REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11105228
Maria José da Silva Cardoso Scalzer¹; Roselene Chagas de Novaes Ferreira²; Dulcicléia Cirina de Oliveira³; Jaclene Ferracini da Cruz4.
RESUMO
A educação inclusiva deve incluir todos os grupos, incluindo pessoas com necessidades especiais, imigrantes, pessoas de baixa renda, negros, pardos, indígenas, etc. Nesse sentido, os professores devem estar preparados para ministrar uma educação inclusiva por meio de um processo permanente de desenvolvimento profissional que inclua a formação inicial e continuada com base nos princípios e leis que proporcionam oportunidades educacionais para todos, mostrando que estão cientes da importância de se lecionar em defesa das diversidades. Diante da relevância do tema objetivou-se analisar a importância da formação continuada de professores do ensino fundamental no âmbito da Inclusão, diversidade, desigualdade e equidade. A presente pesquisa se delimita como um estudo de caso com levantamento bibliográfico e em campo, de natureza qualitativa. Foi realizada uma entrevista estruturada, com perguntas pré-estabelecidas alinhadas com os objetivos de pesquisa. As perguntas elaboradas foram direcionadas a 3 professoras de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental de Porto Velho – RO. Conclui-se que existe a necessidade de diversificar a prática pedagógica, e praticar uma educação mais equitativa, de forma que atenda às necessidades de cada aluno, criando um ambiente educacional que possa acolher as particularidades de todos.
PALAVRAS-CHAVE: Educação inclusiva. Formação continuada. Diversidade. Ensino fundamental.
ABSTRACT
Inclusive education must include all groups, including people with special needs, immigrants, low-income people, blacks, browns, indigenous people, etc. In this sense, teachers must be prepared to provide inclusive education through a permanent process of professional development that includes initial and continuing training based on the principles and laws that provide educational opportunities for all, showing that they are aware of the importance of teach in defense of diversity. Given the relevance of the topic, the objective was to analyze the importance of continuing training for elementary school teachers in the scope of Inclusion, diversity, inequality and equity. This research is defined as a case study with bibliographical and field research, of a qualitative nature. A structured interview was carried out, with pre-established questions aligned with the research objectives. The questions prepared were directed to 3 teachers from a Municipal Elementary School in Porto Velho – RO. It is concluded that there is a need to diversify pedagogical practice, and practice a more equitable education, in a way that meets the needs of each student, creating an educational environment that can accommodate everyone’s particularities.
KEYWORDS: Inclusive education. Continuing training. Diversity. Elementary School.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, a formação de professores foi ressignificada, com destaque para as disposições da Lei de Diretrizes e Fundamentos da Educação Nacional (LDB/1996) e do FUNDEF/FUNDEB, que promoveram a popularização da formação continuada de professores.
O estudo feito por Gatti, Barreto e André (2011, p. 265) referente a produção das políticas docentes em âmbito nacional, ressalta “o predomínio do caráter individualizado das ações formativas, na maioria dos modelos adotados nessas redes; nas secretarias de Educação examinadas, não há focalização na equipe escolar como um todo”.
É muito importante que as escolas, principalmente as públicas, olhem para a grande diversidade de grupos presentes nas escolas e ainda consiga valorizar a singularidade e o potencial de cada indivíduo, reconhecendo a importância do ser humano contra estereótipos, atitudes preconceituosas e discriminação contra pessoas consideradas “diferentes’ dentro da escola (MANTOAN, 2008).
Todos precisam ter consciência que sempre haverá alguém com “necessidades educacionais” diferentes da nossa, mas isso pode ser minimizado desde que haja o interesse em oferecer educação de qualidade para todos (LIMA, 2002).
Portanto, a realidade precisa ser transformada a fim de reduzir a exclusão de alunos (excepcionais ou não) do sistema educativo. É necessário propor ações e medidas destinadas a garantir os direitos adquiridos, melhorar a qualidade da educação e investir em treinamento extensivo educadores, removendo barreiras físicas e de atitude, prevendo e entregando recursos materiais e humanos e outras possibilidades (COSTA, 2011).
