A IMPORTÂNCIA DA PSICOPROFILAXIA CIRÚRGICA PARA PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIAS ELETIVAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10039023


Lorrana Morais dos Santos1; Expedito Miranda Sampaio Neto2; Maria Vitória Lima Camilo3; Maria Andrea Freitas Cavalcanti Rego Ferraz4; Beatriz Fragoso Saonetti Kawasaki5; Paulo José de Andrade Lira Oliveira6; José Gilberto de Oliveira Júnior7; Aline Cicilia Oliveira dos Santos Guimarães8; Larissa Cavalcanti de Andrade Nunes Mattos9; José Rodrigues de Paiva Neto10; Betânia Dal Agnol Salvadori11; Thiago Marques Brito12 Elisama Beliani13; Bruna Godoi da Silva14


INTRODUÇÃO: A psicoprofilaxia cirúrgica é uma técnica que tem como objetivo preparar psicologicamente o paciente para a cirurgia. A ansiedade pré-operatória é um problema comum que pode afetar negativamente a recuperação do paciente após a cirurgia. Estudos têm demonstrado que a psicoprofilaxia cirúrgica pode reduzir significativamente os níveis de ansiedade em pacientes submetidos a cirurgias eletivas. Ao reduzir a ansiedade, a psicoprofilaxia cirúrgica pode contribuir para uma cirurgia mais tranquila e segura, além de ajudar o paciente a lidar melhor com o período pós-operatório. OBJETIVO: O presente estudo tem como principal objetivo analisar os principais benefícios causados pela profilaxia cirúrgica. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de  literatura com objetivo de trazer o que a literatura científica já tem falado sobre a importância da psicoprofilaxia cirúrgica. Para sua realização foram elencados os seguintes critérios de inclusão: está preferencialmente no recorte temporal dos últimos cinco anos, disponível na íntegra de forma gratuita, está em português, inglês ou espanhol e o tema alinhado com o que o artigo desenvolvido propõe. Foram excluídos os artigos que não se enquadraram nas ordens acima. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Além de reduzir a ansiedade pré-operatória, a psicoprofilaxia cirúrgica também pode contribuir para a diminuição da dor e desconforto pós-operatório. A dor é um sintoma comum após a cirurgia, e pode ser difícil de controlar. No entanto, estudos têm demonstrado que a psicoprofilaxia cirúrgica pode ajudar a reduzir a percepção da dor, tornando o período pós-operatório mais confortável para o paciente. Ao reduzir a dor e o desconforto, a psicoprofilaxia cirúrgica pode contribuir para uma recuperação mais rápida e eficiente. Outro benefício da psicoprofilaxia cirúrgica é a melhora da recuperação e cicatrização pós-cirúrgica. A recuperação após a cirurgia pode ser um processo lento e desafiador, e a psicoprofilaxia cirúrgica pode ajudar o paciente a lidar melhor com os desafios desse período. Estudos têm demonstrado que a psicoprofilaxia cirúrgica pode contribuir para a recuperação física e emocional do paciente, tornando-o mais apto a enfrentar os desafios da recuperação. Ao melhorar a recuperação e cicatrização pós-cirúrgica, a psicoprofilaxia cirúrgica pode contribuir para uma melhor qualidade de vida após a cirurgia. CONCLUSÃO: Em suma, a psicoprofilaxia cirúrgica é uma técnica importante para pacientes submetidos a cirurgias eletivas. Ela oferece benefícios significativos, incluindo a redução da ansiedade pré-operatória, diminuição da dor e desconforto pós-operatório, e melhora da recuperação e cicatrização pós-cirúrgica. Além disso, a psicoprofilaxia cirúrgica pode ajudar a melhorar a experiência geral do paciente durante o processo cirúrgico. Portanto, é fundamental que os profissionais de saúde considerem a inclusão da psicoprofilaxia cirúrgica como parte integrante do tratamento para pacientes submetidos a cirurgias eletivas.

