A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL DO EDUCADOR

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8262696


Adilson Gomes de Campos1, Andréa Branco Marinho2, Gabrielle Nepomuceno da Costa Santana3, Nefertiteh França Quaresma Bidá4, Daniel Abrantes Rosique, Josiane das Graças Carvalho Oliveira6, Jéssica Hilane Bezerra dos Santos7, Rodlon Andrade Valadares de Almeida,Leonardo Francisco Machado Trassi, Cecília cognetti freitas10, Keila Jeane Maciel Cordeiro dos Santos11, Jônata Alves da Silva12


RESUMO: A saúde mental dos educadores tem um impacto profundo não só no seu bem-estar geral, mas também na qualidade da educação que proporciona aos seus alunos. Em primeiro lugar, a sua saúde mental dos cuidadores afeta diretamente sua capacidade de lidar com os desafios diários de sua profissão. OBJETIVOS: Conceituar a importância da saúde mental do educador. METODOLOGIA: Trata-se de revisão sistemática com objetivo de trazer o que a literatura científica já tem falado sobre a importância da saúde mental dos professores. Para sua realização foram elencados os seguintes critérios de inclusão: está preferencialmente no recorte temporal dos últimos cinco anos, disponível na íntegra de forma gratuita, está em português, inglês ou espanhol e o tema alinhado com o que o artigo desenvolvido propõe. Foram excluídos os artigos que não se enquadraram nas ordens acima.  RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ensinar é um trabalho exigente que pode ser físico, mental e emocionalmente desgastante. Desde o gerenciamento da dinâmica da sala de aula até o  atendimento das expectativas administrativas, os educadores enfrentam uma comunidade de estressores que podem afetar seu bem-estar mental, o que pode ocasionar o burnout e impactar o desempenho do educador.  Educadores mentalmrnte saudáveis são mais tolerantes a criar um ambiente de aprendizagem de apoio e nutrição onde os alunos se sentem seguros e valorizados. Por outro lado, educadores que vivenciam desafios de saúde mental podem ter dificuldades para gerenciar suas salas de aula de forma eficaz. CONCLUSÃO: Portanto, problemas de saúde mental não tratados podem levar a diminuição da satisfação no trabalho e,em última análise contribuir para altas taxas de rotatividade na profissão docente.

Palavras-chaves: Saúde Mental, Educação, Trabalho.

ABSTRACT:

INTRODUCTION: The mental health of educators has a profound impact not only on their general well-being, but also on the quality of education they provide to their students. First, your caregivers’ mental health directly affects their ability to deal with the daily challenges of their profession. OBJECTIVES: To conceptualize the importance of educators’ mental health. METHODOLOGY: This is a systematic review with the objective of bringing what the scientific literature has already said about the importance of teachers’ mental health. For its realization, the following inclusion criteria were listed: it is preferably in the time frame of the last five years, available in full for free, is in Portuguese, English or Spanish and the theme is aligned with what the developed article proposes. Articles that did not fit the above orders were excluded. RESULTS AND DISCUSSION: Teaching is demanding work that can be physically, mentally and emotionally draining. From managing classroom dynamics to meeting administrative expectations, educators face a community of stressors that can affect their mental well-being, which can lead to burnout and impact educator performance. Mentally healthy educators are more tolerant of creating a supportive and nurturing learning environment where students feel safe and valued. On the other hand, educators who experience mental health challenges may struggle to manage their classrooms effectively. CONCLUSION: Therefore, untreated mental health issues can lead to decreased job satisfaction and ultimately contribute to high turnover rates in the teaching profession.

Keywords: Mental Health, Education, Work.

INTRODUÇÃO:

As condições de saúde e sua relação com o trabalho têm sido estudadas por diversas áreas do conhecimento. A saúde do assalariado inclui uma área de prática e conhecimento interdisciplinar e interdepartamental com o objetivo de analisar e atuar nas relações de trabalho que contribuem para o adoecimento e o agravo. O maior avanço da saúde do assalariado no Brasil foi o seu reconhecimento constitucional no campo da saúde coletiva (Gomez CM, Vasconcellos LC, Machadinha JM, 2018). O trabalho docente é uma experiência profissional caracterizada por maiores níveis de estresse e menores níveis de bem-estar em comparação com outras profissões formais (Quiroga, 2015; Whitaker et al., 2015). Uma pesquisa Educatel realizada em 2017 para avaliar as condições de saúde e trabalho do ensino fundamental no Pau-Brasil mostrou que a saúde e a capacitância de trabalho dos professores foram significativamente afetadas, principalmente pelas condições de trabalho (Alcântara et al. , 2019), o que foi confirmado pela taxa de absenteísmo dos profissionais da educação pública no mesmo período, 71 % (CNTE, 2017) A Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera a docência como uma atividade de risco desde 1981, o que explica a baixa atratividade da profissão e a crescente escassez de profissionais da educação principalmente nas fases iniciais da escolaridade (Redding & Henry, 2019).