Observa-se que atualmente as escolas públicas se vêem despreparadas quando precisam lidar com alguns assuntos inclusive quando se refere à diversidade e inclusão de diferentes grupos no ambiente escolar. Sendo assim, é indispensável que esses assuntos sejam refletidos pelos docentes e comunidade escolar, a fim de dar novos rumos e um novo caminho ao processo de ensino e aprendizagem (ALMEIDA,1999).
A educação inclusiva deve incluir todos os grupos, incluindo pessoas com necessidades especiais, imigrantes, pessoas de baixa renda, negros, pardos, indígenas, etc. Nesse sentido, os professores devem estar preparados para ministrar uma educação inclusiva por meio de um processo permanente de desenvolvimento profissional que inclua a formação inicial e continuada com base nos princípios e leis que proporcionam oportunidades educacionais para todos, mostrando que estão cientes da importância de se lecionar em defesa das diversidades.
Diante do exposto o objetivo geral desse artigo é analisar a importância da formação continuada de professores do ensino fundamental no âmbito da Inclusão, diversidade, desigualdade e equidade.
Os objetivos específicos são: realizar uma reflexão a partir de experiências educativas de docentes de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental de Porto velho/RO; abordar sobre os desafios da profissão docente para promover uma educação para todos; investigar se há melhorias e apoio na prática docente, observados pelos professores, após participarem de formações continuadas.
Nesse sentido, busca-se saber qual a importância da formação continuada de professores do ensino fundamental no âmbito da Inclusão,diversidade, desigualdade e equidade?
A hipótese gerada é que os professores da educação infantil promovem um papel importante na criação de uma escola para todos, em função disso, enquanto educadores buscam através da formação continuada adquirir habilidades para ponderar as práticas de ensino desenvolvidas no ambiente escolar, a fim de contribuir na construção de abordagens educacionais que promovam uma educação mais inclusiva, igualitária e que respeite as diversidades em todos os âmbitos .
Nesse sentido a pesquisa se delimita como um estudo de caso com levantamento bibliográfico e em campo, de natureza qualitativa pelo estudo qualitativo se deu devido que o tipo de investigação apresenta a observação e análise da realidade de forma natural, assim como base bibliográfica, Goldenberg (2003, p.33) afirma que: O estudo de caso não é uma técnica específica, mas análise holística, a mais completa possível, que considera a unidade social estudada como um todo seja um indivíduo uma família, uma instituição ou uma comunidade, como objetivo de compreendê-los em seus próprios termos. (GOLDENBERG ,2003, p.33).
Foi Proposto verificar se a escola objeto dessa pesquisa promove oportunidades de aprendizado, com qualidade, para todos os grupos sociais que compartilham características em comum (nível socioeconômico, cor/raça, gênero etc). O trabalho obedeceu à ética da pesquisa onde foram solicitadas as autorizações dos entrevistados através do Termo de Concordância Livre e Esclarecido.
As participantes da amostra foram 3 ( três) professoras de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental de Porto Velho – RO. Foi utilizado o método de entrevista para a realização da pesquisa, segundo SEVERINO (2007) a entrevista não é simplesmente um método de dados de certo assunto, mas que trata de um intercâmbio entre pesquisador e pesquisado. Foi realizada uma entrevista estruturada, com perguntas pré-estabelecidas alinhadas com os objetivos de pesquisa. As perguntas elaboradas foram direcionadas as professoras de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental de Porto Velho – RO.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A educação inclusiva representa um avanço no que diz respeito ao processo de integração de pessoas com necessidades educativas especiais nas escolas regulares, pois tem como principal objetivo facilitar a transição dos alunos com deficiência das escolas especiais para as escolas regulares e apoiar o seu processo de aprendizagem na rede de educação formal.
Conforme Mittler (2003, p.25), “isto se refere a todas as crianças que não estão beneficiando-se com a escolarização e não apenas aquelas que são rotuladas com o termo 12 necessidades educacionais especiais”. Ferreira e Guimarães (2008), ao discutirem o tema da educação inclusiva, enfatizam que quem considerar esse tema e se referir apenas a crianças com algumas necessidades especiais estaria cometendo um erro.
