A IMPORTÂNCIA DO CUIDADO HUMANIZADO NA SAÚDE E BEM-ESTAR DE IDOSOS: BENEFÍCIOS COMPROVADOS NA PRÁTICA ASSISTENCIAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202503312308


Tayana Souza Silva


RESUMO 

Este estudo investigou os efeitos do cuidado humanizado na qualidade de vida de pacientes idosos, considerando a importância do suporte emocional, da escuta ativa e da estimulação da memória afetiva no bem-estar físico e mental desses indivíduos. 

Sob a orientação de Tayana Souza Silva, cuidadora de idosos com mais de 10 anos de experiência, foram analisados nove casos reais de pacientes que receberam um acompanhamento focado na valorização da sua história de vida, no resgate de memórias significativas e no fortalecimento do vínculo social. 

Os resultados demonstraram melhorias significativas em todos os casos, incluindo redução da ansiedade, melhora da memória, aumento da autoestima e alívio de dores crônicas. Além disso, foi observado um impacto positivo não apenas nos idosos, mas também em seus familiares, ao proporcionar um ambiente mais acolhedor e fortalecer laços emocionais. 

A abordagem utilizada envolveu diálogos terapêuticos, músicas e vídeos que remetessem à infância dos idosos, técnicas de relaxamento e terapias complementares como o Reiki. 

Este estudo destaca a importância de um olhar mais sensível e humanizado no cuidado geriátrico, garantindo que os idosos se sintam acolhidos, respeitados e valorizados em sua individualidade 

INTRODUÇÃO 

O envelhecimento da população exige abordagens cada vez mais cuidadosas e personalizadas para garantir o bem-estar físico, emocional e psicológico dos idosos. A solidão, a perda da autonomia e o declínio cognitivo são alguns dos principais desafios enfrentados por essa população, tornando essencial um cuidado que vá além das necessidades básicas e priorize a qualidade de vida. 

O cuidado humanizado é uma abordagem que busca enxergar o idoso em sua totalidade, considerando suas experiências de vida, suas emoções e sua identidade pessoal. Durante minha trajetória de mais de 10 anos como cuidadora de idosos, percebi que o resgate das memórias afetivas é uma ferramenta poderosa para fortalecer a autoestima e proporcionar bem-estar emocional aos pacientes.

Uma das estratégias que utilizo é a estimulação cognitiva por meio da memória afetiva, que envolve diferentes técnicas, como: 

Diálogos direcionados sobre sua história de vida – Perguntar sobre a infância, a juventude, os costumes da época, os desafios e as conquistas. Muitos idosos, ao reviver essas lembranças, sentem-se valorizados e resgatam emoções positivas associadas a esses momentos. Segundo Kitwood (1997), a valorização da identidade do idoso é essencial para evitar o declínio emocional e cognitivo. 

Exibição de vídeos e fotos antigas – Para pacientes com dificuldades cognitivas, o estímulo visual pode ser um gatilho poderoso para a memória. Estudos indicam que a ativação de imagens familiares melhora a conexão com o presente e estimula áreas cerebrais ligadas à emoção e à lembrança (Sacks, 2007). Muitas vezes, ao assistirem imagens de lugares onde viveram, músicas de sua época ou cenas de eventos históricos que marcaram sua juventude, idosos com dificuldades de comunicação voltam a interagir, demonstrando emoção e engajamento (Alzheimer’s Association, 2021). 

Uso de músicas que marcaram sua vida – A musicoterapia é amplamente reconhecida como uma ferramenta eficaz no resgate de memórias e na melhora do humor. Ao ouvir uma canção associada a momentos felizes, o idoso pode experimentar uma sensação de pertencimento e conexão com o passado. 

Rotinas personalizadas para cada paciente – Respeitar a individualidade do idoso, entendendo seus hábitos, suas preferências e suas dificuldades. Pacientes que viveram no campo, por exemplo, podem se sentir confortáveis ouvindo sons da natureza. Já aqueles que apreciavam literatura, podem se beneficiar de leituras de trechos de livros clássicos que marcaram sua juventude. 

