THE IMPORTANCE OF MONITORING BY PHYSICAL EDUCATION PROFESSIONALS DURING LONGEVITY.
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11546547
Jonathan Alves Da Silva; Marcos Victor Gomes Da Silva; Wilker Soares Ferreira; Danilo Mendes De Figueiredo.
Resumo
INTRODUÇÃO: O exercício físico na terceira idade é crucial para manter a saúde e a funcionalidade. Ele pode incluir atividades como caminhadas, Pilates, dança, musculação, entre outras, adaptadas às necessidades e capacidades individuais dos idosos. O exercício regular ajuda a melhorar a força muscular, a flexibilidade, o equilíbrio e a coordenação, reduzindo o risco de quedas e doenças crônicas, e promovendo o bem-estar geral. Um profissional de educação na longevidade é alguém especializado em criar e implementar programas educacionais destinados a pessoas mais velhas, visando promover o envelhecimento saudável, o desenvolvimento pessoal e a qualidade de vida nessa fase da vida. OBJETIVOS: Analisar a qualidade de vida através do profissional de educação e a sua importância na longevidade dos indivíduos da terceira idade em prescrever e desenvolver programas de exercícios adequados e seguros para essa faixa etária. METODOLOGIA: Neste cenário, faz-se necessário uma pesquisa literária utilizando base de dados: SciELO; LILACS; PUbMed/Medline; GOOGLE Acadêmico e periódicos da capes dos últimos 5 anos a qual expresse a importância do acompanhamento do profissional de educação física na promoção do bem-estar na terceira idade. Identificando os benefícios da atividade física para o idoso, os desafios enfrentados nessa fase da vida e o papel do profissional de educação física na elaboração de programas de exercícios personalizados e na orientação para uma prática segura e eficaz de exercícios físicos. A análise desses aspectos ressalta a relevância do trabalho do profissional de educação física como um aliado fundamental na promoção da longevidade saudável e na melhoria da qualidade de vida dos idosos. Foram utilizados os cruzamentos e descritores com respectivos operadores booleanos: Bem estar AND longevidade AND atividade física AND Profissional de Educação Física AND qualidade de vida AND treinamento AND terceira idade. Aplicando critérios de inclusão e exclusão da pesquisa. RESULTADOS ENCONTRADOS: Constata-se por essa revisão que os estudos demonstram sobre acompanhamento do profissional capacitado de educação física é eficaz. O acompanhamento personalizado com programas de treinos assertivos estimulando a prática exercício físico para terceira idade colabora com uma melhor qualidade de vida sustentável e satisfatória para o idoso promovendo saúde e prevenindo lesões fisiológicas e cognitivas.
Palavras-chave: Longevidade. Exercício físico. Profissional de Educação Física. Benefícios. Qualidade de vida.
1. INTRODUÇÃO
Considerada como a década do envelhecimento saudável segundo a Organização das Nações Unidas, ONU, o período de 2021 a 2030 nos traz bastante esperança em se tratando da melhoria na qualidade de vida da pessoa idosa. Ainda segundo a ONU (2020), até 2030 o número de pessoas idosas deve chegar a 1,4 bilhões no mundo, ultrapassando até o número de jovens. Todavia, esse número só será possível devido aos países desenvolvidos, o que impacta diretamente nos custos de assistência específicos para o idoso, por conter mais risca de vida devido às doenças crônicas, que em sua maioria é característica do processo de envelhecimento (FALEIROS, A. H. et al.2017)
Em relação ao contexto citado posteriormente, a OMS estima que até 2025, o Brasil será o sexto país com mais números de pessoas idosas no mundo (2005), o que nos leva a pensar em políticas públicas eficazes voltadas para a melhoria de saúde dessa população em específico, pois de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, atualmente o Brasil conta com cerca de 29 milhões de pessoas idosas, e esse rápido crescimento do envelhecimento populacional requer ações que atendam a demanda dessa parcela etária. Agregado a esse crescimento constante ligado a longevidade, manifestam-se inúmeros problemas relacionados à estrutura física dos idosos, principalmente em se tratando de uma queda da taxa hormonal e a alta perda tanto de força, quanto de massa muscular provenientes dos avanços da idade.
