nosso tempo e lugar o pouco ou quase nenhum letramento em grande parte da população, enfim, a falta de confiança em si mesmo/a, enquanto sujeito individual e coletivo (CASTRO 2015, p.23).

Nesse contexto, vale salientar que, além de contribuir para uma formação mais consistente, a Educação Contextualizada acaba por contribuir com uma formação crítica e autônoma do sujeito, assim como na tarefa de colaborar para aquisição de conceitos e concepções sobre a necessidade da permanência do homem no ambiente. Cabendo ações e busca por políticas públicas que favoreça a convivência com o Semiárido, evitando assim o êxodo rural.

Sobre este aspecto, utiliza-se os estudos de Araújo e Menezes (2007), Castro (2015), Martins (2006), em que norteiam o entendimento que a EC correlaciona o conhecimento geral com o local, possibilita a convivência com o Semiárido, valorização e a permanência no campo, fortalecendo potencialidades individuais e da comunidade.

Infere-se que, na região semiárida muitos projetos foram desenvolvidos, no entanto, devido à falta de planejamento ou mesmo a falta de envolvimento de todos os que participaram acabaram não dando certo. Nesse sentido o trabalho da Coopercuc que é realizado desde o ano de 2004, tem se destacado justamente por adotar algumas ações:

  • Capacitação de agricultores, Mulheres, jovens e todos que fazem parte da comunidade, uma vez que a educação perpassa os muros das escolas, mas se configura como elemento indispensável, gera independência e autonomia.
  • Roda de conversas, que contam com a experiência de pessoas idosas, técnicos em agropecuária, pequenos criadores e estudantes, cooperados ou não, fazendo com que estes possam adquirir conhecimentos fundamentais para melhorar a qualidade do trabalho, que consequentemente irão melhorar a vida de todos os envolvidos.

DE QUE FORMA O FRUTO UMBU CONTRIBUI PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO e AMBIENTAL?

Quando se fala em projetos, seja em qual for o espaço e contexto, o sentimento de ganhar dinheiro sempre é o objetivo. No entanto, faz se importante que, os envolvidos tenham o pensamento no bem comum de todos. Além do mais, faz se necessário pensar na perspectiva manutenção do ganho financeiro, que perpassa pelo investimento em preservação ambiental, cursos de qualificação, investimentos em projetos sociais entre outras áreas fundamentais. Destaca-se que, o umbu é um fruto que colabora de forma eficiente e eficaz para o desenvolvimento econômico do semiárido.

A produção de umbu no Brasil é predominante na região nordeste, aproximadamente 98%, sendo representada pelo estado da Bahia (77,8%) e o restante da produção pela região sudeste, com ênfase para o estado de Minas Gerais (10,3%). Portanto, cada vez mais é importante, que se invista em projetos a exemplo da COOPERCUC que desde 2004 vem desenvolvendo ações que, contribui não apenas para gerar emprego e renda, mas ainda no ato plantar e preservar os umbuzeiros para que estes garantam a renda para o futuro das novas gerações. Pois não se pode pensar apenas nos aspectos econômicos atuais, mas sim garantir que as próximas gerações tenham assegurado a manutenção dessa matéria prima. Uma vez que, a manutenção dos jovens e adultos na região semiárida depende de investimentos hoje para que o amanhã não se perca estes para os grandes centros ou mesmo para os cultivos de café e outras culturas.

Dados do IBGE/SIDRA sobre o extrativismo do umbu no Brasil apontam para redução na produção nos últimos anos. Fatores como o extrativismo predatório praticado pelos apanhadores, desmatamento da caatinga e presença de animais que são atraídos pelas folhas palatáveis do umbu, podem ter contribuído para essa redução (BARRETO e CASTRO, 2010).

Portanto, pensar economicamente necessita, refletir sobre as ações realizadas por todos inseridos nas comunidades. Além disso é preciso entender o processo de relevância do beneficiamento de outras culturas, pois assim contribuirá além de garantir uma maior durabilidade da produção do umbu, além de garantir que no período de entressafra as famílias tenham uma renda. Destaca-se que, está sempre foi a preocupação daqueles que residem na região semiárida.

