A IMPORTÂNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO DE ÁCIDO FÓLICO E FERRO EM GESTANTES: REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7987062


Jéssica Santana Vieira1
Caroline Nascimento Moreira 2


RESUMO:

A suplementação tem sido utilizada como uma das alternativas viáveis para auxiliar no cumprimento da demanda nutricionais no organismo das gestantes, suplementos como o ácido fólico e ferro. Esses suplementos fazem parte das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS), como parte dos cuidados incluídos ao pré-natal, afim de reduzir alguns riscos à saúde da mãe e do feto. Apesar disso, pouco se fala sobre a importância do uso desses para a saúde da mulher e sobre a baixo percentual de mulheres que fazem uso desses suplementos. Objetivo: conhecer as principais contribuições a saúde da gestante em decorrentes do uso suplementação a base de ferro e ácido fólico. Método: trata-se de uma Revisão Integrativa de Literatura no período de 2018 à 2023 nas bases Scielo e BVS. Resultados: Os achados deste estudo ressaltaram a importância, as principais contribuições do uso da suplementação no período gestacional bem como ocorre a o uso dessa suplementação e os motivos que levam a não inclusão da suplementação no período da gravidez, o que resultou na seleção de cinco artigos para compor o estudo. Discussão: existem diversas contribuições do uso correto da suplementação com ácido fólico e ferro a saúde da gestante e do feto. Conclusão: O estudo permitiu o conhecer a importância, do uso de suplementos a bases ferro e ácido fólico durante a gestação, bem como o verificar o uso e o os motivos que justificam o não uso.

Palavras-chave: Ácido Fólico. Sulfato Ferroso. Gestação.

ABSTRACT:

Supplementation has been used as one of the viable alternatives to help fulfill the nutritional demand in the body of pregnant women, supplements such as folic acid and iron. These supplements are part of the recommendations of the World Health Organization (WHO) and the Ministry of Health (MS), as part of the included prenatal care, in order to reduce some risks to the health of the mother and fetus. Despite this, little is said about the importance of using these supplements for women’s health and the low percentage of women who use these supplements. Objective: to know the main contributions to the health of pregnant women resulting from the use of supplementation based on iron and folic acid. Method: this is an Integrative Literature Review from 2018 to 2023 in the Scielo and BVS databases. Results: The findings of this study highlighted the importance, the main contributions of the use of supplementation during the gestational period, as well as the use of this supplementation and the reasons that lead to the non-inclusion of supplementation during pregnancy, which resulted in the selection of five articles to compose the study. Discussion: There are several contributions of the correct use of folic acid and iron supplementation to the health of the pregnant woman and the fetus. Conclusion: The study allowed us to know the importance of using supplements based on iron and folic acid during pregnancy, as well as to verify their use and the reasons that justify their non-use.

Keywords: Folic acid. Ferrous sulphate. gestation

1. INTRODUÇÃO

A gravidez é um momento ímpar de afeto, durante esse período também, comumente chamado na literatura por ciclo-gravídico, a mulher sofre uma série de mudanças que vão desde aos aspectos fisiológicos, quanto às questões relacionadas ao psicológico. Nesse contexto surgem diversas preocupações, dentre elas as de aspectos nutricional a qual é base para a saúde da mãe e desenvolvimento do feto (DINIZ; QUEIROZ, 2022).

O estado fisiológico que a mulher se encontra durante a gestação pode se tornar um período delicado e crítico, porque nesse momento ocorre várias as adaptações no organismo materno, o impacto no metabolismo e a forma como ocorrem, pode levar a necessidade de nutrientes específicos, como as de nutrientes essenciais, que são compostos fundamentais para o crescimento, desenvolvimento e manutenção de todas as funções necessária para manter o organismo vivo (COSTA, 2021)

Por tanto, a suplementação tem sido utilizada como uma das alternativas viáveis para auxiliar no cumprimento da demanda nutricionais no organismo das gestantes, suplementos como o ácido fólico e ferro são comumente utilizados. Esses suplementos fazem parte das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS), como parte dos cuidados incluídos ao pré-natal, afim de reduzir alguns riscos à saúde da mãe e do feto (OLIVEIRA; GERMANO; KRAMER, 2021).