Envelhecimento é um processo contínuo e fisiológico, caracterizado pela diminuição funcional dos diversos sistemas biológicos (SILVA; BRITO, 2017). De acordo com a OMS(Organização Mundial da Saúde), é considerado da terceira idade aquele que a tenha acima de 60 anos para países em desenvolvimento, aumentando para 65 anos de idade quando se trata de países desenvolvidos (FALEIROS et al., 2017) O aumento da expectativa de vida é uma conquista da sociedade moderna, resultado de avanços na medicina, na tecnologia e nas condições socioeconômicas. No entanto, esse aumento da longevidade tem gerado uma série de desafios, especialmente relacionados à saúde e ao bem-estar na terceira idade. Com o envelhecimento populacional em curso em todo o mundo, torna-se categórico adotar estratégias eficazes para promover a saúde e a qualidade de vida dos idosos. (WHO Library, 2015)
Nesse contexto, a prática regular de atividade física tem se destacado como uma das intervenções mais eficazes para promover o bem-estar na terceira idade. Estudos têm demonstrado que a atividade física regular está associada a uma série de benefícios para a saúde dos idosos, incluindo a melhoria da capacidade funcional, a prevenção de doenças crônicas, o fortalecimento do sistema imunológico e o aumento da longevidade. (LIMA, A. P, et al, 2019)
No entanto, para que os idosos possam desfrutar plenamente dos benefícios da atividade física, é fundamental que essa prática seja realizada de forma segura e orientada. Nesse contexto, entra o profissional de educação física, o qual com sua formação e expertise é capaz de desenvolver programas de exercícios personalizados, levando em consideração as condições hemodinâmicas de saúde e as necessidades individuais de cada idoso. (M.S., Fragala et al, 2019).
Além disso, o profissional de educação física desempenha um papel crucial na orientação dos idosos quanto à prática segura de atividades físicas, prevenindo lesões e promovendo uma abordagem saudável e equilibrada em relação ao exercício. Sua presença e orientação também podem aumentar a motivação dos idosos para adotar e manter um estilo de vida ativa e saudável.
2. OBJETIVOS
2.1 – Objetivo Geral: Compreender o papel essencial do profissional de educação física na promoção da saúde e bem-estar da terceira idade, visando não apenas a manutenção da funcionalidade física, mas também o aumento da qualidade de vida e a prevenção de doenças relacionadas ao envelhecimento.
2.2 – Objetivos específicos:
1. Revisar a literatura científica atual para identificar os benefícios específicos do treinamento físico em idosos, com foco no aprimoramento do desempenho funcional e na melhoria da qualidade de vida.
2. Analisar os dados de avaliação pré e pós-treinamento físico em idosos para quantificar as mudanças observadas em termos de funcionalidade física, bem como em indicadores de qualidade de vida.
3. Analisar os dados de avaliação pré e pós-treinamento físico em idosos para quantificar as mudanças observadas em termos de funcionalidade física, bem como em indicadores de qualidade de vida.
3. METODOLOGIA
O presente estudo se configura como uma pesquisa de aplicação básica, almejando gerar conhecimento relevante para a ciência, sem necessariamente implicar em uma aplicação prática imediata. Adota-se uma abordagem qualitativa, visando aprofundar a compreensão sobre o tema em questão para captar sua complexidade e nuances. Com um caráter explicatório, busca-se detalhar as informações pertinentes ao tema em estudo.
O método adotado é a pesquisa bibliográfica, voltada para a análise de artigos e livros relevantes sobre a importância da atuação do profissional de educação física no acompanhamento de idosos. O objetivo principal consiste em identificar os benefícios do treinamento físico para a melhoria dos aspectos socioemocionais, psicológicos e na redução do risco de quedas nesse grupo populacional, enfocando os ganhos proporcionados pela prescrição e acompanhamento profissional.
A amostra selecionada para este estudo compreende artigos que investigaram os efeitos da prática de atividade física em idosos, especialmente sob a supervisão de profissionais de educação física, com vistas a melhorar a qualidade de vida. A revisão bibliográfica foi conduzida em seis etapas: formulação da pergunta norteadora, busca de artigos científicos, coleta de dados, análise do material, resultados e discussões, e apresentação do trabalho.
