A IMPORTÂNCIA DA TESTAGEM RÁPIDA EM AMBIENTES ACADÊMICOS PARA IMPEDIR O AUMENTO DA COVID-19 NA AMAZÔNIA OCIDENTAL  

IMPORTANCE OF RAPID TESTING IN ACADEMIC ENVIRONMENTS TO PREVENT THE INCREASE OF COVID-19 IN THE WESTERN AMAZON

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10116589


Pablo Rodrigo Ribeiro Ramos;
Samuel Martins de Almeida Carneiro;
Maria da Conceição Silva da Silva;
Rafaella Georgia Lima Damasceno;
Lydhia Rubhia de Lima Torres;
Eder Ferreira de Arruda;
Ana Kácia da Silva Cavalcante Ferreira;
Laura nadyne da Silva silvestre;
Tawã do Nascimento Fontes;
Luciano Patrocínio dos Reis;
Cirley Maria Oliveira Lobato;
Angélica Bento de Almeida;
Carolina Pontes Soares.


RESUMO

Introdução: A COVID-19 uma das mais importantes emergências em saúde do século vinte e um, demonstrou-se com um alto poder de disseminação, afetando a saúde, economia e direitos sociais. Tratando-se de um vírus altamente mutável, onde as variantes surgiram desde o alastramento da crise sanitária, produzindo quadros clínicos e taxas de transmissibilidade divergentes entre si. Objetivo: Relato dos dados coletados a partir de projeto de testagem contra Covid-19 para evitar novos contágios Metodologia: Foram utilizados testes rápidos de detecção de antígeno para o rastreio de casos positivos na comunidade acadêmica da UFAC, com foco em pessoas que tiveram contato recente com casos positivos para a Covid-19. Resultados e discussão: Foram realizados 700 testes no período de 05 a 19 de dezembro de 2022, dos quais 61 (8,71%) teve resultado positivos do total de participantes. Após 9 meses do diagnóstico positivo, observou-se que a quase totalidade dos pacientes apresentava algum sintoma residual, sendo o mais prevalente a perda de memória (95%). Destaca-se que o rastreamento de casos positivos para Covid-19 permitiu a prevenção do alastramento da doença na comunidade acadêmica. Conclusão: O impacto da vacinação e do rastreio foram positivos para a redução da gravidade dos casos.

Palavras-chaves: COVID-19; Teste Rápido Antígeno; SARS-CoV-2

ABSTRACT

Introduction: The COVID-19 pandemic was one of the most important health emergencies of the twenty-first century, it caused impacts in all countries in the world and the Sars-Cov-2 virus demonstrated its ability to spread quickly, affecting health, the economy, and social rights. This is a highly mutable virus, and variants have emerged since the spread of the health crisis, producing clinical conditions and transmissibility rates that differ from each other. Objective: Report of data collected from a testing project against Covid-19 to prevent new infections. Methodology: Rapid antigen detection tests were used to track positive cases in the UFAC academic community, focusing on people who had recent contact with positive cases of COVID-19. Results and discussion: 700 tests were carried out in the period from December 5th to 19th, 2022, of which 61 (8.71%) had positive results out of the total number of participants. After 9 months of the positive diagnosis, it was observed that almost all patients had some residual symptom, the most prevalent being memory loss (95%). It is noteworthy that tracking positive cases of COVID-19 allowed for the prevention of the spread of the disease in the academic community. Conclusion: The impact of vaccination and screening was positive in reducing the severity of cases.

Keywords: COVID-19; Rapid antigen test; SARS-CoV-2

INTRODUÇÃO

As novas variantes da COVID-19 vêm apresentando um sinal de alerta no mundo todo. A doença por coronavírus 2019 (COVID-19), causada pela síndrome respiratória aguda grave coronavírus-2 (SARS-CoV-2), surgiu principalmente no final de dezembro de 2019. No entre o período de 16 a 24 de fevereiro de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) enviou uma missão à China para investigar o surto de um novo vírus no país na região de Wuhan, com o objetivo de obter mais informações e realizar recomendações em relação às medidas a serem adotadas pelos governos e entidades internacionais com relação a esse vírus1

Essa missão foi a responsável pelos primeiros relatos do novo vírus o Sars-CoV-2, que viria a ocasionar a Pandemia da Covid-19 que se disseminou de forma rápida e globalmente resultando em mais de 435 milhões de infecções confirmadas e 5,9 milhões de mortes em 1º de março de 20222