O ácido fólico tem significância em sua farmacocinética e ação na vida da gestante e no feto devido seu efeito positivo na prevenção de defeitos do tubo neural. Além disso a suplementação a base de ferro e ácido fólico no pré-natal é recomentado principalmente afim de reduzir risco relacionados ao baixo peso ao nascer do bebê, a anemia bem como a deficiência de ferro na mãe (FERRAZ et al., 2018).

Muito se fala sobre esses suplementos como um aliado a prevenção de risco durante a gravidez, no entanto pouco se fala sobre a importância do uso desses para a saúde da mulher e sobre a baixo percentual de mulheres que faz uso, mesmo sendo uma recomendada pelos órgãos competentes durante no pré-natal (PEREIRA; TELES; COSTA, 2019).

Observando uma escassez de materiais na linha de pesquisa deste artigo, identificou-se a necessidade do desenvolvimento de novos conteúdos acerca da temática. O intuito da elaboração deste trabalho é confirmar a importância do uso adequado da suplementação a base de ferro e ácido fólico na saúde da gestante e do feto.

Além disso, esta pesquisa justifica-se também devido a existência de inúmeros casos de mulheres que estão gravidas e não fazem uso desses suplementos, especificamente da base de ferro e ácido fólico, o que pode resulta em diversos efeitos indesejáveis a saúde do feto e da gravida, caracterizando-se como um problema de saúde pública. Nesse sentido, a presente pesquisa torna-se também relevante, a diversas áreas a fim a área da saúde, por abordar e sintetizar dados e informações acerca de tal temática.

Desta maneira, o objetivo geral deste trabalho é conhecer as principais contribuições a saúde da gestante em decorrentes do uso suplementação a base de ferro e ácido fólico, e os objetivos específicos são: verificar a inclusão da suplementação a base de ferro e ácido fólico no período gestacional, identificar quais os motivos da não suplementação a base de ferro e ácido fólico durante a gestação.

Em relação ao procedimento metodológico, trata-se de uma revisão integrativa da literatura, em materiais já publicados entre os anos de 2018 a 2023. Esse formato de pesquisa sugere critérios previamente delimitado para coleta de dados, analise e apresentação dos resultados, elaborado e validado por materiais já publicado, sendo estes, artigos científicos completos que tem temática em comum ao presente trabalho em (SILVA et al., 2018).

O presente trabalho está organizado em seis capítulos, sendo o primeiro capitulo a introdução, o segundo contendo a fundamentação teórica, que aborda as informações centrais utilizadas para embasamento do trabalho, o capitulo três que trata da metodologia utilizada para feitura do trabalho, o quarto apresenta os resultados obtidos desta pesquisa, o quinto capitulo que trata de discutir os resultados e, o sexto capitulo que faz o arremate do trabalho trazendo as considerações finais.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Necessidades nutricionais durante a gestação

A gestação consiste em um processo que integra o ciclo de desenvolvimento humano. Esse dura cerca de 40 semanas. E essa, produz profundas alterações ao organismo da gestante, com o objetivo de adequá-lo as novas necessidades orgânicas do complexo materno-fetal e até mesmo preparando o corpo para o parto (LIMA et al., 2020).

Inicialmente essas modificações são devidas as ações hormonais oriundas do corpo-lúteo, a placenta e ao crescimento uterino, que ocorre após o segundo trimestre de gestação. Em relação as modificações fisiológicas maternas, as principais ocorrem no sistema cardiocirculatório, gastrintestinal, respiratório, além das hematológicas, anatômicas e metabólicas. Isso torna esse período um de maiores vulnerabilidades a alterações da dieta (BEITUNE et al., 2020).

