REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202408231354
Driely Xavier Carneiro Araújo1; Ayla Pimenta Carneiro2; Luiz Carlos Ferreira3
Resumo
O presente trabalho que foi realizado na Escola Estadual Olegário Maciel trata-se de um relato de experiência, experiência essa que a CAPES proporcionou através do programa de residência pedagógica, o qual ajuda os discentes no aperfeiçoamento de seus conhecimentos na sala de aula. A atividade lúdica desenvolvida foi um jogo da memória sobre o conteúdo sistema endócrino, esse tipo de atividade estimula uma aprendizagem mais prazerosa e significativa, estimulando a construção de novos conhecimentos e potencializando assim o desenvolvimento dos estudantes. O objetivo deste relato é demonstrar a importância das atividades práticas, destacando a transformação dos momentos lúdicos em oportunidades de aprendizado e desenvolvimento, não só em laboratório, mas também em formas de jogos, vídeos e diversos outros métodos oferecendo uma visão mais ampla do impacto dos jogos no crescimento pessoal e nas relações interpessoais, dessa forma os alunos se sentem parte das experiências e podem obter uma melhor compreensão dos conteúdos.
Palavras-chave: Lúdico.Ensino e Aprendizagem. Jogos.
1 INTRODUÇÃO
A licenciatura em si é uma área de formação que permite às pessoas passarem os conhecimentos adquiridos para as outras pessoas, mexer com biologia a vida de todos os seres sendo zelada pelas pessoas é uma coisa incrível, ser professor é uma dádiva que o Instituto Federal do Norte de Minas Campus Januária, vem me proporcionado e, a CAPES através da Residência Pedagógica tem me permitido vê como é na prática tudo aquilo que passei anos estudando, ato esse que é uma grande experiência para minha vida acadêmica e futuramente profissional.
A disciplina de Biologia procura contribuir para o desenvolvimento de um pensamento crítico a respeito da vida, e consequentemente, para uma integração cada vez maior entre os elementos da biosfera (PAULINO, 2000).
O presente trabalho trata de um relato de experiência sobre uma atividade prática(lúdica) realizada sobre o sistema endócrino, o qual é o conjunto de glândulas responsáveis pela produção dos hormônios que são substâncias químicas reguladoras, e embora sejam conduzidos pela corrente sanguínea para todas as partes do corpo, apenas alguns órgãos ou tipos de células estão aptos a responder aos seus estímulos.
Segundo Veronez (2012, p.1), os hormônios “são substâncias responsáveis por regular as atividades entre as células, tecidos e órgãos do corpo, coordenando-as por meio do inter-relacionamento de vários tipos de mensageiros químicos”.
Para Santos (1997) “A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural”. Na adolescência os interesses dos alunos mudam muito, mas a parte lúdica das matérias ainda é um grande fator de construção de conhecimentos.
Conforme Borges (1997apud HOERNIG, 2011) “os professores precisam encontrar novas maneiras de usar as atividades práticas experimentais mais eficientemente e com propósitos bem definidos”. Já que os professores devem preparar os alunos para o mercado de trabalho cabe a eles então combinar aprendizagem e diversão, proporcionando aos estudantes momentos prazerosos durante os estudos.
Esta experiência solidificou meu compromisso com a ciências biológicas e me incentivou a continuar explorando os mistérios fascinantes do lúdico, pois, o ato de ensinar é um dos maiores prazeres da vida de um professor principalmente quando seus alunos conseguem absorver todo o conhecimento passado para eles, dessa forma os educadores são capazes de perceber que todas as formas de aprendizagem são válidas independente de como a matéria é aplicada. Os profissionais devem estar conscientes e refletir sobre a importância da diversificação e de entrelaçar o desenvolvimento da cognição e de atividades interessantes no processo de ensino e aprendizagem.
De acordo com Borges (1997 apud HOERNIG, 2011), “O ensino tradicional de ciências, da escola primária aos cursos de graduação, tem se mostrado pouco eficaz, seja do ponto de vista dos estudantes e professores, quanto das expectativas da sociedade”. Abordagem metodológica diferenciada ela contribui com o desenvolvimento cognitivo, emocional, social e motor além de despertar o interesse e auxiliar na aprendizagem dos alunos, dessa forma os professores devem estar sempre em busca por métodos eficazes de ensino que promovam a motivação, criatividade e principalmente a participação ativa dos estudantes durante as aulas.
O papel da motivação na aprendizagem e no desempenho parece incontestável, não se restringindo à vida acadêmica, mas estendendo-se às diferentes habilidades e situações da vida cotidiana. A motivação é necessária não apenas para que a aprendizagem ocorra, mas também para que sejam colocados em ação os comportamentos e habilidades aprendidos (BARRERA, 2010).