E necessário que os educadores deixem de olhara para a educação numa perspectiva simplista e reducionista, e passe a compreender a educação na perspectiva de que o acesso e a residência permanente nas instituições escolares são condição de uma educação e formação exequíveis e satisfatórias. (Ferreira e Guimarães, 2008).
Segundo Mantoan( 2003) os alunos aprendem de acordo com as suas próprias limitações e, se a qualidade do ensino for realmente boa, os professores terão em conta essas limitações e explorarão adequadamente as possibilidades de cada indivíduo.
No ano de 1994, a Declaração de Salamanca proclamou que “as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras” (BRASIL, 2006, p.330). No entanto, as organizações que visam garantir e apoiar instituições educativas inclusivas que frequentam escolas regulares ainda não atingiram este objetivo.
O ENSINO E AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS
Os professores possuem um papel importante na construção de escolas para todos. Para cumprirem o seu papel social como educadores, devem adquirir competências para refletir sobre as práticas de ensino em sala de aula e colaborar com os seus pares, a fim de contribuir para a construção de abordagens educativas dinâmicas e inclusivas, para que os alunos com necessidades educativas especiais tenham acesso às mesmas oportunidades no ambiente escolar e comunidade.
Segundo Beyer (2006) uma das dificuldades encontradas nas escolas especiais se devem às limitações dos horizontes sociais das crianças com necessidades especiais, que precisam conviver com crianças cujas condições cognitivas e socioemocionais são diferentes das suas.
Marchesi (2004) argumentou que avançar para escolas inclusivas é muito difícil se os professores como um todo não adquirirem competências suficientes para ensinar todos os alunos. Esse conhecimento não pode ser exclusivo do especialista em educação especial, todos os envolvidos no processo devem ter conhecimentos e habilidades para se engajar nas adaptações curriculares, desenvolver diferentes estratégias, superar os desafios diários e intervir junto aos alunos, buscando alternativas para resolver as dificuldades.
Segundo Lima (2002, p.40), “a formação de professores é um aspecto que merece ênfase quando se aborda a inclusão”. Os futuros docentes sentem-se inseguros e ansiosos quanto à possibilidade de acolher crianças com necessidades especiais nas suas salas de aula.
A legislação impõe às escolas inclusivas a obrigação de admitir e acolher todas as crianças, mas os serviços e o acolhimento precisam de ir além das formalidades para proporcionar a todos os alunos as condições adequadas para concretizarem a sua especialidade e potencial.
Além desta obrigação, as escolas devem disponibilizar uma equipe de professores capacitados, estruturas físicas acessíveis, pessoal profissional de apoio educacional, além de materiais didáticos e equipamentos especiais. Essa estrutura exige uma visão além da função docente.
Apesar dos avanços nos programas de educação ideológica e política, muitas instituições educativas ainda não tomaram medidas que ajudem a formar professores para trabalharem na inclusão. Para isso, é importante que compreendam o contexto sócio-histórico das propostas de exclusão e inclusão (LIMA, 2002).
Além disso, é necessário que os professores possuam conhecimentos básicos que os ajudem a se aproximar das pessoas com deficiência para interagir com elas e assim receber apoio para ações pedagógicas (LIMA, 2002).
O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Para os professores que trabalham na educação inclusiva, existe a responsabilidade de promover a aprendizagem e o desenvolvimento, apesar das dificuldades pessoais, institucionais ou sociais que possam surgir. A aprendizagem é uma necessidade da nossa vida social e está relacionada ao ensino, que também faz parte das atividades sociais (BECKER, 2010).
Tacca (2006) acredita que os alunos são o foco da aprendizagem e as relações sociais são a alicerce do processo de aprendizagem. Uma atmosfera de abertura e reflexão é um ponto de encontro entre alunos e professores, tal como a normalização e a homogeneidade não apoiam escolas inclusivas.
