A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DAS SEMELHANÇAS, DIFERENÇAS E A DISTINÇÃO DOS DIAGNÓSTICOS ENTRE A INFLUENZA E COVID-19

THE IMPORTANCE OF STUDYING THE SIMILARITIES, DIFFERENCES AND DISTINCTION IN DIAGNOSES BETWEEN INFLUENZA AND COVID-19

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10249131102


Suzana da Silva de Oliveira Martins1
Ruan Barboza Rocha2
Evellyn Karine Cruz da Silva3
Jadiele Barbosa Mendonça4
Denise Corrêa Benzaquem5


Resumo A gripe é uma doença infecciosa geralmente causada por vírus e caracterizada por sintomas conhecidos do público em geral. Atualmente, muita atenção está sendo dada às doenças Influenza A e COVID-19, que são consideradas “gripes pandêmicas”. O propósito da pesquisa foi reconhecer as características epidemiológicas, diagnosticas, preventivas e o tratamento para as doenças Influenza A e COVID-19, tendo como relevância realizar as descrições das semelhanças e diferenças de cada patógeno. Os vírus responsáveis pelas doenças respiratórias que podem aparecer como um simples resfriado ou até características clínicas graves resultando em morte, apresentam semelhanças e diferenças análogas. Pelas semelhanças os vírus possuem formas de contágios por “gotículas respiratórias” e sintomas como a falta de ar e o quadro respiratório, que podem ser agravados, caso não ocorra atenção primária hospitalar, testes específicos de acesso rápido e de baixo custo. Ainda que os sintomas possam ser diagnosticados os vírus são capazes de mutação. Suas diferenças acontecem com o período de incubação onde o vírus apresentam tipos de manifestações consideras curtas e intensas para a Influenza A e mais progressiva para o COVID-19. Apesar de que diferenças sutis possam aparecer com um quadro de perda do paladar ou olfato pela COVID-19, isso não acontece com o indivíduo com Influenza A. E da mesma forma a Influenza A  apresenta manifestações muito importantes e normalmente no início com febre muito intensa, dores nas articulações e vômito, características que não são observadas para o COVID-19. A partir do apresentado, além da prevenção e do tratamento, recomenda-se ter consciência que o vírus e suas variantes, ainda estão presentes no cotidiano populacional. Por esta razão, é imprescindível proteger-se, vacinar-se e ter hábitos saudáveis de higiene e alimentação.      

Palavraschave: Influenza A. COVID-19. Vacinas. Semelhanças. Diferenças.  

Abstract Influenza is an infectious disease generally caused by viruses and characterized by symptoms known to the general public. Currently, much attention is being paid to the diseases Influenza A and COVID-19, which are considered “pandemic flu”. The purpose of the research was to recognize the epidemiological, diagnostic, preventive characteristics and treatment for the diseases Influenza A and COVID-19, with the relevance of describing the similarities and differences of each pathogen. The viruses responsible for respiratory diseases that can appear as a simple cold or even serious clinical characteristics resulting in death, have similar similarities and differences. Due to the similarities, the viruses have forms of contagion through “respiratory droplets” and symptoms such as shortness of breath and respiratory symptoms, which can be worsened if primary hospital care and specific tests that are quickly accessible and at low cost do not occur symptoms can be diagnosed viruses are capable of mutation. Their differences occur with the incubation period where the virus presents types of manifestations considered short and intense for Influenza A and more progressive for COVID-19. Although subtle differences may appear with a loss of taste or smell due to COVID-19, this does not happen with the individual with Influenza A. And in the same way, Influenza A presents very important manifestations and usually begins with a very intense fever. , joint pain and vomiting, characteristics that are not observed for COVID-19. Based on the above, in addition to prevention and treatment, it is recommended to be aware that the virus and its variants are still present in the population’s daily lives. For this reason, it is essential to protect yourself, get vaccinated and have healthy hygiene and eating habits.

Keywords: Influenza A. COVID-19. Vaccines. Similarities. Differences.

Introdução     

A gripe é uma doença infecciosa geralmente causada vírus e caracterizada por sintomas conhecidos do público em geral. Atualmente, muita atenção está sendo dada às doenças  Influenza A e COVID-19, que são consideradas “gripe pandêmica”. 

Neste contexto, é válido destacar que, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ, 2022), em meados de 2009, na cidade do México, foram relatados os primeiros casos de gripe associados a um novo subtipo de Influenza A (H1N1). O surto se propagou em pouco tempo caracterizando uma epidemia no país. No mesmo ano a Influenza A chegou no Brasil e gerando pânico na população brasileira.  

