REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102412201106
Sofia Diniz Aguiar1
Regina Coeli Cançado Peixoto Pires2
RESUMO:
Este estudo destaca a importância do cirurgião-dentista na equipe hospitalar, fornecendo cuidados abrangentes a pacientes internados. A relevância da odontologia na cautela da saúde bucal de pacientes hospitalizados é analisada, explorando a conexão entre a saúde bucal e saúde geral, enfatizando como infecções bucais podem causar ou piorar condições respiratórias. São discutidas as principais condições que podem surgir em pacientes hospitalizados, como a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM), ressaltando a importância da intervenção odontológica precoce. Os benefícios da atuação do dentista na prevenção de condições respiratórias são apresentados, incluindo a redução de infecções do trato respiratório, diminuição do tempo de internação e prevenção de complicações sistêmicas. Destaca-se a colaboração da equipe multidisciplinar, permitindo a integração das práticas odontológicas e médicas. Objetivos: compreender o papel do cirurgião-dentista na prevenção de complicações respiratórias, identificar as principais patologias bucais associadas a condições respiratórias, analisar o impacto da má higiene bucal na saúde geral dos pacientes, avaliar os benefícios da intervenção odontológica precoce na redução de complicações respiratórias, e reconhecer a importância da colaboração interdisciplinar para uma abordagem integrada no cuidado de pacientes hospitalizados. Essa revisão integrativa sintetiza estudos recentes de forma meticulosa, abrangendo bases como BVS, Google Scholar e PubMed. Foram aplicados critérios de inclusão/exclusão para garantir relevância. A análise crítica identifica tendências e lacunas, contribuindo para avanço científico e orientando futuras investigações. Conclui-se, que o cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar é crucial para manter a higiene bucal de pacientes hospitalizados, prevenindo infecções e complicações respiratórias.
PALAVRAS-CHAVE: Odontologia hospitalar; Doenças respiratórias; Internações.
Saúde bucal;
ABSTRACT:
This study highlights the importance of the dentist in the hospital team, providing comprehensive care to hospitalized patients. The relevance of dentistry in the care of the oral health of hospitalized patients is analyzed, exploring the connection between oral health and general health, emphasizing how oral infections can cause or worsen respiratory conditions. The main conditions that may arise in hospitalized patients, such as ventilator-associated pneumonia (VAP), are discussed, highlighting the importance of early dental intervention. The benefits of the dentist’s role in preventing respiratory conditions are presented, including the reduction of respiratory tract infections, decreased length of hospital stay, and prevention of systemic complications. The collaboration of the multidisciplinary team is highlighted, allowing for the integration of dental and medical practices. Objectives: to understand the role of the dentist in preventing respiratory complications, identify the main oral pathologies associated with respiratory conditions, analyze the impact of poor oral hygiene on the overall health of patients, evaluate the benefits of early dental intervention in reducing respiratory complications, and recognize the importance of interdisciplinary collaboration for an integrated approach to the care of hospitalized patients. This integrative review meticulously synthesizes recent studies from databases such as BVS, Google Scholar, and PubMed. Inclusion exclusion criteria were applied to ensure relevance. The critical analysis identifies trends and gaps, contributing to scientific advancement and future investigations. In conclusion, the dentist in the multidisciplinary team is crucial for maintaining the oral hygiene of hospitalized patients, preventing infections and respiratory complications.
Keywords: Hospital Dentistry; Respiratory Diseases; Hospitalizations; Oral Health.
1. INTRODUÇÃO
A odontologia hospitalar é uma especialidade essencial que se concentra no diagnóstico, tratamento e prevenção de condições bucais em pacientes hospitalizados. Este campo emergente da odontologia desempenha um papel crucial na promoção da saúde bucal de indivíduos que enfrentam doenças graves ou cirurgias que podem afetar sua saúde oral. Além disso, a odontologia hospitalar está cada vez mais reconhecida pela sua importância na prevenção de complicações sistêmicas, como infecções respiratórias associadas à saúde bucal. Com base em pesquisas recentes, a integração da odontologia hospitalar nos cuidados de saúde tem sido cada vez mais enfatizada, destacando sua relevância na melhoria da qualidade de vida e no prognóstico dos pacientes hospitalizados (COLOMBO et al., 2016; ROCHA et al., 2014).