Palavras-chave: Procedimentos Cirúrgicos Eletivos, Ansiedade, Saúde.

INTRODUÇÃO: 

O processo de adoecimento envolve alterações que podem afetar a vida das pessoas não só fisicamente, mas também psicologicamente. Dependendo da gravidade da doença, o paciente pode necessitar de internação ou até mesmo de cirurgia, o que desencadeia processos psicológicos que podem causar sofrimento. Segundo Mendes e Arrais (2018, p. 59) “não existe horário para adoecer, ou seja, adoecer é ir embora, é um desvio do arco do cotidiano, é uma ruptura com o roteiro que impede o roteiro de descrever a vida”.

A hospitalização acarreta uma mudança no estilo de vida das pessoas hospitalizadas e de seus familiares, deixando-os a uma rotina dura em um ambiente hostil. Integrado com procedimentos desconfortáveis ​​e até dolorosos. (SPIRI, GARCIA, 2007) Aqui podemos acrescentar a necessidade de um procedimento cirúrgico, um momento de crise e ansiedade é um fator de estresse para o paciente, pois enfrentá-lo traz consigo dúvidas e medos sobre o futuro e a necessidade. confiar sua vida nas mãos de profissionais que você acredita serem qualificados (CAVALCANTE, PAGLUICA, ALMEIDA, 2000; PASCHOAL, GATTO, 2006).

 O impacto da hospitalização no comportamento da criança, na maioria dos casos, leva a efeitos adversos como estresse, ansiedade e medo (Salmon, 2006; Broering e Crepaldi, 2011). Schmitz, Piccoli e Vieira (2003) afirmam que crianças hospitalizadas para procedimento cirúrgico se desviam de sua rotina e apresentam distúrbios psicológicos devido ao desconforto, ansiedade e alterações sensoriais, como embaçamento devido ao medo do desconhecido. consciência, alucinações, delírios e desorientação (Vaughan e McKay, 1977 além de Schmitz, Piccoli e Vieira, 2003, p. 67). 

O psicólogo do setor infantil é muito importante, pois as fragilidades humanas aumentam e surgem ali paralelamente à criança, o que significa um processo de tratamento hospitalar multifatorial compreensível para o paciente infantil. Tais aspectos são fantasias, medos, dor, frustração, perda, insignificância e tristeza no paciente criança e adolescente, que vivencia de forma aguda tais emoções, pois a hospitalização supera a fragilidade orgânica. O “outro” invade o seu mundo privado, e esse “outro” é importante para a sua formação e crescimento pessoal, mas ao mesmo tempo te ameaça (ALVES, 2020). Em suma, pode-se dizer que a psicoprofilaxia cirúrgica é uma opção que auxilia o paciente a enfrentar e aliviar sintomas e problemas específicos decorrentes da situação cirúrgica e a se preparar emocionalmente para tal situação. Também permite detectar os traumas ocorridos durante a operação e prevenir e reduzir o impacto dos fatores estressantes da situação. Por fim, o processo de prevenção funciona como diagnóstico e prognóstico ao avaliar a vulnerabilidade do indivíduo (Juan, 2007).

METODOLOGIA:

Trata-se de uma revisão narrativa com abordagem qualitativa, a qual sob o ponto de vista contextual permite a discussão sobre um assunto delineado (ROTHER, 2007). As revisões narrativas são comunidades abrangentes e neutras para descrever e debater o desenvolvimento de determinado tema, sob o ponto de vista teórico e contextual. Esse tipo de revisão possui papel essencial para a educação continuada, visto que permite ao leitor a atualização de conhecimentos sobre assuntos específicos em curto período de tempo. Dessa forma, esse modelo de revisão fundamenta o artigo em uma análise e interpretação dos autores, conduzindo assim à demonstração de novas ideias e aprimoramento sobre a temática em questão (TOLEDO, 2017). Sendo assim, utiliza-se esse tipo de revisão com o intuito de explorar uma temática específica, permitindo evidenciar novos conhecimentos sobre o esgotamento profissional por parte dos enfermeiros. 

