REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102412272341
Vanderley Dos Santos
Vanessa Dayane Nunes da Silva
RESUMO
Introdução: Consiste-se a deficiência auditiva na perda parcial ou total da capacidade de detectar sons causada por má-formação ou lesão na composição do aparelho auditivo. Considera-se surdo todo aquele que tem total ausência da audição, ou seja, que não ouve nada. Os surdos enfrentam barreiras de comunicação, atendimento inadequado e necessitam de intérpretes ou familiares. A Lingua Brasileira de Sinais (Libras) melhora a comunicação, acesso à saúde e respeito à identidade cultural surda. Profissionais de enfermagem enfrentam desafios devido à falta de preparo. O estudo visa analisar a importância da Lingua Brasileira de Sinais (Libras) na assistência de enfermagem, identificar dificuldades enfrentadas pelos surdos e profissionais de enfermagem, promovendo inclusão e igualdade no acesso à saúde. Objetivo: sensibilizar sobre a importância de Libras na assistência de enfermagem, identificando as dificuldades enfrentadas pelos surdos e profissionais da saúde. Método: Este estudo é uma revisão integrativa da literatura. A busca por publicações foi realizada em bases de dados eletrônicas como BDEnf, LILACS, BVS, SciELO e Google Acadêmico, utilizando descritores em ciências da saúde. Foram incluídos artigos originais e revisões sistemáticas disponíveis integralmente e gratuitamente em português, abrangendo também manuais e guias relevantes publicados entre 2014 e 2024. Resultados e discussões: Após aplicação de descritores foram encontrados e analisados 1.615 artigos, os quais foram selecionados 9 para o estudo, que revela que, embora os profissionais reconheçam a relevância da Libras, muitos não possuem o conhecimento necessário para utilizá-la adequadamente. Isso resulta em barreiras significativas durante o atendimento, como a falta de preparo da equipe e a necessidade de acompanhantes para mediar a comunicação. Além disso, em situações críticas, a ausência de compreensão mútua pode comprometer a saúde dos pacientes surdos, levando a diagnósticos incorretos e atrasos no tratamento. O estudo enfatiza a urgência de capacitar os profissionais de saúde em LIBRAS e implementar políticas públicas que garantam acesso e inclusão adequados, ressaltando que essa capacitação é fundamental para atender às necessidades específicas dos pacientes surdos e melhorar a qualidade do cuidado prestado.Conclusão: Apesar do reconhecimento da relevância da Libras, muitos profissionais enfrentam barreiras como a falta de formação e recursos. O trabalho defende que instituições de saúde devem investir em capacitação contínua e que políticas públicas devem garantir a inclusão da Libras nos protocolos de atendimento, melhorando a experiência do paciente e reduzindo erros médicos.
Palavras-chaves: LIBRAS; Assistência de Enfermagem; Dificuldades e desafios; Importância de LIBRAS na enfermagem.
ABSTRACT
Introduction: Hearing impairment consists of partial or total loss of the ability to detect sounds caused by malformation or injury in the composition of the auditory system. A person is considered deaf if they have a total absence of hearing, meaning they do not hear anything. Deaf individuals face communication barriers, inadequate care, and often require interpreters or family members. LIBRAS (Brazilian Sign Language) improves communication, access to health care, and respect for deaf cultural identity. Nursing professionals face challenges due to lack of preparation. This study aims to analyze the importance of LIBRAS in nursing care, identify the difficulties faced by deaf individuals and nursing professionals, promoting inclusion and equality in access to health care. Objective: Raise awareness about the importance of LIBRAS (Brazilian Sign Language) in nursing care, identifying the difficulties faced by deaf individuals and healthcare professionals.Method: This study is an integrative literature review. The search for publications was conducted in electronic databases such as BDEnf, LILACS, BVS, SciELO, and Google Scholar, using descriptors in health sciences. Original articles and systematic reviews available in full and free of charge in Portuguese were included, also covering relevant manuals and guidelines published between 2014 and 2024. Results and Discussions:After applying descriptors, 1,615 articles were found and analyzed, from which 9 were selected for the study. The findings reveal that although professionals recognize the relevance of LIBRAS, many do not have the necessary knowledge to use it adequately. This results in significant barriers during care, such as lack of team preparation and the need for companions to mediate communication. Additionally, in critical situations, the absence of mutual understanding can compromise the health of deaf patients, leading to incorrect diagnoses and delays in treatment. The study emphasizes the urgency of training health professionals in LIBRAS and implementing public policies that ensure adequate access and inclusion, highlighting that this training is fundamental to meet the specific needs of deaf patients and improve the quality of care provided. Conclusion: Despite recognizing the relevance of LIBRAS, many professionals face barriers such as lack of training and resources. The work advocates that health institutions should invest in continuous training and that public policies should ensure the inclusion of LIBRAS in care protocols, improving patient experience and reducing medical errors.
Keywords: LIBRAS; Nursing Assistance; Difficulties and Challenges; Importance of LIBRAS in Nursing.
A dificuldade que pessoas surdas enfrentam para acessar um atendimento de qualidade é amplamente reconhecida. A comunicação predominante nos serviços de saúde é geralmente auditiva e verbal, o que cria barreiras significativas para pacientes que não utilizam a língua falada como meio de comunicação principal. Segundo Santos et al. (2019), esses desafios muitas vezes resultam em um atendimento inadequado, que pode comprometer a saúde e o bemestar do paciente.
Consiste-se a deficiência auditiva na perda parcial ou total da capacidade de detectar sons causada por má-formação (causa genética) ou lesão na composição do aparelho auditivo. Considera-se surdo todo aquele que tem total ausência da audição, ou seja, que não ouve nada. Considera-se parcialmente surdo todo aquele cuja capacidade de ouvir, apesar de deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva, e entre os tipos de deficiência auditiva estão a condutiva, a mista, a neurossensorial e a central (Rodrigues, 2017).