Assim, nota-se que a necessidade de compreender sobre a cavidade oral, que que compõem os dentes, sulco gengival, gengiva, língua, mucosa jugal, palato duro e palato mole, é um habitat complexo para uma variedade de microrganismos, sendo imprescindível compreender essa questão e sua importância no âmbito hospitalar. Esse grupo de componentes com tecidos em constante renovação e outros fixos, é o segundo microbioma mais diversificado no corpo humano, abrigando uma extensa variedade de mais de 700 espécies bacterianas. O delicado equilíbrio do ecossistema do microbioma oral é crucial para a manutenção da saúde bucal. A desregulação desse equilíbrio devido a práticas alimentares inadequadas e má higiene bucal pode resultar em uma série de condições bucais, como periodontite, cárie, gengivite e até câncer oral. Recentes avanços tecnológicos têm permitido uma compreensão mais aprofundada da conexão entre o microbioma oral e condições sistêmicas, incluindo doenças pulmonares, cardiovasculares, artrite reumatoide, doença de Alzheimer e distúrbios metabólicos em pacientes hospitalizados (PATHAK et al., 2021).
Considerando essa condição integrativa dos sistemas, a microbiota oral enfrenta diariamente diversas alterações fisiológicas, físicas e químicas originadas pela ingestão de alimentos e práticas de higiene pessoal. Isso abrange variações na temperatura, no pH, nos elementos antimicrobianos e nos aspectos dietéticos, além das forças mecânicas provenientes da escovação e da mastigação. É notável que, apesar dessas variáveis, um microbioma oral estável e de longa duração é preservado na cavidade oral, de forma a manter o equilíbrio sistêmico do corpo (ZAURA et al., 2014).
Nesse contexto, a principal associação da cavidade bucal é com o sistema respiratório, devido à proximidade anatômica direta com o trato respiratório superior. Assim, o microbioma oral possui um acesso mais imediato em comparação com outros sistemas orgânicos. A aspiração direta da flora oral para o sistema respiratório, bem como a resposta imunológica e inflamatória do hospedeiro desencadeada pela desregulação do microbioma oral, são os principais contribuintes para diversas complicações pulmonares. Numerosos estudos na literatura científica têm documentado a correlação entre condições bucais e problemas respiratórios, apontando para um possível papel significativo do microbioma oral em doenças respiratórias, como doença pulmonar obstrutiva crônica, pneumonia, câncer de pulmão, entre outras (PATHAK et al., 2021).
Embora a microbiota oral do hospedeiro provavelmente exista em um equilíbrio mutuamente benéfico durante a homeostase, fatores externos, ainda não completamente elucidados, podem iniciar um ciclo prejudicial de desequilíbrio autossustentável, e são nessas condições que a atuação do cirurgião dentista pode garantir um desfecho melhor para os pacientes. Portanto, diversas condições orais, incluindo a periodontite, não são inerentemente contagiosas, mas surgem da disbiose da microbiota oral. Neste cenário, a inflamação leva à degradação do tecido e à produção de metabólitos que nutrem microrganismos patogênicos pró-inflamatórios. Especificamente, o Porphyromonas gingivalis, desempenha uma função crucial na manutenção de um biofilme inflamatório, manipulando as respostas imunológicas e inflamatórias do hospedeiro. Seu impacto na comunidade é mais pronunciado do que seria esperado com base em sua proporção relativa. Esse cenário torna o paciente internado ainda mais vulnerável a complicações (MAEKAWA et al., 2014).