O umbu é um exemplo de fruto perecível e sazonal, portanto o processamento é visto como uma alternativa viável para reduzir as perdas pós-colheita, aumentar a vida útil e tornar o produto disponível durante o período da entressafra (MAIA et al., 2017). Para Araújo et al. (2016) o umbuzeiro é uma planta que oferece variadas opções para o seu aproveitamento, desde que sejam utilizadas técnicas de processamento adequadas.

De acordo com o site ECOA: Hoje, a organização se sustenta com a produção de doces e geleias que estão à venda em mercados do Brasil e de países europeus, como França e Alemanha, graças a iniciativas de desenvolvimento sustentável para o beneficiamento de frutas nativas da caatinga — como umbu e maracujá do mato — e outras espécies cultivadas na área, como goiaba, manga, acerola, banana e maracujá amarelo.

Portanto, este beneficiamento de outras frutas tem colaborado de forma eficiente para a geração de emprego e renda. Além do mais evita o extrativismo predatório do fruto umbu. Percebe-se ainda que muitos “caatingueiros’, habitantes da região semiárida veem o umbuzeiro como arvore fundamental para garantir a alimentação dos animais. Uma vez que no bioma “caatinga” apresenta-se um baixo número de plantas com coloração verde que atrai a atenção dos animais, principalmente o bode. Nesse sentido o umbuzeiro acaba por ser este o alimento tão buscado pelos animais.

Pensando no aspecto de desenvolvimento econômico, destaca-se que, o umbu ao longo dos anos tem garantido uma renda extra, e em alguns lugares configura-se como a renda principal da família. É importante destacar, que diversos grupos tentaram ao longo dos anos desenvolver projetos de beneficiamento de frutas. No entanto, a principal dificuldade é a escoação da produção. Pois não adianta produzir se não tem como vender os produtos. Nesse sentido, a Coopercuc sempre pensou em todas as etapas do processo do cooperativismo, levando em consideração investimento na produção, 

De acordo o site UNDP “O umbu é a base da economia familiar e da alimentação dos povos sertanejos, principalmente no Território do Sertão do São Francisco, área que engloba dez municípios baianos: Uauá, Campo Alegre de Lourdes, Canudos, Casa Nova, Curaçá, Juazeiro, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé e Sobradinho. Isso só denota a relevância econômica do fruto umbu, tão importante seja vendido in natura ou mesmo por meio do beneficiamento, uma vez que a partir do instante que se faz o doce, geleia ou mesmo a polpa, consegue agregar valor ao produto.

É preciso observar que, ao longo dos anos o grande entrave da geração de uma renda, sempre foi a dificuldade em escoar a produção, sendo que, a venda era sempre do produto in natura, levando em consideração que o valor da saca era vendido numa margem de R$ 20,00 a no máximo R$ 35,00, fruto de uma ação realizada pelos atravessadores que vinham de compradores de municípios do estado da Bahia , a exemplo de Feira de Santana, e mesmo de outros estados como Pernambuco, Rio Grande do Norte entre outros. 

Vale salientar que, ainda hoje esta mesma realidade é vivenciada por extrativistas do semiárido e mesmo de grupos organizados que não conseguem agregar valor ao umbu entre outros produtos. Nesse sentido, é importante, destacar o trabalho de “divisor de águas”, desenvolvido pela COOPERCUC, pois desde 2004, vem realizando ações que vão desde a melhoria na qualidade da produção, capacitação de cooperados, busca de investimentos e parcerias, mas também de uma das principais atividades é a comercialização dos produtos. Sendo que todas estas atitudes contribuem para a geração de emprego e renda, de forma direta ou indireta.

É valido entender que, a atividade extrativista que durante séculos foi realizada por nômades, sendo que, os seres pré-históricos e mesmo no período na qual a história já era escrita havia uma preocupação em preservar o habitat mesmo que de maneira temporária, sendo que se utilizam da pesca, caça e de se alimentar dos frutos que a natureza disponibiliza. Dessa forma é importante valorizar e adotar o “ECODESENVOLVIMENTO”, uma vez que, não se pode apenas querer extrair sem pensar em preservar aquela matéria prima. Com isso, ressalta-se o trabalho que a Coopercuc desenvolve com ações educacionais de garantir a convivência com o semiárido, tendo como foco a sustentabilidade.