A formação de professores é conduzida com atenção às circunstâncias da vida em que a inovação e a criatividade podem e devem ser processos nos quais alunos e professores devem desenvolver-se. A necessidade de definição do currículo é importante para o planejamento instrucional, esclarecendo o trabalho das escolas e dos professores e propondo propostas de ações apoiadas na epistemologia educacional (CANÁRIO, 2008).
Segundo Tacca (2006), na situação de ensino, os professores devem conectar os objetivos de ensino, os conteúdos e as estratégias de ensino para que essa conexão possibilite aos alunos aprenderem o conteúdo planejado.
Porém, para os autores, essa correlação não se esgota em si mesma, pois se os alunos de 18 anos não forem devidamente considerados nesse planejamento, a aprendizagem pode ser prejudicada mesmo que os objetivos sejam bem explicados e formulados tecnicamente.
A IMPORTÃNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA NO ÂMBITO DA INCLUSÃO, DIVERSIDADE E EQUIDADE
Gatti (2008) relata que não da para fazer uma atribuição específica para formação continuada. Assim, desde os cursos realizados após a graduação até as atividades gerais são consideradas formação continuada para o desenvolvimento profissional, como conferências docentes, participação na gestão escolar, jornada escolar coletiva, conferências, seminários e cursos de formação, tudo existe sob o mesmo nome.
Poderão ainda ser nos moldes estipulados pela Secretaria de Educação ou ser de outras instituições de ensino na forma presencial ou Ead. Observou-se que muitos programas de educação continuada acabam tendo mais características compensatórias do que atualizações propriamente ditas.
Gatti (2008, p. 58) afirma que outro fator ainda constante nos cursos de formação continuada é a apreensão em solucionar “os problemas dos baixos resultados das avaliações externas, responsabilizando indiretamente os docentes pelo problema da qualidade”.
Assim, temos um movimento de contraposição e coexistência de diferentes ideias sobre a formação de professores, ora na perspectiva da reflexão prática, ora na perspectiva da formação, ainda uma visão tradicional que preenche as lacunas que possam existir na fase inicial.
Pesquisas sobre a formação continuada de professores apontam para a importância de os professores desenvolverem programas de formação continuada a partir das necessidades percebidas por eles em sala de aula (CANÁRIO, 2008).
Confome Di Giorgi (et. al., 2010, p. 15), a formação continuada pode ser atribuída como “um processo constante do aprender a profissão de professor, não como mero resultado de uma aquisição acumulativa de informação, mas como um trabalho de seleção, organização e interpretação da informação”.
A formação inicial e continuada são consideradas ferramentas importantes para garantir a implementação de currículos que valorizem a equidade, a inclusão, a consciência da diversidade e o respeito às diferenças (BECKER, 2010).
A legislação articula a obrigatoriedade de matricular e acolher todas as crianças na escola, mas os serviços e a hospitalidade precisam ir além da formalidade para proporcionar a todos os alunos condições adequadas para concretizar sua particularidade e potencialidades (VYGOTSKY, 1998).
Além dessa obrigação, as escolas devem fornecer uma equipe de professores bem treinada, estruturas físicas acessíveis, pessoal de apoio educacional profissional, material didático e equipamentos especiais. Nesse sentido, para se ter êxito, deve se haver uma estrutura que transpassa da função docente (FREIRE, 1996).
A formação continuada constitui um espaço para potencializar a prática docente. Por sua vez, as apresentações e interações entre os colegas potencializam a troca de experiências, aliviando a ansiedade diante de resultados duvidosos ou mesmo de insegurança. Essas experiências emergem de desafios encontrados na prática, que ainda não podem ser sustentados apenas pela teoria.
RESULTADOS
Deu-se, então, início à transcrição literal das entrevistas aplicadas para 3 professoras do ensino fundamental. O presente estudo teve como princípio investigar se houveram melhorias e apoio na prática docente, observados pelos professores, após participarem de formações continuadas, assim como identificar os desafios da profissão docente para promover uma educação para todos. As entrevistadas foram nomeadas fantasiosamente por A, B e C a fim de preservar a identidade e integridade das mesmas e evitar qualquer tipo de constrangimento. Foi elaborado um quadro com a disposição das perguntas e respostas obtidas nas entrevistas realizadas com as professoras A,B e C.
