A IMPORTÂNCIA DO EXAME DE MAMOGRAFIA PARA PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411251152


Belita Rocha Silva
Joana Dark Carvalho Mitoura


Resumo: O câncer de mama é uma das principais causas de morte entre mulheres em todo o mundo, e a detecção precoce por meio de mamografia é fundamental para melhorar as taxas de sobrevivência. Este artigo analisa a importância do exame de mamografia, apresentando dados estatísticos sobre a incidência do câncer de mama, sua relação com fatores demográficos, sociais e econômicos, e as implicações do tratamento. A pesquisa inclui dados por região no Brasil, uma revisão da literatura e uma discussão sobre políticas públicas de saúde. Conclui-se que a mamografia é essencial para a redução da mortalidade, embora barreiras à adesão ainda persistam.

Palavras-chave: câncer de mama; mamografia; detecção precoce; saúde pública; políticas públicas.

Abstract: Breast cancer is one of the leading causes of death among women worldwide, and early detection through mammography is essential for improving survival rates. This article analyzes the importance of mammography, presenting statistical data on breast cancer incidence, its relationship with demographic, social, and economic factors, and the implications of treatment. The research includes data by region in Brazil, a literature review, and a discussion on public health policies. It concludes that mammography is essential for reducing mortality, although barriers to adherence still persist.

Key words: breast cancer; mammography; early detection; public health; public policies.

Introdução

O câncer de mama é uma das neoplasias mais frequentes entre mulheres em todo o mundo, e sua taxa de incidência continua a aumentar. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2023), estima-se que o Brasil tenha cerca de 66 mil novos casos de câncer de mama em 2023. A mamografia é a principal ferramenta utilizada na detecção precoce dessa doença, permitindo identificar tumores em estágios iniciais, o que é crucial para o sucesso do tratamento e aumento das taxas de sobrevivência.

A literatura revela que a detecção precoce por meio da mamografia pode reduzir a mortalidade por câncer de mama em até 30% (Figueiredo et al., 2019). No entanto, a adesão a esse exame não é uniforme e varia significativamente entre diferentes grupos populacionais, influenciada por fatores sociais, econômicos e culturais. Este artigo tem como objetivo discutir a importância do exame de mamografia na prevenção e detecção precoce do câncer de mama, explorando dados estatísticos, análises demográficas e políticas públicas de saúde.

Metodologia

A metodologia utilizada neste estudo consiste em uma revisão sistemática da literatura e análise de dados estatísticos relevantes. Foram consultadas fontes como a SciELO, PubMed e periódicos acadêmicos, além de relatórios de organizações de saúde. A pesquisa abrangeu dados sobre a incidência do câncer de mama, fatores de risco, barreiras à adesão ao exame e políticas de saúde implementadas tanto no Brasil quanto em outros países.

Epidemilogia do câncer de mama

O câncer de mama é a neoplasia mais comum e a segunda causa mais comum de morte por câncer em mulheres no Brasil e globalmente (de Andrade et al., 2022). A detecção precoce é crucial para melhorar as taxas de sobrevivência, sendo a mamografia um exame fundamental para identificar lesões suspeitas antes mesmo de serem palpáveis, permitindo um diagnóstico e tratamento eficazes (Carvalho et al., 2023).

É essencial que as mulheres estejam conscientes da importância de realizar a mamografia regularmente, independentemente da idade, para aumentar as chances de detectar precocemente o câncer de mama. Campanhas educativas e de conscientização são necessárias para incentivar a realização do exame, além de garantir acesso a todas as mulheres, independentemente de sua condição socioeconômica (de Andrade et al., 2022). Assim, poderemos reduzir a taxa de mortalidade e oferecer um tratamento eficaz e melhor qualidade de vida.

A incidência de câncer de mama tem aumentado globalmente devido ao envelhecimento da população e maior exposição a fatores de risco. A conscientização, acesso à mamografia e estilo de vida saudável são essenciais para reduzir a mortalidade pela doença (de Andrade et al., 2022).