A pesquisa de literatura foi realizada em plataformas renomadas como Scielo, Medline, Google Acadêmico, Pubmed e Lilacs, utilizando palavras-chave em português e inglês associadas pelo operador booleano “AND”. Os critérios de inclusão abrangeram artigos completos, de acesso livre, nos idiomas português, inglês e espanhol, publicados entre 2014 e 2024 dos últimos 10 anos, com foco na atuação do profissional de educação física no bemestar de idosos, com ou sem patologias.
Foram excluídos da análise editoras, teses, dissertações ou estudos que não contribuíam de forma relevante para o tema em questão. Dado o caráter de revisão bibliográfica, não se fez necessária a submissão ao comitê de ética em pesquisa.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
Foram encontrados um total de 70 artigos em português e inglês nas bases de dados Scielo, Medline, Google acadêmico, Pubmed e Lilacs. Após a análise do título, resumo e texto completo, seguindo os critérios de inclusão e exclusão, chegou-se ao total de 21 artigos. Sendo desses aproveitados para embasamento e construção do texto 15 artigos.
Thrall e colaboradores (2014) conduziram estudos laboratoriais para investigar os efeitos do estresse sobre a hemostasia e hemorreologia, bem como os impactos da prática de atividade física em diferentes intensidades. Suas descobertas indicam que a prática regular de atividade física em intensidades moderadas pode ser benéfica e ter efeitos protetores sobre a função cardíaca, contribuindo para a prevenção de patologias coronarianas e outras disfunções cardiovasculares.
Os resultados sugerem que a atividade física moderada exerce influência positiva sobre os processos fisiológicos relacionados à coagulação sanguínea e à viscosidade do sangue, o que pode melhorar o funcionamento geral do organismo. Além disso, evidenciase que a prática regular de exercícios físicos contribui para a prevenção de doenças crônicas, incluindo aquelas de natureza cardiovascular.
Dessa forma, os estudos de Thrall, Lane, Carroll e Lip (2014) fornecem suporte científico para a promoção da atividade física como parte integrante de estratégias preventivas e terapêuticas voltadas para a saúde cardiovascular, destacando seus efeitos positivos na função cardíaca e na redução do risco de doenças crônicas.
Já o estudo conduzido por Falci e Belisário (2014) investigou os efeitos da inclusão de profissionais de educação física no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) na melhoria do atendimento em saúde primária, com foco na promoção do bem-estar e qualidade de vida, bem como na prevenção de doenças crônicas degenerativas. A pesquisa reconheceu a importância da atividade física nesse contexto multiprofissional.
Os resultados revelaram que a inclusão do profissional de educação física no NASF proporcionou melhorias significativas no atendimento, especialmente na promoção da saúde e prevenção de doenças. No entanto, o estudo também destacou as dificuldades iniciais enfrentadas devido à falta de direcionamento adequado nos estágios iniciais do programa.
Para superar essas dificuldades, foram implementadas reformulações e novas diretrizes, as quais contribuíram de forma positiva para o trabalho multiprofissional no NASF. Essas mudanças resultaram em uma abordagem mais eficaz e integrada no cuidado à saúde primária, enfatizando a importância da atividade física como parte essencial desse processo.
Portanto, os achados deste estudo ressaltam a relevância da presença do profissional de educação física no NASF para aprimorar a prestação de serviços de saúde primária, promovendo o bem-estar e a qualidade de vida da população atendida.
A Organização Mundial de Saúde (WHO Library, 2015) divulga métodos e práticas para promover um envelhecimento saudável, visando o aprimoramento das capacidades funcionais e o alcance de benefícios sociais e econômicos para a qualidade de vida e bemestar dos idosos. Essas diretrizes visam incentivar a participação ativa contínua na sociedade, com o intuito de contribuir para a prolongação da independência durante a longevidade.
As estratégias recomendadas pela OMS envolvem intervenções multifacetadas que abordam aspectos físicos, psicológicos e sociais do envelhecimento. Isso pode incluir a promoção de hábitos de vida saudáveis, como dieta balanceada, prática regular de exercícios físicos e prevenção de doenças crônicas.
Além disso, a OMS destaca a importância do apoio social e da participação em atividades comunitárias para promover a inclusão e o engajamento dos idosos na sociedade. Isso não só contribui para o bem-estar individual, mas também para o fortalecimento dos laços sociais e a coesão comunitária.