Andrade (2016), complementa que assim como toda a sociedade, os surdos também necessitam de meios para que possam ser atendidos adequadamente e sintam segurança no atendimento. É perceptível nesse direcionamento que ao procurar a unidade o paciente se depara com profissionais despreparados para tal atendimento, causando assim barreiras e muita necessidade de familiares para o auxílio na interpretação muitas das vezes o paciente surdo precisa estar com um familiar de sua confiança ou então interprete.
A Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências, regulamentada pelo Decreto Nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Compreende o conjunto de orientações normativas que objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência (Brasil, 1999).
Acrescenta-se que, segundo a Lei nº 10.436/2002, Art.1º: “É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais -LIBRAS e outros recursos de expressão a ela associados” e, no parágrafo único: “Entende-se como Língua Brasileira de Sinais -LIBRAS a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil” (Brasil, 2002).
Para que a assistência de enfermagem seja plenamente efetiva é necessário que se mantenha uma comunicação consciente, exigindo muito empenho para decodificar, decifrar e perceber o significado da mensagem que os pacientes estão querendo transmitir, pois somente assim é possível identificar as necessidades destes pacientes para que o profissional de enfermagem possa ajudá-los (Chaveiro, 2010).
Necessita-se relacionar-se e comunicar-se, na assistência de saúde, de modo cuidadoso e responsável, procurando traduzir, entender, compreender e perceber o significado da mensagem que o paciente envia, consequentemente, identificando suas necessidades (Pires, 2016). Encontra-se como bloqueio, pelo indivíduo surdo, ao buscar atendimento na Unidade de Saúde, a sua comunicação com a equipe, pois a mesma não está capacitada para interpretar a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e, dessa forma, não receberá a integração por parte da equipe profissional, gerando uma carência na assistência à saúde individualizada e integral.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), 5% da população brasileira é composta por pessoas que são surdas, ou seja, esta porcentagem corresponde a mais de 10 milhões de cidadãos, dos quais 2,7 milhões possuem surdez profunda, portanto, não escutam absolutamente nada(Ibge, 2010).Os currículos dos cursos que formam profissionais da saúde não envolvem competências e habilidades relacionadas ao cuidado à saúde da pessoa surda. Não são capacitados para prestar assistência específica a esta população (Devkota; Murray; Kett; Groce, 2017). Os profissionais de saúde, na prática, sentem-se incapazes, impotentes, inseguros e constrangidos devido à dificuldade de comunicação pela falta de preparo e por não saberem a Libras(Brasil, 1999).De acordo com o Código de Ética do Profissional Enfermeiro (CEPE), em seu artigo segundo, é direito do enfermeiro “aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão sustentação a sua prática profissional.” E no artigo quinze, o enfermeiro tem o dever de ofertar uma assistência livre de preconceito de qualquer natureza(Cofen, 2007). Vemos, portanto, uma grande necessidade por parte dos profissionais da saúde em estarem adquirindo conhecimentos desta Língua, para que os pacientes surdos tenham melhor qualidade de atendimento. Sabemos que a falta de habilidade com esta língua torna-se uma barreira, distanciando o paciente surdo do profissional da saúde, gerando prejuízos para ambos os lados, dificultando a consulta e provável diagnóstico(Chaveiro, 2008).
Aprender Libras é fundamental para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, por permitir que eles se comuniquem de forma eficiente e respeitosa com pacientes surdos, melhorando a qualidade dos cuidados prestados. Com isso se espera uma sensibilização por parte dos profissionais da saúde em se aperfeiçoar nessa língua de sinais e sua inserção da grade curricular.
A assistência de enfermagem aos surdos é um tema que merece atenção especial devido às particularidades e desafios que podem surgir nesse contexto. Frente ao exposto a presente pesquisa busca responder à questão norteadora: Qual a importância do conhecimento de Libras para o atendimento de enfermagem humanizado e de qualidade? Nesta análise, foi explorado aspectos críticos da assistência de enfermagem aos surdos, destacando desafios, melhores práticas e estratégias para promover uma abordagem inclusiva e eficaz na prestação de cuidados de saúde a essa comunidade. Ao abordar essas questões, buscamos não apenas sensibilizar os profissionais de enfermagem para as necessidades dos pacientes surdos, mas também contribuir para o desenvolvimento de uma assistência mais equitativa e centrada no paciente.
A ausência de uso da Libras pelos profissionais da saúde fragiliza a comunicação do deficiente auditivo, bem como seu acesso aos serviços de saúde em todos os níveis da assistência, prejudicando a qualidade do atendimento prestado, portando, aprender libras é primordial pois permite um atendimento humanizado e de qualidade, respeitando o acesso a saúde de forma individualizada.
A pouca taxa de profissionais da saúde que utilizam a língua de sinais se dar pelo desafio de inclusão da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como disciplina curricular obrigatória na formação dos profissionais da saúde, além da falta de interesse por parte desses profissionais na aprimoração de conhecimento, do pouco conhecimento da identidade cultura surda e da língua de sinais, mesmo havendo uma taxa alta de surdos.
Posto isso, o objetivo geral desse estudo é sensibilizar sobre a importância do ensino aprendizagem da Libras para a qualidade da assistência de enfermagem no atendimento humanizado e de qualidade. Bem como, seus objetivos específicos: Identificar as dificuldades enfrentadas pelos surdos no atendimento em serviços de saúde; analisar a importância de libras na assistência ao surdo; identificar quais as maiores dificuldades dos profissionais enfermeiros na comunicação com o surdo.
A audição humana é realizada pela orelha, sendo que esta é dividida em três partes (orelha externa, média e interna). O processo auditivo é iniciado com a captação das vibrações dos sons pela orelha externa; esses sons são transportados pelo pavilhão e pelo canal auditivo até o tímpano, que faz vibrar três pequenos ossos (martelo, bigorna e estribo). Essas vibrações chegam ao ouvido interno e fazem que o líquido presente na cóclea se mova; assim, sinais elétricos são emitidos por meio das extremidades dos nervos auditivos e enviados ao cérebro (Aragon,2015; Santos 2015), conforme demonstra a figura 1.