Pereira (2000) define sustentabilidade a partir de definições já conhecidas, como desenvolvimento sustentável e ecodesenvolvimento. Ou seja, é o desenvolvimento econômico, social e ambiental de um espaço / região, um desenvolvimento que se estenda a todos, promovendo o crescimento das comunidades e das populações, sem comprometer ou prejudicar os sistemas ecológicos das quais dependem estes serviços.

Portanto, sustentabilidade apesar de ser um tema novo, a coopercuc desde a sua fundação sempre pautou suas ações na perspectiva de desenvolver projetos que visassem a preservação do meio ambiente, onde todos estavam inseridos sejam cooperados ou não. Dessa maneira, este modelo de atividade desenvolvido pela coopercuc deve ser copiado por outros grupos que atuam na região nordeste e precisamente no bioma caatinga e semiárido brasileiro.

             Segundo o site UNDP “Na produção da Cooperativa Agropecuária Familiar de Uauá, Canudos e Curaçá Coopercuc), o que mais sai é o doce de corte de umbu.

Num catálogo de cerca de 20 produtos produzidos pela cooperativa e comercializados pela linha Gravetero, os itens à base de umbu são responsáveis por 40% do faturamento da Coopercuc, que, no ano passado, superou R$ 1,4 milhão”.

Diante do exposto, percebe-se que ao longo dos anos o trabalho da coopercuc se edificou, muito pelo planejamento e adoção de práticas sustentáveis, que pensam não apenas em gerar renda e emprego hoje, mas pensando numa atividade que tenha mais qualidade e garantia de uma durabilidade, podendo permanecer os jovens, mulheres e adultos no mercado de trabalho no presente e futuro.

           De acordo ainda com o site UNDP a importância do umbu, no entanto, ultrapassa as fronteiras do estado e é destaque em todo país, figurando entre os dez primeiros da lista dos principais produtos alimentícios da extração vegetal nacional, segundo a última edição da pesquisa da produção da extração vegetal e da silvicultura (PEVs), realizada pelo instituto brasileiro de geografia e estatística (IBGE). Os dados mostram que foram produzidas 7.465 toneladas de umbu em 2017 no brasil, sendo 74% (ou seja, 5.508 toneladas) na Bahia.

          Diante do que foi abordado, observa-se, o quanto a Coopercuc tem atuado frente a logística de geração de emprego e renda, sendo que a renda é distribuída entre os cooperados, ou seja, demonstrando o quão o umbu contribui de forma favorável para o desenvolvimento econômico dos envolvidos de forma direta e indireta. Um dado importante ainda é o fato de que o fruto umbu que antes era vendido uma saca na margem de R$ 30,00 in natura, em virtude do beneficiamento esta mesma saca chega a garantir a renda média de R$ 170,00.

IMPORTÂNCIA DA COOPERCUC

Após as pesquisas prévias para elaboração da respectiva dissertação foi possível perceber a importância do fruto umbu na perspectiva de desenvolvimento econômico, social e ambiental das diversas comunidades e cidades que fazem parte do semiárido nordestino. Vale salientar que, durante muitos anos e infelizmente até nos dias atuais ainda existem pessoas que veem o Nordeste apenas como um espaço seco, com terras improdutivas, com a imagem de um gado magro e de casebres de taipa, além de crianças desnutridas. No entanto, observa-se que, nos últimos anos esta realidade tem sido modificada. Uma vez que novas políticas públicas foram implantadas. Além dos diversos projetos desenvolvidos por associações, cooperativas, Ongs e entre outras organizações.

Nesse sentido, a COOPERCUC (Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá) assumiu e assume um papel de destaque no cenário do semiárido nordestino que consequentemente adentrou o mercado nacional e internacional. Uma vez que, os produtos são exportados para países como Itália, França e Alemanha.

Um dado importante é que atualmente o projeto envolve um conjunto de 206 famílias no processo organizativo e produtivo na transformação de frutas nativas em produtos acabados para o mercado, envolvendo o trabalho basicamente de mulheres e jovens, os quais representam mais de 85% do público envolvido. Destaca-se que, a empresa não restringiu apenas a beneficiar o fruto umbu, mas frutos como Maracujá do mato entre outros. É notório a evolução da cooperativa, no entanto esta nunca deixou de lados aspectos que visam garantir a sustentabilidade, pensando sempre em aspectos, sociais, ambientais e econômicos. Uma vez de nada adianta garantir uma renda para uma família, durante determinado período, é fundamental pensar na geração de emprego e renda de forma sustentável e duradoura.