A busca na literatura ocorreu nos meses de Setembro e Outubro. Como essa metodologia não requer métodos específicos para procura de fontes na literatura (CORDEIRO et al. 2007), o processo de coleta foi realizado por meio das bases de dados  Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS)

Além disso, foram incorporados materiais publicados por institutos filantrópicos reconhecidos, principalmente os materiais do ministério da saúde, visto que essa é uma temática com aprendizado limitado.

 Para realização da busca utilizou-se os seguintes Descritores em Ciências Saúde (decs): “Procedimento cirúrgico” e “Ansiedade” Os critérios adotados para inclusão das publicações foram aqueles que abordaram sobre a temática, disponível na íntegra e online, publicado nos idiomas português, inglês e espanhol. Excluíram-se artigos indisponíveis na íntegra de forma gratuita e que não abordavam a temática. Foram selecionados 5 estudos para compor a revisão. 

Por ter como referência bases públicas, não será preciso a submissão ao Comitê de Ética e Pesquisa, respeitando, porém, os preceitos éticos alcançados na resolução número 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2013). 

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Os resultados obtidos confirmaram que, conforme mencionado acima, a terapia psicoprofilática antes da intervenção cirúrgica reduz o nível de medo e ansiedade e os torna toleráveis. Neste estudo, revisamos dados referentes à ansiedade no pós-operatório. Os autores observaram anteriormente que a ansiedade pré-operatória parece estar positivamente relacionada de forma linear com a recuperação emocional pós-operatória. Ou seja, se um paciente apresentou ansiedade no pré-operatório e não recebeu apoio psicológico nesse período, o mesmo paciente pode ter apresentado ansiedade no pós-operatório. Os pacientes que formaram o G2 não tiveram oportunidade de trabalhar previamente seus aspectos emocionais e se preparar para o pós-operatório. Portanto, eles não tinham recursos para lidar com isso. A hipótese é que a informação e a educação pré-operatória fornecerão aos pacientes ferramentas para vivenciar o pós-operatório com menor impacto, como foi o caso do grupo G1 que recebeu psicoprofilaxia cirúrgica (D´Alvia, R.1995).

As doenças associadas à hospitalização podem causar diversas reações nas crianças. Atitudes fóbicas e antifobia relacionadas ao isolamento do apego, controle do medo e necessidade de aprovação foram investigadas nos participantes (LEWIS E VOLKMAR, 1993; CASTRO, SILVA, RIBEIRO, 2004 ). 

O estresse e a ansiedade antes da cirurgia prolongaram o período de recuperação. Estes são obstáculos contraproducentes à reabilitação do paciente. Foi demonstrado que quanto maior o nível de estresse do paciente antes da cirurgia, mais tempo leva o processo de cicatrização, maior a probabilidade de o sistema imunológico está enfraquecido e o paciente ter menos probabilidade de cooperar com o tratamento médico (Söderman, Lisspers, Sundin, 2007) . 

Essa ansiedade se alterna com sentimentos de medo e estresse. O estresse promove alterações biológicas e fisiológicas e, devido aos seus efeitos funcionais, pode se tornar um fator de risco durante a cirurgia, complicar seus resultados e comprometer a recuperação pós-operatória (Lopez Roig et al, 1993). 

O comportamento parental afeta as reações emocionais e as percepções da criança sobre a experiência hospitalar (Barros, 1999; Crawford, 2002), indicando que podem ser elementos-chave no processo de ajustamento e enfrentamento, fornecendo modelos de desenvolvimento funcionais e apropriados. essas habilidades aos seus filhos e fornecer-lhes apoio emocional incondicional. Contudo, para que isso aconteça, pode ser necessário proporcionar aos pais e parceiros formação especial e apoio emocional (Costa Junior, 2002 ). 