PERGUNTAS | PROFESSORA (A) | PROFESSORA (B) | PROFESSORA (C) |
1. Na sua experiência como docente de ensino fundamental, como você avalia a capacitação continuada de formação de professores nas áreas inclusão, diversidade, desigualdade e equidade? | Resposta Eu possuo uma experiência profissional de 14 anos em sala de aula, e vejo que eles estão tentando promover a inclusão de diferentes públicos na escola, nas mais diversas particularidades, entretanto, estão esquecendo-se de dar o suporte para a escola em geral, de modo que não vem materiais para o aluno com deficiência e não vem ajuda para os professores no sentido de capacitar –nos para lidar com as crianças com dificuldades de aprendizagem, crianças de outras nacionalidades e a de diferentes realidades sociais. | Resposta Eu trabalho a 12 anos em sala de aula, a meu ver há uma grande deficiência em investimentos na educação, faltam ainda estruturas básicas para que a escola se torne inclusiva e adaptada , assim como também temos uma grande carência de materiais tecnológicos, pedagógicos ou adaptados. Eu não possuo muita expectativa nesse âmbito, tendo em vista que o Governo não valoriza a educação e nem dá condição mínima de trabalho, existe muita teoria nesses cursos, no entanto poucas condições de realizá-las devido a falta de estrutura e matérias adaptados. | Resposta Atuo na docência a 22 anos, noto que hoje em dia nós professores devemos possuir requisitos básicos os conhecimentos gerais para o exercício da docência e também conhecimentos específicos da área, que na minha opinião são fundamentais e ao mesmo tempo são como suporte da sua formação inicial e continuada. Entretanto, o atual e grande desafio posto no âmbito desses cursos de formação de professores é de nós professores conseguirmos reproduzir os conhecimentos de forma satisfatória atendendo a toda a diversidade que existe na escola. Não temos o apoio pedagógico necessário, precisamos sempre estar adaptando os matérias que chegam à escola, sem contar que o espaço escolar não atende as necessidades dos alunos com deficiência o que dificulta ainda mais a promoção da inclusão desses alunos na escola. |
2. Quais os principais pontos de mudança em sua prática e / ou metodologia em advindos do conhecimento adquirido na capacitação oferecida pela secretaria municipal da sua cidade? | Resposta Procuramos de alguma inserir no âmbito escolar algum conhecimento adquirido no curso de capacitação, porém ainda nos sentimos despreparados com relação as metodologias a serem aplicadas ao alunos em sala de aula devido cada aluno ter sua particularidade, exigindo que o professor utilize mais de uma metodologia de ensino na sala de aula afim de atender essas particularidades desses alunos. | Resposta O contato com outros professores nos cursos de capacitação faz com que tenhamos visões diferentes em relação ao ensino pedagógico. Este contato vem a somar mais à nossa metodologia de ensino do que o próprio curso de capacitação, pois ali estamos vendo o que ensinam na teoria, a realidade da sala de aula na prática pedagógica de outros colegas de profissão que lutam para conseguir desenvolver metodologias que atendam todos os públicos sem exceção. | Resposta Existem diferentes metodologias, pois cada aluno incluso no ensino regular tem sua própria especificidade. Estas alternativas metodológicas possibilitam sim o desenvolvimento do potencial destes alunos, entretanto o resultado nem sempre é alcançado de forma rápida ou mesmo satisfatória. Procuro utilizar diferentes metodologias com os alunos, tentando atender de forma satisfatória as suas limitações, necessidades e especificidades em sala de aula. |