Fatores de risco

Fatores de risco para o câncer de mama incluem idade avançada, histórico familiar, exposição a hormônios, obesidade, consumo de álcool e falta de atividade física. Mutações genéticas como BRCA1 e BRCA2 também aumentam o risco (de Andrade et al., 2022). Conhecer esses fatores é importante para prevenir e detectar precocemente o câncer de mama. Além disso, é essencial ter hábitos saudáveis e realizar check-ups regulares com médicos especializados. A exposição a poluentes e o estresse crônico também podem influenciar a saúde das mamas. Reduzir a exposição a substâncias nocivas e buscar atividades relaxantes é benéfico. A mamografia e o autoexame são essenciais para detectar alterações. Fique informado, adote um estilo de vida saudável e compartilhe esse conhecimento para proteger contra o câncer de mama (Carvalho et al., 2023).

Definição de mamografia

A mamografia é um exame radiológico que utiliza uma técnica específica para criar imagens detalhadas das estruturas internas das mamas. Normalmente, é realizada utilizando uma máquina de raio-X especializada, que comprime suavemente a mama para obter imagens de alta qualidade. Essas imagens são então analisadas por profissionais de saúde para identificar quaisquer sinais de câncer de mama ou outras condições (de Andrade et al., 2022).

Tipos de mamografia

Existem dois principais tipos de mamografia: analógica e digital. A mamografia analógica utiliza filmes radiográficos para capturar as imagens das mamas, enquanto a mamografia digital utiliza detectores eletrônicos para converter os raios X em imagens digitais. A mamografia digital tem sido amplamente adotada devido às suas vantagens significativas em termos de qualidade de imagem, armazenamento e capacidade de processamento (Carvalho et al., 2023). Essa tecnologia avançada permite uma visualização mais nítida e detalhada das estruturas mamárias, o que pode levar a um diagnóstico mais preciso e precoce de doenças mamárias.

Além dessas vantagens, as imagens digitais podem ser facilmente armazenadas em formato eletrônico, possibilitando o acesso rápido e fácil às mesmas, sem a necessidade de busca de filmes físicos (de Andrade et al., 2022). Isso significa que os médicos podem acessar as imagens de forma mais ágil, aumentando assim a eficiência no diagnóstico e tratamento de doenças mamárias.

Contexto de prevenção do câncer de mama

A mamografia é um exame de imagem altamente eficiente que utiliza raios-X de baixa dose para detectar possíveis alterações nas mamas, mesmo que ainda não possam ser palpadas. Esse método de diagnóstico é uma das ferramentas mais importantes para o rastreamento do câncer de mama, pois é capaz de identificar lesões ainda em estágio inicial, permitindo o início imediato do tratamento e aumentando de forma significativa as chances de cura (Carvalho et al., 2023).

Além disso, a mamografia possibilita a detecção de tumores pequenos, muitas vezes imperceptíveis ao toque ou empalpação manual. Isso é particularmente crucial, pois quanto menor for o tumor, maiores são as chances de cura e menor é a necessidade de procedimentos invasivos. A detecção precoce oferecida pela mamografia é essencial para a prevenção e tratamento eficaz do câncer de mama, influenciando diretamente na redução da mortalidade por essa doença que afeta mulheres de todas as idades (de Andrade et al., 2022).

É importante destacar que a mamografia é um exame rápido e relativamente indolor (SANTOS et al., 2021). Para realizá-lo, a paciente é posicionada entre duas placas de compressão, que garantem a obtenção de imagens de alta qualidade. Embora a compressão seja desconfortável, ela é fundamental para garantir resultados precisos e confiáveis (MARTINS et al., 2020). Além disso, o processo é realizado por profissionais altamente qualificados, como radiologistas e técnicos em radiologia, que asseguram a precisão do exame e o máximo conforto para a paciente (SILVA et al., 2021).

Como a mamografia é recomendada como exame de rotina para mulheres a partir dos 40 anos, ressalta-se a importância do acompanhamento regular e periódico. Mulheres com histórico familiar de câncer de mama, mulheres mais jovens ou com outros fatores de risco podem ser incentivadas a iniciar o rastreamento mais cedo, conforme orientação médica (INCA, 2023). Além do exame mamográfico, é recomendada a prática do autoexame das mamas e a realização de exame clínico por profissionais de saúde treinados, reforçando a importância do diagnóstico precoce no combate ao câncer de mama (WHO, 2021).