Desse modo, é importante reconhecer a importância dos objetivos específicos delineados para abordar a relevância do cirurgião-dentista em ambientes hospitalares. Estes objetivos não apenas delineiam as metas do estudo, mas também evidenciam sua significância na compreensão e intervenção em doenças respiratórias em pacientes internados. A compreensão dos mecanismos das infecções respiratórias, a identificação de patologias passíveis de prevenção pelo cirurgião-dentista e a análise dos impactos da má higiene bucal destacam a necessidade de uma atuação proativa nesse campo. Além disso, a ênfase na colaboração multidisciplinar ressalta a importância de uma abordagem integrada e centrada no paciente, enfatizando a relevância dos objetivos específicos na busca por uma assistência abrangente e eficaz.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura, um método que permite a síntese e a análise crítica de estudos relevantes sobre um determinado tema. A busca por artigos foi realizada de forma meticulosa e direcionada, abrangendo as principais plataformas de pesquisa acadêmica disponíveis, tais como o Portal Regional da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Google Acadêmico e PubMed. Os critérios de inclusão foram estabelecidos com base em filtros específicos, considerando a data de publicação mais recente, com um limite de até 14 anos de publicação, a fim de garantir a relevância e atualidade dos estudos selecionados. Por outro lado, os critérios de exclusão foram aplicados para remover artigos com mais de 14 anos de publicação e aqueles que foram considerados irrelevantes para os objetivos científicos desta pesquisa.
A análise dos artigos selecionados foi realizada de forma sistemática, envolvendo uma avaliação crítica do conteúdo, identificação de tendências, lacunas de conhecimento e convergências/divergências entre os estudos, bem como filtros aplicados segundo palavras-chave da BVS, tais como Odontologia hospitalar; Doenças respiratórias; Internações. Saúde bucal, complementar a isso, esses filtros também foram aplicados no PUBMED e posteriormente no Google Acadêmico com datas e palavras chaves, com o ituito de complementrar a pesquisa e proporcionar uma análise criteríosa, uma vez que este ultimo não possui filtro próprio para maior critério de seleção.
A partir dessa análise, buscou-se proporcionar uma compreensão abrangente e fundamentada sobre o tema em questão, contribuindo assim para o avanço do conhecimento científico na área. A escolha da revisão integrativa como método de pesquisa foi guiada pela necessidade de consolidar o estado atual do conhecimento sobre o tema e de fornecer uma base sólida para futuras investigações e intervenções práticas.
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Abordar o tópico da importância do cirurgião dentista em ambiente hospitalar, identificar os aspectos mais relevantes relacionados à abordagem de doenças respiratórias nos pacientes internados. Além disso, conduzir uma análise cuidadosa e estruturada de artigos relevantes para a compreensão e desenvolvimento de tema.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Compreender os mecanismos de infecções respiratórias em pacientes internados e observar quais patologias podem ser prevenidas com uma abordagem eficaz pelo cirurgião-dentista.
- Apresenta os reflexos de uma má higiene bucal em pacientes internados, destacando as consequências negativas que podem surgir devido à negligência da saúde bucal.
- Ressaltar a importância de uma equipe multidisciplinar no cuidado centrado na pessoa, enfatizando que a colaboração entre diferentes especialidades médicas pode resultar em um atendimento mais completo e eficaz ao paciente.
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1 ASPECTOS GERAIS DA SAÚDE BUCAL
A teoria da infecção focal, que postula que as condições bucais podem ter um impacto significativo em patologias em outras partes do corpo, ganhou destaque no final do século XIX e início do século XX. No entanto, essa teoria começou a ser questionada na década de 1930 devido à falta de suporte científico. Contudo, nas últimas três décadas ou mais, evidências crescentes têm indicado que, devido à presença de bacteremia dentária, a cavidade oral pode efetivamente atuar como um reservatório para a disseminação sistêmica de bactérias patogênicas e suas toxinas, o que pode resultar em infecções e inflamações em locais distantes do corpo. Com a aplicação de tecnologias independentes de cultura para a detecção e identificação microbiana, um grupo diversificado de espécies orais tem sido diretamente implicado em infecções em locais fora da cavidade oral. Os avanços na pesquisa do microbioma humano também têm facilitado uma mudança de foco das doenças orais para o papel das bactérias orais em infecções sistêmicas (HAN et al, 2013).
A colonização oral por patógenos respiratórios, que ocorre devido à higiene oral inadequada e doenças periodontais, tem sido associada a casos de pneumonia hospitalar. Especialmente em pacientes sob ventilação mecânica nas unidades de terapia intensiva, a placa dentária foi observada como um reservatório para esses patógenos. Os isolados de Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, espécies de Acinetobacter, Candida albicans e espécies entéricas recuperados da placa oral foram semelhantes aos isolados coletados de locais traqueobrônquicos no mesmo paciente. No entanto, as cepas de pacientes diferentes geralmente se distinguiram em genótipos distintos (HEO et al, 2011).