Estimulação sensorial – Tocar objetos que remetam à sua infância (como tecidos que lembram roupas da época ou utensílios domésticos antigos) pode trazer conforto emocional e fortalecer a conexão com suas origens. Estudos demonstram que a estimulação multissensorial é eficaz na redução da ansiedade em idosos e no fortalecimento de suas memórias afetivas (Brum & Carraro, 2020). 

Além disso, percebi que o Reiki, quando associado ao cuidado humanizado, pode auxiliar no relaxamento e no alívio de sintomas físicos e emocionais. Muitos idosos apresentam ansiedade, dores crônicas e dificuldades para dormir, e as sessões de Reiki ajudam a reduzir o estresse e promover equilíbrio energético. 

Dessa forma, o cuidado humanizado não é apenas um método assistencial, mas uma ferramenta para resgatar a identidade do idoso, restaurando sua dignidade e proporcionando qualidade de vida. Este estudo visa demonstrar, por meio de casos reais, o impacto positivo dessas abordagens na saúde emocional, na cognição e no bem-estar geral dos pacientes idosos. 

FUNDAMENTOS DO CUIDADO HUMANIZADO 

O cuidado humanizado tem suas raízes na necessidade de enxergar o paciente além de sua condição de saúde, promovendo um atendimento que valorize sua história, suas emoções e seu bem-estar integral. Diferente de abordagens estritamente biomédicas, o cuidado humanizado integra aspectos emocionais, sociais e cognitivos, garantindo um suporte completo ao idoso (Kitwood, 1997).

Na geriatria, essa abordagem torna-se ainda mais essencial, pois idosos frequentemente enfrentam isolamento social, depressão e dificuldades cognitivas. Segundo Brum & Carraro (2020), um dos maiores desafios na assistência a idosos é a desconexão emocional e a falta de estímulos significativos no dia a dia, o que pode acelerar o declínio cognitivo e aumentar a fragilidade emocional. 

A aplicação do cuidado humanizado se baseia em quatro pilares fundamentais: 

1. Escuta ativa e valorização da história do idoso 

O respeito à individualidade do paciente começa pela escuta ativa, ou seja, ouvir o idoso com atenção, interesse e empatia. Estudos indicam que quando um idoso percebe que sua história de vida é valorizada, ele se sente mais pertencente ao meio em que vive e menos propenso a sentimentos de solidão (Brum & Carraro, 2020). 

Ao permitir que os idosos falem sobre suas experiências, há um impacto direto em sua autoestima e no fortalecimento de sua identidade. Isso é especialmente importante em casos de demência leve, pois estimula conexões cerebrais ligadas à memória emocional (Alzheimer’s Association, 2021). 

2. Estimulação cognitiva e memória afetiva 

O estímulo da memória afetiva é um recurso terapêutico comprovado, utilizado para manter a cognição ativa e resgatar emoções positivas do passado. O uso de músicas antigas, fotografias, vídeos e até objetos simbólicos pode ativar lembranças e fortalecer a identidade do idoso (Sacks, 2007). 

Além disso, atividades como leitura guiada, recontagem de histórias e participação em conversas sobre eventos históricos ajudam a manter a mente ativa e a preservar habilidades cognitivas por mais tempo (Oliveira, 2019). 

3. Personalização do cuidado e rotinas adaptadas 

Cada idoso tem sua própria história, gostos e preferências, e o cuidado humanizado se diferencia por respeitar essas particularidades. De acordo com Kitwood (1997), padronizar o cuidado sem considerar a individualidade do paciente pode gerar sentimentos de inutilidade e angústia. 

Um paciente que sempre foi ativo fisicamente pode se beneficiar de atividades ao ar livre, enquanto um idoso que gosta de leitura pode se engajar melhor com leitura de livros clássicos ou poesia. Essa personalização é essencial para garantir que o idoso se sinta respeitado e motivado. 