3. As atividades aplicadas em sala de aula são correspondidas pelos alunos de forma satisfatória? | Resposta Sim, tenho tido bons resultados com as atividades aplicadas em sala de aula. Lógico que tem aluno que as vezes vai demandar que o conteúdo seja revisado para melhor fixação. Eu sempre volto e faço uma revisão do conteúdo aplicado em sala de aula para que todos apreendam de forma satisfatória. É importante destacar que o aluno fica 4 horas em sala de aula e muitas vezes são alunos rurais que saem muito cedo de casa e não se alimentam bem o que impacta na sua aprendizagem. A família fica a maior parte do dia com a criança, porém nem sempre os pais dispõe tempo para auxiliá-los nas atividades. Vemos que os alunos que possuem ajuda tanto na escola como em casa tendem a se desenvolver melhor nas atividades. A união da família é escola é crucial para um bons resultados na aprendizagem. | Resposta “É satisfatória. Eu procuro trabalhar com atividades individuais e em grupo. Apesar de sermos docentes, a forma que trabalhamos os conteúdos com os alunos, pode não chegar da forma que queremos, então procuro trabalhar com atividade em grupo onde o coleguinha do grupo que aprendeu pode ensinar para o que não aprendeu e vice-versa, promovendo interação entre os alunos e diversificando a aprendizagem ao mesmo tempo. | Resposta Sim, as atividades aplicadas em sala de aula são bem correspondidas pelos alunos, pois procuro adequar a atividade ao nível do aluno, se noto que meu aluno precisa de um suporte em determinada atividade ou matéria, tento abaixar o nível de dificuldade de forma que ele consiga apreender dentro de suas limitações e ainda atinja o objetivo da atividade proposta. |
4. Como você avalia a disparidade entre teoria e prática nos conhecimentos adquiridos nos cursos de capacitação de formação continuada voltada para inclusão, diversidade, desigualdade e equidade ? | Resposta Vemos que muita das vezes tudo na teoria é muito “lindo” e não retrata de fato a realidade que nós professores vivenciamos dentro de sala de aula. Temos que lidar com alunos com diferentes particularidades, e nem sempre os cursos irão conseguir atender a todas essas demandas , tendo em vista que nos orientam a trazer metodologias que não conseguimos aplicar na nossa realidade e isso vai desde a falta de capacitação até mesmo a falta de materiais. | Resposta Normalmente sempre falamos que a teoria a gente aprende e a prática você vivência ela. Se colocarmos a teoria e prática juntas, veremos uma lacuna entre elas, diferente da práxis, que é uma união da teoria com a prática. Acredito que a teoria e a prática são fatores importantes para você ter uma base, entretanto a nossa vivência é outra, pois necessitamos fazer muitas adaptações de materiais para atender as necessidades desses alunos. | Resposta Acredito que a formação continuada se constitui como um espaço de fortalecimento das práticas pedagógicas. Ademais, tenho para mim que a troca de experiência com colegas de profissão tendem a ter mais efeito que o próprio curso. Acredito que muitos dos desafios que enfrentamos na educação ainda não podem ser sustentados somente pela teoria sem embasamento. |
5. Em relação as suas expectativas, qual a sua avaliação referente aos cursos de capacitação ofertados e quais as dúvidas que ainda permanecem depois do curso? | Resposta Esperava que os cursos de fato fossem voltados para realidade da comunidade escolar. Após os cursos ainda surgem muitas dúvidas tendo em vista que não atendem a nossa realidade no âmbito escolar. | Resposta Eu queria que esses cursos fossem pensados de uma forma que incluísse verdadeiramente os alunos na escola. Muita das vezes sinto que aquilo que pregam como inclusão é tudo menos inclusão. Os alunos muita das vezes se sentem inferiorizados ou excluídos. Não basta termos orientações de como lidar com determinadas situações e ao mesmo tempo não termos o suporte necessário para trabalhar essas ideias. | Resposta Não possua muitas expectativas em relação aos cursos de capacitação. Acredito que embora eles tentem promover a autoconfiança nos professores, ainda nos sentimos inseguros em relação a muitos temas inclusive na “Inclusão” porque não temos o suporte necessário para se trabalhar dentro desse âmbito . |
6. Vocês são orientados a participar dos cursos de formação continuada oferecidos na escola ? | Resposta Sim, temos que participar desses cursos, eles ocorrem a cada três meses eles oferecem esses cursos de capacitação na escola, porém não dão o suporte necessário, muito menos material para trabalhar com esses alunos em sala de aula. | Resposta Sim, somos orientados a participar desses cursos que ocorrem com uma freqüência bimestral. | Resposta Sim, normalmente temos uma média de 4 a 5 cursos de formação continuada na escola por ano. |