Eficácia da mamografia na detecção precoce

A eficácia da mamografia na detecção precoce do câncer de mama tem sido amplamente comprovada por meio de extensa revisão de estudos científicos conduzidos em diversas partes do mundo (Machabansky et al., 2022). Essas pesquisas meticulosas demonstraram de forma incontestável uma redução significativa, em uma proporção impressionante de até 40%, no índice de mortalidade por câncer de mama em mulheres com idades compreendidas entre 50 e 69 anos que são submetidas regularmente ao exame de mamografia (de Andrade et al., 2022). Tal constatação, por si só, é um testemunho inegável da importância indiscutível desse método de triagem e diagnóstico na luta contra essa doença devastadora.

É importante destacar que a mamografia, ao possibilitar a detecção de tumores em fases iniciais, desempenha um papel crucial na maximização das chances de um tratamento eficaz e, consequentemente, na busca pela cura (Silva Sobrinho, 2023). A identificação precoce dessas anomalias proporciona a oportunidade de adotar prontamente as medidas necessárias para combatê-las, o que, por sua vez, resulta em resultados terapêuticos mais favoráveis e uma maior taxa de sobrevivência (Guerreiro et al., 2024).

Os benefícios da mamografia na redução da mortalidade relacionada ao câncer de mama não podem ser subestimados. A evidência científica respaldada por estudos multicêntricos e meta-análises confirma, de forma irrefutável, que a detecção precoce por meio desse método de imagem tem um impacto poderoso e positivo na saúde da população feminina (Carvalho et al., 2024; Ferreira et al., 2023).

Do ponto de vista da saúde pública, investir em programas de rastreamento por mamografia é uma estratégia inteligente e indispensável. Ao adotar essa abordagem preventiva, é possível identificar e intervir precocemente nos casos de câncer de mama e, dessa forma, reduzir significativamente os custos associados ao tratamento e ao cuidado de estágios mais avançados da doença (Costa et al., 2021). Além disso, essa abordagem abrangente maximiza os esforços para preservar a saúde e o bem- estar das mulheres, promovendo uma sociedade mais saudável e resiliente (Sangoi et al., 2024).

Recomendações e diretrizes para realização da mamografia

As recomendações e diretrizes para realização da mamografia incluem a orientação de organizações de saúde, como o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), que indicam a realização do exame a partir dos 40 anos, anualmente (de Andrade et al., 2022). Para mulheres com histórico familiar de câncer de mama, a recomendação é iniciar o exame mais cedo, por volta dos 35 anos (Silva et al., 2021). Além disso, é importante frisar a importância crucial de seguir rigorosamente as orientações médicas e realizar o exame conforme a recomendação, a fim de garantir não apenas a eficácia na detecção precoce do câncer, mas também a possibilidade de tratamento adequado e aumento das chances de cura (Machabansky et al., 2022).

É fundamental conscientizar as mulheres sobre a relevância desse procedimento preventivo, que pode salvar vidas e contribuir para a manutenção da saúde e qualidade de vida (Ferreira et al., 2023). Portanto, é indispensável que todas as mulheres estejam cientes dos benefícios da mamografia e tenham acesso facilitado a essa importante ferramenta no combate ao câncer de mama (Guerreiro et al., 2024; Carvalho et al., 2024).

Frequência e idade recomendadas

A mamografia recomendada é anual a partir dos 40 anos de idade, mas em casos especiais pode ser realizada mais cedo (de Andrade et al., 2022; Machabansky et al., 2022). É importante consultar um médico para definir a frequência adequada, pois mulheres com alto risco podem necessitar de exames adicionais (Ferreira et al., 2023; Guerreiro et al., 2024). A mamografia utiliza raios-X para detectar anomalias nas mamas e é vital para a detecção precoce do câncer (Silva et al., 2021).

O autoexame das mamas é recomendado como prática complementar, embora ele não substitua a mamografia (Estácio & Sergipe, 2021). Ter um estilo de vida saudável também é essencial para reduzir o risco de câncer de mama, enfatizando a importância de uma alimentação balanceada e atividade física regular (Krann & Colussi, 2023).

Por fim, é fundamental seguir as recomendações médicas e informar qualquer alteração ao médico, pois cuidar da saúde das mamas é responsabilidade de todas as mulheres, contribuindo para a prevenção e o diagnóstico precoce, o que pode salvar vidas (da Silva Sobrinho, 2023; Santos et al., 2021).