O Sars-CoV-2 pertencente à mesma família dos coronavírus Sars-CoV-1 e MERS, se disseminou rapidamente para outras regiões dentro e fora do território chinês, sendo declarado pelo Ministério da Saúde a transmissão comunitária da COVID-19, doença causada pelo vírus, com previsão de continuidade da ocorrência de casos 3,4. As principais características das novas variantes são resultado da maior afinidade da ligação ao receptor celular aumentando a transmissibilidade e a resistência a anticorpos neutralizantes, sendo mais significativa nas variantes Beta (B.1.351), Gama (P.1) e Delta (B.1.617.2); há ainda o aumento da virulência, observado principalmente na variante Alfa (B.1.1.7); e o risco aumentado de reinfecção, principalmente para as variantes Gama (P.1) Zeta (P.2) e Delta (B.1.617.2) 5

Em meados de 2021 foi identificada a variante Omicron sendo caracterizada por ser altamente divergente apresentando um grande número de mutações na proteína spike, sendo algumas variantes preocupantes por estarem associadas a uma potencial evasão da imunidade humoral do hospedeiro e maior transmissibilidade 1,2

As mutações do Sars-CoV-2 originando novas variantes da cepa original do vírus têm tido manifestações divergentes devido o quadro vacinal do indivíduo e se apresenta comorbidades, gerando variações no quadro clínico apresentado pelas pessoas infectadas, com diferentes padrões sintomatológicos e dependendo das doses apresentadas da vacinação podem haver variação sintomatológica menos grave 2. A transmissão do SARS-CoV-2 normalmente são transmitidos por gotículas que podem se tornar aerossolizados, onde a falta de circulação de ar adequada em ambientes de uso comum promove a propagação do vírus transmitidas pelo ar 6. Medidas de higienização com frequência com uso de álcool 70% ou hipoclorito em superfícies, além de ser necessário evitar o compartilhamento de objetos de uso pessoal podem garantir a diminuição da contaminação1.

O diagnóstico da COVID-19 pode ser realizado de forma clínica de acordo com a sintomatologia já conhecida da COVID-19, avaliando-se os sinais e sintomas apresentados, ou por meio de exames de imagem (Radiografia de tórax e tomografia computadorizada de tórax) e exames laboratoriais, utilizando-se o método de biologia molecular (RT-PCR) ou por meio de exames imunológicos, que detectam a presença de anticorpos contra o Sars-CoV-2 no plasma do indivíduo 5,7,8.

O rastreamento de casos suspeitos de infecção pelo Sars-Cov-2 é essencial para a prevenção, sendo que, em havendo positividade, é necessário alertar as pessoas que tenham tido contato com o indivíduo infectado, Além disso, a detecção precoce de casos de Covid-19, por meio da testagem massiva, especialmente de pessoas que tenham tido maior risco de contaminação por exposição, é crucial para a detecção da doença no início, dado que, mesmo antes de se iniciarem os sintomas, a pessoa com Covid-19 pode transmitir a doença. Desse modo, a testagem em massa ocupa papel essencial para interromper as cadeias de transmissão e isolar indivíduos contaminados 9,10.

Ademais, a adoção de medidas profiláticas como o uso de máscaras, a higienização das mãos, o uso de álcool gel, a limpeza e desinfecção de superfícies de uso comum, a restrição da quantidade de pessoas em ambientes fechados e o afastamento de pessoas com sintomas gripais, são apontados como forma de conter o espalhamento da doença 11.

O teste rápido de anticorpos trata-se de um auxílio diagnóstico, de fácil execução e com boa especificidade. Apesar da sensibilidade limitada é uma ferramenta de diagnóstico indicada para ser utilizada na fase de convalescença da doença (YAMAYOSHI et al., 2020). Desta forma essas informações devem servir como base para utilização dos testes rápidos de anticorpos, SARS-CoV-2 antibody test® da marca Wondfo. O teste rápido é um ensaio imunocromatográfico para detecção rápida e qualitativa dos anticorpos IgG/IgM, produzidos na infecção causada pelo SARS-CoV-2, em amostras de sangue total, soro ou plasma humano. O teste deve ser usado como uma ferramenta para auxílio no diagnóstico da doença por infecção por coronavírus (COVID-19), causada pelo SARS-CoV-2 4,12.