Figura 01, Estrutura do ouvido.
Fonte: G1 (2012).
A deficiência auditiva e a surdez têm sido tratadas como sinônimos em boa parte da produção científica no campo da saúde. Parte-se de uma visão dicotômica entre normalidade e anormalidade, na qual a incapacidade em detectar, discriminar e processar os sons do ambiente e da fala é uma anormalidade a ser corrigida, ou seja, as pessoas surdas são vistas com base na deficiência auditiva e, consequentemente, necessitam restaurar a sua capacidade de ouvir (Bisol, 2010; Duarte 2013). Essa redução da surdez a um déficit auditivo expressa a concepção orgânico-biológica da surdez (Skliar; 2006; Assêncio, 2015).
Para identificar a perda auditiva, é necessário fazer o exame audiológico, conduzido por um fonoaudiólogo. Para Sales et al. (2010), os graus de perda auditiva podem ser diagnosticados como normal (0 a 25 decibéis), leve (25 a 40 decibéis), moderada (41 a 70 decibéis), severa (71 a 90 decibéis) e profunda (acima de 90 decibéis). Essa classificação repercute num prejuízo maior ou menor no desenvolvimento da oralidade do indivíduo com deficiência auditiva.
Por outro lado, a história da educação de surdos evidencia o desenvolvimento de uma habilidade de comunicação que independe da funcionalidade do aparelho auditivo, pois usa a via visuo-gestual para a comunicação por meio de sinais, capacidade esta que vem possibilitando conquistas de direitos sociais das pessoas surdas desde o século XVIII e é traço central na concepção socioantropológica da surdez. Esse olhar enfatiza outras formas de vivenciar as diferenças na qual os surdos são um grupo que se identifica como uma minoria linguística que valoriza sua história, propõe uma pedagogia própria para a educação das crianças surdas e não se considera deficiente (Assêncio, 2015).
Denomina-se deficiência auditiva a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sendo considerado surdo o indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum, parcialmente surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. A intensidade produzida por um som é medida em decibéis (dB). O som mais delicado que uma pessoa pode ouvir é definido por 0 dB de nível de audição, o som de uma pessoa murmurando registrará 30 dB. O nível normal de conversa mede de 45-50 dB de nível de audição, e um concerto de rock pode medir cerca de 100 dB, que podem até causar surdez temporária (Perret; Batshaw,1990).
Já a surdez é uma alteração no sistema auditivo e/ou nas vias auditivas que reduz ou impede o acesso aos estímulos sonoros. Tal alteração dependerá da localização da perda (ouvido médio, interno, unilateral, bilateral etc.); do momento da perda (antes ou depois da aquisição da linguagem, o que recebe o nome de surdez pré ou pós-liguística); e da intensidade da perda (leve, moderada, severa ou profunda) (Nunes; Mimessi 2015).
Para Bueno (1998), a surdez não é uma doença, mas uma condição intrinsecamente adversa. Se assim não fosse, as doenças que ocasionaram a surdez não seriam combatidas. Existe a perda auditiva. Por outro lado, o autor não se identifica com as posturas normalizadoras que querem transformar o surdo em ouvinte “com limitações”. Para Slomski (2012), não é a surdez contida em si mesma que detém toda a gravidade. As limitações e as consequências secundárias como a mudez e a dificuldade de aquisição da linguagem exercem fatores negativos para o surdo. Assim, infere-se que a problemática maior se encontra no meio social, que não proporciona ao surdo a aquisição de uma língua.
A compreensão de deficiência auditiva ou surdez pode variar conforme a perspectiva de cada autor. Segundo Sales et al. (2010), um indivíduo com perda auditiva é aquele cuja capacidade de perceber sons não é adequada para o cotidiano. Por outro lado, aqueles que têm uma percepção sonora comprometida, mas ainda funcional, com ou sem o uso de aparelhos auditivos, são considerados pessoas com deficiência auditiva.
Campos (2014, p. 48) descreve o surdo como a pessoa que percebe o mundo principalmente através da visão, sendo capaz de se apropriar da língua de sinais e da língua escrita, o que favorece seu desenvolvimento cognitivo, cultural e social.
Assim, a definição de deficiência auditiva aborda a condição como uma limitação ou impedimento, enquanto a noção de surdez reconhece o sujeito surdo apenas como alguém que apresenta uma diferença linguística e cultural. Após discutir essa distinção entre surdez e deficiência auditiva, optaremos por utilizar o termo “surdez” ou a expressão “pessoa surda”. Acreditamos que um sujeito surdo tem total potencial para aprender e se desenvolver, devendose respeitar suas especificidades linguísticas e culturais (Aragon, 2015).
Segundo Strobel (2008), o pedagogo pioneiro da educação surda no Brasil, Ernest Huet, se afastou de suas atividades depois de cinco anos à frente do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). A escola utilizou a língua de sinais francesa trazida por Huet misturando com a existente no Brasil, o que deu origem a Língua Brasileira de Sinais –Libras. Dessa forma, como outras línguas, a Libras se constitui a partir da influência de outras línguas de sinais.
Do ponto de vista de Carvalho (2012), só por volta do século XXI, que foi considerada uma maior possibilidade de aprendizado pedagógico para as pessoas, surdas, quando apenas, filhos de nobres tinham a oportunidade de usufruir dos serviços de professores contratados para ensiná-los a língua escrita, com alfabetos inventados pelos próprios professores, ocorrendo basicamente por meio da leitura escrita e o desenvolvimento de outras técnicas como leitura labial e gestos. Nos registros mostram que pessoas surdas e outras deficiências, eram consideradas sujeitos que não obedecia a um padrão estabelecido pela sociedade, o que levavam a uma exclusão social e educacional. No caso da pessoa surda, o diálogo era bastante difícil devido à dificuldade na comunicação, por ambas as partes – tanto do ouvinte, quanto do surdo, onde a compreensão de determinados gestos e de sinais transmitidos pelo surdo na interação com familiares e amigos, e demais pessoas era desconhecido.