Preparo para o exame de mamografia

O preparo para a mamografia envolve alguns cuidados específicos, tais como evitar o uso de desodorantes, perfumes e talcos na região das mamas e axilas no dia do exame, e também informar ao técnico sobre qualquer alteração ou variação nos seios. Além disso, é importante levar exames mamográficos anteriores para comparação e informar sobre possíveis gravidez ou amamentação, para garantir a segurança e a confiabilidade do procedimento.

Benefícios da mamografia

Os benefícios da mamografia incluem a capacidade de detectar lesões em estágios iniciais, aumentando as chances de sucesso do tratamento. Além disso, o exame contribui para a redução da mortalidade, pois possibilita a identificação precoce de tumores. A mamografia também é uma ferramenta importante para a realização do rastreamento do câncer de mama, possibilitando a realização de intervenções precoces e eficazes. Com isso, o exame desempenha um papel fundamental na prevenção e no controle da doença, impactando positivamente a saúde das mulheres.

Outro benefício relevante da mamografia é a sua capacidade de diferenciar entre tumores benignos e malignos. Essa distinção é crucial para determinar o tipo de tratamento mais adequado. Com a mamografia, muitas mulheres podem evitar procedimentos cirúrgicos desnecessários, uma vez que a identificação correta dos tumores permite optar por terapias menos agressivas, como a radioterapia ou terapia hormonal.

Limitações da mamografia

Apesar dos diversos benefícios proporcionados pela mamografia, é válido salientar que esse método de diagnóstico também apresenta algumas limitações que podem ser impactantes para as mulheres. Entre essas limitações, destaca-se a possibilidade de resultados falsos positivos, os quais podem gerar ansiedade e preocupação desnecessárias (de Andrade et al., 2022; Estácio & Sergipe, 2021). Além disso, é importante ressaltar que a mamografia pode não detectar lesões em mulheres com tecido mamário denso, o que pode levar a resultados falsos negativos (Carvalho et al., 2024; Silva et al., 2021).

Outro ponto relevante a ser considerado é o impacto da exposição à radiação, particularmente nas mulheres mais jovens. Essa exposição, embora seja necessária para a realização da mamografia, pode acarretar preocupações relacionadas aos riscos da radiação e à possibilidade de efeitos colaterais no futuro (da Silva Sobrinho, 2023; Machabansky et al., 2022).

Impacto da mamografia na redução da mortalidade pelo câncer de mama

A mamografia tem sido comprovadamente eficaz na redução da mortalidade pelo câncer de mama, de acordo com diversos estudos científicos (de Andrade et al., 2022; Costa et al., 2021). Além disso, a detecção precoce proporcionada pela mamografia possibilita o tratamento em estágios iniciais da doença, aumentando significativamente as chances de cura e oferecendo uma melhor qualidade de vida para as pacientes (Silva et al., 2021; Carvalho et al., 2024). Esse impacto positivo na redução da mortalidade é fundamental para a saúde pública, demonstrando a importância de programas de rastreamento que incluam a mamografia como parte integrante do cuidado com a saúde feminina (Machabansky et al., 2022; Guerreiro et al., 2024).

Portanto, é essencial que as mulheres estejam conscientes da importância de realizar a mamografia regularmente, conforme orientação médica (Santos et al., 2021). O acesso facilitado a exames de mamografia de qualidade e a conscientização sobre a importância da detecção precoce são essenciais para combater o câncer de mama de forma eficaz e salvar vidas (Ferreira et al., 2023). A mamografia, portanto, desempenha um papel crucial na luta contra o câncer de mama e deve fazer parte da rotina de cuidados de todas as mulheres (Estácio & Sergipe, 2021).

Barreiras e desafios na realização da mamografia

Um dos principais desafios encontrados na realização da mamografia reside no acesso e na cobertura desse importante exame diagnóstico. Infelizmente, muitas mulheres, em especial aquelas de baixa renda ou que residem em áreas remotas,

enfrentam significativas dificuldades para obter acesso a centros de saúde que ofereçam o exame de mamografia de forma gratuita ou a um custo viável (de Andrade et al., 2022; Costa et al., 2021). Ademais, é importante destacar que a cobertura do referido exame ainda se mostra restrita em determinadas regiões do país, o que acarreta sérios obstáculos na detecção precoce do câncer de mama, uma vez que a doença pode desenvolver-se de forma silenciosa e assintomática em estágios iniciais (Silva et al., 2021; Machabansky et al., 2022).