De acordo com a Fiocruz (2022) a gripe Influenza é classificada em quatro tipos sendo estas A, B, C e D. Não obstante, um consenso entre os cientistas, pesquisadores e a comunidade acadêmica, afirma que os tipos de Influenza que mais impactam a saúde do ser humano são o A e B, que causam estado emergencial de saúde pública. Neste sentido, é importante frisar que os vírus da Influenza dentro da classificação A, ainda possuem duas glicoproteínas de superfície denominadas hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). A primeira glicoproteína está envolvida na ligação do vírus à célula e a segunda na liberação de novos vírions para posterior infecção celular (DE-PARIS, 2013).  

Conforme Uyeki (2014) os vírus da Influenza estão entre os agentes infecciosos mais significativos quando se trata do sistema respiratório, considerando que causam sérios problemas como infecções bacterianas, miocardite, pericardite, bronquite, encefalite entre complicações graves, possuindo uma expressiva taxa de morbidade e mortalidade.  

Além das complicações existentes ocasionadas pela gripe Influenza, no final de dezembro de 2019, foi detectado um novo vírus que abalou a população mundial. Até então não havia sido descoberta a sua origem e o seu nome. Contudo, este vírus foi identificado após um episódio de surtos que se acreditava ser de pneumonia, na cidade de Wuhan, localizada na China. Após estudos realizados pelos cientistas, averiguou-se que se tratava de um novo tipo de coronavírus não visto antes em indivíduos da espécie humana (ZHU et al., 2020).  O novo coronavírus, atualmente conhecido como SARS-CoV-2, causa a doença COVID-19.  Estudos realizados por (VAN DOREMALEN et al., 2020) demonstram que o vírus da COVID-19 se espalham principalmente entre pessoas que estão em contato próximo umas com as outras, normalmente dentro de 1 metro (curto alcance), por meio de pequenas partículas líquidas, expelidas durante a fala, tosse ou espirro. Estas partículas líquidas podem ser de tamanhos diferentes, variando de “gotículas respiratórias” maiores e “aerossóis” menores.   

Desse modo, ambas as doenças (Influenza A e COVID-19) possuem semelhança de contágio, devido a sobreposição de sintomas na realização do diagnóstico entre essas doenças, sendo ainda confusa, e, além disso, um agravante existente de baseia na questão da falta de assistência em relação aos vírus circulantes atualmente.  

Após as retrospecções sobre as doenças consideradas pandêmicas, o presente trabalho apresenta informações epidemiológicas, diagnósticas e preventivas, bem como os tratamentos para o vírus da Influenza A (H1N1) e do coronavírus (COVID-19). Tendo como objetivo realizar análises comparativas, com a descrição das semelhanças e diferenças de cada patógeno citado. 

Origem da gripe Influenza A   

Em 2009 no México ocorreu os primeiros casos de Influenza A que ficou conhecida popularmente como “gripe   suína”, uma vez que os genes que o constituíam eram semelhantes aos vírus que infectavam os suínos no norte do Estados Unidos. O número de casos aumentou dando indícios de uma pandemia iniciada México e que se espalhou para várias outras    localidades, alertando muitos países para os riscos de disseminação (BEIRIGO et al., 2017).  

 Segundo o Comitê Internacional de Taxonomia o vírus da Influenza A é um agente patogênico de ácido ribonucleico (RNA) da família Orthomyxoviridae (ICTV, 2011). É importante enfatizar que existem quatro tipos de Influenza: A, B, C e D. Além disso, o tipo A é classificado em dois subtipos, os quais são definidos através das glicoproteínas (hemaglutininas e neuraminidases) encontradas nas superfícies dos vírus (DE-PARIS, 2013). 

No que diz respeito à Influenza A, destaca-se que já foram encontradas no mínimo 16 hemaglutininas (H1 a H16) e 9 neuraminidases (N1 a N9). Normalmente o patógeno da Influenza A acomete mais aves e outros animais, sendo pouco comum em seres humanos. Porém, os vírus que contém as hemaglutininas H1, H2 ou H3 e as neuraminidases N1 ou N2, são os que mais acometem a espécie humana. Além disso, leva-se em consideração que atualmente estão entre a população humana: o H1N1, H1N2 e o H3N2 (CASTIÑEIRAS et al., 2023). 

