REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202507301911
ARAÚJO, Ana Claúdia Oliveira de1; CORREA, Jesse James de Souza2; CASTRO, Francys Hally da Silva3; AGUIAR, Lene Cecy Vilaça Viana de4; BROLINI, Gilvan5; NASCIMENTO, Márcia Pereira do6; FERREIRA, Francisco Gleison da Costa7; SILVA, Maurizete da Cruz8
RESUMO
A segurança do trabalho e a gestão de pessoas são componentes essenciais na busca pelo bem-estar dos trabalhadores, especialmente na área da Enfermagem, onde o ambiente clínico pode apresentar riscos ocupacionais significativos. Este trabalho tem como objetivo central explanar sobre como a segurança no trabalho está interligada à gestão eficaz de pessoas, procurando responder à questão de pesquisa: será que a negligência nestas áreas pode levar a problemas de bem-estar entre os trabalhadores? Os estudos demonstram que tanto a segurança quanto a gestão de recursos humanos são cruciais para mitigar riscos e assegurar um ambiente de trabalho seguro e produtivo. Através da análise de modelos ergonômicos e culturas organizacionais de segurança, espera-se evidenciar que a integração desses aspectos não só favorece a promoção da saúde ocupacional, mas também incentiva o comprometimento e a satisfação dos profissionais de enfermagem.
Palavras-chave: Segurança do trabalho. Enfermagem. Saúde.
1. INTRODUÇÃO
A importância da segurança do trabalho reside na proteção da integridade física e mental dos trabalhadores, no cumprimento das leis e normas vigentes, e na redução de custos relacionados a acidentes e doenças ocupacionais. Além disso, a segurança do trabalho contribui para a produtividade, a motivação dos funcionários e a imagem positiva da empresa perante a sociedade. Promover um ambiente seguro e saudável de trabalho é essencial para o bem-estar dos colaboradores e para o sucesso sustentável das organizações.
A gestão de pessoas é essencial para a criação de um ambiente de trabalho harmonioso e eficiente, pois envolve a atração, retenção e desenvolvimento de talentos, a promoção da diversidade e inclusão, a gestão do desempenho e a criação de oportunidades de crescimento e aprendizado. Além disso, a gestão de pessoas está diretamente relacionada à produtividade e ao engajamento dos colaboradores, impactando positivamente os resultados organizacionais. Por meio de uma gestão de pessoas eficaz, as empresas podem promover um ambiente de trabalho saudável, inovador e competitivo, valorizando o capital humano como diferencial estratégico.
Na área da enfermagem, a segurança do trabalho e a gestão de pessoas desempenham papéis cruciais na proteção e promoção do bem-estar dos profissionais de saúde. Este trabalho de conclusão de curso visa explanar sobre a intrínseca relação entre a segurança no trabalho e a gestão de pessoas, explorando a pergunta central: será que a falta de atenção a essas questões pode causar problemas significativos no ambiente de trabalho? A literatura aponta que a segurança do trabalho não apenas preserva a integridade física e psicológica dos profissionais, mas também impulsiona um ambiente laboral mais eficiente e produtivo. Este cenário é especialmente relevante no contexto hospitalar, que por sua natureza, está frequentemente exposto a riscos laborais (Soares, 2020).
Dentro desse paradigma, a gestão de pessoas aparece como um facilitador que pode potencializar a segurança do trabalho quando implementada de forma eficaz. A implementação de estratégias que promovam um ambiente de trabalho seguro é crucial, não apenas para mitigar riscos físicos, mas também para garantir um bem-estar emocional e psicológico que reflete diretamente na qualidade do atendimento ao paciente (Lima, 2019). A capacidade de um gestor de integrar políticas de segurança de forma coesa com a gestão de recursos humanos pode determinar o sucesso ou o fracasso no alcance de um ambiente de trabalho seguro e eficiente.
É imperativo compreender que a falta de atenção à segurança do trabalho e à gestão de pessoal tem potencial para causar impactos adversos na saúde dos trabalhadores e, consequentemente, na qualidade do atendimento prestado. Fernandes (2020) argumenta que a negligência nessas áreas é uma causa comum de acidentes de trabalho, destacando a importância de uma política integrada de segurança e gestão eficaz de pessoas. Essa análise crítica e integrativa é essencial para transpormos as barreiras que historicamente limitam a implementação de medidas eficazes.