Portanto, prever-se situações de deficiências nutricionais, uma vez que a demanda nutricional passa a ser mais elevada em decorrência da necessidade da existência de nutrientes para fornecer energia para realizar todos os processos metabólicos para o crescimento, desenvolvimento do feto e preparo para o parto (OLIVEIRA et al., 2021).

A saúde gestacional começa antes mesmo de se estar gestante. É importância que a mulher esteja nutricionalmente preparada para todas as mudanças de ordem metabólicas e fisiológicas oriundas da gestação. Tal período pode ser dividido em fases, anabólica e energética, que são criadas as reservas energéticas que deverão ser usadas durante a fase fetal ou fase catabólica que corresponde a maior parte do crescimento do feto (OLIVEIRA; GERMANO; KRAMER, 2021).

Os macronutrientes e micronutrientes são responsáveis fornecer condições fundamentais para o desenvolvimento fetal, os macronutriente pela carga calórica necessária ao crescimento fetal e os são os micronutrientes por sua vez regulam os processos epigenéticos, construindo a expressão gênica, por conseguinte a proliferação celular e a apoptose (FERRAZ et al., 2018).

Os macronutrientes representam a categoria dos nutrientes que devem estar em maior quantidade na dieta, composto por proteínas, carboidratos e gorduras. Já os micronutrientes, são o que o corpo necessita em menor proporção, como as vitaminas e minerais (ferro, zinco e cálcio). Assim sendo, tanto os macronutrientes como os micronutrientes são elementos indispensáveis durante o período de gestação e até mesmo antes da concepção (SANTOS, 2022).

2.2 Suplementação de Ferro e Ácido Fólico

Suplementação tem a finalidade de suprir a demanda requerida durante os processos fisiológico presentes no período gestacional, os micronutrientes, especificamente ferro e o ácido fólico, são recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS) através do pré-natal, já que uso de tais acarretam na redução de inúmeros problemas maternos e fetais (LIMA et al., 2020).

2.2.1 Ferro

O ferro (Fe) utilizado para a suplementação gestacional é um elemento essencial no processo fisiológico do corpo, pois desempenha um papel central no metabolismo energético celular, quando ocorre um distúrbio na sua absorção, transporte, distribuição ou armazenamento, pode levar à falta ou acúmulo desse íon (OLIVEIRA; GERMANO; KRAMER, 2021).

Se tratando da anemia por deficiência de ferro, essa acontece quando a quantidade de ferro não é suficiente para a síntese de hemoglobina, ou seja, é quando ocorre redução na concentração de hemoglobina e um comprometimento funcional do corpo (DINIZ; QUEIROZ, 2022).

O ferro é responsável pelos processos metabólicos, como transporte de elétrons, metabolismo de catecolaminas (cofator da enzima tirosina hidroxilase) e síntese de DNA, o mesmo também é dos oligoelementos que estar presente em maior concentração no organismo (NETO; VASCONCELOS, 2020).

Esse elemento, atua na síntese de hemoglobina, pois transporta oxigênio do pulmão para os tecidos corporais, além de participar no transporte de oxigênio do pulmão para os tecidos do corpo, essencial na produção celular de energia. A suplementação com base em ferro é incentivada pelos órgãos competentes a saúde no pré-natal justificando-se pela presença de diversos estudos que apontam a alta taxa de mulheres gravidas que possuem deficiência de micronutrientes, especificamente de ferro (FERRAZ et al., 2018).

A deficiência de ferro durante a gestação é comum, isso se deve ao fato a saúde do embrião, no primeiro trimestre, está ligada ao estado nutricional pré-gestacional da mãe, não apenas quanto às suas reservas de energia, mas também quanto às vitaminas, minerais e oligoelementos, o que se inclui o ferro. Só no segundo e terceiro trimestres compõem outra etapa para a gestante, em que as condições ambientais vão exercer influência direta no estado nutricional do feto (NETO; VASCONCELOS, 2020).

