A IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES DE PROMOÇÃO A SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA BASEADAS EM INTERVENÇÕES EDUCATIVAS

THE IMPORTANCE OF HEALTH PROMOTION ACTIONS IN PRIMARY CARE BASED ON EDUCATIONAL INTERVENTIONS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411081814


Luise Helena Leite Maciel1
Angelina Dantas Martins2
Rebeca Suênia Medeiros de Macedo Olímpio3
Valessa Paula Nascimento Santiago 4
Maria Cristina Mendes de Oliveira5
Priscila Cabral Gomes 6
Karina Lima Barbosa da Silva 7
Myrelle Alves da Silva8
Marcia Eduarda Wanderley Dornelas9
Amanda Isabel Borges de Lima10
Ellen Paes de Andrade Santiago11
Karina Maria da Silva Menezes12
Monique Michelle Nogueira Domingues13
Amynsitha Alcântara Barreto Marques14
Maria Eduarda Soares da Silva15
Maria Alice Pereira de Souza Leal16 


Resumo 

A promoção da saúde consiste em estratégias que visam melhorar a qualidade de vida de indivíduos e comunidades, por meio de ações conjuntas entre governo, setor de saúde e outros setores sociais e econômicos. Essas ações devem dialogar com as necessidades locais e diferenças socioeconômicas e culturais, promovendo ambientes saudáveis, reforçando a ação comunitária e desenvolvendo habilidades de cuidado através da educação em saúde. Este artigo realiza uma revisão integrativa da literatura sobre a importância das ações educativas na promoção à saúde na Atenção Básica. A busca abrange estudos indexados em bases como LILACS, SciELO, PubMed, Scopus e CINAHL, priorizando artigos em português e inglês. Foram examinadas intervenções aplicadas no contexto da Atenção Básica, excluindo estudos realizados em ambientes hospitalares ou especializados. Os resultados apontam que as intervenções educativas, como palestras, rodas de conversa e visitas domiciliares, capacitam a população a adotar práticas saudáveis, aumentando a adesão a tratamentos e prevenindo doenças crônicas. No entanto, a implementação dessas ações enfrentadas pelos desafios, como a falta de recursos e a resistência de parte da população. É necessário capacitar os profissionais de saúde e promover maior integração com a comunidade. Conclui-se que as intervenções educativas na Atenção Básica são fundamentais para promover o autocuidado e a prevenção de doenças. Recomenda-se que as políticas públicas priorizem e invistam nessas ações, fortalecendo a promoção da saúde e a redução das desigualdades. 

Palavras-chave: Promoção da saúde. Atenção básica. Intervenções educativas. 

1. INTRODUÇÃO

 A promoção da saúde consiste em um conjunto de estratégias com o objetivo da melhoria na qualidade de vida tanto do individuo quanto do coletivo nele inserido. As ações de promoção da saúde são potencializadas por meio de ações coordenadas entre governo, setor saúde e outros setores sociais e econômicos para estabelecer estratégias que devem dialogar com as necessidades locais e as diferenças socioeconômicas e culturais em prol da construção de políticas públicas que promovam ambientes e territórios saudáveis, reforcem a ação comunitária na direção dos assuntos de saúde, desenvolvam habilidades pessoais de cuidado por meio da divulgação de informação e da educação para a saúde e reorientem os serviços de promoção da saúde, com a participação da comunidade e de outros setores. 

Entre os principais marcos referenciais na temática da promoção da saúde se destacam o Relatório Lalonde, publicado em 1974 no Canadá, e a Carta de Ottawa, em 1986, resultado da I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, firmando-a como proposta a ser incorporada como diretriz na formulação de políticas públicas de saúde. Estes movimentos influenciaram a reforma sanitária e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, que tem adotado a Atenção Básica à Saúde (ABS) para implementar ações intersetoriais de promoção da saúde e prevenção de agravos.     A educação em saúde almeja desenvolver mudanças no comportamento do indivíduo, as quais resultam da reflexão e participação ativa dos usuários no processo de cuidado com isso, as práticas educativas devem contribuir para o aumento da autonomia dos indivíduos e para os debates, utilizando a escuta qualificada e a construção conjunta do conhecimento. Cabe destacar que, pela longitudinalidade do cuidado, inserção comunitária e primeiro contato dos usuários, a ESF é local privilegiado para o desenvolvimento das ações educativas, que podem ser utilizadas pelos profissionais de saúde para a construção de vínculos, acesso a realidade dos usuários e efetivação do trabalho da equipe.  