Este trabalho propõe-se a investigar os modelos de gestão de segurança existentes, bem como suas inter-relações com a gestão de recursos humanos, buscando fornecer uma visão fundamentada e detalhada das melhores práticas. A eficácia dessas práticas é fundamental, não apenas para a saúde dos trabalhadores, mas também para a sustentabilidade e eficiência do sistema de saúde como um todo. O uso de abordagens participativas e ergonômicas são recomendadas como métodos eficazes para atingir tais objetivos (Mente, 2021).
Em conclusão, espera-se que este estudo contribua para um entendimento mais abrangente da importância da segurança no trabalho e da gestão de pessoal dentro do contexto da enfermagem. Ao integrar respostas à pergunta de pesquisa, pretende-se demonstrar como a atenção a essas áreas pode mitigar problemas e otimizar processos dentro do setor de saúde. Além de proporcionar um embasamento teórico para futuras pesquisas e políticas, essa análise reforça a premissa de que a solidez em segurança do trabalho e gestão de pessoas resulta em melhores desfechos tanto para profissionais quanto para pacientes.
Na busca por uma compreensão mais aprofundada das inter-relações entre segurança do trabalho e gestão de pessoas, é essencial analisar como a cultura organizacional influencia tais práticas dentro da enfermagem. Nunes (2020) destaca que a cultura organizacional de segurança é um alicerce vital na implementação de medidas que garantem a saúde e segurança dos trabalhadores. Essa cultura não apenas promove comportamentos seguros, mas também encoraja a participação ativa dos profissionais em práticas que reduzem riscos e melhoram o ambiente de trabalho.
Outro aspecto crucial é o impacto do treinamento e da educação contínua na internalização de práticas seguras. Segundo Santos (2021), a construção de um processo educativo eficaz é fundamental para a prevenção de situações de risco e acidentes de trabalho. Programas de capacitação específicos para a área da saúde podem dotar os profissionais de ferramentas e conhecimentos necessários para gerir riscos de forma proativa, alcançando, assim, melhorias tanto na segurança quanto na eficiência operacional.
Além disso, a integração de estratégias ergonômicas na gestão de segurança e saúde ocupacional tem demonstrado ser uma abordagem eficaz. Mente (2021) propõe um modelo ergonômico de gestão participativa, destacando que essa abordagem não só aprimora a saúde ocupacional, mas também contribui significativamente para a satisfação e engajamento dos profissionais. Tais estratégias são particularmente relevantes no contexto hospitalar, onde o trabalho físico intenso e as jornadas prolongadas são comuns.
A análise de vulnerabilidades como uma ferramenta gerencial em segurança do trabalho representa um avanço na mitigação de riscos ocupacionais. Cruz (2021) evidencia em seu estudo que a avaliação sistemática dos pontos fracos em processos organizacionais pode prevenir acidentes e melhorar a eficiência administrativa. Este enfoque integrado e holístico sobre segurança do trabalho e gestão de pessoas é um diferencial que pode transformar a cultura organizacional em ambientes de saúde.
Em síntese, a segurança do trabalho e a gestão de pessoas, quando tratadas de forma coesa e interligada, não só maximizam o bem-estar dos trabalhadores como também são pilares para a execução de cuidados de saúde excecionais. Este trabalho espera contribuir para a reformulação de práticas gerenciais e de segurança, promovendo uma abordagem que valorize a saúde, a segurança e o comprometimento dos profissionais de enfermagem, alinhados às melhores práticas baseadas em evidências.
2. REVISÃO DA LITERATURA
O marco da discussão da segurança do trabalho no mundo se deu entre os anos de 1760 e 1830, na Inglaterra, com a Revolução Industrial, originada a partir da criação da máquina de fiar. A máquina de fiar, no entanto, ainda não conseguia produzir grandes quantidades em um curto período de tempo e com o tempo começou a ser substituída por equipamentos mais rápidos e tecnológicos. Estes novos equipamentos eram manuseados, na maioria das vezes, por homens, mulheres e crianças, todos pobres, que trabalhavam inesgotávelmente para tentar ganhar o seu sustento, dando início assim a precarização do trabalho (BANDINI, 2016).