Além de contarem com o próprio desânimo e com a desatenção de alguns alunos nas aulas, muitas vezes os professores não levam em consideração o conhecimento prévio e o cotidiano dos alunos. Embora atualmente existam subsídios para a realização de diversos tipos de atividades práticas, essas atividades geralmente não são utilizadas pelos professores como ferramenta para melhorar o ensino de biologia, mas, entre as diversas estratégias que os educadores podem utilizar, para incentivar os alunos a se envolverem verdadeiramente nas matérias é a atividade lúdica, pois sua grande importância se deve não só tendo em conta os interesses dos alunos e a aprendizagem eficaz, mas também, o desenvolvimento de diversas habilidades que fazem bem tantos para os estudantes quanto para os profissionais na área da literatura.
O relato busca destacar o potencial transformador das atividades lúdicas como instrumentos cruciais no processo educacional e no desenvolvimento de habilidades práticas e críticas, enfatizando como essas experiências contribuem para uma vivência mais enriquecedora e equilibrada, na estimulação da criatividade e no alívio do estresse destacando tanto os alunos como também os professores.
Nas áreas pessoal e profissional, cada vivência é uma oportunidade única de crescimento e reflexão, neste relato, estou compartilhando uma experiência significativa a qual mudou minha perspectiva e me proporcionou pensamentos profundos e diferentes. Acredito que, ao compartilharmos nossas experiências, podemos enriquecer nossa compreensão do mundo, abrindo espaço para novas oportunidades, novos horizontes e, quem sabe, inspirar reflexões similares uns aos outros. Em um mundo caracterizado pela evolução tecnológica, os jogos executam um grande papel nos ensinando lições valiosas sobre estratégia, cooperação e superação, e tudo isso com pura diversão e aprendizado.
2 METODOLOGIA
A professora/preceptora Ayla Pimenta Carneiro sugeriu para que fosse levada para sala de aula uma atividade prática(lúdica), que teve como conteúdo o sistema endócrino, o objetivo era que essa atividade fosse realizada como intervenção pedagógica nas turmas do 2º ano ensino médio integral, mas a prática foi feita com os alunos na parte da tarde na Escola Estadual Olegário Maciel está situada na Avenida Coronel Cassiano, número 440, Centro, no município de Januária, Minas Gerais, CEP 39480-000.
No primeiro instante houve apresentação de slide com explicação do conteúdo, esse momento proporcionou aos alunos relembrar da matéria que eles já tinham estudado. A apresentação consistiu em explicar sobre o que é o sistema endócrino, e sobre seus principais componentes como o hormônios, glândulas e órgãos como também sobre as funções de cada um deles, e depois disso foram sanadas algumas dúvidas. (Figura 1)
Após uma breve apresentação de slides sobre o tema, o jogo foi disponibilizado aos alunos e a sala foi dividida em dois grupos para que houvesse interação, colaboração e trabalho em equipe. Originalmente era para ter sido um jogo da memória onde os alunos são desafiados a lembrar-se da localização das cartas, o que melhora a memória e a concentração, mas com apenas uma aula em cada turma, o tempo de explicação e execução do trabalho foram diminuídos. E então a dinâmica do jogo foi explicada para que os alunos entendessem o que seria cobrado deles naquele momento.
A proposta do jogo que foi realizada teve a seguinte forma: Cada grupo receberam seus conjuntos de 32(trinta e duas) cartas para formarem 16(dezesseis) pares, nelas continham as imagens e suas respectivas funções, as mesmas foram embaralhadas em cima de uma mesa todas viradas para cima, para que os alunos conseguissem observer tudo que estava ao seu alcance e logo após os alunos tentaram associá-las umas com as outras tudo de acordo com o que tinha sido explicado anteriormente, por fim o grupo que conseguisse acertar mais funções ganharia prêmios. (Figura 2)
3 DISCUSSÃO
A prática não contou com a presença de todos os alunos, mas aqueles que se importam em aprender e participar, da para perceber quão grande é o desinteresse de alguns alunos chega ser algo desmotivador, mas aqueles que participaram ao final alguns conseguiram acertar 13 outros apenas 6 mais também tiveram aqueles que conseguiram acertar os 16 pares, com foi possível perceber que muitos alunos não conseguiram terminar o jogo a tempo, uns diziam ser muito difícil enquanto para outros foi um jogo super fácil. Dessa forma, somos capazes de entender que existem diversos tipos de aprendizagem e diversas pessoas com necessidades e capacidades diferentes as quais os professores devem estar aptos a lidar sem demonstrar qualquer dificuldade, por isso devemos testar todo e qualquer tipo de atividade que nos permitam testar qual é melhor para cada turma estudada
Ao discutir sobre as consequências do jogo sobre sistema endócrino, não só pode ser avaliada a eficácia da abordagem do jogo, mas também podem ser identificadas oportunidades de melhoria para garantir uma melhor experiência educacional tanto para os alunos quanto para nós docentes em formação através da adoção de aulas práticas.