A literatura mostra que o ambiente interno e externo da sala de aula contribui para adoecimentos mentais e físicos dos educadores, por exemplo: a) ergonomia (má ventilação da sala, calor, ruído interno e externo); b) aspectos econômicos (baixos salários, longa jornada de trabalho horas; c) aspectos relacionais (conflitos com alunos e colegas, baixo apoio social dos gestores escolares e violência dentro da sala de aula); d) burocracia (aumento da hierarquia e burocracia, pouco tempo para aperfeiçoamento profissional, baixa autonomia profissional) et al. ( Imbernón, 2011; Souza, 2017).

A realidade brasileira do ambiente escolar público na maioria das vezes se apresenta como um espaço que se alterna entre a saúde e a doença, o que é paradoxal porque deveria ser formador de conhecimento, saber e transformação, mas, ao contrário, torna-se o objetivo da educação. Desrespeito de alunos, pais, professores e administradores. Dessa forma, tornam-se locais de conflito, locais onde os professores são desvalorizados, levando à redução do número de pessoas interessadas ou que abandonam a profissão (Souza, 2012).

O trabalho tem sido reconhecido como um determinante social no curso da saúde e da doença e, como tal, tem sido dada atenção à relação entre saúde, subjetividade e contexto social com fatores mais amplos, como qualidade de vida (Cortez et al.) com respeito às características do trabalho, A atividade dos professores, em particular, é avaliada como uma atividade complexa que requer equilíbrio constante (físico, mental, social e espiritual), refletindo percepções de qualidade de vida.

Assim, o presente artigo tem o objetivo de conceituar a saúde mental dos educadores e também questionar: qual a importância da saúde mental dos professores no ambiente escolar?

METODOLOGIA: 

Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, baseada nas recomendações do Critical Items for Reporting Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Primeiro, para iniciar a revisão da literatura, uma estratégia usando perguntas PICO define a questão norteadora: qual a importância da saúde mental dos professores no ambiente escolar?

 Em seguida, foi realizada uma busca por descritores no sistema DECS (Descritores para Ciências da Saúde) nos idiomas português, inglês e espanhol. Selecione três blocos com descritores usando as palavras-chave “educação”, “família” e “tecnologia” e os operadores booleanos AND e OR para combinar os termos. As buscas de artigos foram realizadas em fevereiro de 2019 nas bases de dados Cochrane, PubMed, Scopus e Web of Science. Os artigos não são divididos por data de publicação e são considerados apenas publicações em inglês e português. Foram excluídos estudos de caso e séries de casos, artigos de revisão e estudos em populações com síndromes associadas e déficits cognitivos e emocionais.

 A seleção dos artigos foi realizada por dois revisores cegos que pesquisaram o banco de dados, primeiro lendo os títulos e, em seguida, selecionando os artigos correspondentes ao tema para análise do resumo.

 Após o exame dos resumos, os avaliadores listaram os textos completos para leitura, incluindo apenas os artigos que atenderam aos critérios anteriores. O desacordo na seleção do estudo foi resolvido por meio de discussão entre os avaliadores. A qualidade metodológica dos estudos selecionados também foi avaliada por meio da escala PEDro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: 

A Qualidade de Vida (QV) pode ser compreendida como “a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Quanto à característica do trabalho, particularmente à do professor, é avaliada como uma atividade complexa com demandas de contínuo equilíbrio (físico, psíquico, social e espiritual) que reflete na percepção de QV (SANTOS, ESPINOSA, MARCON,2020). 

A incidência de transtornos mentais é comum em professores, assim como as queixas inespecíficas, como exaustão, fadiga, dor de cabeça, tensão, stress, síndrome de Burnout, problemas vocais e doenças osteomusculares como sendo os principais motivos de afastamento do trabalho e redução da qualidade de ensino público e particular de todos os níveis (Scheuch K, Haufe E, Seibert R). 

Mesmo antes da pandemia, pesquisas como as de Diehl e Marin (2016) e Tostes (2018)apresentavam dados preocupantes acerca do adoecimento mental nos professores, em virtude das diversas modificações ocorridas na profissão docente, como a fragilização de vínculos empregatícios. E com a pandemia causada pelo novo coronavírus, as mudanças têm-se intensificado. Mudanças estas que causam repercussões, direta ou indiretamente, em toda organização social e que geram impactos significativos na saúde mental do professor.