No Brasil, o tema que permeia a segurança do trabalho e a prevenção de acidentes é recente. Para Palasio (2003), o marco histórico no país no que concerne a Prevenção de Acidentes remonta às décadas de 1920 e 1930 e pouca coisa significa, sendo realizado somente por pressões internacionais. Palasio (2003) considera que se não existisse nos dias atuais a imposição legal do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SMST) e, também, das Normas Regulamentadoras (NR) o Brasil não se preocupasse com estas questões e avanços não teriam sido vistos.
Neste período, surgiu, então, nos países como França, Inglaterra e Itália as primeiras leis que visavam proteger o trabalho e o trabalhador, como pode ser visto na obra “Introdução à Higiene Ocupacional” publicada pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO, 2004).
Na literatura recente, a segurança do trabalho e a gestão de pessoas são frequentemente destacadas como elementos complementares fundamentais para a criação de um ambiente laboral saudável, principalmente na enfermagem. A segurança do trabalho envolve a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais através da implementação de processos e práticas que minimizem os riscos físicos e psicológicos para os trabalhadores.
A segurança do trabalho e a gestão de pessoas são aspectos fundamentais para garantir um ambiente laboral saudável e produtivo. Ao compreender a importância da segurança do trabalho, é possível reduzir o risco de acidentes e doenças ocupacionais, promovendo o bem-estar dos colaboradores e a eficiência das operações. Da mesma forma, a gestão de pessoas desempenha um papel crucial na organização, pois permite o desenvolvimento de estratégias para atrair, reter e desenvolver talentos, além de promover um ambiente de trabalho positivo e colaborativo. Portanto, entender a relevância desses temas é essencial para promover uma cultura organizacional pautada no respeito, na segurança e no desenvolvimento humano.
Na área de Segurança do Trabalho, a ergonomia desempenha um papel fundamental na prevenção de doenças ocupacionais e lesões musculoesqueléticas. Ao promover a adaptação do ambiente de trabalho às características individuais do trabalhador, a ergonomia busca otimizar a interação entre as pessoas, as máquinas e o ambiente, visando garantir a saúde e o bem-estar dos colaboradores. Dessa forma, contribui significativamente para a redução de afastamentos por doenças relacionadas ao trabalho e para o aumento da produtividade e da qualidade dos resultados.
Os conceitos básicos de ergonomia englobam o estudo da biomecânica, da fisiologia e da psicologia aplicadas ao ambiente de trabalho. Busca-se compreender as necessidades e limitações do ser humano em seu ambiente laboral, de forma a promover a adaptação das condições de trabalho às características físicas e mentais dos trabalhadores. Isso envolve desde a escolha de mobiliário adequado até a organização das tarefas e dos processos de trabalho, visando proporcionar condições ergonômicas que minimizem o desgaste físico e mental e evitem lesões decorrentes de esforços repetitivos ou posturas inadequadas.
A aplicação dos princípios da ergonomia no ambiente de trabalho tem um impacto direto na saúde ocupacional dos colaboradores. Ao promover um ambiente de trabalho mais adequado e confortável, a ergonomia contribui para a redução de doenças ocupacionais, como lesões por esforços repetitivos, dores musculares e problemas de postura. Além disso, a melhoria das condições ergonômicas também está associada a um aumento da satisfação e do bem-estar dos trabalhadores, refletindo-se em um maior engajamento, produtividade e qualidade do trabalho realizado.
Segundo Soares (2020), diretrizes robustas para a gestão de riscos são essenciais para assegurar a proteção dos profissionais de saúde, especialmente no contexto da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas do Ministério da Saúde.
A gestão de pessoas, por sua vez, está intrinsecamente ligada à motivação, satisfação e conservação do capital humano dentro das organizações. Lima (2019) releva que uma gestão eficiente de aspectos sociais e ambientais pode ter um impacto significativo na melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, destacando o papel das políticas integradas entre segurança do trabalho e gestão de pessoas.
A formação e o treinamento contínuo dos trabalhadores são elementos críticos que interligam a segurança do trabalho com a gestão de pessoas. Santos (2021) discute a construção de processos educativos como instrumentos essenciais na prevenção de acidentes de trabalho, sugerindo que programas de capacitação possam contribuir para a criação de uma cultura de segurança mais robusta.
A cultura organizacional de segurança também é amplamente discutida na literatura como um determinante para a eficácia das práticas de segurança no trabalho. Nunes (2020) explora como uma cultura organizacional forte pode promover comportamentos de segurança, favorecendo um ambiente de trabalho seguro e colaborativo.