Conforme Monteiro (2006), essa barreira na comunicação trouxe para as pessoas com deficiência um bloqueio social, emocional e intelectual muito grande, ainda segundo o autor mesmo havendo um enorme número de surdos no Brasil, muitos ainda são invisíveis para a sociedade.
Ainda de acordo com Monteiro (2006) nas décadas passadas diversas famílias escondiam seus filhos por vergonha e acabavam não incentivando sua própria independência, gerando o isolamento dos mesmos, com isso eles desconheciam a importância do uso de Libras para sua comunicação.
Conforme o aumento de surdos, foi crescendo a necessidade da inclusão de Libras, com isso se iniciou a tentativa para conquistar esse feito. Vale ressaltar que a busca do povo surdo por direitos é parte de um cenário político em que vários dispositivos legais foram construídos. Estes são fruto de um movimento internacional de luta por políticas públicas que reconheçam a diversidade dos alunos e se comprometam a atender suas necessidades nos contextos escolares comuns. Os documentos internacionais, a Proposta de Educação Para Todos e a Declaração de Salamanca são referências deste processo. No Brasil, esses movimentos moveram os sujeitos surdos a reivindicarem, enfaticamente, o reconhecimento da Língua de Sinais Brasileira como símbolo identitário e o direito a um ensino bilíngue, que pressupõe aquela como primeira língua e o aprendizado da língua escrita oficial do país, como segunda (Andreis-Witkoski, 2015, p. 56).
Desta feita, na década de 1980, começou a despontar uma nova metodologia de ensino para a educação de surdos: a comunicação total. Esta advogava o uso de todos os meios de comunicação (a fala, sinais, teatro, gestos) com o objetivo de facilitar a comunicação. A comunicação total também foi introduzida no Brasil nesta mesma época, em algumas instituições, configurando o denominado bimodalismo. Este se caracteriza pelo uso da Língua Portuguesa simultaneamente à Língua de Sinais, como um recurso que favoreça o processo de comunicação, numa tentativa de melhorar os índices de aprendizagem dos surdos. É importante enfatizar que os sinais são usados na ordem das palavras da língua falada, emitidos de forma simultânea (Andreis-Witkoski, 2015, p. 56).
Deste intenso processo de luta e resistência contra a visão hegemônica em relação aos sujeitos surdos e sua língua, a comunidade surda conseguiu no Brasil, por via da Lei nº 10.436/2002, o reconhecimento oficial da Libras como meio legal de comunicação e expressão das pessoas surdas. No ano de 2005 esta lei passou a ser regulamentada pelo Decreto nº 5.626, que estabelece inúmeras prerrogativas em relação ao direito dos sujeitos surdos a uma educação bilíngue (Brasil, 2002):
Art. 1º – É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único – Entendese como Língua Brasileira de Sinais – Libras – a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideais e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil (Brasil, 2002).
Nesta perspectiva, por força da Lei da Libras, como é referida a Lei n° 10.436/2002, a comunidade surda conseguiu, no dia 7 de novembro de 2003, a aprovação da Portaria nº 3.284, que dispõe sobre a acessibilidade dos surdos dentro das universidades brasileiras. Entre as prerrogativas legais estabelecidas por esta, estão definidas as condições básicas de acesso dos sujeitos surdos ao ensino superior, pelo qual estabelece:
III – quanto a alunos portadores de deficiência auditiva, compromisso formal da instituição, no caso de vir a ser solicitada e até que o aluno conclua o curso:
- de propiciar, sempre que necessário, intérprete de língua de sinais/língua portuguesa, especialmente quando da realização e revisão de provas, complementando a avaliação expressa em texto escrito ou quando este não tenha expressado o real conhecimento do aluno;
- de adotar flexibilidade na correção das provas escritas, valorizando o
conteúdo semântico;
- de estimular o aprendizado da língua portuguesa, principalmente na modalidade escrita, para o uso de vocabulário pertinente às matérias do curso em que o estudante estiver matriculado;
- de proporcionar aos professores acesso a literatura e informações sobre a
especificidade linguística do portador de deficiência auditiva (Brasil, 2003).
No ano de 2004, novas conquistas na legislação foram efetivadas. O Decreto nº 5.296 estabeleceu prerrogativas legais para a acessibilidade de pessoas com necessidades, alocando algumas destas, especificamente para pessoas surdas e/ou com deficiência auditiva. Entre elas, destaca-se: § 6º Para obtenção de financiamento de que trata o inciso II do art. 2º, as salas de espetáculo deverão dispor de sistema de sonorização assistida para pessoas portadoras de deficiência auditiva, de meios eletrônicos que permitam o acompanhamento por meio de legendas em tempo real ou de disposições especiais para a presença física de intérprete de Libras e de guias-intérpretes, com a projeção em tela de imagem do intérprete de Libras sempre que a distância não permitir a visualização direta (Brasil, 2004).
Art. 52. Caberá ao Poder Público incentivar a oferta de aparelho de televisão equipado de recursos tecnológicos que permitam sua utilização de modo a garantir o direito de acesso à informação às pessoas portadoras de deficiência auditiva ou visual.
[…] § 2º […] deverá prever a utilização, entre outros, dos seguintes sistemas de reprodução das mensagens veiculadas para as pessoas portadoras de deficiência auditiva e visual:
- – A subtitulação por meio de legenda oculta;
- – A janela com intérprete de Libras e
- – a descrição e narração, em voz, de cenas e mensagens (Brasil, 2004).
Com intuito de incentivar os profissionais na inclusão de pessoas surdas no âmbito da saúde, criou-se o Projeto de Lei 4582/20 o qual tem o objetivo de criar acréscimo de 10% dos vencimentos aos enfermeiros e técnicos de enfermagem que tiverem proficiência em Linguagem Brasileira de Sinais (Brasil, 2020)
Indivíduos com deficiência estão mais expostos a comorbidades associadas à sua deficiência, (Harrison; Nosek, 2006) resultando em maior necessidade de uso de serviços de saúde para a manutenção de sua integridade física e mental.