4. Terapias complementares e bem-estar emocional 

Além das técnicas tradicionais de cuidado, terapias complementares como o Reiki, a musicoterapia e a estimulação sensorial têm demonstrado eficácia na melhora do bem-estar emocional e no alívio de sintomas físicos. 

O Reiki, por exemplo, é utilizado como suporte no controle da dor, redução da ansiedade e melhora do sono em pacientes idosos, trazendo relaxamento profundo e equilíbrio energético (Fonseca & Cavalcante, 2018).

Segundo estudos, essas práticas não substituem os tratamentos médicos convencionais, mas são aliadas importantes na promoção da qualidade de vida dos idosos (Pereira & Lima, 2020). 

CONSIDERAÇÕES ÉTICAS E PRÁTICAS 

O cuidado humanizado deve ser aplicado de forma ética, respeitando a autonomia, a dignidade e os desejos do idoso. A escuta ativa e a personalização do atendimento exigem sensibilidade e empatia, garantindo que o paciente se sinta acolhido e valorizado. Além disso, terapias complementares, como o Reiki, devem ser utilizadas como suporte, sem substituir tratamentos médicos convencionais. O compromisso com o bem-estar físico e emocional do idoso deve ser a prioridade em qualquer abordagem assistencial. 

METODOLOGIA 

Descrição do Estudo 

Este estudo adotou uma abordagem prática e observacional, investigando os efeitos do cuidado humanizado em idosos com condições de saúde diversas. A pesquisa foi conduzida pela autora, Tayana Souza Silva, cuidadora de idosos com mais de 10 anos de experiência e mestre em Reiki. A metodologia utilizada baseia-se na análise de múltiplos estudos de caso, permitindo uma avaliação detalhada do impacto das estratégias de estimulação cognitiva, escuta ativa e terapias complementares na qualidade de vida dos pacientes. 

PROCEDIMENTOS DOS CUIDADOS HUMANIZADO 

Os procedimentos foram adaptados às necessidades individuais de cada paciente. A autora utilizou diferentes técnicas de cuidado humanizado, incluindo estimulação da memória afetiva, escuta ativa, adaptação do ambiente e terapias complementares, como o Reiki, para promover bem-estar físico e emocional. 

Participantes: 

Maria das Graças Sousa Vieira (70 anos): Sofria com dores no peito esquerdo. 

Foi incentivada a falar sobre sua juventude e experiências marcantes. Foram utilizadas músicas de sua época para acalmar sua ansiedade e estimular boas lembranças. Além disso, foram criadas rotinas de conversas e leituras para ajudá-la a se sentir mais segura e emocionalmente equilibrada. Foram feitas sessões de Reiki para promover equilíbrio emocional e reduzir a ansiedade, ajudando no alívio das tensões emocionais associadas à dor no peito. 

Eliza Herminia Miranda Henriques (75 anos): 

Eliza Hermínia Miranda Henriques, 75 anos, foi diagnosticada com a doença de Alzheimer em estágio moderado, apresentando dificuldades progressivas de memória, desorientação temporal e espacial, episódios de confusão e momentos de agitação. Além do Alzheimer, a paciente também tinha demência, o que intensificou os desafios no tratamento e na adaptação à rotina de cuidados. Dadas essas condições, foi elaborado um plano de cuidados baseado em técnicas tradicionais e complementares, com foco na melhoria cognitiva, redução do estresse e aprimoramento da qualidade de vida. Foram ministradas sessões de Reiki e incorporada a tecnologia de vídeo, permitindo que ela assistisse às missas na TV, o que contribuiu para a recuperação de memórias de sua juventude. Ao longo dos meses, foram observadas melhorias em seu quadro, com destaque para a melhora da memória afetiva. 