4.2 COMPREESÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR
A Odontologia Hospitalar se evidencia como uma especialidade de extrema importância no panorama da saúde pública contemporânea, desempenhando um papel vital na preservação da saúde bucal e no bem-estar dos pacientes hospitalizados. Sua integração nos cuidados hospitalares não apenas aborda questões bucais emergenciais, mas também desempenha um papel crucial na prevenção de complicações sistêmicas e na promoção da saúde integral dos pacientes. No Brasil, a Lei nº 12.842/2013, conhecida como Lei do Ato Médico, ao definir as atividades privativas dos médicos, reconhece explicitamente a autonomia do cirurgião-dentista para atuar em sua área de competência, incluindo a odontologia hospitalar. Essa legislação reforça a importância da presença do cirurgião-dentista em ambientes hospitalares, garantindo uma abordagem multidisciplinar eficaz no cuidado do paciente e destacando a integralidade do cuidado de saúde (BRASIL, 2013).
A atuação da Odontologia Hospitalar transcende o tratamento convencional de problemas bucais, abrangendo intervenções preventivas e de promoção da saúde bucal nos pacientes hospitalizados. Especialmente em unidades de terapia intensiva (UTIs), onde os pacientes enfrentam condições que aumentam o risco de complicações de saúde bucal, e a presença do cirurgião-dentista se torna ainda mais essencial. Tal abordagem é fundamental não só para a manutenção da saúde bucal, mas também para a prevenção de complicações sistêmicas associadas à saúde bucal precária (COLOMBO et al., 2016).
A Odontologia Hospitalar desempenha um papel significativo na prevenção de complicações sistêmicas decorrentes de problemas bucais. Estudos recentes demonstram a associação entre doenças periodontais e condições como diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias. Nesse contexto, a atuação do cirurgião-dentista no ambiente hospitalar não só contribui para a saúde bucal do paciente, mas também reduz o risco de desenvolvimento ou agravamento de condições sistêmicas, proporcionando uma abordagem integrada e holística no cuidado do paciente hospitalizado (ROCHA et al., 2014).
Além do tratamento direto dos problemas bucais, a presença da Odontologia Hospitalar tem um impacto positivo na qualidade de vida e no bem-estar dos pacientes. Especialmente para aqueles com condições de saúde crônicas ou debilitantes, a atenção odontológica no ambiente hospitalar proporciona não apenas alívio das dores bucais, mas também conforto e apoio emocional aos pacientes, melhorando sua experiência durante a internação hospitalar (NEVES JUNIOR et al., 2010).
4.3 PATOLOGIAS BUCAIS COMUNS NO AMBIENTE HOSPITALAR
As doenças periodontais estão entre as condições infecciosas bucais mais prevalentes, associadas à formação de um biofilme altamente patogênico que desencadeia uma resposta imunológica e inflamatória do hospedeiro. Esse processo leva à deterioração dos tecidos de suporte periodontais e, eventualmente, à perda de dentes (EKE et al, 2012).
Além do impacto econômico significativo e dos efeitos negativos dessas condições na qualidade de vida, foi sugerido que as bactérias bucais e as infecções periodontais podem representar potenciais fatores de risco para diversas doenças sistêmicas. Devido à proximidade anatômica entre o biofilme periodontal e a corrente sanguínea gengival, as bolsas periodontais podem servir como reservatórios de microorganismos patogênicos, seus subprodutos, assim como mediadores inflamatórios e complexos imunes, os quais podem se disseminar para outras partes do organismo humano. A microbiota periodontal, extremamente complexa, desempenha um papel crucial tanto na manutenção da saúde periodontal quanto no desenvolvimento das doenças periodontais. Essa microbiota é composta principalmente por membros residentes comensais de espécies orais que coevoluíram para colonizar a cavidade oral humana (COLOMBO et al, 2016).