Ao adotar essas medidas, espera-se que os idosos possam desfrutar de uma melhor qualidade de vida, mantendo sua independência funcional e contribuindo de maneira significativa para o seu próprio bem-estar e para o desenvolvimento sustentável da sociedade.
No estudo conduzido por Ferreira (2015), nutricionista e professora, foi observado um aumento exponencial da prevalência de obesidade entre a população idosa. O estudo destaca a influência significativa da atividade física na modificação da composição corporal, na redução do peso corporal e na melhoria da autoestima dos idosos.
Os resultados evidenciam que a prática regular de atividade física desempenha um papel fundamental no manejo e na prevenção da obesidade em idosos, contribuindo para a promoção de uma composição corporal saudável e para a redução do peso excessivo. Além disso, destaca-se o impacto positivo da atividade física na autoimagem e na autoestima dos idosos, o que pode ter importantes implicações para sua qualidade de vida e bem-estar psicossocial.
Portanto, o estudo de Ferreira (2015) reforça a importância da promoção da atividade física entre os idosos como uma estratégia eficaz para o controle da obesidade e para a melhoria global da saúde e do bem-estar nessa faixa etária.
Já o estudo de Nascimento e colaboradores (2016) investigou os efeitos da prática de exercícios físicos na saúde física e emocional de 187 idosos. Observou-se melhorias significativas tanto no aspecto físico quanto no emocional dos participantes.
A prática regular de exercícios físicos foi associada a uma maior satisfação com a longevidade, bem como a melhorias nas capacidades motoras, fortalecimento muscular e ósseo, e redução do estresse.
Para avaliar os níveis de estresse dos participantes, foram utilizadas escalas específicas, comparando os resultados entre os praticantes e não praticantes de atividade física.
Os resultados indicam que os idosos que praticavam atividade física apresentaram níveis mais baixos de estresse em comparação com aqueles que não praticavam. Além disso, os participantes relataram uma maior satisfação com a vida, o que sugere um impacto positivo da prática de exercícios na promoção de um envelhecimento saudável e de qualidade.
Sendo assim, este estudo ressalta a importância da atividade física na promoção da saúde física e emocional dos idosos, contribuindo para uma maior satisfação com a vida e para um envelhecimento ativo e saudável.
No estudo conduzido por Carvalho et al. (2017), foi realizado um acompanhamento de um grupo de 383 idosos, utilizando um questionário elaborado e descritivo para avaliar a prática de atividade física e as alterações significativas que essa prática pode causar em suas vidas. O estudo ressaltou a importância da orientação do profissional de educação física na execução adequada dos exercícios por parte desses indivíduos.
Além disso, foram analisados os fatores externos que influenciam a adesão dos idosos à prática de atividades físicas, incluindo motivações emocionais, pessoais e sociais. Foi observado que a presença do profissional de educação física desempenha um papel crucial não apenas na competência técnica para conduzir o grupo, mas também na motivação e no estímulo para a adesão e continuidade das atividades físicas.
Os resultados obtidos por meio de entrevistas indicaram que a relação estabelecida entre os idosos e o profissional de educação física pode ser transformadora e motivadora, influenciando positivamente na realização regular das atividades físicas. Essa interação contribuiu para mudanças comportamentais, físicas e psicossociais dos participantes, promovendo melhorias significativas na qualidade de vida de cada indivíduo envolvido no programa.
Portanto, o estudo de Carvalho et al. (2017) destaca o papel central do profissional de educação física na promoção da saúde e no bem-estar dos idosos, evidenciando sua capacidade de motivar e orientar os participantes para a prática regular de atividades físicas, com impacto positivo em diversos aspectos de suas vidas.
No estudo de Kopiler (2017), o autor destaca o processo de prescrição de exercícios, enfatizando a importância de um cronograma cuidadosamente elaborado que leve em consideração as limitações individuais de cada cliente. O autor ressalta a necessidade de realizar uma avaliação sucinta e objetiva para garantir que o cliente seja capaz de executar todo o plano de atividades proposto e alcançar os objetivos estabelecidos para melhorar sua qualidade de vida, bem-estar e capacidades motoras, cognitivas, psicossociais, entre outros aspectos.