Dalva de Fátima Alves (68 anos): 

Dalva Fátima diagnosticada com problemas cardíacos graves, incluindo insuficiência cardíaca e episódios recorrentes de arritmia. Sua condição clínica exigiu monitoramento contínuo, gestão rigorosa da medicação e verificações frequentes da pressão arterial e da frequência cardíaca. Diante da sua dificuldade respiratória e crises de ansiedade, foram feitas técnicas de respiração guiada e sessões de Reiki 3 vezes por semana, para ajudá-la a controlar os momentos de falta de ar. Além disso, foram tocadas músicas relaxantes e sons naturais, como o som do mar, para proporcionar um ambiente mais calmo e confortável. 

Geny Lopes Pinheiros (79 anos): 

Geny Lopes enfrentava um câncer terminal nos ossos, causando dores intensas e desconforto, apresentava sinais evidentes de depressão e isolamento social, evitando interações e demonstrando apatia em relação às atividades diárias. Foi implementada uma abordagem centrada na escuta ativa, com conversas diárias sobre sua história de vida, incentivando-o a compartilhar memórias significativas. Como complemento, foram utilizadas músicas da sua juventude e leituras de jornais antigos, ajudando a despertar seu interesse pelo presente. Com o passar das semanas, Geny passou a demonstrar mais interesse em conversar e interagir. Também foram aplicadas sessões de Reiki com o símbolo Sei-He-Ki, promovendo equilíbrio emocional e ajudando a reduzir sentimentos de tristeza. 

Tereza Almeida (75 anos): 

Tereza Almeida Costa foi diagnosticada com demência, o que levou à perda de memória, confusão e um declínio gradual em sua capacidade de realizar tarefas diárias de forma independente. Ela também sofria com dores intensas devido à artrite severa, o que limitava sua autonomia e aumentava sua frustração. Para ajudá-la, foram realizadas técnicas de relaxamento muscular, estímulo tátil e massagens suaves nas articulações, respeitando seu limite de dor. Além disso, foram feitas sessões de leituras guiadas e resgate de lembranças da sua juventude, o que proporcionou momentos de distração e bem-estar. Após algumas semanas, Tereza relatou redução da dor e maior aceitação da sua condição física. Sessões de Reiki com Cho-Ku-Rei e Raku foram utilizadas para auxiliar na liberação de tensões energéticas, resultando em melhora na qualidade do sono e no nível de energia diário. 

Sebastião Rocha (85 anos): 

Sebastião sofria de insônia crônica e episódios frequentes de angústia noturna, o que comprometia sua saúde e disposição diária. Para ajudá-lo, foi estruturada uma rotina noturna, incluindo leituras antes de dormir e sons ambientes relaxantes. Ele também foi incentivado a praticar técnicas de respiração para relaxamento profundo. Após algumas semanas, Sebastião relatou uma melhora gradual no sono, conseguindo descansar por períodos mais longos sem interrupções. Como complemento, foi aplicada uma sessão de Reiki, o que proporcionou relaxamento mental e facilitou o processo de indução ao sono. 

Cláudia Mendes (79 anos): 

Cláudia enfrentava desafios motores devido ao Parkinson, o que afetava sua mobilidade e aumentava sua frustração com a perda de autonomia. Para ajudá-la, foram feitas adaptações no ambiente, permitindo maior segurança nos deslocamentos. Além disso, foram inseridas atividades de estímulo tátil, como manipulação de objetos com texturas variadas, promovendo maior conexão sensorial. Após a implementação dessas técnicas, Cláudia demonstrou redução da tensão muscular e maior sensação de controle sobre seus movimentos. Sessões de Reiki com Dai-Ko-Myo e Fire Serpent foram aplicadas para promover relaxamento neuromuscular, ajudando a reduzir os tremores e melhorar seu bem-estar geral. 

Francisco Almeida (79 anos): 

Francisco, diagnosticado com Alzheimer avançado, apresentava agitação frequente e confusão mental, o que dificultava sua interação com o ambiente ao redor. Para ajudá-lo, foram aplicadas técnicas de memória afetiva, como a exibição de vídeos e fotos antigas, além da reprodução de músicas que marcaram sua juventude. Durante momentos de maior agitação, foram realizadas sessões de diálogos direcionados, buscando acalmá-lo por meio de histórias familiares. Após algumas semanas, Francisco teve momentos de lucidez e reconhecimento de familiares, além de demonstrar maior tranquilidade durante os períodos de confusão mental. Como suporte, foi aplicado Reiki utilizando Hon-Sha-Ze-Sho-Nen e Dai-Ko-Myo, ajudando a estabilizar sua energia e proporcionar um estado emocional mais equilibrado. 