Tendo em vista essa realidade e considerando que o pilar para a atenção em saúde (desde a anamnese até o momento das orientações) é a boa comunicação entre o profissional e o usuário, é de se esperar que, no momento em que isso se torna falho, são grandes as possibilidades de equívocos de diagnósticos e, consequentemente, de problemas em sua solução. A ausência de qualificação dos profissionais de saúde pode criar prejuízo durante a assistência, resultando em constrangimento, diagnóstico errôneo, dificuldade de elaborar corretamente o prontuário e tratamento inadequado para a possível patologia (Gomes, 2017). Ademais, o acolhimento nos serviços de saúde é necessário para que o direito à saúde seja garantido. Para o usuário surdo, a barreira de comunicação mostra-se como uma dificuldade que tem como consequência o desrespeito aos seus direitos (Tedesco, 2013). O que acaba exigindo um acompanhante e ocasiona um constrangimento para o usuário na consulta.
Os profissionais de enfermagem têm uma responsabilidade legal e ética de proporcionar cuidados de saúde para usuários surdos que usam a linguagem de sinais, da mesma forma que os fornecem a outros usuários, com comunicação efetiva, autonomia e confidencialidade. Todavia, esta não tem sido a realidade (Pendergrass, 2017)
Em relação ao processo de atenção à saúde, cabe ressaltar que deve ser destacado o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002, e estabelece que os serviços de saúde devem contar com profissionais capacitados para prestar assistência aos surdos:
Art. 25. A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Sistema Único de Saúde – SUS e as empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde, na perspectiva da inclusão plena das pessoas surdas ou com deficiência auditiva em todas as esferas da vida social, devem garantir, prioritariamente aos alunos matriculados nas redes de ensino da educação básica, a atenção integral à sua saúde, nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas, efetivando:
- – Ações de prevenção e desenvolvimento de programas de saúde auditiva;
- – Tratamento clínico e atendimento especializado, respeitando as especificidades de cada caso;
- – realização de diagnóstico, atendimento precoce e do encaminhamento para a área de educação;
- – Seleção, adaptação e fornecimento de prótese auditiva ou aparelho de amplificação sonora, quando indicado;
- – Acompanhamento médico e fonoaudiológico e terapia fonoaudiológica;
- – Atendimento em reabilitação por equipe multiprofissional;
- – atendimento fonoaudiológico às crianças, adolescentes e jovens matriculados na educação básica, por meio de ações integradas com a área da educação, de acordo com as necessidades terapêuticas do aluno;
- – orientações à família sobre as implicações da surdez e sobre a importância para a criança com perda auditiva ter, desde seu nascimento, acesso à Libras e à Língua Portuguesa;
- – Atendimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva na rede de serviços do SUS e das empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde, por profissionais capacitados para o uso de Libras ou para sua tradução e interpretação; e
- – Apoio à capacitação e formação de profissionais da rede de serviços do SUS para o uso de Libras e sua tradução e interpretação (Brasil, 2005)
A linguagem não-verbal é um componente que precisa ser valorizado nas ações de saúde, por ser uma condição essencial para estabelecer uma efetiva comunicação com pacientes surdos. Se essa condição não for satisfeita, a consequência é tão grave que pode impedir o acesso deste paciente ao sistema de saúde. Admitindo-se a complexidade da relação do profissional com o paciente surdo, deve-se reconhecer o arcabouço legal que rege o tema, bem como compreender a comunidade surda e seus fatores culturais (Páscoa et al, 2009, p. 2). Ainda segundo Páscoa o paciente surdo acaba se esvaindo dos atendimentos do sistema de saúde por não sentir que deve uma assistência humanizada.
É importante que haja uma adequada inclusão social nos serviços de saúde, pois somente assim haverá uma humanização de qualidade dos serviços prestados aos portadores de necessidades especiais. Tornou-se, portanto, um desafio para a enfermagem a comunicação com paciente surdo. (Chaveiro; Barbosa, 2004).
Sabe-se, portanto que a presença de intérpretes é necessária, mas isso não faz com que o profissional realize uma inclusão perfeita, que neste caso seria o de um atendimento profissional realizado através de uma consulta entre paciente e profissional sem outras intervenções, já que em muitos casos, até que se consiga um intérprete, a doença pode agravar. (Trecossi; Freitas, 2013) Além do mais a maioria dos pacientes que utilizam o sistema de saúde optam por um atendimento de forma individual, portanto outra pessoa além dele pode ocasionar um desconforto para ambas as partes.
Cursos sobre a Libras para profissionais da saúde surgem, então, como melhor opção para uma comunicação eficaz com os usuários surdos ou mesmo com seus parentes. Uma alternativa, por exemplo, são os cursos a distância (García, et al, 2017). Quanto mais profissionais consigam aprender Libras, maior a possibilidade de respeito à inclusão social e à cultura do surdo. (Pendergrass, et al, 2017)
As ações e estratégias para a assistência aos usuários surdos deveriam ser de âmbito geral, orientadas por políticas públicas e planejadas pela gestão junto com os serviços de saúde. Entretanto, normalmente, as ferramentas utilizadas com o intuito de viabilizar a comunicação são parte de iniciativas individuais e pontuais. Cada um vai arrumando estratégias, à medida que surgem as necessidades. Há, portanto, uma fragmentação das ações que não possibilita a aquisição de novas práticas sólidas para promover a acessibilidade do portador de surdez. (Sales; Oliveira; Araújo, 2013)
O profissional enfermeiro está sujeito a muitas dificuldades com relação à compreensão da mensagem transmitida pelos deficientes auditivos, assim como para passar informações e orientações para eles. Por isso, utiliza diversas formas de comunicação, como mímica ou linguagem escrita, que, entretanto, não são eficientes e não garantem o tratamento correto. As necessidades de comunicação vão além da interpretação de gestos e notas e pensar que seja suficiente demonstra falta de consciência das reais necessidades de comunicação (Pendergrass, et al, 2017). Deste modo, é necessário que os enfermeiros dominem a Língua Brasileira de
Sinais (Trecossi; Freitas, 2013)
Diante da importância de o profissional de enfermagem conhecer os sinais de libras mais utilizados pelo paciente surdo, as figuras 2, 3, 4 e 5 disponíveis abaixo, descrevem alguns sinais importantes que tratam dos sinais e sintomas de agravos a saúde.