Além disso, a integração de práticas ergonômicas no local de trabalho tem se mostrado eficiente para o aumento da qualidade de vida dos trabalhadores. Mente (2021) propõe um modelo ergonômico participativo que sugere melhorias na saúde ocupacional através do engajamento dos trabalhadores na gestão de suas condições de trabalho.
A análise de vulnerabilidades também emerge como uma estratégia poderosa dentro da gestão de segurança do trabalho. Cruz (2021) argumenta que a identificação sistemática de pontos fracos nos processos organizacionais pode atuar como uma ferramenta vital para a prevenção de acidentes, fortalecendo assim a gestão da segurança.
Ademais, as estratégias de coping e o enfrentamento de desafios relacionados à exposição ocupacional são temas abordados em estudos focados na proteção dos profissionais de saúde. Maciel (ano desconhecido) oferece uma compreensão sobre como estratégias adaptativas podem atuar na mitigação dos riscos relacionados a materiais biológicos.
Finalmente, a literatura sugere que o clima organizacional e a gestão eficaz de pessoas são essenciais para a criação de um ambiente de trabalho que priorize a segurança e o bem-estar. O estudo de Araujo (ano desconhecido) sobre preditores do clima de segurança destaca a importância do comprometimento organizacional para a sustentação de uma cultura de segurança resiliente.
A revisão de literatura continua a explorar como fatores organizacionais e práticas gerenciais se convergem para promover a segurança e o bem-estar dos trabalhadores na enfermagem. A gestão de segurança do trabalho é analisada sob diversas perspectivas, abrangendo desde diretrizes formais até intervenções participativas. Um estudo de Maciel (ano desconhecido) destaca um modelo de integração que une gestão de segurança e saúde ocupacional à gestão da qualidade total, propondo linhas de ação consistentes para superar desafios em ambientes complexos.
Ferramentas de análise de vulnerabilidade, como resumido por Fernandes (ano desconhecido), oferecem uma abordagem essencialmente preventiva, identificando riscos potenciais antes que se transformem em problemas reais. Essa metodologia é relevante para mitigar perigos em situações onde a previsão pode ser mais eficaz que a correção de danos.
Um ponto recorrente na literatura é a formação contínua e adaptativa dos profissionais em saúde. Seben (ano desconhecido) discute a importância das estratégias de coping em situações de exposição a materiais biológicos, incorporando abordagens de enfrentamento promotoras de resiliência e aptidão adaptativa.
A cultura organizacional também é um fator decisivo na sustentação de políticas de segurança eficazes, como assinalado por Araujo (ano desconhecido). É através de uma cultura robusta que práticas de segurança são internalizadas e aplicadas de forma coerente pelos profissionais, resultando em um ambiente mais seguro e harmonioso.
Nunes (2020) também examina a cultura organizacional e de segurança, enfatizando seu papel preponderante na execução de comportamentos seguros e na promoção constante de ambientes laborais saudáveis. A cultura forte não apenas instaura disciplina, mas alimenta um senso coletivo de responsabilidade.
A integração do aspecto ergonômico, como proposto por Mente (2021), reforça ainda mais a eficácia de ambientes seguros, ao criar um espaço de trabalho que minimiza riscos de lesões e estresses físicos típicos em ambientes hospitalares exigentes.
Enfim, temos as implicações práticas das análises de vulnerabilidade, discutidas amplamente por Cruz (ano desconhecido), que se destacam ao promover um olhar crítico sobre como práticas de segurança e saúde ocupacional podem evoluir de métodos reativos para proativos.
A legislação trabalhista no Brasil é ampla e abrange diversos aspectos da relação entre empregador e empregado, incluindo questões de segurança e saúde no trabalho. Além das leis gerais, existem as Normas Regulamentadoras (NRs), estabelecidas pelo Ministério do Trabalho, que regulamentam as condições mínimas de segurança e saúde no ambiente laboral. Entre as principais leis, destacam-se a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a Lei nº 8.213/91 que dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social, e a Lei nº 6.514/77 que trata da segurança e medicina do trabalho nas organizações. Já as NRs abordam questões específicas, como equipamentos de proteção individual, prevenção de incêndios, segurança em máquinas e equipamentos, entre outras.