Laércio Lúcio (72 anos): 

Laércio, diagnosticado com câncer avançado, enfrentava intensas dores e sinais evidentes de sofrimento emocional. Para garantir um ambiente acolhedor, foram criados momentos de conforto, como a leitura de poesias e livros que ele apreciava, além da presença constante de um acompanhante que o segurava pelas mãos e mantinha conversas com ele. Também foi introduzido um treinamento para que ele pudesse aprender a operar o celular, o que possibilitou o contato frequente com seus familiares. Outra atividade inserida foi a possibilidade de assistir aos jogos de futebol na televisão, algo de que ele gostava muito. Esses cuidados visam proporcionar bem-estar emocional e ajudar a manter sua conexão com o mundo ao seu redor durante o tratamento. 

COLETA DE DADOS E AVALIAÇÃO 

Os dados foram coletados por meio de observações diretas da autora, registros de sintomas antes e após a aplicação dos cuidados humanizados, além de relatos dos próprios pacientes e de seus familiares. Foram conduzidas avaliações qualitativas para captar percepções subjetivas sobre a melhora no bem-estar físico, emocional e cognitivo dos idosos. 

ÉTICA E CONSENTIMENTO

Todos os procedimentos foram conduzidos com consentimento informado dos pacientes ou seus representantes legais, garantindo o respeito aos princípios éticos de pesquisa em saúde. 

RESULTADOS 

O estudo realizado demonstrou que a integração de atividades terapêuticas complementares, como musicoterapia, pintura, uso de tecnologias, Reiki, conversas, leituras e jogos, trouxe benefícios significativos para o bem-estar físico e emocional de idosos com condições de saúde graves. Essas abordagens, quando combinadas com cuidados humanizados, promoveram uma melhoria considerável na qualidade de vida dos pacientes, auxiliando no manejo de sintomas e proporcionando um tratamento mais holístico e adaptado às suas necessidades individuais. 

A musicoterapia se destacou como uma ferramenta eficaz para reduzir o estresse e a ansiedade, além de ajudar na evocação de memórias e no estímulo emocional. Para pacientes com Alzheimer e outras demências, por exemplo, a música foi capaz de estabelecer uma conexão emocional profunda, promovendo a calma e o relaxamento, e contribuindo para a melhoria do humor e da disposição geral. 

A pintura e outras atividades artísticas também demonstraram grande valor terapêutico, pois permitiram que os pacientes se expressassem de forma criativa, promovendo a autoestima e proporcionando um senso de realização. Além disso, essas atividades ajudaram na manutenção das habilidades motoras e cognitivas, funcionando como uma forma de estimulação mental que, além de agradável, teve um impacto positivo na interação social dos pacientes. 

O uso de tecnologias, como o aprendizado para operar celulares e tablets, foi outra intervenção crucial. Isso permitiu aos pacientes se manterem conectados com seus familiares, superando a sensação de isolamento que muitas vezes acompanha doenças crônicas e degenerativas. A tecnologia também possibilitou o acesso a conteúdos que resgatam memórias afetivas, como vídeos, músicas e imagens de momentos passados, o que promoveu um fortalecimento emocional e o restabelecimento de vínculos importantes para o bem-estar. 

A prática de Reiki teve um impacto positivo significativo na redução do estresse físico e emocional dos pacientes. Essa técnica de cura energética ajudou a melhorar a qualidade do sono, aliviar dores e promover uma sensação de bem-estar geral, sendo particularmente eficaz em pacientes com doenças graves, como câncer e doenças cardíacas, que enfrentam níveis elevados de dor e desconforto. 