A administração de ferro a gestantes com ou sem diagnóstico prévio de anemia é prática comum na assistência obstétrica. Embora não haja evidências específicas sobre o benefício da suplementação preventiva de ferro em gestantes, esse procedimento parece ser um procedimento adequado, pois reduz a incidência de anemia ferropriva em gestantes e puérperas. Além disso, é provável que reduza a incidência de anemia por deficiência de ferro em crianças na primeira infância (PEREIRA; TELES; COSTA, 2019).

2.2.2 Ácido Fólico

O ácido fólico é uma vitamina do complexo B, também recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS) para uso no pré-natal, pois é essencial para uma gravidez saudável. Durante a gestação a necessidade pelo ácido fólico aumenta em razão da gestante necessitar da rápida divisão celular embrionária e ao aumento da eliminação urinária (OLIVEIRA; GERMANO; KRAMER, 2021).

Durante a gravidez, o tubo neural se fecha durante as primeiras quatro semanas após a concepção. Quando este tubo não inerva e se enrola, desenvolve-se um defeito que, dependendo do tipo de defeito e da localização afetada, pode causar doenças que levam à morte do recém-nascido ou consequências graves, sendo as mais comuns a anencefalia e a espinha bífida. Como o corpo humano não sintetiza ácido fólico, a deficiência de folato deve ser obtida por meio de fontes naturais de alimentos ou pílulas de suplementos dietéticos (COSTA, 2021)

Não são todos os países exigem suplementação de ácido fólico para prevenir defeitos do tubo neural (DTNs) no cérebro, coluna vertebral e até mesmo na medula espinhal, embora haja evidências inequívocas de seus efeitos benéficos na redução da incidência de DTNs e possivelmente de outros distúrbios do desenvolvimento. Por outro lado, a suplementação com ácido fólico destina-se especialmente a mulheres em fase reprodutiva. Globalmente, recomenda-se um mínimo de 400 µg/dia de suplementação e um máximo de 5 mg/dia para mulheres de alto risco (MOURA, 2022).

Dessa forma, as mães estão predispostas a desenvolver uma deficiência de folato em razão do aumento da demanda desse nutriente para o desenvolvimento do fetal e tecidos maternos. Mas outros fatores também podem culminar para deficiência de folato são a dieta inadequada, hemodiluição fisiológica gestacional e influências hormonais (NETO; VASCONCELOS, 2020).

2.2.3 A importância da suplementação

A suplementação de ferro e de ácido fólico é recomenda como parte dos cuidados no pré-natal, importante principalmente para evitar problemas como o baixo peso ao nascer da criança com anemia, a deficiência de ferro na gestante bem como para evitar as incidências de defeitos do tubo neural, que é a má formação congênitas resultantes do fechamento incompleto ou até mesmo incorreto do turbo neural, que ocorre entre a terceira e quarta semana do desenvolvimento embrionário (DINIZ; QUEIROZ, 2022).

De acordo com Pereira, Teles e Costa (2019), é recomendável que mulheres em idade fértil, faça reposição de 0,4 mg de ácido fólico por dia em sua dieta alimentar, pois ele auxilia também no combate à anemia ferropriva, que é a falta de ferro no sangue. No Brasil tornou-se obrigatório a adição de ferro e ácido fólico em farinhas e pães, conforme a Resolução RDC nº 344, de 13 de dezembro de 2002, que torna obrigatório em todas as farinhas de trigo e milho contendo o mínimo 4,2 mg de ferro para cada 100 g de farinha e 150 mcg de ácido fólico para a cada 100 g de farinha.

O ácido fólico auxilia na formação de células brancas e vermelhas do sangue, o que o torna essencial na gravidez já que a produção de sangue tende a aumentar devido ao desenvolvimento do feto e a formação da placenta, ajuda na formação do material genético das células. De acordo com interfere no crescimento dos eritrócitos, no alargamento do útero e no crescimento da placenta e desenvolvimento fetal (PEREIRA; TELES; COSTA, 2019).