Portanto, é indispensável que sejam implementadas políticas públicas efetivas e estratégias de conscientização para viabilizar e ampliar o acesso a esse relevante procedimento médico, visando preservar a saúde e o bem-estar de todas as mulheres brasileiras (Guerreiro et al., 2024; Estácio & Sergipe, 2021).

A realização da mamografia ainda enfrenta desafios relacionados ao acesso e cobertura em diversas partes do Brasil. Muitas mulheres, principalmente aquelas que vivem em áreas rurais ou de baixa renda, têm dificuldade em chegar a centros de saúde que oferecem o exame gratuitamente ou a um custo acessível (SILVA et al., 2021; ESTÁCIO; SERGIPE, 2021). Além disso, a cobertura do exame ainda não atinge toda a população, o que limita a detecção precoce do câncer de mama (ANDRADE et al., 2022; INCA, 2023).

O medo e o desconhecimento são barreiras significativas na realização da mamografia. Muitas mulheres têm receio do desconforto do exame ou do resultado, o que acaba afastando-as da realização regular do procedimento (MARTINS et al., 2020; SANTOS et al., 2021). Além disso, a falta de informação sobre a importância da mamografia para a detecção precoce do câncer de mama também contribui para a baixa adesão, tornando esses fatores desafios a serem superados (INCA, 2023; SILVA et al., 2021).

A Importância dos Dados Estatísticos no Rastreamento do Câncer de Mama

A análise de dados estatísticos sobre o exame de mamografia é fundamental para compreender o cenário da prevenção e detecção precoce do câncer de mama (BRAY et al., 2018).

Este tópico abordará a incidência global do câncer de mama e o panorama específico no Brasil, explorando taxas de incidência e a distribuição do exame entre diferentes grupos, evidenciando tanto os avanços quanto os desafios persistentes na cobertura e no acesso ao exame (WHO, 2021; MARTINS et al., 2020).

Incidência Mundial do câncer de mama

Em escala global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2020, houve 2,3 milhões de novos casos de câncer de mama, representando 11,7% de todos os novos diagnósticos (WHO, 2021). As taxas de incidência variam entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, com os primeiros apresentando maior acesso a serviços de saúde e triagem.

Incidência no Brasil do câncer de mama

A incidência de câncer de mama no Brasil apresenta variações significativas entre as regiões. Segundo o INCA (2023), a região Sudeste tem as taxas mais altas, seguidas pelo Sul, enquanto o Nordeste apresenta os números mais baixos. A cobertura de mamografia também é desigual, com áreas urbanas tendo maior acesso em comparação com as rurais. Dados indicam que apenas 40% das mulheres na faixa etária recomendada realizam mamografias regularmente, refletindo a necessidade de melhorias nas campanhas de conscientização (Saldanha et al., 2021).

Análise da incidência do câncer de mama por faixa etária

A maioria dos casos de câncer de mama ocorre em mulheres acima de 40 anos. O INCA (2023) recomenda a realização de mamografia a partir dos 40 anos, com maior frequência para mulheres entre 50 e 69 anos, onde a incidência é mais elevada. Figueiredo et al. (2019) relatam que a detecção precoce nessa faixa etária é fundamental para a redução da mortalidade.

Análise da incidência do câncer de mama por Classe Social

Estudos indicam que a adesão ao exame de mamografia é influenciada pela classe social. Mulheres de classes mais altas têm maior acesso a serviços de saúde e, consequentemente, realizam mamografias com mais frequência. Em contrapartida, mulheres de classes sociais mais baixas enfrentam barreiras, como falta de informação e acesso limitado (Martins et al., 2020). Dados revelam que a taxa de adesão ao exame entre mulheres de classe baixa é inferior a 30%, enquanto que entre mulheres de classe alta essa taxa ultrapassa 70% (Silva et al., 2021).