Nesse sentido, a literatura enfatiza a importância de um profissional psicológico que forneça suporte emocional e avalie bem o quadro emocional e comportamental geral do paciente. Identifique suas expectativas em relação à cirurgia e ao tratamento, possíveis medos (reais ou imaginários), fantasias, ansiedades, ansiedades (esperadas ou não), como se o formato ou imagem do seu corpo mudará. Além disso, avalie se o paciente compreende o procedimento ao qual está sendo submetido, se possui compreensão funcional ou limitada, como um paciente internado/cirúrgico (Sebastiani e Fongaro, 2017).

 CONCLUSÃO:

Em suma, a psicoprofilaxia cirúrgica é uma técnica importante para pacientes submetidos a cirurgias eletivas. Ela oferece benefícios significativos, incluindo a redução da ansiedade pré-operatória, diminuição da dor e desconforto pós-operatório, e melhora da recuperação e cicatrização pós-cirúrgica. Além disso, a psicoprofilaxia cirúrgica pode ajudar a melhorar a experiência geral do paciente durante o processo cirúrgico. Portanto, é fundamental que os profissionais de saúde considerem a inclusão da psicoprofilaxia cirúrgica como parte integrante do tratamento para pacientes submetidos a cirurgias eletivas.

REFERÊNCIAS: 

PREBIANCHI, H. B.; FERRACINI, A. PSICOPROFILAXIA CIRÚRGICA DE PACIENTES INFANTIS E ADOLESCENTES: PERCEPÇÃO DOS MÉDICOS. Psicologia em Revista, v. 25, n. 2, p. 476–491, 20 maio 2020. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682019000200007. Acesso em: 07 out 2023.

ALVES, A. M. Atuação do psicólogo na unidade pediátrica em iminência de cirurgia cardíaca. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, v. 13, n. 3, p. 1–18, 2020. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-82202020000300002. Acesso em: 07 out 2023.

JUAN, K. DE. O impacto da cirurgia e os aspectos psicológicos do paciente: uma revisão. Psicologia Hospitalar, v. 5, n. 1, p. 48–59, 2007. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-74092007000100004 & lng=pt&nrm=i&tlng=pt. Acesso em: 07 out 2023.

CORONEL, M. CIRURGIA PEDIÁTRICA: BENEFÍCIOS DO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO Pediatric Surgery: Benefits of Psichological Monitoring. [s.l: s.n.]. Disponível em: https://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/132_235.pdf

PSICOPROFILAXIA CIRÚRGICA NA UROLOGIA | Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. periodicorease.pro.br, 30 abr. 2022. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/5161/1990 . Acesso em:


1 e-mail: lorranamoraisbva@gmail.com
Instituição: Faculdade Pernambucana de Saúde FPS
Curso: Medicina
2 E-mail:expeditosampaio63@gmail.com
Instituição: Faculdade Pernambucana de Saúde FPS
Curso: Medicina
3 Vitoriaccamilo@hotmail.com
Centro Universitário Maurício de Nassau-Boa Viagem-Recife-PE
Medicina
4 E-mail :andrea_fcr@hotmail.com
Instituição: Affya – Jaboatão dos Guararapes
Curso :Medicina
5 E-mail: biafsk@gmail.com
Instituição: Afya Faculdade de Ciências Médicas
Curso :medicina
6 E-mail: paulojose25@hotmail.com
Instituição: Fits/Afya
Curso: Medicina
7 E-mail:jgilbertoojunior@gmail.com
Instituição: Afya Faculdade de Ciências Médicas
Curso :medicina
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Instituição: FCM – afya Jaboatão dos Guararapes
Curso: Medicina
9 Email : larissacanunes2712@gmail.com
Instituição: Maurício de Nassau Boa Viagem Recife-PE
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Psicologia – Universidade Católica de Petrópolis (UCP- 1999/02)
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Psicóloga formada, pós graduação em avaliação psicológica com ênfase no contexto saúde e hospitalar
Faculdade Martha Falcão – WYDEN