Além disso é indispensável também na fase de lactação e na formação de anticorpos, atuando como coenzima no metabolismo de aminoácidos especificamente da glicina, na síntese de purinas e pirimidinas, na síntese de ácido nucléico RNA e DNA bem como para divisão celular e síntese proteica (OLIVEIRA; GERMANO; KRAMER, 2021).

3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão integrativa. A revisão integrativa é um método que determina o conhecimento atual a cerca de uma temática específica, podendo gerar a síntese sobre o conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados significativos em prática (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010, p. 1).

Para desenvolver essa revisão integrativa foi necessário seguir algumas etapas, conforme indicadas pelo fluxograma da Figura 1.

Figura 1– Fluxograma mostrando o percurso metodológico do trabalho

Fonte: autora da pesquisa (2023).

Sobre a presente temática, observando o surgimento de inúmeros casos de mulheres que estão gravidas e não fazem uso desses suplementos, especificamente de base de ferro e ácido fólico, o que pode resulta em diversos efeitos indesejáveis a saúde do feto e da gravida, a questão norteadora levantada foi: Qual a importância do uso de suplementação a base de ferro e ácido fólico durante a gestação?

Esta pesquisa deu-se através do emprego dos descritores indexados nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), são eles: Ácido Fólico, Sulfato Ferroso, Gestação, nas bases de dados: Portal BVS e Scientific Electronic Library Online (SCIELO) no período de 2018 à 2023.

Com isso foi realizado o entrecruzamento desses descritores na base de dados, feito a identificação da quantidade de títulos sobre a presente temática, depois foi incluído os filtros disponíveis pela própria base de dados, logo em seguida foi submetido aos critérios de exclusão e inclusão, cujo foram pré-estabelecidos para este estudo, resultando em uma mostra final de estudos significativos a temática envolvida.

Foi adotado como critério de inclusão: os trabalhos que disponibilizassem texto completo na íntegra, nos idiomas português e inglês, a qual tivesse publicação entre os anos de 2018 a de 2023, nos últimos 5 anos. Como critérios de exclusão definiu-se que os textos que apresentassem fuga a temática do presente estudo, ou que estivesse repetido, também foram excluídos livros e capítulos de livros, já que para este é incluído somente artigos científicos.

Em relação a avaliação crítica, realizou-se a leitura na íntegra a cada um dos trabalhos selecionados, em seguida foram organizados em tabela no Excel, destacando as principais informações de cada um dos artigos já selecionados. Com isso, para extrair as informações desses estudos, considerou-se as seguintes informações: autor, ano de publicação, base de dados, metodologia, objetivos, amostra estudada e os principais resultados. Vale destacar que a pesquisa a base de dados foi realizada pelo um único computador e mantendo a mesma pesquisadora durante todo o desenvolvimento do trabalho, intencionalmente visando a promoção da fidedignidade a pesquisa bem como a validação da metodologia.

4. RESULTADOS

A partir desta busca, relacionou-se incialmente 25 artigos aos critérios pré-definidos para inclusão e exclusão dos artigos selecionados. Após a seleção, foram submetidos aos critérios de idioma, de disponibilidade de textos completos e a exclusão. Ao final dessa seleção restaram 5 artigos, que se enquadraram aos critérios mencionados.

Para discriminar cada um dos estudos ao resultado desta seleção, foi elaborado um quadro, destacando as principais informações, sendo estas: O título do artigo; nome do(s) autor(es); base de dados de origem da extração e ano de publicação.

Quadro 1 – Extração das informações iniciais dos artigos selecionados

TÍTULO DO ARTIGOAUTOR(ES)BASE DE DADOSANO
A1A importância do ácido fólico na gestação.COSTA, N. S.Pubmed2021
A2A importância da suplementação com ácido fólico em gestantes.DINIZ, A. B. R; QUEIROZ, F. J. G.Pubmed2022
A3Prevalência e fatores associados ao uso de ácido fólico e ferro em gestantes da coorte BRISALIMA, R. M; et al.Pubmed2020
A4Uso de Ácido Fólico na gestaçãoMOURA, A. V.Pubmed2022
A5Importância do ácido fólico e sulfato ferroso na gestação.PEREIRA, R. A; TELES, J. N; COSTA, C. M. L.Pubmed2019

Fonte: autora da pesquisa (2023).