Kopiler enfatiza a importância de uma abordagem personalizada na prescrição de exercícios, levando em consideração as necessidades específicas de cada indivíduo e adaptando o plano de atividades de acordo com suas capacidades e limitações. Isso requer uma avaliação completa e precisa que permita ao profissional de educação física identificar os pontos fortes e fracos do cliente e desenvolver um programa de exercícios adequado para alcançar os resultados desejados.
Ao adotar essa abordagem individualizada e cuidadosa, é possível maximizar os benefícios da prática de exercícios para a saúde e o bem-estar do cliente, garantindo que ele possa alcançar seus objetivos de forma segura e eficaz, além da importância do profissional de educação física tendo papel principal nesse segmento.
Na pesquisa realizada por Marshall e Bauman (2018) foi apresentado um modelo detalhado de avaliação para a prescrição de exercícios em idosos. Esse modelo enfatizou a importância de realizar uma avaliação abrangente do paciente, utilizando um formulário internacional de entrevista, o IPAQ, que é de fácil aplicação e baixo custo financeiro.
A avaliação proposta pelo estudo incluiu a análise da forma metabólica e a anamnese de conhecimento pessoal do paciente. Através da coleta de dados desses aspectos, os pesquisadores puderam obter informações precisas sobre a condição física, histórico médico, nível de atividade física e outras variáveis relevantes para a prescrição de exercícios.
Com base nos dados coletados, foi possível desenvolver um programa de treinamento individualizado, levando em consideração a individualidade de cada paciente. Isso permitiu uma abordagem mais precisa e eficaz na prescrição de exercícios, adequada às necessidades e capacidades específicas de cada indivíduo.
Essa abordagem detalhada e personalizada na avaliação e prescrição de exercícios é fundamental para garantir a segurança e eficácia do programa de treinamento, contribuindo para a promoção da saúde e bem-estar dos idosos. Além disso, evidencia a importância de utilizar métodos de avaliação acessíveis e de baixo custo, como o IPAQ, para facilitar a implementação desse modelo na prática clínica e comunitária.
Kotani, K et al. (2019) abordam a relevância da atividade física na população idosa, valendo-se de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) para estabelecer os parâmetros de classificação etária. Segundo os critérios da OMS, indivíduos são considerados como integrantes da terceira idade ao atingirem a idade de 65 anos em países desenvolvidos e 60 anos em países em desenvolvimento. O estudo salienta um incremento nesse limiar de idade em comparação a períodos precedentes, indicando uma tendência global neste sentido.
Há uma correlação sugerida entre o aumento da idade que caracteriza a terceira idade e a adoção de práticas regulares de exercício físico. Tal correlação aponta para a aquisição de hábitos de exercício como um fator preponderante para uma qualidade de vida superior e um processo de envelhecimento mais saudável. Ademais, destaca-se que a prática contínua de atividades físicas pode conferir maior independência à vida dos idosos que atingem essa faixa etária.
Os autores também exploram as implicações metabólicas e psicomotoras associadas à prática de atividade física na terceira idade. Tais implicações incluem melhorias nos processos metabólicos, como o controle glicêmico e a preservação da massa muscular, além de benefícios para a coordenação motora e a saúde mental
O estudo conduzido por Lima et al. (2019), foram entrevistados em média 14 idosos que praticavam atividades físicas há pelo menos dois anos. Os resultados revelaram que os idosos consideram o profissional de educação física como uma peça fundamental do grupo, indo muito além da mera competência técnica. Na percepção dos participantes, o educador físico torna-se um conhecedor dos idosos, atuando também como mediador de conflitos. Destaca-se ainda que a relação estabelecida entre o educador físico e seu aluno é crucial para manter a continuidade das atividades físicas entre os idosos, influenciando diretamente na permanência do aluno em sua prática regular. Esses achados sugerem a importância de um papel mais abrangente do profissional de educação física no contexto do envelhecimento ativo, não apenas como um instrutor técnico, mas como um facilitador do bem-estar e da qualidade de vida dos idosos.