Nesse sentido, o presente estudo buscou diagnosticar possíveis casos a fim de evitar a contaminação e nos casos positivos tratar, monitorar e identificar os sintomas apresentados pelos indivíduos da comunidade e docentes e discentes da Universidade, com diagnóstico positivo para Covid-19 no projeto de testagem desenvolvido na Universidade Federal do Acre (UFAC) no período de 05 a 19 de dezembro de 2022 na cidade de Rio Branco.

METODOLOGIA

População, desenho do estudo

A Universidade Federal do Acre em 2023 de acordo com a PRODGEP apresenta no seu quadro de funcionários com vínculo 1.511 pessoas distribuídas nos cargos de técnicos e docentes. Além de possuir em seu quadro de funcionários terceirizados que prestam serviço no campus sede. Em relação ao número de discentes, existem cerca de 5.451 alunos no campus sede em Rio Branco.

O projeto de testagem da COVID-19 pertence ao projeto do “Tratamento da COVID-19 com o uso da solução de bicarbonato de sódio no Brasil (número CAAE: 30567320.1.0000.0008) ”, sendo realizado no campus sede em Rio Branco em dezembro de 2022. O município como em outras capitais do Brasil, apresentaram aumento do número de casos da nova variante da Omicron da COVID-19. A testagem era realizada em pacientes sintomáticos e que tiveram contato com pacientes positivos para a COVID-19 a fim de evitar a contaminação no meio acadêmico e nos casos positivos o fossem encaminhados, no estágio inicial da doença, encaminhados aos médicos (generalista e infectologista) do projeto para avaliação, tratamento e sendo monitorados pela equipe do projeto ao longo do tratamento. Eram coletados dados relacionados aos sintomas apresentados pelos indivíduos. 

Testagem

Foram utilizados os KITs da Wondfo ® (2019-nCoV Antigen Test) doados pelo grupo “Ajudar sempre sem fronteiras (Batatais-SP). O paciente encontrava-se sentado com uma leve extensão de cabeça, o profissional introduzia o swab nas duas narinas para coleta nasofaríngea. Mediante a impossibilidade de coleta através das narinas era coletada a mostra da orofaríngea, paciente com a boca bem aberta, expondo as tonsilas faríngeas de ambos os lados.

O teste era realizado imediatamente após a amostra ser coletada, onde o swab era imerso na solução de extração, transferindo 80 µL da amostra para o poço no cassete. Ao começar a reação no cassete, mostrava-se uma cor roxa se movendo na janela no centro do cassete, onde era aguardado 20 minutos para a leitura do resultado. 

Orientações aos pacientes pela equipe do projeto e análise dos dados

Mediante os resultados positivos com sintomas, negativos com sintomas e negativos sem sintomas, os pacientes eram então encaminhados a equipe que se encontrava no mesmo local para as orientações e possível identificação da população que teve contato com o paciente para convidá-los para a testagem e assim evitar a disseminação do vírus. Após 9 meses da testagem os pacientes positivos foram contatados para verificação de presença de sintomas prolongados de COVID-19 através do telemonitoramento via Whatsapp.

Os dados foram digitados e revisados no programa Microsoft® Office Excel 2016 e analisados no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 21.0, onde foram calculadas as frequências absolutas e relativas para as variáveis de interesse.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos testes realizados, um total de 700 (91%) tiveram resultado negativo, 61 (8,71%), positivos e 2 inconclusivos (0,29%). Foram testadas pessoas entre 1 e 73 anos, conforme dispõe a Tabela 1.  Mediante a grande procura da testagem de participantes da comunidade externa que tinham algum vínculo com a comunidade acadêmica. Algumas informações como idade ficaram ausentes, constituindo 14,43% do total. Dentre os casos positivos relacionados à idade podemos destacar um maior número de casos na população entre 21 a 30 anos de 31,15% destacando que esta faixa etária era constituída majoritariamente por discentes. Em segundo lugar temos a faixa etária de 31 a 40 anos com 19,67% dos casos positivos, sendo estes pertencentes ao quadro de funcionários da instituição.

Tabela 1: Relação a variável Faixa Etária X Casos positivos das pessoas testadas por idade.