Diante do exposto, é de extrema importância que este projeto desenvolvido pela COOPERCUC no que tange desenvolver a economia de famílias da região semiárida possa ser implantado em diversos municípios do país, na perspectiva de contribuir para a melhoria da qualidade de vida de pessoas e seus familiares. Levando em consideração o beneficiamento de frutas e outros materiais primas que fazem parte da realidade da vegetação da caatinga a exemplo do Umbu, Maracujá de boi, entre outros. Além de ser necessário a continuidade na valorização de mulheres e jovens brasileiros na perspectiva de geração de emprego e renda.

Portanto, tais ações contribuirão para eliminar mazelas sociais, sendo estas duas classes jovens e mulheres, as que menos foram contempladas com políticas públicas de entrada no mercado de trabalho ao longo da história. Nesse sentido as organizações a exemplo das cooperativas e associações são um divisor de água na tarefa de inclusão, tão fundamental na busca da igualdade e redução de problemas que afetam a sociedade. 

Diante do exposto é salutar entender a importância das pessoas das comunidades se organizarem em associações e cooperativas a fim de adquirir qualificação e formação sobre como gerir projetos, trabalhar em grupos entre outros conhecimentos fundamentais para que todos envolvidos percebam que a única forma de um projeto dar certo é quando o nível de interesse e de instrução seja tarefa de todos que fazem parte.

Ressalta-se ainda que, as políticas e linhas de créditos por instituições públicas e privadas tem colaborado para que projetos sejam implantadas de forma eficaz e eficiente, uma vez que, o público alvo que é atendido não se restrinja apenas o homem, pois existe uma série de pré-requisitos entre eles a participação efetiva de mulheres, jovens e que também tenham como objetivo o pensar em aspectos de desenvolvimento ambiental (meio ambiente, econômico e social).

Diante do que foi abordado é fundamental compreender que o trabalho realizado pela COOPERCUC, tendo o fruto umbu como principal matéria prima que contribui de forma eficaz e eficiente para garantir o desenvolvimento econômico, social, social e mesmo educacional, uma vez que a cooperativa ver na educação contextualizada uma solução para fomentar carências de conhecimento assim como colaborar para eliminar mazelas sociais. Além de colaborar para a inclusão de jovens e mulheres, sendo que estes quase sempre ao longo da história foram excluídas não só do mercado de trabalho, mas nos diversos segmentos sociais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (COOPERCUC) figura como um paradigma de sustentabilidade local, inclusão de jovens e mulheres nos processos produtivos, valorização da cultura regional e melhoria da qualidade de vida dos cooperados. A COOPERCUC emergiu como uma resposta às adversidades enfrentadas por famílias rurais na região semiárida do Nordeste do Brasil. Através do cultivo e processamento de produtos frutos do umbu, a cooperativa não apenas assegurou a viabilidade econômica, mas também contribuiu para a preservação da cultura local e a promoção de um desenvolvimento inclusivo e sustentável.

O Cooperativismo tem se mostrado uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento de comunidades rurais, especialmente em regiões com desafios climáticos e socioeconômicos marcantes, como é o caso do semiárido nordestino. Nesse contexto, a COOPERCUC se destaca como um exemplo notável de como a cooperação, a valorização cultural e a inclusão podem transformar a realidade local.

A COOPERCUC tem sido um pilar fundamental na promoção da sustentabilidade local. Ao investir na produção e comercialização de produtos derivados do umbu, a cooperativa não apenas diversificou as fontes de renda das famílias cooperadas, reduzindo sua dependência de cultivos sazonais e vulneráveis à irregularidade climática, mas também contribuiu para a preservação do ecossistema regional. A valorização do umbuzeiro, árvore símbolo da região, estimulou práticas agroecológicas e de manejo sustentável, promovendo a resiliência da biodiversidade local.