No que concerne à geração de novos subtipos do agente infeccioso, relaciona-se às diversas mudanças que ocorrem na composição antigênica do vírus Influenza A, tais como um H1N1 diferente, com um alto grau para afetar indivíduos que não possuem uma prévia imunidade (MARTINEZ, 2009).  

Epidemiologia da Influenza A  

O contágio da doença Influenza A acontece de maneira mais direta, uma vez que ao falar, espirrar ou tossir, as pessoas contaminadas liberam secreções por meio das vias respiratórias que levam ao contágio (FORLEO-NETO et al., 2003). Além disso, outra forma de contágio ocorre em locais recentemente contaminados, já que ao tocar nestes e levar as mãos aos olhos, boca ou nariz, é provável que também ocorra infecção (BEAN et al., 1992; KAMPF, 2020). 

Os vírus da Influenza A possuem um período de incubação que pode variar entre um a quatro dias e os sinais da doença aparecem de diversas formas, desde uma infecção assintomática até os mais graves (MS, 2023). Os sintomas mais comuns aparecem de forma repentina, tais como febre, cefaleia, garganta inflamada, tosse seca, calafrios e mialgia. Não obstante, alguns outros sintomas podem surgir concomitantemente, tais como: fadiga, diarreia e vômito (COX et al., 1998).  

É importante salientar que, um dos fatores para que a propagação do vírus Influenza tenha ocorrido de forma tão rápida foram os diversos meios de locomoção. Este aspecto é comprovado quando se observa que o vírus consegue circular no mundo inteiro e causa epidemias quase que simultaneamente (CASTILLA et al., 2013). 

Levando-se em consideração essa rápida proliferação do vírus citada anteriormente, algumas simples medidas preventivas como lavar as mãos com água e sabão com frequência e

utilizar álcool, principalmente antes de ingerir algum tipo de alimento podem ser tomadas para reduzir a quantidade de pessoas contaminadas e assim, conter o contágio.  Outras importantes providências podem ser tomadas, como proteger a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, evitar contato com olhos, nariz e boca, não compartilhar nenhum objeto de uso pessoal, manter os ambientes com ventilação natural, evitar locais fechados com uso de ar condicionado, bem como evitar ambientes com aglomerações, além de evitar sair de casa em períodos críticos da doença e evitar manter o contato com pessoas que demonstrem algum sintoma de gripe. Uma alimentação saudável e bastante ingestão de líquidos também contribui para um sistema imunológico forte e menos susceptível às doenças (AMORIM et al., 2018).  

Origem do SARS-CoV-2  

O Comitê Internacional de Taxonomia viral recomendou o nome de SARS-CoV-2, para os vírus classificados na família Coronaviridae (ICTV, 2020). Este tipo de vírus é identificado através do seu material genético RNA o qual possui uma fita simples positiva. Ele é envolvido por uma cápsula lipoproteica que contém uma proteína denominada “spike” ou “S” que se conecta à enzima ACE 2. Esta é uma enzima de conversão de angiotensina tipo 2, presente nas células pulmonares dos seres humanos. Este é um dos principais motivos para o SARS-CoV-2 afetar o sistema respiratório da pessoa infectada (NOGUEIRA et al., 2020). 

O SARS-CoV-2 é  responsável pela doença infectocontagiosa conhecida como COVID19, possui um total de sete coronavírus humanos (HCoVs) já identificados e que ocasionam sérias complicações respiratórias, sendo estes: HCoVs-229E, alfa-CoVs HCoVsNL63, HCoVs-HKU1, beta-CoVs HCoVsOC43, MERS-CoV, SARS-CoV (indicadores agudos de problemas respiratórios), e o constatado mais recente, o SARS-CoV-2 (coronavírus) que foi inicialmente nomeado como 2019-nCoV e, mas em 11 de fevereiro de 2020, recebeu o nome de SARS-CoV-2 causador da doença COVID-19 (ZHU et al., 2020). 

 Epidemiologia do COVID-19  

A COVID-19 é uma doença com alto potencial de contágio que é transmitida facilmente por partículas respiratórias contaminadas de indivíduo para indivíduo (NOGUEIRA et al., 2020). De acordo com indícios observados já no início do surgimento da doença no mundo, pessoas contaminadas que se aproximam de outras normalmente num alcance de aproximadamente um metro, espalham o vírus por meio de gotículas expelidas ao falar, espirrar ou tossir. Tais partículas possuem tamanhos variados, desde gotículas maiores aos aerossóis (partículas menores). Vale salientar que se deve dar atenção à transmissão por aerossóis, já que estas partículas podem ser geradas em hospitais durante o manuseio direto da via aérea, em intubações e em extubaçãos de indivíduos, em procedimentos de aspiração (REINHARDT, 2022) 

Após a realização de diversas pesquisas clínicas por meio da coleta de materiais genéticos, foi detectado que o SARS-CoV-2 encontra-se concentrado no sistema circulatório do nariz e da garganta na fase inicial da doença, ou seja, aproximadamente nos primeiros três dias do aparecimento dos sintomas. Com isso, dados estatísticos foram capazes de mostrar que os indivíduos contaminados transmitem muito mais a doença durante o início dos sintomas (MS, 2020). 