Legenda 1. Relação da variável Faixa Etária X Casos positivos das pessoas testadas por idade da comunidade acadêmica da Universidade Federal do Acre. Podemos observar um número significante e casos testados entre as idades de 21 a 30 anos com a maior porcentagem de casos positivos.

Com relação ao sexo da amostra, participaram 57% do sexo feminino e 43% do sexo masculino, sendo dos casos positivos uma maior incidência do sexo masculino nas faixas etária acima de 40 anos. Em relação às etnias as raças declaradas pelos participantes foram: 28,71% Branco, 1,14% amarelo, 43,29% pardo, 10,29 % preto e 0,43% indígenas e 16% não sabiam se autodeclarar. 

Dos 700 testes realizados, 91,2% dos participantes testaram negativo e 8,73 % testaram positivo. Dos sintomas apresentados os de maior representatividade dentre os 700 pacientes foi a dor de garganta seguido de cefaléia e tosse se repetindo nos casos positivos (Tabela 2).

Tabela 2: Proporção dos sintomas apresentados pelos pacientes com teste negativo e positivo.

Legenda 2. Dentre os sintomas coletados e analisados podemos verificar que os 3 principais sintomas na fase inicial da doença foram dor na garganta, cefaleia e tosse.

Os pacientes positivos para COVID-19 foram acompanhados pela equipe multidisciplinar do grupo do projeto e orientados a refazerem o teste rápido após 5 dias para verificar se ainda apresentavam risco de disseminar o vírus. Todos os pacientes positivos testaram negativo após 5 dias permanecendo sob tratamento e os que apresentaram sintomas persistentes foram acompanhados pela equipe médica.

Um dos fatores importantes para prevenir a disseminação das novas variantes da COVID-19 e evitar a superlotação do serviço de saúde é a apresentação das doses de vacinas estabelecidas pela Organização mundial de saúde e ministério da saúde em dia. Mediante a sua importância foram analisadas as doses da vacina de COVID-19 pelos participantes e pacientes positivos. Da amostra 8,71% não apresentavam nenhuma dose das vacinas já oferecida, sendo que deste grupo 2 pacientes testaram positivo apresentando sintomas exacerbados. Em relação às outras doses oferecidas à população no Brasil da nossa amostra, 7,14% tomaram 1ª dose, 1,71% 2ª doses, 16,14%, 3ª doses e 42,8% apresentava as 4 doses (incluindo a de reforço) ofertadas até o momento pelo ministério da saúde.

Os pacientes que testaram positivo foram orientados ao isolamento domiciliar e todas as pessoas que tiveram contato nos sete dias anteriores foram convidados a fazerem o teste rápido de COVID-19 e assim evitar a disseminação. 

Após 9 meses da testagem foram realizados contato com os pacientes positivos (n=61) e verificado que mais de 50% dos casos apresentavam sintomas da COVID prolonga como: Piora do quadro de sinusite (6,55%), artralgia (85,24%), mialgia (40,98%), fadiga estava associado aos quadros de mialgia e perda de memória (95,03%), onde houve uma maior incidência nos casos investigados. Dos pacientes não vacinados (n=2) apresentaram os 3 sintomas (Gráfico 1).

Gráfico 1: Sintomas prolongados da COVID-19 apresentados pelos pacientes positivos após 9 meses de testagem.

Legenda 3. Os sintomas prolongados mencionados após 9 meses do teste positivo para COVID-19 mostram que a perda de memória, artralgia e a mialgia são os sintomas prolongados causados pela variante Omícron.

Os testes moleculares são o diagnóstico laboratoriais padrão para confirmação da infecção por SARS-CoV-2 por apresentar uma detecção rápida, permitir o isolamento eficaz de casos sintomáticos e o rastreamento sistemático de contatos próximos, sendo fundamental para atenuar a propagação na comunidade da infecção pelo SARS-CoV-2 13. Em nosso estudo a testagem dos participantes da comunidade acadêmica proporcionou um controle da disseminação do SAR-Cov-2 impedindo um aumento significativo do número de casos e possivelmente a suspensão das aulas no semestre.