Os estreptococos que habitam a boca, sendo componentes-chave da flora oral, frequentemente resultam em bacteremia e doenças sistêmicas, como a endocardite infecciosa (EI). Dentre esses, o Streptococcus mutans (Sm) é o principal agente causador da cárie dentária humana. O Sm pode ser categorizado em quatro tipos sorotípicos diferentes (c/e/f/k), dependendo de suas configurações de polímeros ramnose-glicose (RGPs). O sorotipo c é o mais prevalente na cavidade oral. Observou-se que os sorotipos e e f têm a capacidade de invadir as células endoteliais. Por sua vez, o sorotipo k, que possui uma alteração na cadeia lateral de glicose nos RGPs, demonstrou ser detectado com maior frequência em espécimes cardiovasculares (HAN et al, 2013).
Manter uma boa saúde bucal reduz a quantidade de bactérias na boca, o que por sua vez previne o risco de pneumonia e a acumulação de bactérias na traqueia e nos brônquios que ocorre devido ao acúmulo bacteriano na cavidade oral. Isso sugere a influência do microbioma oral no desenvolvimento da pneumonia. Os principais agentes causadores de pneumonia adquirida na comunidade são Streptococcus pneumoniae e Hemophilus influenzae. Já o Staphylococcus aureus é responsável pela pneumonia hospitalar (HAGHIGHI et al, 2017).
A pneumonia adquirida em ambiente hospitalar, uma incidência frequente que resulta em morbidade e mortalidade entre pacientes internados, é uma infecção que geralmente se desenvolve após 48 horas de internação hospitalar. A manutenção correta da higiene oral é de suma importância. Quando desconsiderada, a boca pode se tornar um ambiente favorável para a multiplicação de micro-organismos, podendo exacerbar uma infecção localizada, culminando em complicações sistêmicas. A necessidade das medidas preventivas, incluindo a manutenção e limpeza adequada da cavidade oral, como uma maneira de contribuir para a diminuição de casos de pneumonia em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Ainda, a participação de um Cirurgião-Dentista na equipe multidisciplinar de uma unidade de terapia intensiva é de extrema relevância para a avaliação e
acompanhamento clínico da saúde oral dos pacientes. (LONDE et al, 2017) Das infecções contraídas em ambiente hospitalar, a pneumonia nosocomial representa de 10% a 15% desse número total.
Além disso, entre os pacientes afetados por essas infecções, de 20% a 50% acabam falecendo. O risco de contrair pneumonia nosocomial é de 10 a 20 vezes maior em unidades de terapia intensiva (UTIs), especialmente entre pacientes que necessitam de ventilação mecânica e/ou umidificação, onde a taxa de ocorrência varia de 7% a 40%. Patógenos respiratórios originários do ambiente hospitalar podem se alojar em diversas áreas, como superfícies dentárias, próteses, mucosa oral e no biofilme correspondente. A presença desses patógenos exógenos nessas superfícies pode ser facilitada pela redução parcial ou total da produção de saliva e pela diminuição do pH da saliva. Essas condições são comumente observadas em pacientes de UTI devido à administração de medicamentos. As fontes potenciais desses micro-organismos incluem procedimentos que envolvem fluidos, como aspiração nasogástrica, o uso de nebulizadores e umidificadores, a alimentação e a manipulação do paciente pela equipe intensivista envolvida em seu tratamento (LONDE et al, 2017).
A placa dentária abriga uma grande quantidade de bactérias propícias à formação de biofilme, o que pode facilitar a atração de microrganismos menos propensos a se fixarem diretamente nos dentes, como patógenos respiratórios. Da mesma forma, esse mesmo fenômeno pode ocorrer no interior do lúmen do Tubo Endotraqueal (TET). Para compreender completamente o potencial dos microrganismos orais na promoção da formação de biofilme no TET e na contaminação das vias aéreas inferiores, é crucial realizar uma caracterização das populações microbianas nesses locais ( GIULIANO et al, 2018).