A conversa e a leitura também desempenharam papeis essenciais na manutenção da saúde emocional dos pacientes. Momentos de conversa, além de oferecerem companhia e atenção, permitiram que os pacientes expressassem seus sentimentos e medos, ajudando a reduzir a sensação de solidão e a promover a autoconfiança. A leitura de livros e poesias que os pacientes apreciavam também contribuiu para o resgate de memórias afetivas, além de ser uma excelente forma de estimulação cognitiva. 

Por fim, a inclusão de jogos e atividades cognitivas foi uma abordagem eficaz para estimular a mente dos pacientes, promovendo desafios mentais que ajudaram na manutenção das funções cognitivas e na melhoria da memória. Jogos que envolvem raciocínio e resolução de problemas, além de trazerem diversão, foram importantes para manter o cérebro ativo e envolvido, colaborando para o retardamento de perdas cognitivas em idosos. 

Essas abordagens terapêuticas demonstraram, de forma clara, que a inclusão de cuidados humanizados e atividades complementares no tratamento de idosos com doenças graves não só melhora a qualidade de vida, como também contribui para um tratamento mais eficaz, promovendo o equilíbrio entre o cuidado físico, emocional e psicológico. O estudo reforça a importância de tratar o paciente como um ser completo, considerando todas as suas dimensões e necessidades para um cuidado integral e humanizado. 

LIMITAÇÕES DO ESTUDO 

É importante reconhecer algumas limitações deste estudo, incluindo: 

1. Natureza observacional – Os dados foram coletados por meio de relatos subjetivos dos pacientes e familiares, sem medições quantitativas detalhadas. 

2. Tamanho da amostra – O estudo analisou apenas nove pacientes, o que limita a generalização dos resultados para populações maiores. 

3. Ausência de grupo controle – Não houve comparação entre pacientes que receberam apenas o cuidado convencional e aqueles que receberam Reiki como terapia complementar. 

Futuras pesquisas podem incluir estudos controlados e métodos de avaliação quantitativa, como escalas de dor e questionários padronizados de qualidade de vida, para validar cientificamente os achados observados. 

IMPACTO NA COMUNIDADE 

O impacto dessas abordagens terapêuticas na sociedade é significativo, pois contribui para a transformação do cuidado com os idosos, promovendo uma visão mais humana e holística do envelhecimento. Ao integrar técnicas complementares e um atendimento personalizado, cria-se um modelo de cuidado que valoriza a dignidade, o bem-estar emocional e a qualidade de vida, refletindo diretamente na redução do estigma e do isolamento social que muitas vezes acompanha a terceira idade. Essa abordagem não só melhora a experiência de vida dos idosos, mas também inspira mudanças nos sistemas de saúde e cuidados, incentivando práticas mais empáticas e inclusivas que podem ser replicadas em outros contextos, gerando um efeito positivo em toda a comunidade. 

1. Apoio a Idosos e Suas Famílias 

O trabalho realizado contribuiu para que idosos recebessem atendimento personalizado, respeitoso e centrado em suas necessidades, promovendo: 

. Melhoria na qualidade de vida, reduzindo dores e sofrimentos desnecessários. 

. Maior autonomia e autoestima, ajudando idosos a se reconectarem com suas memórias e emoções.

. Redução da sobrecarga emocional dos familiares, proporcionando tranquilidade para aqueles que cuidam de idosos em casa. 

2. Benefícios para o Sistema de Saúde 

A aplicação de um cuidado preventivo e humanizado ajudou a reduzir a dependência de intervenções médicas emergenciais e hospitalizações desnecessárias. Isso se traduziu em: 

. Menor necessidade de internações hospitalares, já que muitos idosos conseguiram estabilizar suas condições de saúde em casa. 

. Redução do uso excessivo de medicamentos, pois o relaxamento e o equilíbrio emocional proporcionados pelo cuidado humanizado reduziram sintomas como ansiedade, insônia e dores crônicas. 