Figura 2: Expressão em LIBRAS para sinais de agravos à saúde.
Fonte: Santos, Vanderley. Libras e o atendimento ao paciente surdo no âmbito da enfermagem, Paresia, 2020.
Figura 3: Expressão em LIBRAS para sinais de agravos à saúde.
Fonte: Santos, Vanderley. Libras e o atendimento ao paciente surdo no âmbito da enfermagem, Paresia, 2020.
Figura 4: Expressão em LIBRAS para sinais de agravos à saúde.
Fonte: Santos, Vanderley. Libras e o atendimento ao paciente surdo no âmbito da enfermagem, Paresia, 2020.
Figura 5: Expressão em LIBRAS para sinais de agravos à saúde em relação IST.
Fonte: Santos, Vanderley. Libras e o atendimento ao paciente surdo no âmbito da enfermagem, Paresia, 2020.
A comunicação é fundamental para a qualidade do atendimento em saúde, especialmente para pacientes surdos. Quando a comunicação é eficaz, os profissionais de saúde conseguem entender melhor as necessidades, preocupações e sintomas dos pacientes, o que contribui para diagnósticos mais precisos e tratamentos adequados.
Nesse cenário, ao buscar atendimento em saúde, os principais obstáculos enfrentados por surdos envolvem a falta de conhecimento da língua de sinais, por parte dos profissionais, e a falta de intérpretes nas unidades (Abreu, 2014). É notório que tais dificuldades prejudicam o acesso desses sujeitos aos serviços de saúde, além na dificuldade de relato de sintomas, ocasionando diagnósticos errôneos ou atrasos no tratamento.
Geralmente o encontro clínico entre o profissional da saúde e o cidadão Surdo ocorre fora dos padrões previstos na rotina de qualquer profissional. A situação se torna limitada para o profissional tanto quanto para o paciente o que prejudica a comunicação, consequentemente a criação de vínculos a ser estabelecidos entre ambos. A gravidade da situação torna-se maior se for levado em conta o fato de que a Língua de Sinais (LS) na maioria, esmagadora, das vezes é desconhecida pelos profissionais de saúde. Alguns imaginam que a solução estaria na solicitação do intérprete da LS como intermediário, deixando subentendido à necessidade de inclusão de uma terceira pessoa nesta relação para que se efetive a comunicação. (Aguiar, 2009).
Sob o mesmo ponto de vista, os autores Souza et al. (2017) em seu estudo categorizaram os obstáculos enfrentados pela comunidade surda em 04 categorias, sendo eles: a barreira comunicacional, déficit de humanização na relação profissional-paciente, baixo conhecimento dos surdos sobre o processo de saúde-doença e o processo de inclusão dos deficientes auditivos na sociedade. Constatou-se que a dificuldade na comunicação entre os profissionais da saúde e surdos existe e está na barreira linguística devido à falta de treinamento dos profissionais, dificuldades financeiras para contratar intérpretes, preconceitos e estigmatizarão e ausência de adaptações para pacientes surdos. No déficit de humanização, foi apontada, pelos pesquisadores, a presença de acompanhante ou tradutor nas consultas, o que compromete o sigilo entre o profissional-surdo, ferindo sua cidadania. Quanto ao baixo conhecimento no processo saúde-doença, ressaltaram a marginalização do surdo nas campanhas e orientações preventivas pela falta de acesso às informações de educação em saúde. E por fim, no processo de inclusão, evidenciaram como entrave a maneira de expressão e socialização diferente dos ouvintes, o que estigmatiza o surdo como aquele que não consegue atendimento adequado nos serviços de saúde.
Trata-se de um estudo bibliográfico, especificamente de uma revisão integrativa da literatura. A revisão integrativa da literatura foi escolhida como tipo de estudo a ser realizado, pois tem a finalidade de reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre um delimitado tema ou questão, de maneira sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do conhecimento do tema investigado (Mendes; Silveira; Galvão, 2008). A revisão integrativa da literatura propõe o estabelecimento de critérios bem definidos sobre a coleta de dados, análise e apresentação dos resultados, desde o início do estudo, a partir de um protocolo de pesquisa previamente elaborado e validado. Para tanto, foram adotadas as seis etapas indicadas para a constituição da revisão integrativa da literatura: Primeira etapa: identificação do tema e seleção da hipótese e da questão norteadora da pesquisa para a elaboração da revisão. Segunda etapa: estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos, e a busca/amostragem na literatura. Terceira etapa: definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados; coleta de dados e categorização dos estudos. Quarta etapa: análise crítica dos estudos incluídos na revisão. Quinta etapa: discussão e interpretação dos resultados. Sexta, e última etapa: apresentação da revisão integrativa/síntese do conhecimento (Souza; Silva; Carvalho; 2010).
A estratégia de identificação e seleção dos estudos foi a busca de publicações indexadas nas bases de dados eletrônicas (Base de dados de Enfermagem- BDEnf, Literatura Latinoamericana e do Caribe em Ciências da Saúde- LILACS, Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde- BVS), e as bibliotecas digitais SciELO e Google Acadêmico.
Foram utilizados, para busca dos artigos, os seguintes descritores em ciências da saúde (DeCS) na língua portuguesa, e suas combinações, a partir do uso dos operadores booleanos
“AND”, “OR”. “Libras”, “Importância na assistência de enfermagem”, “enfermagem”, “Desafios na enfermagem”. Como critério de inclusão, foram selecionados artigos originais e de revisão sistemática, que estiveram disponíveis de forma integral e gratuita nas plataformas digitais supracitadas, na versão da linguagem portuguesa, afim de abranger uma maior quantidade de artigos disponíveis nas bases de dados. Como exclusão foram delimitados os seguintes critérios: artigos publicados antes de 2014, que estivessem em outro idioma e que não fizessem sentido com a proposta. Também foram incluídas informações de manuais e guias pertinentes ao tema no período entre 2014 e 2024.