Existem amplas evidências que respaldam a ligação entre a pneumonia e a
falta de adequados cuidados bucais em pacientes hospitalizados, levando ao acúmulo de microorganismos. A microaspiração desses micróbios desempenha um papel significativo na ocorrência de pneumonia hospitalar. Assim, a atenção à saúde bucal deve ser considerada como um elemento crucial nas práticas de cuidado de enfermagem. A patogênese da pneumonia relacionada a bactérias bucais resulta de diversos fatores. Em primeiro lugar, a aspiração de patógenos bucais serve como meio para infecções pulmonares graves. Além disso, enzimas associadas à doença periodontal presentes na saliva podem facilitar a multiplicação e adesão de microrganismos nas membranas mucosas (LUDOVICHETTI et al, 2022).
É importante ressaltar que no sulco gengival estão presentes diversos tipos de células do sistema imunológico. No entanto, quando os patógenos começam a alterar a microbiota, o sistema imunológico, ao tentar combater a infecção, acaba prejudicando os tecidos, resultando em uma produção excessiva de citocinas. Por fim, as citocinas liberadas pelos tecidos periodontais alteram o epitélio respiratório, acelerando o desenvolvimento da infecção. O desfecho final da colonização de microrganismos nas superfícies dentárias e tecidos é a formação da placa dentária: 1 mm3 de placa é composto por mais de 108 bactérias de mais de 300 espécies. (LUDOVICHETTI et al, 2022).
Nos últimos cinquenta anos, a introdução do suporte ventilatório invasivo representou, inquestionavelmente, um avanço significativo no tratamento da insuficiência respiratória. Embora tenha salvo inúmeras vidas, a aplicação de pressão positiva nos pulmões, por meio de uma prótese inserida nas vias aéreas, pode acarretar uma série de efeitos adversos. (LONDE et al, 2017)
Dentre esses, destacam-se: a instabilidade hemodinâmica, especialmente em pacientes com baixa volemia; a elevada incidência de infecções respiratórias, decorrente da redução dos mecanismos de defesa locais devido à presença do tubo; e, mais recentemente, a lesão induzida pela ventilação mecânica, associada às elevadas pressões alveolares alcançadas em determinadas situações, resultantes de um pulmão enfermo e bastante heterogêneo. (LONDE et al, 2017)
Essas modificações estão diretamente ligadas a um aumento da morbidade, devido às implicações sistêmicas que desencadeiam, resultando em um incremento nos custos da internação hospitalar, bem como em uma maior taxa de mortalidade nesses pacientes. Nesse contexto, a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) emerge como um dos efeitos adversos mais temidos no ambiente da terapia intensiva. Para que possamos implementar alguma intervenção terapêutica, o primeiro passo é o reconhecimento da magnitude desse problema. Contudo, existem escassos estudos que abordam a epidemiologia da PAV no Brasil. (LONDE et al,
2017)
4.4 HIGIENE BUCAL RELACIONADA ÀS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
Pacientes em unidades de terapia intensiva apresentam maior incidência de placa dentária, com maior quantidade de microrganismos respiratórios potenciais, em comparação com indivíduos saudáveis. Uma recente meta-análise concluiu que pode haver uma associação entre periodontite e doenças respiratórias, como asma, DPOC e pneumonia. Do mesmo modo, outro estudo de meta-análise conduzido por Jeronimo LS et al. estabeleceu uma ligação entre periodontite e pneumonia hospitalar. Patógenos periodontais como P. gingivalis, F. nucleatum, Prevotella oralis, Campylobacter gracilis, Fusobacterium necrophorum e Aggregatibacter actinomycetemcomitans foram identificados em aspirados pulmonares de pacientes com pneumonia. (PATHAK et al, 2021)
A placa dental de pacientes hospitalizados tem uma prevalência maior de S. aureus, P. aeruginosa, Acinetobacter baumannii e Enterobacter cloace. Ter placa dental contendo microrganismos respiratórios potenciais aumenta o risco de desenvolver pneumonia em 9,6 vezes. Microrganismos aeróbios que colonizam a placa dental servem como reservatórios para os principais patógenos envolvidos na pneumonia hospitalar. Um estudo observacional recente estabeleceu uma correlação entre a perda de dentes e uma saúde bucal piorada com a incidência de pneumonia associada a acidente vascular cerebral. Além disso, uma análise de biblioteca de clones realizada por Mukae e colaboradores, utilizando lavagem broncoalveolar, destacou o papel dos anaeróbios obrigatórios e do grupo Streptococcus anginosus no abscesso pulmonar. (PATHAK et al, 2021)
Em virtude dos dados patofisiológicos que sugerem uma potencial correlação entre a assistência odontológica e as pneumonias, o Cirurgião-Dentista poderia se incorporar à equipe multidisciplinar em benefício do paciente crítico. Isso se justifica pelo fato de que a higiene oral insatisfatória e a presença de doença periodontal no paciente em UTI, indubitavelmente, constituem mais um fator que pode favorecer o surgimento de pneumonias nosocomiais. Inicialmente, essa condição oral resultaria em uma concentração elevada de patógenos na saliva, podendo ser aspirados em grande volume para os pulmões. Em segundo lugar, o biofilme oral pode servir como refúgio para patógenos pulmonares e estimular seu crescimento. Finalmente, os patógenos periodontais poderiam facilitar a colonização das vias aéreas superiores por esses mesmos patógenos pulmonares. (ROCHA et al, 2014).