Segundo a ANVISA (2023), o período de incubação do vírus é o intervalo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos primeiros sintomas. Neste aspecto, pode-se afirmar que o tempo de incubação da COVID-19 é em média de cinco a seis dias. Entretanto, estudos apontam que os sinais da doença podem aparecer entre o primeiro e o décimo quarto dia posterior à exposição ao agente infeccioso. 

 Inicialmente o quadro sintomático mais comum que o coronavírus ocasiona é uma gripe, onde o paciente pode manifestar febre e problemas respiratórios como espirros, coriza, garganta inflamada ou tosse seca, por exemplo. Além disso, o indivíduo pode apresentar também adversidades relacionadas ao paladar e ao olfato, com a perda destes sentidos (GUAN et al., 2020). 

Atualmente, os sintomas mais evidentes e comuns do coronavírus são: febre, tosse seca e dor de garganta. Porém, é fundamental entender que outros sintomas incomuns podem surgir, bem como cefaleia, diarreia, redução ou perda total do olfato e do paladar, coriza, cansaço e falta de ar.  

É importante ressaltar que, as medidas preventivas contra o SARS-CoV-2 em relação às da H1N1 se sobrepõem. Neste sentido, as medidas essenciais de prevenção ao coronavírus são lavar as mãos, utilizar álcool 70%, cobrir com o antebraço ou com máscaras as mucosas da boca e nariz ao espirrar ou tossir, evitar o contato das mãos com as mucosas da face, além de evitar ambientes fechados e/ou com aglomerações e permanecer em casa, se possível. Em conformidade com o Protocolo de Manejo Clínico da COVID-19 na Atenção Especializada, elaborado pelo Ministério da Saúde em 2020, nos cenário de surtos, as autoridades competentes podem estabelecer algumas regras para evitar o contágio e a disseminação do vírus, tais como distanciamento social, com orientação para que a população fique em casa, orientação do funcionamento dos serviços básicos nas proximidades, entre outras medidas pertinentes.  

No que se refere às pessoas contaminadas estas devem receber tratamento especializados, em casa ou em casos mais graves nos hospitais preparados para o recebimento destas pessoas (NOGUEIRA et al., 2020). 

Diante do exposto, é notória a semelhança entre os vírus responsáveis pelas doenças COVID-19 e a Influenza A que podem ser leves, assintomáticas ou não, além de se apresentarem de modo grave. Considerando os agravantes que estas doenças causam, vêm sendo feitas diversas comparações entre elas, tendo em vista que ambas causam problemas respiratórios. Não obstante, é preciso atentar-se à forma de propagação e às diferenças existentes, pois, desta forma é possível determinar o correto prognóstico e, consequentemente, o diagnóstico (PÉREZ-RIERA, et al., 2022). 

Semelhanças e diferenças entre Influenza A e COVID-19  

A prevalência dos sintomas e suas características semelhantes podem mascarar os diagnósticos, assim como os tratamentos preventivos de cada vírus circulante em determinado período sazonal da gripe.  

Embora sejam análogas, as duas doenças possuem diversas diferenças. A Tabela 1 a seguir informa as principais diferenças entre as doenças.  

   Tabela 1. Semelhanças e diferenças entre os vírus da Influenza e do COVID-19.   

Vacinas (Influenza A e COVID-19)  

As vacinas possuem o objetivo de induzir imunidade contra microrganismos, tanto na formação de anticorpos de memória (imunidade humoral), quanto na formação de linfócitos T de memória (imunidade celular) e são consideradas um método de profilaxia mais eficaz.  Elas são capazes de estimular uma resposta imunológica a fim de combater os agentes causadores de doenças. Em relação à profilaxia para a doença Influenza, do subtipo H1N1, existem duas vacinas disponíveis para utilizar na população, a trivalentes e a tetravalente.  