Já no quadro 2, as principais informações como objetivos; métodos; amostra estudada e os principais resultados são citadas em resumo aos trabalhos selecionados.

Quadro 2 – Apresentação do resumo dos trabalhos selecionados.

OBJETIVOSMÉTODOSAMOSTRA ESTUDADAPRINCIPAIS RESULTADOS
A1Avaliar a percepção e prática de uso da suplementação de ácido fólico e sulfato ferroso entre as gestantes.Pesquisa Qualitativa. Pesquisa de campo25 mulheres com idade entre 20 e 35 anosO uso da suplementação envolve questões complexas, como: condições financeiras, disponibilidade gratuita dos medicamentos nas unidades de saúde, clareza na importância do uso e acompanhamento pré-natal de qualidade.

A2Analisar a importância da suplementação com ácido fólico para as gestantes e o embriãoRevisão bibliográfica
16 artigosOs nutrientes ingeridos pela mãe durante a gravidez costumam ser essenciais para a gênese normal do embrião
A3Descrever prevalência e fatores associados ao uso de ácido fólico e ferro entre puérperas do município de São Luís, MaranhãoEstudo transversal4.036 puérperasA prevalência do uso de ácido fólico e ferro durante a gestação foram, respectivamente, 77,27% e 84,98%. E
A4Avaliar a importância do ácido fólico na gestaçãoRevisão Bibliográfica
26 artigosA utilização do ácido fólico está ligada diretamente com uma menor incidência de casos de deformações do tubo neural.
A5A importância do ácido fólico e sulfato ferroso na gestaçãoRevisão bibliográfica, descritiva, exploratória e explicativo15 trabalhosCaracterísticas obstétricas e condições de saúde estão associadas ao uso dos suplementos entre as gestantes

Fonte: autora da pesquisa (2023).

Os 5 estudos selecionados apesar de se correlacionarem, possuem especificidades como indicados no quadro 1 e quadro 2.

5 DISCUSSÃO

De acordo com Lima et al (2020), a suplementação com ácido fólico e sulfato ferroso durante a gravidez tem a finalidade atender a demanda requerida dos processos fisiológico oriundo do período gestacional, os micronutrientes, especificamente ferro e o ácido fólico, são recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS) através do pré-natal, pois o uso de tais impacta na redução de inúmeros problemas maternos e fetais. O ácido fólico e sulfato ferroso são recomendados como parte dos cuidados dirigidos no pré-natal, devido a sua contribuição preventiva em casos de anemia, a deficiência de ferro na gestante assim como para evitar as incidências de defeitos do tubo neural.

Costa (2021) descreve o ácido fólico como sendo um macronutriente indispensável para a saúde das mulheres gravidas, devido a sua atuação na formação de precursores do DNA e da divisão celular durante o período gestacional. Diniz e Queiroz (2022) menciona em seu estudo que a deficiência de ácido fólico pode desencadear alterações morfológicas, ressalta que a suplementação adequada, deve ser feita ao menos três meses antes da concepção e se estendendo até o final do primeiro trimestre gestacional.

O ácido fólico e sulfato ferroso contribuem na formação de células brancas e vermelhas do sangue, Moura (2022) esclarece que justamente durante a gravidez o corpo tende a requerer uma produção maior de sangue, devido ao desenvolvimento do feto e da placenta, e a suplementação de ácido fólico pode auxiliar a suprir essa demanda

Entretanto, Pereira, Teles e Costa (2019), ressaltam que a suplementação de ácido fólico e sulfato ferroso na gestação é fundamental para fase de lactação e na imunologia, pois atua com coenzima no metabolismo de aminoácidos, principalmente da glicina, na síntese de purinas e pirimidinas, na síntese de ácido nucléico RNA e DNA bem como para divisão celular e síntese proteica.