Por meio de utilização dos descritores na base de dados LILACS, MEDLINE, SciELO, Google Acadêmico, BDENF e BVS, foram encontrados 1.615 artigos, após aplicação dos critérios de elegibilidade foram obtidos 166 artigos para leitura dos títulos/ resumos e/ou textos completos. Após leitura, foram selecionados 9 artigos para a realização desse estudo.
Figura 01. Fluxograma da modalidade PRISMA do processo de seleção dos estudos.
Quadro 02. Distribuição dos artigos da revisão segundo autores, ano de publicação, país,
Identificação do estudo / Autores | Ano e País | Título do artigo | Base de Dados | Nível de evidência |
PAGLIUCA L, M, F; FIÚZA N, L, G; REBOUÇAS C, B, A. | 2006, BRASIL | Aspectos da comunicação da enfermeira com o deficiente auditivo | SCIELO | 4C |
MIRANDA R, S; SHUBERT C, O; MACHADO W,C, A. | 2014 BRASIL | A comunicação com pessoas com deficiência auditiva: uma revisão integrativa | BVS | 4C |
SOUZA, C, H. L; OLIVEIRA, A, M, G; OLIVEIRA, M, F, T, L; SANTOS, J, H; FREITAS, M, C. | 2022 BRASIL | A Importância da Disciplina de Libras Durante a Graduação em Enfermagem para uma Prestação Humanizada da Assistência | Google Academico | 4C |
CARVALHO EL, MAZEU TOA, SANTOS SE | 2022 BRASIL | Estratégias de comunicação utilizadas no atendimento de portadores de deficiência auditiva | BVS | 4C |
GIUSTINA, FPD; CARNEIRO, DMN & SOUZA, RM | 2015 BRASIL | A ENFERMAGEM E A DEFICIÊNCIA AUDITIVA: assistência ao surdo | Google Academico | 2B |
Dantas, T. R. de A.; Gomes, T. M.; Costa, T. F. Da; Azevedo, | 2014 BRASIL | Comunicação entre a equipe de enfermagem e pessoas com deficiência auditiva | BVS | 1B |
T. R. De; Brito, S. da S., & Costa, K. N. de F. M | ||||
Silva IVPJ, Silva HB, Silva RN, Freire VLM, Dantas RMS, Leite KAO | 2021 BRASIL | COMUNICAÇÃO ENTRE ENFERMAGEM E A PESSOA SURDA | Google Academico | 5D |
Marquete V, F; Costa M,A,R; Teston E,F. | 2018 BRASIL | COMUNICAÇÃO COM DEFICIENTES AUDITIVOS NA ÓTICA DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE | BVS | 4C |
NARCIZO, B. A.; EVANGELIST A, T. B.; RODRIGUES, G. M. C.; SANTOS, T. D. dos; RODRIGUES, D.; PEREIRA, B. N.; MARIUTTI, M. G. Z.; HORTA, A. P. | 2022 BRASIL | COMUNICAÇÃODEENFER MEIROSCOMDEFICIENTES AUDITIVOS:UMAREVISÃO INTEGRATIVA | Google Academico | 4C |
título do artigo, base de dados, e nível de evidência.
FONTE: Autoria própria, 2024.
O intuito deste estudo é discorrer sobre a relevância de LIBRAS para uma assistência de enfermagem com qualidade ao paciente surdo, além dos desafios enfrentados pelos pacientes e profissionais da saúde. Por conseguinte, em resposta à pergunta norteadora e para melhor dissertação deste estudo, foram elencados (02) subtemas para discussão: Relevância de LIBRAS para a comunicação entre profissional e paciente e Desafios enfrentados na interação pacientes X profissionais.
A comunicação interpessoal é imprescindível na assistência a qualquer paciente, e as ações dos profissionais da saúde são pautadas pela comunicação, independente da sua formação acadêmica; este profissional tem como ferramenta-base de seu trabalho as relações humanas (Silva, 2018). Portanto, é essencial capacitar os profissionais de saúde para que possam oferecer uma assistência de qualidade, visando reduzir incapacidades e facilitar a inclusão do indivíduo na sociedade.
Para os autores Pagliuca, Fiúza e Rebouças (2006), por meio da comunicação efetuada com o paciente é possível o profissional compreendê-lo como ser abrangente, e compreender sua visão de mundo, isto é, sua forma de sentir, agir e pensar. Assim, será capaz de atingir as necessidades do paciente e, desse modo, prestar melhor assistência, minimizando seu padecimento.
De acordo com Gomes e Góes (2011) a comunicação é o principal mecanismo de atuação dos enfermeiros. Assim, é fundamental que esses profissionais compreendam os princípios desse processo e aprimorem suas habilidades para estabelecer um diálogo eficaz. Enquanto as pessoas que ouvem demonstram a audição normal por meio das competências de ouvir e falar, as pessoas surdas se diferenciam por apresentarem uma fala muitas vezes truncada e dependência acentuada de gestos na comunicação. Além disso, estratégias diversas são moldadas pelo profissional buscando favorecer maior integração com o paciente surdo, contudo fator primordial a ser superado é a ausência de preparo formal em LIBRAS pelo enfermeiro, bem como uma reflexão acerca de políticas públicas que proporcionem a garantia de acesso e inclusão adequada de deficientes auditivos à assistência em saúde. (Pereira et al, 2021)
Para as pessoas surdas, assim como para qualquer indivíduo, um atendimento respeitoso é alcançado quando suas necessidades são devidamente compreendidas. Isso promove a inclusão no setor de saúde, o que requer algumas adaptações por parte dos profissionais dessa área. Por exemplo, é fundamental que a comunicação com os surdos ocorra através da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), (Fonseca & Florindo, 2012). Assim garante o sigilo profissional paciente. A maioria dos profissionais de saúde sabe que a Libras é uma ferramenta utilizada para comunicação com indivíduos surdos. Por mais que apareçam conceitos diferentes, a grande parte define ser essa a forma de comunicação possível com esses usuários (Magrini, 2014). O que corrobora os achados de estudo realizado por Marquete et al (2018) onde os profissionais da saúde conhecem sobre a importância de LIBRAS, porém não sabem utilizar em seu ambiente de trabalho. Esta situação torna-se preocupante, pois a falta de conhecimento em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) entre profissionais de saúde dificulta a comunicação com pacientes surdos, levando a mal-entendidos e atendimentos inadequados. Essa barreira compromete a qualidade do cuidado e impede que os pacientes expressem suas necessidades.