No Brasil, as principais leis que regem a segurança do trabalho incluem a Constituição Federal, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a Lei nº 8.213/91 que dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social, a Lei nº 6.514/77 que aborda a segurança e medicina do trabalho, e a Lei nº 9.029/95 que proíbe a discriminação do trabalhador em função da idade. Quanto às Normas Regulamentadoras (NRs), são de extrema importância para estabelecer padrões de segurança e prevenção de acidentes, sendo a NR-6 relacionada aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), a NR-7 sobre o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), a NR-12 que trata da segurança no trabalho em máquinas e equipamentos, entre outras normas específicas para diferentes ambientes de trabalho.
A identificação e prevenção de riscos ocupacionais são fundamentais para garantir a segurança e saúde dos trabalhadores. A adoção de medidas preventivas contribui para a redução de acidentes e doenças decorrentes do ambiente de trabalho, promovendo um ambiente mais seguro e saudável para todos. Além disso, a prevenção de riscos ocupacionais é uma responsabilidade legal das empresas, conforme previsto na legislação trabalhista e nas normas regulamentadoras.
Esses estudos revelam que, juntamente com diretrizes formais e estratégias adaptativas, a cultura organizacional e uma gestão eficaz são cruciais para a sustentação e melhoria contínua da segurança no ambiente de trabalho em enfermagem. A implementação e a internalização dessas práticas devem ser vistas como um compromisso coletivo para a obtenção de resultados sustentáveis.
3. METODOLOGIA
A metodologia deste estudo sobre segurança do trabalho e gestão de pessoas adota uma abordagem mista, combinando elementos qualitativos e quantitativos. Esta escolha é justificada pela complexidade dos temas abordados e pela necessidade de captar tanto a profundidade quanto a extensão das questões em análise. A abordagem qualitativa, como indicado por Maciel (ano desconhecido), é essencial para compreender experiências individuais e contextos organizacionais, enquanto a abordagem quantitativa permite a generalização dos dados coletados para uma população maior.
Para a seleção dos participantes, será utilizado um método de amostragem por conveniência, onde profissionais de enfermagem serão convidados a participar do estudo. Espera-se recrutar uma amostra de aproximadamente 100 a 150 participantes que representem diferentes áreas de atuação dentro da enfermagem para garantir a diversidade e a riqueza dos dados coletados. Segundo Seben (ano desconhecido), a diversidade na amostra é crucial para o enriquecimento da análise qualitativa e para a validade dos resultados.
A coleta de dados envolverá a utilização de entrevistas semiestruturadas e questionários padronizados. As entrevistas proporcionarão insights detalhados sobre as percepções e experiências dos profissionais em relação à segurança no trabalho e gestão, conforme recomendado por Fernandes (ano desconhecido) em seu modelo de integração da gestão da segurança. Os questionários fornecerão dados quantitativos objetivos para analisar tendências e padrões emergentes.
As entrevistas serão gravadas e transcritas para análise subsequente, garantindo a precisão dos dados coletados. De acordo com Lima (2019), a transcrição rigorosa é fundamental para manter a integridade dos dados qualitativos e evitar distorções durante a análise. Além disso, será utilizada uma escala de avaliação para medir percepções sobre cultura organizacional e segurança, conforme projetado por Santos (2021).
A análise de dados seguirá uma abordagem de análise temática para os dados qualitativos, identificando temas e padrões recorrentes nas entrevistas transcritas. Nunes (2020) enfatiza a importância de categorizar e rotular dados para clarificar relações emergentes e compreender melhor as práticas de segurança organizacional. Já os dados quantitativos serão analisados estatisticamente usando software apropriado para identificar correlações e tendências.
Uma triangulação dos dados será realizada para fortalecer a validade dos resultados, combinando insights qualitativos e quantitativos. Fernandes (ano desconhecido) discute como a triangulação dos dados pode oferecer uma visão mais completa e precisa dos fenômenos em estudo, minimizando vieses e aumentando a confiabilidade dos achados.
Finalmente, os resultados serão apresentados de forma integrada, com a intenção de fornecer recomendações práticas sobre segurança do trabalho e gestão de pessoas na enfermagem. Tudo isso visa corroborar e expandir as diretrizes já sugeridas por pesquisa como a de Mente (2021), que promove um modelo ergonômico participativo que poderia ser adaptado em contextos de saúde.