O cirurgião-dentista tem como objetivo realizar uma avaliação clínica apropriada em pacientes hospitalizados para detectar possíveis anomalias bucais. Além disso, ele intervém na eliminação de focos infecciosos por meio de uma variedade de procedimentos, como restaurações, curativos, cirurgias, raspagens e administração de medicamentos. Este profissional também desempenha um papel crucial na prevenção de sangramentos, tratamento de lesões orais e na aplicação de terapias paliativas. Com isso, assegura que o tratamento médico transcorra de forma contínua, contribuindo para a rápida recuperação do paciente. Dentro da Odontologia Hospitalar, o enfoque é dirigido para o tratamento das condições bucais, podendo envolver procedimentos de diferentes complexidades realizados em ambiente hospitalar. Essa abordagem abrangente do paciente vai além dos cuidados com a cavidade bucal, exigindo uma inter-relação eficaz entre os membros da equipe multidisciplinar que acompanham o paciente. O papel deste é aprimorar a saúde global e a qualidade de vida dos pacientes hospitalizados. (DOS SANTOS et al, 2014)
A negligência em relação à higiene bucal adequada resulta em um acréscimo na presença de microrganismos anaeróbios na cavidade oral. Inúmeros estudos clínicos têm demonstrado que a atenção à saúde bucal e odontológica reduz a quantidade de microrganismos na orofaringe, o que consequentemente leva a uma diminuição na incidência de pneumonia e infecções respiratórias no contexto hospitalar. (HATA et al, 2020).
No que percebe-se sobre as complicações respiratória, entende-se que, pacientes submetidos à ventilação mecânica, um procedimento que envolve a introdução de um tubo endotraqueal para facilitar a entrada de oxigênio nas vias respiratórias inferiores, é habitual que o tubo seja colonizado por microrganismos originários da cavidade oral. Estes microrganismos, por sua vez, formam um biofilme, favorecendo a ocorrência da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM). Foi constatado em pacientes sob ventilação mecânica um desequilíbrio na composição microbiana da placa dentária, sendo colonizada por potenciais patógenos associados à PAVM. Estes patógenos então migram para as vias respiratórias inferiores através dos biofilmes presentes no tubo endotraqueal.
(AREIAS et al, 2017).
5 DISCUSSÃO
Para melhor compreensão dos progressos e da relevância para o assunto em questão, foram encontrados mais de 1500 artigos, posteriormente filtrados para aqueles que contêm as palavras-chave em seu título e resumos condizentes com o esperado na pesquisa, após esse filtro, foi realizado uma seleção de 20 artigos para realizar essa produção.
A pesquisa em questão sublinha a urgência de incluir a odontologia hospitalar no cenário acadêmico. As revisões bibliográficas reiteram a gravidade desta questão, destacando a necessidade de ampliar nossa percepção sobre o impacto da saúde bucal na saúde pulmonar, especialmente em pacientes internados (HAGHIGHI et al, 2017).