Além disso, o domínio de LIBRAS demonstra respeito pela cultura surda e promove inclusão.
Alguns autores como Almeida (2015) enfatizam a importância que a comunicação nãoverbal desempenha um papel crucial na eficácia da comunicação de maneira geral. Essa importância se torna ainda mais evidente no caso de pacientes que não têm a capacidade de ouvir ou articular palavras, pois eles dependem diretamente desse tipo de comunicação para compreender e ser compreendidos, pois quanto mais aptos forem a decifrar essa forma de comunicação, garante que os profissionais se comuniquem de forma coerente com o paciente, compreendam suas necessidades e assim possam criar um plano de cuidados que se ajuste às suas demandas.
As pessoas surdas enfrentam várias dificuldades ao serem atendidas por profissionais de enfermagem nas unidades de saúde. A falta de preparo da equipe para se comunicar adequadamente e o desconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) por parte desses profissionais geram um grande constrangimento nos pacientes surdos, que têm dificuldade em expressar suas sensações e necessidades durante o atendimento.
Segundo Souza et al., 2017 existem quatro áreas temáticas evidenciadas como desafios para introduzir o surdo no atendimento de qualidade, das quais são: barreira comunicacional a qual os profissionais da saúde não compreendem língua de sinais, portanto sentem dificuldades na comunicação. O segundo desafio é o Déficit na relação entre profissional e paciente, pois em diversos casos o surdo tem a necessidade de levar algum acompanhante para mediar as consultas, já o terceiro é o baixo conhecimento dos surdos sobre o processo de saúde-doença, devido a comunidade surda apresenta baixo conhecimento sobre o processo saúde-doença, e por fim a precariedade das políticas públicas direcionadas a comunidade surda.
A falta de conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) por parte dos enfermeiros em situações de urgência pode acarretar riscos significativos tanto para os pacientes surdos quanto para a equipe de saúde. Em momentos críticos, a comunicação clara e eficaz é fundamental para a avaliação e o tratamento rápido do paciente. A ausência de compreensão mútua pode levar a mal-entendidos sobre sintomas, histórico médico ou necessidades imediatas, resultando em diagnósticos incorretos ou atrasos na intervenção. Além disso, essa incapacidade de comunicar informações vitais pode comprometer a saúde do paciente, agravando sua condição e potencialmente colocando sua vida em risco. O que é corroborado pelo estudo de revisão integrativa do autor Giustina (2015) o que afirma que os enfermeiros que não possuem qualificação em Libras e, diante de situações em que necessitam se comunicar com pessoas surdas, utilizam-se de gestos, mímicas, leitura labial, escrita (quando o usuário sabe ler e escrever), expressão corporal, desenhos gestos comportamentais ou a ajuda de um intérprete de Libras.
Dentre as consequências advindas da dificuldade de comunicação e compreensão das informações, pacientes surdos retardam a procura por atendimento médico, evitando atenção primária, com a maioria das consultas realizadas em hospitais ou em cidades vizinhas e maior prevalência de internação hospitalar em relação aos ouvintes (Bentes, 2011). A barreira comunicacional é importante no aspecto preventivo, uma vez que as dificuldades de acesso a consultas com profissionais de saúde adiam os cuidados iniciais de doenças que poderiam cursar de forma mais branda, evitando internações, o que reflete o desconhecimento em relação à prevenção de diversas afecções clínicas Nappier (2013), McKee (2011), Freire (2009).
A presente pesquisa teve como objetivo explorar a importância da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na assistência de enfermagem, evidenciando como a comunicação efetiva entre profissionais de saúde e pacientes surdos é fundamental para a promoção de um atendimento humanizado e de qualidade. Ao longo do trabalho, ficou claro que a inclusão da Libras no ambiente hospitalar não é apenas uma questão de acessibilidade, mas um direito básico que deve ser garantido a todos os cidadãos.
Os dados coletados demonstraram que muitos profissionais de enfermagem reconhecem a relevância da Libras, mas ainda enfrentam desafios significativos na sua aplicação prática. A falta de formação específica e recursos adequados são barreiras que comprometem a efetividade da comunicação com pacientes surdos. Portanto, é imperativo que as instituições de saúde invistam em capacitação contínua para os profissionais, promovendo cursos e treinamentos em Libras.
Além disso, as políticas públicas devem ser reforçadas para garantir que a comunicação em Libras seja parte integrante dos protocolos de atendimento. A implementação de estratégias que incentivem o uso da Libras não só melhora a experiência do paciente surdo, mas também contribui para a redução de erros médicos e mal-entendidos durante o tratamento.
Em suma, este trabalho reafirma que a Libras é uma ferramenta essencial na assistência de enfermagem, sendo crucial para assegurar a dignidade e os direitos dos pacientes surdos. A promoção da inclusão e da acessibilidade deve ser uma prioridade nas práticas de saúde, refletindo um compromisso com um sistema mais justo e equitativo.
Por fim, espera-se que este TCC contribua para uma maior conscientização sobre a importância da Libras na saúde e inspire futuras pesquisas que aprofundem essa temática, visando sempre à melhoria contínua no atendimento aos pacientes surdos.
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