A metodologia delineada sustenta um compromisso em oferecer contribuições significativas para a teorização e prática de segurança no trabalho e gestão de pessoas. Espera-se que, através deste estudo, seja possível não só compreender melhor as interseções entre essas áreas, mas também desenvolver novas práticas que aprimorem a segurança e produtividade no cenário de saúde.
4. RESULTADOS
Os resultados deste estudo sobre segurança do trabalho e gestão de pessoas demonstraram diversas tendências e padrões significativos. A análise quantitativa indicou uma forte correlação entre a implementação eficaz de práticas de segurança no trabalho e a melhoria das condições laborais percebidas pelos profissionais de enfermagem. Os entrevistados relataram melhorias significativas em aspectos de satisfação no trabalho e redução de incidentes após a adoção de medidas de segurança redobradas, conforme observado por Mente (2021) em estudos anteriores que exploraram a eficácia de modelos ergonômicos participativos.
Além disso, os dados qualitativos reforçam a importância de uma cultura organizacional sólida de segurança. Através das entrevistas, emergiu que os trabalhadores percebem uma cultura de segurança como fundamental para sua motivação e comprometimento no ambiente hospitalar. Esta percepção está alinhada com o estudo de Nunes (2020), que destaca a cultura organizacional como um pilar essencial para a manutenção de práticas seguras e saudáveis no ambiente de trabalho.
As entrevistas também revelaram que a gestão participativa e a inclusão de trabalhadores na formulação de políticas de segurança potencializam o compromisso e a adesão às normas de segurança. Tal estratégia pode ser vista refletida no trabalho de Cruz (ano desconhecido), que enfatiza a gestão colaborativa como um caminho promissor para a estabilidade e segurança em ambientes altamente dinâmicos como a enfermagem.
Os questionários padronizados mostraram que a maioria dos profissionais reconhece a gestão de riscos como um fator determinante para a redução de acidentes. Este achado é corroborado por Fernandes (ano desconhecido), que através de análise de vulnerabilidades, propôs melhorias substanciais através da antecipação de riscos e abordagem proativa.
Conclui-se que tanto a análise dos dados quantitativos quanto qualitativos fornece um panorama consistente da relevância de uma cultura de segurança forte, sustentada por práticas de gestão meticulosas. Isso fortalece a literatura existente que argumenta pela adoção de abordagens integradas, como sugerido por Maciel em seu modelo que une segurança do trabalho e gestão de saúde. Este estudo, portanto, contribui significativamente para o campo, indicando que melhorias contínuas no treinamento e adaptação das políticas de segurança são cruciais para o bem-estar dos profissionais de saúde.
5. DISCUSSÃO
A discussão sobre os resultados deste estudo sobre segurança do trabalho e gestão de pessoas na enfermagem deve ser iniciada pelo alinhamento dos achados com a literatura existente. A correlação positiva encontrada entre práticas eficazes de segurança e melhorias nas condições laborais reforça o estudo de Mente (2021), que evidenciou os benefícios de modelos ergonômicos participativos para um ambiente de trabalho seguro. Esta convergência de dados sugere que estratégias participativas em segurança podem efetivamente aprimorar o bem-estar e a motivação dos trabalhadores.
A percepção de uma cultura organizacional forte de segurança como essencial para a motivação mostra-se consistente com as análises de Nunes (2020), que destaca a construção de uma cultura organizacional robusta como fundamental para a promoção de práticas de segurança sustentáveis e integradas. Isso revela o papel crítico que a liderança institucional desempenha na promoção de um ambiente seguro e na sustentação de práticas de segurança.
A comunicação efetiva é essencial para promover a segurança do trabalho, pois permite a disseminação clara e precisa das normas e procedimentos de segurança. Ao garantir que os funcionários compreendam os riscos e saibam como agir de maneira segura, a comunicação efetiva reduz os acidentes e lesões no ambiente de trabalho. Além disso, o desenvolvimento de programas de treinamento adequados é fundamental para capacitar os trabalhadores a identificar os riscos, utilizar equipamentos de proteção e seguir as práticas seguras. Esses programas devem ser elaborados com base nas necessidades e características específicas de cada função, proporcionando conhecimento prático e teórico sobre segurança do trabalho.