3. Educação e Conscientização sobre o Cuidado Humanizado 

Além da prática direta, o trabalho desenvolvido também contribuiu para a disseminação da importância do cuidado humanizado e das terapias complementares. Isso incluiu: 

. Inspiração para outros cuidadores e profissionais da área, mostrando como o atendimento humanizado pode transformar a experiência do idoso. 

. Mudança de mentalidade na assistência geriátrica, incentivando mais empatia, paciência e personalização no atendimento a idosos. 

Os resultados demonstram que um cuidado centrado no idoso não apenas melhora sua saúde e bem-estar, mas também fortalece o suporte familiar e reduz a sobrecarga do sistema de saúde, tornando-se uma abordagem essencial para a longevidade com dignidade. 

CONCLUSÃO 

Este estudo reflete a experiência direta da autora, Tayana Souza Silva, cuidadora de idosos há mais de 10 anos e mestre em Reiki, que desenvolveu e aplicou abordagens personalizadas para cada paciente, considerando suas necessidades físicas, emocionais e cognitivas. Os resultados obtidos demonstram a eficácia do cuidado humanizado na promoção da qualidade de vida de idosos, reforçando a necessidade de sua ampliação e valorização na assistência geriátrica. 

As práticas adotadas neste estudo, como estimulação da memória afetiva, escuta ativa e personalização do atendimento, demonstraram impactos positivos significativos na redução da ansiedade, no fortalecimento da autoestima e na melhora da saúde física e emocional dos idosos. Além disso, o Reiki, quando aplicado como suporte terapêutico complementar, apresentou benefícios no alívio da dor, na estabilização emocional e no relaxamento profundo, contribuindo para um atendimento mais holístico e integrado. 

Os resultados reforçam a necessidade de uma abordagem integrativa na geriatria, onde o cuidado humanizado e as terapias complementares sejam reconhecidos e incorporados aos protocolos assistenciais, especialmente para idosos em condições de vulnerabilidade física e emocional.

Futuras pesquisas são necessárias para aprofundar o entendimento dos mecanismos de ação do Reiki e validar sua eficácia por meio de estudos clínicos controlados. No entanto, os achados deste estudo já indicam que o uso de práticas humanizadas e complementares pode ser um diferencial essencial na promoção do bem-estar, no suporte às famílias e na dignidade do envelhecimento. 

Palavras-chave 

Cuidado humanizado 

Estimulação cognitiva 

Qualidade de vida em idosos 

Memória afetiva 

Terapias complementares 

Saúde emocional 

Bem-estar geriátrico 

Reiki como terapia auxiliar 

Escuta ativa 

Envelhecimento saudável 

Alzheimer’s Association. (2021). 2021 Alzheimer’s Disease Facts and Figures. Disponível em: https://www.alz.org/alzheimers-dementia/facts-figures 

Kitwood, T. (1997). Dementia Reconsidered: The Person Comes First. Open University Press. Disponível em: https://archive.org/details/dementiareconsid0000kitw 

Sacks, O. (2007). Musicophilia: Tales of Music and the Brain. Alfred A. Knopf. Disponível em: https://archive.org/details/musicophilia00oliv 

World Health Organization (WHO). (2019). Integrated Care for Older People (ICOPE): Guidelines on community-level interventions to manage declines in intrinsic capacity. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241550109 

Fonseca, M. C., & Cavalcante, M. T. L. (2018). O Reiki como forma terapêutica no cuidado à saúde: uma revisão integrativa. Disponível em: https://scielo.isciii.es/pdf/eg/v14n38/pt_revision5.pdf 

Brum, A. L., & Carraro, T. E. (2020). Humanização na atenção básica de saúde na percepção de idosos. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sausoc/a/sNShYWhWkJgmJPyCgCTxs9L/?format=pdf&lang=pt 

Pereira, A. M. S., & Lima, R. A. G. (2020). Benefícios do Reiki em população idosa com dor crônica. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tce/a/LKbSnRvMWGBJJymjS4G6TKv/?format=pdf&lang=pt 

Aplicação do reiki em pacientes oncológicos | Revista Brasileira de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (revistasuninter.com)