A vacina trivalente produzida com vírus vivos atenuados e inativados possuem duas cepas de vírus influenza tipo A (subtipo do vírus A/H1N1 e subtipo do vírus A/H3N2) e uma cepa do vírus influenza tipo B (subtipo influenza B) (LUNA et al., 2014). Já a vacina tetravalente possui em sua composição duas cepas de vírus influenza do tipo A (subtipo do vírus A/H1N1 e subtipo do vírus A/H3N2) e duas cepas do subtipo do vírus B (linhagens Victoria e Yamagata) (PICA et al., 2013).  

Neste sentido, observa-se que, as vacinas consideradas inativas ou atenuadas são elaboradas com proteínas de diversas cepas do vírus Influenza as quais são determinadas anualmente conforme a orientação da Organização Mundial da Saúde que realiza este tipo de monitoramento nos hemisférios Norte e Sul. Um ponto interessante a ser discutido é a relação das vacinas com pessoas alérgicas à proteína do ovo, uma vez que as cepas que compõem as vacinas são produzidas em ovos embrionários de galinhas e, por este fator, possuem em suas características proteínas advindas do ovo (SBIM, 2023).  

É importante salientar também que existem diversos tipos de vírus da gripe, mas que apesar disso, os vírus que circulam entre os habitantes são semelhantes aos utilizados na produção das vacinas contra gripe, sendo normalmente entre três a quatro vírus, que intensificam a ação de proteção ao usuário. Além disso, pesquisas apontam que as vacinas proporcionam uma proteção entre 70% a 90% contra as manifestações mais graves da doença, que podem gerar risco de morte e hospitalização. Contudo, também se observa que as vantagens da vacinação são mais vistas em portadores de doenças crônicas, em crianças e em gestantes (BUTANTAN, 2023).  

Com o surgimento da COVID-19, os métodos para produção de vacinas teve-se a oportunidade de utilizar a metodologia do ácido nucleico para o desenvolvimento dos imunizantes. Anteriormente à época da pandemia da COVID-19, este tipo de abordagem não havia passado ainda pelas etapas de homologação para o uso em seres humanos, no entanto algumas vacinas de ácido desoxirribonucleico (DNA) já haviam passando pelo processo de testes em humanos. Sendo assim, com a pandemia do coronavírus vivenciada no ano de 2019, pesquisadores científicos sentiram a urgência de progredir com os estudos nesta abordagem, o que possibilitou um grande avanço na área. Por este motivo, algumas vacinas de RNA mensageiro (mRNA) destinadas ao combate à COVID-19 receberam aprovação de caráter emergencial, ou seja, além da utilização em ensaios laboratoriais, agora elas podem ser ministradas em pessoas (WHO, 2021).  

Outro ponto a destacar são as vacinas bivalentes compostas por mRNA, uma vez que as pesquisas sobre elas também alcançaram resultados relevantes, possibilitando a utilização destas como dose de reforço. Pois, com a comprovação da eficácia desta tecnologia no Brasil, a ANVISA passou a liberar as doses, o que oportunizou para a população brasileira mais uma medida preventiva contra as variantes da COVID-19 (ANVISA, 2022).  

Neste contexto, a Figura 1 a seguir traz um exemplo do mecanismo de ação das vacinas que utilizam os ácidos nucleicos. 

Considerando que ainda se vivencia uma pós-pandemia do coronavírus, muitas dúvidas prevalecem durante o período sazonal da gripe. Talvez essa seja a dificuldade de diferenciar as doenças Influenza A e a COVID-19, deve-se a características compartilhadas entre elas. A abordagem aqui exposta chama a atenção para as diferenças e as semelhanças que muitas vezes são camufladas durante o início dos sintomas podendo gerar o seguinte pensamento: Será Influenza ou COVID-19? Como saber? E o que fazer?. Dentre as principais características das doenças respiratórias, podem-se citar que as manifestações ocorridas com os vírus H1N1 que causam a Influenza A e o SARS-CoV-2, que causa o COVID-19, possuem semelhanças e diferenças em vários aspectos clínicos. 

Pelas semelhanças os vírus possuem formas de contágios e sintomas, que podem ser agravados, caso não ocorra atenção primária hospitalar, testes específicos de acesso rápido e de baixo custo. Ainda que os sintomas possam ser diagnosticados os vírus são capazes de mutação. 