Para promover as intervenções educativas os profissionais devem utilizar os diversos recursos e espaços disponíveis nos serviços de saúde e na comunidade, sejam públicos ou privados, pois tal ação é importante para a promover a qualidade de vida e o desenvolvimento de tarefas diárias das pessoas, potencializando o cuidado. 

O presente artigo tem como objetivo revisar a literatura sobre a importância das ações de promoção à saúde na Atenção Básica, focando nas intervenções educativas como meio de conscientização e prevenção de doenças. 

2. METODOLOGIA

Neste estudo, a revisão bibliográfica será realizada de forma sistemática, abrangendo uma ampla gama de fontes, incluindo artigos de periódicos, teses, dissertações, livros e relatórios técnicos relacionados a promoção a saúde na atenção básica.Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada através dos materiais científicos indexados na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Utilizou-se para a busca dos artigos as bases de dados: LILACS (Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde), ScieLO (Scientific Electronic Library On -line),PubMed, Scopus e CINAHL (Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature), entre outras, utilizando palavras-chave relevantes relacionadas ao tema, “Promoção da Saúde”, “Atenção Básica” e “Intervenções Educativas”, entre outras. A busca será restrita a artigos em português e inglês, considerando a relevância e disponibilidade de informações nessas línguas.Os critérios de inclusão para seleção dos estudos serão definidos previamente e incluirão artigos que abordem explicitamente intervenções aplicadas na Atenção Básica Serão excluídos estudos que não estejam diretamente relacionados ao tema ou que não atendam aos critérios de qualidade estabelecidos. Foram excluídos os artigos que abordam intervenções fora da Atenção Básica, como ou hospitais especializados, para restringir o contexto ao nível primário de atenção à saúde. Após a seleção dos estudos, será realizada uma análise crítica do conteúdo, identificando informações relevantes, tendências, lacunas no conhecimento e evidências científicas que possam contribuir para a construção do argumento do estudo.  

Os resultados da revisão bibliográfica serão apresentados de forma organizada e sintetizada no trabalho, fornecendo uma base teórica sólida para embasar a discussão e as conclusões.Por meio da revisão bibliográfica, esperase obter uma compreensão aprofundada sobre a importância das ações de promoção a saúde na atenção básica baseadas em intervenções educativas, integrando evidências científicas e experiências práticas relatadas na literatura especializada. Essa análise crítica permitirá identificar lacunas no conhecimento e áreas que necessitam de maior investigação, contribuindo para o avanço do campo e aprimoramento da prática clínica. 

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

As intervenções educativas consistem em ações que visam capacitar indivíduos e grupos a adquirir conhecimentos, habilidades e atitudes para a promoção da saúde (COSTA et al., 2019). Essas ações incluem atividades como palestras, workshops, rodas de conversa, visitas domiciliares e grupos educativos, que buscam informar a população sobre fatores de risco, hábitos de saúde e autocuidado. Estudos mostram que intervenções educativas aplicadas na Atenção Básica são recomendadas para o aumento da adesão a tratamentos e programas de saúde, especialmente no manejo de doenças crônicas como diabetes mellitus e hipertensão arterial (SILVA et al., 2021). Além disso, há evidências de que essas ações melhoram a qualidade de vida dos usuários e reduzem os custos associados ao tratamento de complicações evitáveis (MORAES & FERREIRA, 2022). 

A educação em saúde na Atenção Básica visa o empoderamento dos usuários, promovendo uma participação ativa na gestão de sua saúde. Segundo Santos et al. (2020), as ações educativas aumentam o conhecimento dos usuários sobre fatores de risco, prevenção de doenças e cuidados básicos, o que resulta em uma maior autonomia e melhor autocuidado.As estratégias educativas têm como indicadores indicados na melhoria dos hábitos de vida e na prevenção de doenças. Um estudo realizado por Oliveira et al. (2021) destacou que a prática de atividades educativas contribuiu para a redução de índices de obesidade e sedentarismo em uma comunidade atendida por uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Apesar dos benefícios evidentes, ainda existem desafios na implementação de ações educativas na Atenção Básica, como a falta de capacitação dos profissionais, escassez de recursos e a resistência de parte da população em adesão às atividades propostas (ALVES et al., 2022). Além disso, é necessária maior integração entre os profissionais de saúde e a comunidade, de modo a tornar as ações mais participativas e efetivas. 

4. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

As intervenções educativas na Atenção Básica são ferramentas essenciais para a promoção da saúde, permitindo que a população adquira conhecimentos e habilidades que favoreçam o autocuidado e a prevenção de doenças. Foi demonstrado que as ações educativas apresentam resultados positivos em diversos contextos, como o aumento da adesão a tratamentos, a melhoria de hábitos de vida e a ampliação do conhecimento dos usuários sobre saúde. Recomenda-se que as políticas públicas e programas de saúde priorizem e invistam em ações educativas na Atenção Básica, fortalecendo a promoção da saúde e contribuindo para a redução das desigualdades em saúde. Além disso, é crucial capacitar os profissionais de saúde para desenvolverem ações educativas mais eficazes e sensíveis às demandas da comunidade. 

REFERÊNCIAS 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Saúde da Família. Carteira de serviços da Atenção Primária à Saúde (CaSAPS) Ministério da Saúde – Brasil: versão profissionais de saúde e gestores. Brasília, DF, 2020. 85 p. 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS): Anexo I da Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017, que consolida as normas sobre as políticas nacionais de saúde do SUS. Brasília, DF: MS, 2018. 40 p. 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, DF : MS, 2012. 114 p. 

Macinko J, Mendonça CS. Estratégia Saúde da Família, um forte modelo de Atenção Primária à Saúde que traz resultados. Saúde Debate [Internet]. 2018 [citado 2022 mar 20]; 42(1): 18-37. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1590/010311042018S102 

Villa-Vélez L. Educación para la salud y justicia social basada en el enfoque de las capacidades: una oportunidad para el desarrollo de la salud pública. Ciênc. Saúde Colet. 2020; 25(4):1539-46. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232020254.19052018 

Vieira FS, Portela NLC, Sousa GC, Costa ES, Oliveira DEP, Neiva MJLM. Interrelationship of health education actions in the context of the family health strategy: nurses’ perceptions. Rev. Fundam. Care Online. 2017; 9(4):1139-44. DOI: http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2017.v9i4. 1139-1144 

Oliveira MAC, Pereira IC. Atributos essenciais da Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família. Rev Bras Enferm. 2013 set;66(esp):158-64.


1Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Maurício de Nassau Campus Graças.e-mail: luisehelena39@gmail.com
2Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Maurício de Nassau Campus Graças.e-mail: angelinadm.enf@gmail.com
3Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Maurício de Nassau Campus Caxangá. e-mail: rebecasuenyamedeirosdemacedo@gmail.com
4Discente do Curso Superior Enfermagem do Centro Universitário Maurício de Nassau Campus Caxangá. e-mail: Valessapaula@live.com
5Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Maurício de Nassau Campus Graças. e-mail: cristinamendes84783@gmail.com
6Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Maurício de Nassau Campus Graças. e-mail: Prygomes6@gmail.com
7Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Maurício de Nassau Campus Graças. e-mail: karina_lima.bs@hotmail.com
8Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Maurício de Nassau Campus Graças. e-mail: myhalvess@outlook.com
9Discente do Curso Superior de Enfermagem da Universidade Tiradentes Campus Imbiribeira. e-mail: eduarda.dornelas99@gmail.com
10Discente do Curso Superior de Enfermagem da Universidade Tiradentes Campus: Imbiribeira .e-mail: amandaisabel000@gmail.com
11Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Maurício de Nassau Campus Graças. e-mail: ellenandrades2003@gmail.com
12Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Maurício de Nassau Campus Graças. e-mail: Karina_14dhenifer@hotmail.com
13Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Maurício de Nassau Campus Graças. e-mail: moniquemichellisempre@hotmail.com 
14Discente do Curso Superior de Enfermagem da Universidade Tiradentes. Campus: Imibiribeira . e-mail: mysitha@gmail.com
15Discente do Curso Superior de Odontologia do Centro Universitário Maurício de Nassau Campus Graças. e-mail: meduardasds1997@gmail.com
16Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Maurício de Nassau Campus Graças. Email:alice.souzaleal@gmail.com