Para Lima et al (2020), Costa (2021), Diniz e Queiroz (2022), Moura (2022), Teles e Costa (2019), pode-se considerar que as principais contribuições da suplementação a base de ácido fólico e sulfato ferroso, são de ordem preventivas, como na redução do risco de baixo peso no nascimento, a anemia materna, a deficiência de ferro, aumento dos níveis de hemoglobina, otimização do sistema imunológico, auxilia no desenvolvimento neurológico do bebê e previne doenças materno fetais.

A saúde gestacional tem início antes da concepção, por isso é importante que a mulher esteja em condições nutricionalmente adequadas para as diversas mudanças metabólicas e fisiológicas típicas da gestação, Pereira, Teles e Costa (2019), apontam que a recomendação é que mulheres em idade fértil, faça reposição de 0,4 mg de ácido fólico por dia em sua dieta alimentar, pois ele auxilia também no combate à anemia ferropriva, que é a falta de ferro no sangue.

Moura (2022), menciona que no Brasil tornou-se obrigatório a adição de ferro e ácido fólico em farinhas e pães, conforme a Resolução RDC nº 344, de 13 de dezembro de 2002, é obrigatório que em todas as farinhas de trigo e milho contendo o mínimo 4,2 mg de ferro para cada 100 g de farinha e 150 mcg de ácido fólico para a cada 100 g de farinha.

De acordo com Diniz e Queiroz (2022), fortificação dos alimentos com ácido fólico e ferro, por exemplo, é uma maneira eficiente de garantir a ingestão dos nutrientes pelas mulheres férteis bem como em gestantes.

Apesar disso, Moura (2022) indica que nem todas as mulheres conseguem dar a sua dieta a atenção. São diversos os motivos que podem fazer com que a gestante não consiga consumir todos os nutrientes necessários e é por isso que os polivitamínicos e suplementos são incluídos na rotina de tais.

De acordo com Lima et al (2020), no Brasil foram encontrados estudos que avaliaram o período do uso de ácido fólico, apontando uma prevalência no período periconcepcional, de 4,3% em uma base composta por 1509 mães, em um outro estudo, de base populacional de 2.685 puérperas, 78,6% delas, iniciaram a suplementação a base de ácido fólico e ferro no primeiro trimestre da gravidez.

Segundo Pereira, Teles e Costa (2019), há uma alta incidência da suplementação ainda no período periconcepcional, o que pode ser justificada, devido ao fato de que no Brasil ser obrigatório a adição de ferro e ácido fólico em farinhas e pães, conforme a Resolução RDC nº 344, de 13 de dezembro de 2002, que torna obrigatório em todas as farinhas de trigo e milho contendo o mínimo 4,2 mg de ferro para cada 100 g de farinha e 150 mcg de ácido fólico para a cada 100 g de farinha.

No entanto Lima et al (2020), relata que a associação a ácido fólico e sulfato ferroso no período periconcepcional, em maioria das vezes ocorre somente quando a gravidez é planejada. Em concordância Costa (2021), indica que justamente pelo fato da maioria das gravidezes não serem planejadas é que se tem um número baixo em relação ao uso de suplementos em período periconcepcional.

Além disso, Diniz e Queiroz (2022) mencionam em seu estudo, que um dos principais motivos da não suplementação a base de ferro e ácido fólico durante a gestação é devido a permanecia irregular ou inexistente ao programa de pré-natal. Em concordância Moura (2022), enfatiza que a suplementação é um dos cuidados integrado ao pré-natal.