Suas diferenças acontecem com o período de incubação onde o vírus apresentam tipos de manifestações consideras curtas e intensas para a influenza e mais progressiva para a COVID-19. Apesar de que diferenças sutis possam aparecer com um quadro de perda do paladar ou olfato pela COVID-19, isso não acontece na presença da Influenza A no corpo do indivíduo. E da mesma forma a Influenza A apresenta manifestações muito importantes e normalmente no início com febre muito intensa, dores nas articulações e vômito, características que não são observadas na COVID-19.   

No entanto, casos sintomáticos, erros nos testes específicos e reinfecção são preocupações mundiais, quando se fala de duas doenças pandêmicas responsáveis pela síndrome respiratória aguda grave. Com as medidas gerais de prevenção que são formas de conter o contágio, tem-se novamente as semelhanças para os vírus. Ter hábitos de higiene, evitar aglomerações, usar máscaras, caso esteja apresentando sinais gripais, manter distanciamento e entre outros, impedem o aumento dos surtos.  

Por fim, tem-se as diferenças quando se trata de vacinação, já que esta é a responsável pela imunidade ao vírus. Atualmente as vacinas trivalentes e a tetravalente são as disponíveis para combater o vírus da influenza A (H1N1) e seus subtipos. Durante o período da pandemia plataformas tecnológicas, nunca utilizadas nos seres humanos foram as principais assertivas contra a COVID-19 e suas mutações. 

Conclusão  

No atual cenário, de grande complexidade sanitária mundial, vacinas eficazes e seguras, são as primeiras prevenções reconhecidas como uma solução em potencial para o controle de pandemias em se tratando dos surtos da Influenza A e do COVID-19. Além disso, a confiança nas vacinas precisam ser mantidas a qualquer custo, sob pena de se colocar em risco todas as conquistas obtidas no controle e eliminação das duas doenças em todo o mundo.  

As semelhanças ou diferenças entre Influenza A e do COVID-19, em muitos dos casos ocorrem de maneiras suscetíveis para um tratamento inadequado, colocando as pessoas em potencias risco de morte. Mesmo que as vacinas contra o vírus da Influenza já estejam sendo utilizadas nas campanhas de vigilâncias das síndromes gripais, observou-se que a ocorrência de casos e internações ainda estão acima das metas do Ministério da Saúde (2023). 

Sintomas como coriza, dor no corpo, febre, dor de garganta, juntos são semelhanças comuns para o COVID-19 e para a Influenza A. E as similaridades prevalecem, pois ambas são infecções virais e também compartilham o mesmo foco de ação no organismo, que é o trato respiratório, o que causa dificuldade para respirar na maioria dos casos. Dessa forma, é muito difícil diferenciar se tais sintomas dizem respeito a uma ou a outra infecção. 

Embora as eficácias geradas por ensaios clínicos das atuais vacinas em diferentes plataformas tecnológicas, com o intuito de prevenção contra o COVID-19 e a Influenza A e as variantes dos seus vírus, nem sempre estes irão refletir as condições do indivíduo observadas no momento atual. Fatores como os resultados das pesquisas, fontes confiáveis, informações imprecisas que geram o pânico, armazenamento, testes inadequados ou a somatórias destes, sintomas semelhantes, administração (doses), questões relacionadas às populações envolvidas, tempo decorrido após a vacinação e mesmo fatores epidemiológicos poderão afetar a efetividade de uma vacina. Portanto, o monitoramento de efetividade deverá ser contínuo e sistemático, visando avaliar os diferentes fatores que poderão impactar na resposta imune contra os vírus.  

Além da prevenção e do tratamento, recomenda-se ter consciência que o vírus e suas variantes, ainda estão presentes no cotidiano populacional. Por esta razão, é imprescindível proteger-se, vacinar-se e ter hábitos saudáveis de higiene e alimentação.    

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1 Pós-Graduanda do Curso de Especialização em Genética Humana. Universidade do Estado do Amazonas – UEA Escola Superior de Ciências da Saúde. E-mail: stay_suzy@yahoo.com.br

2 Doutorando em Bioquímica e Biologia Molecular. Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Escola Superior de Ciências da Saúde.E-mail: ruan.barboza@outlook.com

3 Mestranda em Bioquímica e Biologia Molecular. Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Escola Superior de Ciências da Saúde.E-mail: ekcds.mbc24@uea.edu.br

4 . Mestranda em Bioquímica e Biologia Molecular. Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Escola Superior de Ciências da Saúde.E-mail: jadiele.mendonca@ifam.edu.br

5 Doutora Professora do Curso de Especialização em Genética Humana. Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Escola Superior de Ciências da Saúde. E-mail: decobem@gmail.com