A COOPERCUC se destaca por sua ênfase na inclusão de jovens e mulheres nos processos produtivos. Ao proporcionar oportunidades iguais para todos os membros da comunidade, independentemente de gênero ou idade, a cooperativa desempenhou um papel crucial na quebra de paradigmas tradicionais e na promoção da igualdade de gênero. Além disso, o envolvimento dos jovens na cooperativa revitalizou o interesse pelas práticas agrícolas tradicionais e gerou uma nova perspectiva sobre a agricultura como um meio de vida viável e sustentável.

A Cooperativa não é apenas uma entidade econômica, mas também uma espécie de guardião da cultura local. Através do cultivo e processamento do umbu, um elemento central da dieta e da história das comunidades, a cooperativa contribuiu para a preservação da identidade cultural da região. Além disso, a valorização dos conhecimentos tradicionais sobre o umbu reforçou o senso de pertencimento das comunidades à terra e ao seu patrimônio cultural.

Os impactos positivos da COOPERCUC na qualidade de vida dos cooperados são inegáveis. A geração de renda por meio da cooperativa possibilitou o acesso a serviços essenciais, como educação e saúde, que antes eram limitados pelas restrições financeiras. Além disso, a cooperação entre os membros gerou um forte senso de solidariedade e apoio mútuo, fortalecendo os laços comunitários e reduzindo a vulnerabilidade social.

Neste sentido, a Cooperativa emerge como um modelo inspirador de como o cooperativismo pode catalisar a sustentabilidade local, a inclusão social, a valorização cultural e a melhoria da qualidade de vida. Através do cultivo e processamento dos produtos frutos do umbu, a cooperativa transcendeu suas funções econômicas, tornando-se um agente de transformação positiva nas vidas das famílias da região. O caso da COOPERCUC ressalta o potencial do cooperativismo como uma ferramenta poderosa para enfrentar os desafios regionais e construir um futuro mais resiliente e justo.

Apesar dos avanços significativos alcançados pela COOPERCUC, é importante reconhecer que a jornada em direção à sustentabilidade e ao desenvolvimento ainda enfrenta desafios persistentes. O acesso a recursos financeiros, tecnológicos e capacitação continua a ser uma preocupação, principalmente para expandir a produção, melhorar a eficiência dos processos e explorar novos mercados. Além disso, as mudanças climáticas representam uma ameaça constante para as comunidades agrícolas, exigindo a implementação contínua de práticas adaptativas e de manejo sustentável.

Olhando para o futuro, há várias perspectivas promissoras. A COOPERCUC pode continuar a diversificar seus produtos derivados do umbu, explorando oportunidades de transformação, como a produção de polpas, geleias, doces e outros itens de valor agregado. Além disso, a incorporação de tecnologias de processamento e embalagem pode melhorar a qualidade e a durabilidade dos produtos, aumentando sua competitividade nos mercados locais e regionais.

A educação e o empoderamento dos cooperados, especialmente dos jovens e mulheres, também devem permanecer no cerne da estratégia da cooperativa. Investir em capacitação técnica, gestão e liderança contribuirá para a construção de uma base sólida de conhecimento, garantindo a sustentabilidade a longo prazo da COOPERCUC e de suas comunidades.

A história da COOPERCUC é um testemunho vivo de como a cooperação, a resiliência e a valorização da cultura podem transformar comunidades rurais e promover um desenvolvimento sustentável. Através do cultivo e processamento de produtos frutos do umbu, a cooperativa não apenas melhorou a qualidade de vida dos cooperados, mas também revitalizou práticas agrícolas tradicionais, promoveu a inclusão de grupos marginalizados e fortaleceu os laços culturais.

A COOPERCUC serve como um farol de esperança e inspiração para outras regiões que enfrentam desafios semelhantes. Sua história destaca que, ao trabalhar em conjunto, abraçar a identidade cultural e adotar práticas sustentáveis, é possível criar um futuro mais brilhante e equitativo para as comunidades rurais. As lições aprendidas com a COOPERCUC reforçam a importância do cooperativismo como uma ferramenta transformadora, capaz de construir bases sólidas para um desenvolvimento que respeita as pessoas e o meio ambiente.

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[1] Licenciado em Letras e Mestrando em Dinâmicas de Desenvolvimento do Semiárido. antonio.messias2706@gmail.com

[2] Graduado em Ciências Sociais e Doutor em Sociologia. paulo.roram@gmail.com