A partir dessa atividade foi possível compreender quão grande é a diferença entre a interação dos alunos quando a aula é teórica e quando é prática, os alunos interagem, demonstram interesse e ajudam uns aos outros, coisa que não ocorre com frequência em aula teórica, conseguiram entender o que foi passado para eles e identificar como funciona o sistema endócrino, além das respectivas funções de seus principais componentes.
Para Rodrigues,(2001), “O jogo é uma atividade rica e de grande efeito que responde às necessidades lúdicas, intelectuais e afetivas, estimulando a vida social e representando, assim, importante contribuição na aprendizagem”. Os jogos pedagógicos quando trabalhados em equipe permite promover o desenvolvimento cognitivo dos alunos de maneira lúdica, sendo assim os alunos aprendem de maneira mais suave e incorporando características do divertimento, da satisfação, da capacidade de começar e agir de forma ativa e estimulante.
Embora a maioria dos alunos continue a lembrar os conceitos apresentados ao professor, a ferramenta chave para avaliar os estudantes é procurar abordar questões metodológicas. A prática é um meio para os alunos acumularem conhecimento, a ação deve preceder a teoria porque a conceituação procede da prática, pois não estar em uma sala de aula tradicional, apenas ouvir o professor entregando o conteúdo é sem dúvida um grande estímulo ao aprendizado.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa análise contribuiu para demonstrar o que o professor deve trabalhar para que o aluno construa novos conhecimentos pois mesmo que muitos alunos realmente possuam dificuldade em alguns conteúdos ou sejam apenas desinteressados, trabalhar de maneira lúdica é a melhor forma para, perceber as dificuldades de uns e trazer de volta o interesse de outros, devemos lembrar também que as dificuldades encontradas pelos docentes existem e mesmo com sua formação eles podem sofrer desânimo e desinteresse, pode ser por fator emocional, social ou profissional, mas mesmo com tudo isso os professores precisam criar uma atmosfera de segurança psicológica para envolver os alunos, e mostrar para eles que a escola é um local seguro e que apresentarem dificuldades não é demonstrar fraquezas. Tornar o ensino divertido não deve depender apenas de estruturas e equipamentos.
Opções práticas diferenciadas e inovadores podem ser feitas/inventadas para estimular os alunos a pensar e construir conhecimento, podendo ser realizados a qualquer hora e em qualquer lugar, conectando-se com a natureza e refletindo. Os próprios alunos podem expressar as suas próprias opiniões sobre o que esperam aprender nas aulas práticas, e isso pode ser relativamente simples de expressar.
Segundo Pilleti (1988), quanto maior o envolvimento do estudante, melhor o seu aprendizado, pois ele aprende a tirar suas próprias conclusões.
As atividades podem ser desenvolvidas com o objetivo de provocar uma aprendizagem significativa, como por exemplo os professores podem propor aos seus alunos algo um pouco diferente do que costuma fazer, ou seja ter umas aulas a partir das quais os estudantes irão ter contato com materiais, objetos ou com lugares, para fazerem determinada atividade, fugindo assim da aula teórica e mesmo com isso atingindo o objetivo da aula que no caso é compreender o conteúdo, dessa forma fica mais fácil de estimular a construção do conhecimento e, de possibilitar o desenvolvimento de habilidades, proporcionando aos alunos uma capacidade cognitiva que possibilita a compreensão e a intervenção dos mesmos nos fenômenos sociais e culturais e o ajuda a construir conexões.
REFERÊNCIAS
BARRERA, S. D. Teorias cognitivas da motivação e sua relação com o desempenho escolar. Poíesis Pedagógic, São Paulo; v.8, n.2, pp.159-175, 2010.
HOERNIG, A. M., & Pereira, A. B. (2011). As aulas de ciências iniciando pela prática: o que pensam os alunos. Revista Brasileira De Pesquisa Em Educação Em Ciências, 4(3). Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/view/4070.
PAULINO, W.R. Biologia –Volume Único, Editora Ática, São Paulo, 2000.
PILETTI, Claudino. (Org.) Didática especial. 6.ed. São Paulo: Ática S.A, 1988.
RODRIGUES, M. O desenvolvimento do pré-escolar e o jogo. Ed Vozes –2001 Petrópolis – Rio
SANTOS, S. M. P. O lúdico na formação do educador. 6ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
VERONEZ, Djanira A. de L., VIEIRA, Michele P. M. M., REGATTIERI, Neysa A. T. Abordagem Morfofuncional do Sistema Endócrino.
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