De várias maneiras, SV contribuiu para a saúde psicológica dos participantes, avaliação pessoal de estresse e experiências negativas e capacidade de enfrentamento. Pessoas existencialmente realizadas acreditam que são livres, responsáveis ​​e capazes de viver vidas cheias de propósito e objetivos propositais e, como resultado, o apego emocional, cognitivo e motivacional humano funciona positivamente (Frankl, 1969, 2011; George & Park, 2016 ). Viver com propósito e propósito proporciona uma sensação de controle e previsibilidade sobre eventos importantes, permite que os indivíduos avaliem melhor situações negativas e estressantes e melhora o bem-estar psicológico (Burrow et al., 2014; Mascaro & Rosen, 2006).

Os transtornos mentais são um dos principais motivos de desligamento de professores por problemas de saúde. De fato, se os professores adoecerem, as instituições de ensino também adoeceram, e existe a possibilidade de que suas funções sociais não sejam cumpridas na educação do público. (Malta DC ET AL, 2018) Portanto, é importante continuar a pesquisa para discussão e colaboração para superar a doença do professor. O trabalho do professor é uma área de estudo que precisa ser explorada devido às profundas e pervasivas mudanças na educação, ressignificando as relações entre os indivíduos que fazem parte do processo de ensino e aprendizagem.

  CONCLUSÃO: 

Conclui-se que não se pode subestimar a importância da saúde mental dos educadores. O bem-estar dos educadores impacta diretamente na sua capacidade de ensinar e apoiar efetivamente seus alunos. Ao priorizar a saúde mental e fornecer aos pais o apoio necessário, podemos criar um ambiente de aprendizagem favorável onde alunos e pais prosperam. É imperativo que a sociedade reconheça a importância da saúde mental dos educadores e trabalhe para promover um sistema educacional saudável e resiliente.  

REFERÊNCIAS:

RIBEIRO, B. et al. BURNOUT SYNDROME IN BRAZILIAN TEACHERS. Psicologia, Saúde & Doença, v. 23, n. 01, p. 290–297, mar. 2022. Disponível em: http://www.scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862022000100290&lang=pt#B24

DAVID ANDRADE SANTOS, K.; PEREIRA DA SILVA, J. Sentido de vida e saúde mental em professores: uma revisão integrativa. Revista da SPAGESP, v. 23, n. 1, p. 131–145, 2022. Disponível em:  http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702022000100011.

Reflexões Sobre a Saúde Mental do Professor: Possibilidades para Promover a Saúde do Trabalhador. Disponível em: <http://biblioteca.cofen.gov.br/reflexoes-sobre-saude-mental-professor-possibilidades-para-promover-saude-trabalhador/>. Acesso em: 10 ago. 2023.

DE OLIVEIRA, E. C.; DOS SANTOS, V. M. Adoecimento mental docente em tempos de pandemia / Teaching mental health in pandemic times. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 4, p. 39193–39199, 15 abr. 2021.

BROGNOLI, Evelyn; PAGNAN, Júlia Maragno; LONGEN, Willians Cassiano. Saúde mental dos trabalhadores da educação. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 5, p. 11521-11530, 2020. Saúde Mental dos Trabalhadores da Educação / Mental Health in Education Workers | Brazilian Journal of Health Review (brazilianjournals.com.br


1.adilson.campos@univag.edu.br Mestre em Enfermagem UFMT Instituição:Univag ( Universidade de Várzea Grande)
2. andreabmcabm@gmail.com  Graduada em Enfermagem- UNESA
3. gabrielle.nepomucenorj@gmail.com Especialista em Saúde da Família – FAVENI
4. nefertitehbida@gmail.com Graduanda em  psicologia Faculdade Católica de Rondônia
5. danielrosiqueabrantes@hotmail.com Medicina – UNAERP Ribeirão Preto-SP
6. josianegcarvalho@hotmail.com Enfermeira- Universidade do Estado do Pará
7. jessicahilane@hotmail.com Graduada em Enfermagem – UNIABEU
8. rodlonvaladares@uol.com.br  Professor (FUPAC) e Inspetor Escolar (SEEMG).
9. E-mail: leotrassii@gmail.com Medicina – Unaerp
10. ceciliafreitas2018@hotmail.com  Medicina- unifran/ franca- são paulo
11. wkeila@gmail.com Pedagoga Instituição: SEDUC
12. jhow_alves87@yahoo.com Psicólogo Escolar Instituição: SEDUC