No estudo mais recente conduzido por Kopiler (2020), é abordada uma questão crucial no contexto do envelhecimento: a perda da capacidade motora em idosos que não mantêm uma rotina ativa de atividades físicas. O autor destaca a importância fundamental do corpo estar em constante movimento, argumentando que esta é uma necessidade inerente à natureza humana. Ao longo do texto, Kopiler faz uso de analogias pertinentes, como a comparação com indivíduos que dedicam suas vidas à prática constante de exercícios, como ginastas ou adeptos de outras atividades físicas, para ilustrar a conservação da funcionalidade motora e dos interesses físicos e emocionais ao longo do processo de envelhecimento.
A discussão apresentada pelo autor ressalta a relevância da atividade física como uma ferramenta eficaz na promoção da saúde e do bem-estar em todas as fases da vida. Ao enfatizar a importância do movimento contínuo, Kopiler destaca não apenas os benefícios físicos, mas também os impactos positivos na saúde emocional e psicológica dos idosos. A prática regular de atividades físicas é apresentada como um meio de preservar não apenas a capacidade motora, mas também a qualidade de vida e a autonomia na idade avançada.
Por meio de uma abordagem embasada em evidências científicas, este estudo contribui significativamente para o entendimento dos fatores que influenciam a saúde e o envelhecimento ativo. Ao destacar a importância da atividade física como uma estratégia preventiva contra a perda da capacidade motora e outras complicações associadas ao envelhecimento, o autor fornece insights valiosos para profissionais de saúde, pesquisadores e indivíduos interessados em promover um envelhecimento saudável e com qualidade de vida.
O estudo realizado por Pickering et al. (2021) destaca a preocupante decadência da atividade física entre idosos com mais de 65 anos em uma região específica da França. Tanto os programas direcionados a esse público quanto os ambientes domésticos ou locais apropriados para a prática de exercícios são afetados pela baixa procura, resultante da falta de interesse, informação e até mesmo de problemas financeiros por parte dos idosos.
Diante desse cenário desafiador, o objetivo do estudo é desenvolver programas eficazes que possam influenciar positivamente esse grupo da terceira idade a adotar e usufruir das atividades físicas. Reconhecendo os benefícios significativos que a prática regular de exercícios pode trazer para a qualidade de vida e independência dos idosos, os autores propõem intervenções que visam superar as barreiras identificadas e promover uma mudança de comportamento.
Esses esforços não apenas buscam aumentar a adesão dos idosos às atividades físicas, mas também visam proporcionar-lhes uma melhor compreensão dos benefícios e oportunidades disponíveis, além de oferecer suporte financeiro quando necessário. Ao final, o objetivo é capacitar os idosos a incorporar a prática de atividades físicas em suas rotinas diárias, resultando em melhorias significativas em sua qualidade de vida e autonomia.
SCABAR et al. (2014) fala sobre a criação dos núcleos de apoio a saúde da família (NASF) teve como grande perspectiva ampliar o atendimento integral que se baseia na PNPS ( política nacional da saúde), que inclui a prática de atividade física na rede básica de saúde e da comunidade, dessa forma ampliando mais espaço para o educador físico no serviço de atenção básica. A postura do profissional precisa ultrapassar a individualidade e fragmentada tendo em vista que o sujeito e a comunidade precisam ser colocados como os únicos responsáveis na mudança do processo saúde – doença.
5. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na análise dos artigos selecionados e avaliados, evidencia-se a significativa importância de uma vida ativa com exercícios físicos para um envelhecimento sustentável. A presença de um profissional de educação física é crucial para fornecer orientação, motivação e
educação em prol do bem-estar, promovendo saúde e satisfação na terceira idade. Este profissional desenvolve programas de treinamento individualizados, respeitando as particularidades e limitações de cada idoso, o que pode prevenir o uso crônico de medicamentos e o desenvolvimento de doenças prematuras.
A prática regular de exercícios físicos sob a supervisão de um profissional qualificado demonstrou eficácia na melhoria da qualidade psicomotora, do sono, na redução de dores musculares e ósseas, bem como no aprimoramento da mobilidade, capacidade cognitiva e resistência a transtornos mentais, como depressão e ansiedade. Além disso, tal abordagem facilita a integração social ativa e direta dos idosos na comunidade.
Portanto, os estudos destacam a importância do acompanhamento profissional em educação física para a promoção da saúde, prevenção de doenças e lesões, o que pode resultar em uma maior longevidade e envelhecimento saudável para os idosos, quando combinado a programas de treinamento especializados, adaptados às suas necessidades e capacidades.
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