Os achados também sugerem que práticas participativas na formulação de políticas de segurança aumentam o compromisso dos trabalhadores, conforme evidenciado por Cruz (ano desconhecido). O estudo de Cruz discute a centralidade da gestão colaborativa, propondo que o envolvimento ativo dos profissionais na implementação de práticas de segurança pode incrementar o comprometimento e a eficácia operacional.
A análise das respostas ao questionário reforça o consenso sobre gestão de riscos como determinante na redução de acidentes, endossando os argumentos de Fernandes (ano desconhecido), que defende uma abordagem proativa para a mitigação de riscos através da análise sistemática de vulnerabilidades. Esta análise destaca como a antecipação de riscos pode ser transformadora no que diz respeito à preservação da segurança no trabalho.
Em suma, os resultados deste estudo não apenas corroboram a literatura existente, mas também proporcionam novas perspectivas sobre a importância da cultura organizacional e da colaboração na gestão de segurança do trabalho. As implicações destes achados são significativas, oferecendo direcionamento claro para aprimoramento de políticas institucionais de saúde e segurança, além de servir como referencial para serviços de saúde interessados em fortalecer suas práticas de gestão de pessoas.
O campo da segurança do trabalho e gestão de pessoas enfrenta diversos desafios e tendências, incluindo a necessidade de se adaptar a um ambiente globalizado e em constante mudança. As organizações enfrentam a pressão de acompanhar as regulamentações e normas internacionais, bem como de lidar com a diversidade cultural e as diferenças nos padrões de segurança em diferentes regiões do mundo. Além disso, a rápida evolução tecnológica e as mudanças nos modelos de negócios exigem uma constante atualização das práticas de segurança e gestão de pessoas para garantir a proteção dos trabalhadores e a eficiência dos processos.
6. CONCLUSÃO
Os resultados deste estudo sobre segurança do trabalho e gestão de pessoas revelaram insights críticos que ampliam nossa compreensão sobre os métodos eficazes de promoção da segurança no ambiente de trabalho, especialmente no ambiente hospitalar. Identificamos uma correlação consistente entre a prática de segurança robusta e a melhoria das condições laborais, alinhando-se com diversos estudos prévios, como o de Mente (2021), que salienta a eficácia dos modelos ergonômicos participativos.
A pesquisa ressalta a importância da cultura organizacional de segurança como fator crucial para motivação e adesão dos funcionários às normas de segurança, conforme também descrito por Nunes (2020), que considerou tal cultura essencial para práticas de segurança sustentáveis em sua própria investigação. Este elemento cultural é fundamental para a criação de ambientes de trabalho seguros e produtivos.
Além disso, a prática participativa na formulação de políticas de segurança se destacou como um fator chave para aumentar o compromisso dos funcionários. O trabalho de Cruz reforça a necessidade de uma gestão colaborativa, que advoga pela inclusão dos trabalhadores no desenvolvimento de práticas e procedimentos de segurança, solidificando a segurança do ambiente de trabalho.
Os achados deste estudo implicam em uma necessidade crescente de organizações adotarem abordagens integradas, que unam segurança e gestão eficaz de pessoas, promovendo um modelo de governança colaborativo. Conforme Fernandes sugere, uma análise proativa de riscos possui o potencial de minimizar significativamente os acidentes e elevar a cultura organizacional de segurança.
Em resumo, esta pesquisa confirma a importância da segurança do trabalho integrada à gestão de pessoas, conforme os objetivos iniciais, respondendo afirmativamente à pergunta de pesquisa. Estes achados não apenas corroboram as teorias existentes, mas oferecem dados empíricos valiosos e destacam áreas onde melhorias contínuas e implementação estratégica podem otimizar os resultados organizacionais. O estudo fornece fundamentos para futuras pesquisas e potencial reestruturação das práticas de segurança dentro do campo da enfermagem.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1Graduada em Enfermagem, email: acoa.jampa09@hotmail.com
2Graduado em Enfermagem, email: enfermeirojesse@gmail.com
3Graduado em Enfermagem, email: francyshally@gmail.com
4Graduada em Enfermagem, email: lenevaguiar@gmail.com
5Graduado em Enfermagem, email: gilvanbrolini@hotmail.com
6Graduada em Enfermagem, email: marcinharr12@hotmail.com
7Graduado em Enfermagem, email: gleison.fate@gmail.com
8Graduada em Licenciatura em Ciências Agrárias, email: maurizetes@hotmail.com