A prevalência elevada de placa bacteriana e a presença de microrganismos respiratórios em pacientes hospitalizados são observações importantes, sugerindo um possível incremento no risco de condições respiratórias, como asma, DPOC e pneumonia. A conexão entre periodontite e pneumonia, particularmente em hospitais, ressalta o papel vital da saúde oral na prevenção de infecções respiratórias severas.. Adicionalmente, a colonização de microrganismos aeróbicos na placa bacteriana funciona como um reservatório para os principais patógenos envolvidos na pneumonia hospitalar, enfatizando a necessidade de promover a higiene oral em ambientes de cuidados intensivos (COLOMBO et al, 2016).
Essas descobertas realçam a necessidade urgente de políticas e práticas efetivas de cuidados dentários para pacientes em unidades de terapia intensiva, visando melhorar o prognóstico e a qualidade de vida desses indivíduos vulneráveis. Além disso, é fundamental integrar a odontologia hospitalar no currículo universitário, considerando o atual déficit de foco nessa área no ambiente acadêmico. Isso assegurará uma abordagem mais completa e integrada à saúde dos pacientes hospitalizados, proporcionando um atendimento mais abrangente e de alta qualidade (HATA et al, 2020).
A teoria da infecção focal e o impacto das condições bucais em patologias sistêmicas têm sido objeto de debates e pesquisas ao longo dos anos. Han et al. (2013), Heo et al. (2011), Colombo et al. (2016), e Rocha et al. (2014) concordam que a cavidade oral pode atuar como um reservatório para a disseminação de bactérias patogênicas que podem causar infecções e inflamações em outras partes do corpo. Esses estudos destacam que as doenças periodontais e outras infecções bucais podem ter consequências significativas na saúde geral, reforçando a teoria de que a saúde bucal está intimamente ligada à saúde sistêmica. Essa conexão é ainda mais enfatizada por Pathak et al. (2021) e Ludovichetti et al. (2022), que discutem a associação entre doenças periodontais e infecções respiratórias, como pneumonia hospitalar, especialmente em pacientes em unidades de terapia intensiva.
Além disso, Colombo et al. (2016) e Rocha et al. (2014) ressaltam a importância da odontologia hospitalar na prevenção de complicações sistêmicas e na promoção da saúde integral dos pacientes. Estes autores destacam que a integração de cuidados odontológicos em ambientes hospitalares é crucial para a manutenção da saúde bucal e a prevenção de doenças sistêmicas associadas a infecções bucais, evidenciando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e
holística no cuidado dos pacientes. A atuação do cirurgião-dentista em hospitais não só aborda questões emergenciais de saúde bucal, mas também desempenha um papel vital na redução do risco de desenvolvimento ou agravamento de condições sistêmicas, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar dos pacientes hospitalizados.
No que tante os resultados obtidos, observa-se que este estudo destaca a importância da odontologia hospitalar, evidenciando a alta prevalência de placa bacteriana em pacientes hospitalizados, associada a doenças respiratórias como pneumonia. A relação entre periodontite e pneumonia é confirmada por análises recentes de autores como Colombo em 2016, o que ressalta a importância da saúde bucal na prevenção de infecções respiratórias. A promoção da higiene bucal em ambientes hospitalares emerge como essencial na prevenção e controle dessas infecções, apontando para a necessidade de políticas de cuidados odontológicos eficazes para melhorar a qualidade de vida dos pacientes (COLOMBO et al., 2016; ROCHA et al., 2014).
6. CONCLUSÃO
Conforme a revisão da literatura, é notório que pacientes hospitalizados tendem a ter uma maior incidência de placa dentária, que contém uma quantidade elevada de microrganismos respiratórios potenciais, em comparação com indivíduos saudáveis. Esta condição pode estar intrinsecamente ligada a uma variedade de doenças respiratórias, incluindo asma, DPOC e pneumonia. Estudos meta-analíticos recentes corroboram a conexão entre periodontite e pneumonia, particularmente no ambiente hospitalar. O propósito da atuação do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar é manter a higiene bucal dos pacientes internados, reduzindo assim a colonização da cavidade oral e formação de biofilme, minimizando a aspiração de microrganismos com potencial para agravar o estado de pacientes já expostos a inúmeros fatores de risco no ambiente hospitalar. Em suma, a atuação imprescindível do cirurgião-dentista promove melhorias no estado geral dos pacientes, prevenindo infecções e complicações para os mesmos.
REFERÊNCIAS
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