Implicações Sociais e Econômicas

O câncer de mama não apenas impacta a saúde física das mulheres, mas também gera consequências sociais e econômicas significativas. Os custos diretos do tratamento podem ultrapassar R$ 30 mil, além da perda de produtividade e a necessidade de cuidados contínuos (Santos et al., 2021). A literatura indica que essas implicações reforçam a necessidade de programas de saúde que garantam acesso equitativo à triagem e tratamento.

Políticas Públicas de Saúde

A análise aprofundada e abrangente de programas de saúde pública e campanhas de conscientização se mostra extremamente crucial e de suma importância para compreender com total precisão quais estratégias têm sido verdadeiramente eficazes e bem-sucedidas na promoção da adesão ao exame de mamografia. Nesse sentido, é necessário não apenas avaliar de forma minuciosa a disseminação adequada da importância desse exame, mas também garantir um amplo acesso da população a esse serviço crucial. Além disso, é imprescindível averiguar a qualificação excepcional dos profissionais envolvidos nessa área e garantir a disponibilidade de equipamentos e infraestrutura de alta qualidade e completamente adequados

Além de todas essas medidas necessárias, é igualmente essencial realizar uma análise minuciosa e detalhada do impacto causado por campanhas direcionadas a diferentes grupos-alvo, levando em consideração as características específicas de cada grupo. As variáveis a serem consideradas são a faixa etária, o local de residência e as condições socioeconômicas de cada indivíduo. Somente por meio dessa abordagem abrangente é possível identificar quais ações e estratégias têm efetivamente contribuído para o crescimento substancial da adesão ao exame de mamografia.

O Brasil possui políticas públicas voltadas para a detecção precoce do câncer de mama, como o Programa de Controle do Câncer de Mama, que oferece mamografias gratuitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, a implementação e adesão a esses programas ainda são desiguais, especialmente em áreas rurais (Saldanha et al., 2021).

Internacionalmente, países como o Reino Unido e os Estados Unidos implementaram programas de triagem que demonstraram reduzir a mortalidade por câncer de mama. Diretrizes que recomendam mamografia regular para mulheres a partir dos 40 anos são componentes-chave na luta contra a doença (WHO, 2021).

Considerações Finais

A mamografia é uma ferramenta indispensável para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, permitindo que a doença seja detectada em estágios iniciais e, assim, aumentando as chances de cura e reduzindo as taxas de mortalidade. Contudo, apesar dos avanços e da ampliação do acesso ao exame, barreiras significativas ainda dificultam a adesão das mulheres, como o medo, o desconhecimento e a percepção do desconforto do procedimento. Campanhas educativas      e    políticas        de   saúde   pública   são   essenciais   para incentivar      a conscientização e desmistificar a mamografia, especialmente em regiões menos assistidas. Além disso, a integração de novas tecnologias e abordagens, como a inteligência artificial, pode otimizar a precisão do exame e a experiência da paciente. Outro ponto relevante a ser considerado é a necessidade de políticas públicas eficazes que ampliem o acesso à mamografia, principalmente em áreas rurais e regiões menos favorecidas do Brasil. A disparidade no acesso a exames de rastreamento evidencia uma desigualdade que impacta diretamente a detecção precoce e, consequentemente, as taxas de mortalidade por câncer de mama. Portanto, ações governamentais que promovam o acesso à mamografia, incluindo unidades móveis de atendimento e parcerias com a rede pública e privada, são fundamentais para garantir que todas as mulheres, independentemente de localização geográfica ou condição socioeconômica, tenham a oportunidade de realizar o exame preventivo.

Outrossim, o investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias mais avançadas para o diagnóstico do câncer de mama é um passo essencial para melhorar os resultados de rastreamento. A incorporação de inteligência artificial e técnicas de imagem aprimoradas pode aumentar a precisão diagnóstica e reduzir a taxa de falsos positivos e negativos, melhorando a eficiência e a confiabilidade do exame. Tais avanços, aliados a uma abordagem multidisciplinar que envolve a educação contínua dos profissionais de saúde e o apoio psicológico às pacientes, são cruciais para otimizar os programas de detecção precoce e assegurar que o impacto positivo da mamografia seja maximizado na prevenção e no tratamento do câncer de mama.

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