6. CONCLUSÃO

O estudo permitiu o conhecer a importância do uso suplementação a base de ferro e ácido fólico a saúde gestacional. Os autores: Costa (2021), Diniz e Queiroz (2022), Lima et al (2020), Moura (2022), Pereiro, Teles e Costa (2019), concordam sobre a importância da suplementação e os benefícios que proporciona a saúde da gestante e do feto.

Apesar de seguirem a mesma linha de pensamentos, se diferenciam por cada um apresentar características particulares como, quando Diniz e Queiroz (2022), que menciona que a suplementação de forma adequada deve ser iniciada ao menos três meses antes da concepção, quando Pereira, Teles e Costa (2019), falam sobre a adição de ferro e ácido fólico em alimentos a partir do que tange a Resolução RDC nº 344, de 13 de dezembro de 2002. Dentre outras particulares que são contempladas em cada um dos trabalhos utilizados.

Esses suplementos são importantes por atuarem diretamente nos processos de maturação eritrocitária e no desenvolvimento do feto. A baixa concentração de ácido fólico em durante o período de gestação pode ocasionar malformações que resultam em defeitos do fechamento do tubo neural. Essa suplementação pode reduzir risco relacionados ao baixo peso ao nascer do bebê, a anemia bem como a deficiência de ferro na mãe.

Além disso pode-se destacar que as principais contribuições da suplementação a base de ferro e ácido fólico a saúde gestacional durante o período gestacional são: a formação de anticorpos; formação do material genético das células; na formação de células brancas e vermelhas do sangue; o crescimento dos eritrócitos; o alargamento do útero; o crescimento da placenta e o desenvolvimento fetal.

Em relação a inclusão da suplementação a base de ferro e ácido fólico no período gestacional, foi possível verificar que a maioria só ocorreu a partir do primeiro trimestre da gravidez, e a suplementação em período periconcepcional só ocorre em sua maioria em caso de gravidez planejada. Apesar da fortificação dos alimentos com ácido fólico e ferro. Dentre os principais motivos da não suplementação, pode se destacar a irregularidade ou a inexistência da gestante ao programa de pré-natal.

Contudo, nota-se a escassez de produções cientificas atuais acerca desta temática. Por se tratar de macronutrientes e micronutrientes que cumpre um papel fundamental para saúde pública, é indispensável enfatizar a necessidade de reelaborar estratégias e políticas públicas que desempenhe o papel de informa, orientar e promover a suplementação antes do período gestacional e enfatizar a adesão ao programa pré-natal, já que é uma das estratégias que integra a suplementação a saúde gestacional.

REFERÊNCIAS

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COSTA, N. S. A IMPORTÂNCIA DO ÁCIDO FÓLICO NA GESTAÇÃO. Research, Society and Development, v. 10, n. 15, e148101522972, 2021.

DINIZ, A. B. R; QUEIROZ, F. J. G. A importância da suplementação com ácido fólico em gestantes. Revista JRG de Estudos Acadêmicos, Ano 5, Vol. V, n.11, jul.-dez., 2022. Disponível em: https://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/393. Acesso em: 12 de fev. de 2023.

FERRAZ, L; et al. MICRONUTRIENTES E SUA IMPORTÂNCIA NO PERÍODO GESTACIONAL. Saber Científico, Porto Velho, v.7, n.1, p. 68–82, jan./jun. 2018. Disponível em: http://periodicos.saolucas.edu.br/index.php/resc/article/view/1244/1086. Acesso em: 09 de mar. de 2023

LIMA, R. M; et al. Prevalência e fatores associados ao uso de ácido fólico e ferro em gestantes da coorte BRISA. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 20 (3): 809-817 jul-set., 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/W3H7jSTSbdJTmXJC69QLvdJ/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 10 de mar. de 2023.

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1 Acadêmica do 10º período curso de Farmácia da Faculdade de Imperatriz – FACIMO WYDEN, E-mail: jessicavieira3010@gmail.com.

2 Farmacêutica, Especialista, Professora do curso de Farmácia da Faculdade de Imperatriz – FACIMP WYDEN, E-mail:carolinemoreira@hotmail.com.