Em relação ao sexo mais acometido na COVID-19 sabe-se que não existe diferença importante no número absoluto de casos. O que se observa é um pequeno aumento na proporção de diagnósticos de COVID-19 em homens apenas nas faixas etárias mais avançadas entre homens com 60-69 anos e nos maiores de 70 anos é de 23,1 por 1.000 habitantes e 24,97 por 1.000, respectivamente. Na faixa etária dos 60 aos 69 anos, os homens têm 3,89 casos por 1.000 habitantes a mais do que as mulheres 14. Em nossos resultados podemos observar que da amostra total 57% era do sexo feminino e 43 do sexo masculino e dos casos positivos uma maior incidência era do sexo masculino sendo apresentada nas faixas etária acima de 40 anos.

As vacinas para COVID-19 desenvolvidas até o momento são baseadas nas tecnologias de vírus SarS-CoV-2 inativado, recombinantes do vetor viral adenovírus expressando a proteína Spike (S) do SARS-CoV-2, RNA mensageiro (RNAm) que codifica a proteína S do SARS-CoV-2 e vacinas de unidades proteicas. No Brasil as quatro vacinas autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial em 2021 foram a Vaxzevria (ChAdOx1-S; Oxford–AstraZeneca–Fiocruz, produzida em parceria com a Serum Institute of India), CoronaVac (Butantan/Sinovac Biotech), Comirnaty (Pfizer/ BioNTech/Wyeth) e Janssen-Cilag (Johnson & Johnson). Todas são indicadas para pessoas com 18 anos ou mais, exceto a Comirnaty, com uso autorizado para maiores de 12 anos, e possuem esquema vacinal de duas doses, exceto a da Janssen, com aplicação em dose única 4,5. No estado do Acre foram realizadas campanhas de vacinação para COVID-19 de acordo com o cronograma de vacinação, sendo realizada campanha na comunidade acadêmica estudada.

Até o presente momento sabe-se que a vacina para COVID-19 previne a evolução da forma grave da doença, apresentando menos acometimento dos pulmões do paciente 15. Em nossos resultados, 2 pacientes positivos não vacinados apresentaram sintomas exacerbados da doença se enquadrando nos casos leves/moderados. Os demais pacientes positivos ou eram assintomáticos ou apresentavam sintomas leves gripais.

A grande maioria dos pacientes positivos para COVID-19 na forma leve da doença apresentam os seguintes sintomas: mal-estar, febre, fadiga, tosse, dispneia leve, anorexia, dor de garganta, mialgia, cefaleia ou congestão nasal, sendo que algumas também podem apresentar diarreia, náusea e vômito 16,.  Em nosso estudo foi observado na fase inicial da doença os seguintes sintomas: dor na garganta, cefaléia, tosse, anosmia, disgeusia, fadiga, mialgia. diarreia, tontura, dor torácica e dor no peito.

Em relação aos sintomas prolongados da COVID-19, sabe-se que alguns sintomas podem permanecer após 12 semanas e outros podem surgir após 12 semanas como a perda de memória 17. Em nossa amostra foi observado que os pacientes positivos apresentavam sintomas prolongados da COVID, como piora do quadro respiratório superior (sinusite e rinite). Artralgia, mialgia, fadiga e perda de memória.

CONCLUSÃO

A COVID-19 desde o início com seu primeiro caso vem evoluindo com o aparecimento de novas variantes. Apesar deste fato, o controle vacinal vem demonstrando ser um dos melhores métodos de prevenção das formas moderadas e graves da doença que levam o indivíduo à internação em unidades de semi-intensiva e intensiva. Apesar de uma proporção notável de pacientes positivos para COVID-19 mesmo vacinados demonstraram sintomas leves na fase inicial e residual pós-COVID-19. 

A testagem rápida de uma das grandes ferramentas de controle da doença na população permitindo minimizar o impacto do aumento do número de casos na disseminação do vírus SAR-CoV-2 evitando desta forma o aparecimento de novas variantes e sequelas na população.

Destaca-se ainda, que a maioria dos pacientes positivos apresentou sintomas residuais do quadro da doença após 9 meses, o que requer mais investigações quanto ao impacto negativo da COVID-19 a longo prazo.

AGRADECIMENTOS

A Universidade Federal do Acre por incentivar a pesquisa, ao Programa de educação pelo trabalho para saúde (PET SAÚDE) da Universidade Federal coordenado pela Dra Kizzy Montila pela parceria na testagem da comunidade acadêmica e ao Dr Luciano Patrocinio do da ONG Ajudar Sempre pela doação dos testes rápidos para realização deste projeto.

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