7. Qual a perspectiva que você tem de aprendizado após a conclusão dos cursos ofertados? | Resposta Os cursos ofertados não atendem a realidade escolar. Esses cursos precisam melhorar muito ainda, para conseguir atender as necessidades da comunidade escolar. Sendo assim, acabam sendo ineficazes após a sua conclusão, se transformando apenas em uma bela ‘teoria” que não se aplica e nem se atenta para realidade escolar. | Resposta Esses cursos ofertados embora tratem de assuntos essenciais e muito importantes, acabam ficando somente na teoria após o curso. Nós enquanto professores do ensino fundamental nos dedicamos para oferecer o melhor ensino, entretanto para conseguir alcançar esse objetivo necessitamos de um apoio pedagógico mais completo, aonde tenhamos os materiais necessários para trabalhar a inclusão no âmbito escolar. | Resposta A visão que tenho após ter esses cursos oferecidos pela secretaria da educação, é que esses cursos de formação continuada não são oferecidos com excelência. A inclusão da forma que está sendo feita está adoecendo a categoria e excluindo muitos alunos tendo em vista que nós professores estamos sobrecarregados, falta recursos pedagógicos, matérias , professores auxiliares (monitores) entre outros. |
8. Referente às práticas pedagógicas, quais são os desafios enfrentados pelos professores na educação inclusiva? | Resposta Um dos maiores desafios referentes as práticas pedagógicas no âmbito da educação inclusiva é que são necessários alguns quesitos para se alcançar o mesmo tais como: um bom planejamento ; recursos pedagógicos; espaços com acessibilidade, recursos tecnológico e materiais didáticos adequados para a diversidade destes alunos.Entretanto sabemos que na maioria das vezes muitos desses quesitos não são alcançados o que acaba deixando o ensino a deseja. Nesse sentido, o professor se vê impossibilitado de oferecer uma educação mais inclusiva para os seus alunos. | Resposta Acredito que um dos maiores desafios é que eles não preparam os professores e nem dão nenhum auxílio, pois as vezes a demanda que vem para nós não é nossa especialização o que dificulta na inclusão desses alunos. | Resposta Existem muitos desafios para que o processo de inclusão de fato ocorra na escola. É necessário que toda a equipe pedagógica repense e reflita sobre a aplicação da teoria na prática, assim como em como aplicar as metodologias de ensino, de forma que venha a minimizar os desafios enfrentados na busca de tornar a escola inclusiva para esses alunos. |
SÍNTESE DOS RESULTADOS
Buscou se saber quais eram as experiências das docentes de ensino fundamental e como elas avaliavam a capacitação continuada de formação de professores nas áreas inclusão, diversidade, desigualdade e equidade.
Segundo a professora A, ela possui uma experiência profissional de 14 anos em sala de aula, e observa que eles estão tentando promover a inclusão de diferentes públicos na escola, nas mais diversas particularidades, entretanto, estão esquecendo-se de dar o suporte para a escola em geral, de modo que não vem material para o aluno com deficiência e não vem ajuda para os professores no sentido de capacitá–los para lidar com as crianças com dificuldades de aprendizagem, nacionalidades distintas e de diferentes realidades sociais.
Já conforme a professora B,ela trabalha a 12 anos em sala de aula, e ao seu ver há uma grande deficiência em investimentos na educação, faltam ainda estruturas básicas para que a escola se torne inclusiva e adaptada , assim como também temos uma grande carência de materiais tecnológicos, pedagógicos ou adaptados. Ela relata que não possui muita expectativa nesse âmbito, tendo em vista que o Governo não valoriza a educação e nem dá condição mínima de trabalho, existe muita teoria nesses cursos, no entanto poucas condições de realizá-las devido a falta de estrutura e matérias adaptados.
Conforme a professora C, ela já atua na docência a 22 anos, nota que hoje em dia os professores devem possuir requisitos básicos como os conhecimentos gerais para o exercício da docência e também conhecimentos específicos da área, que na sua opinião são fundamentais e ao mesmo tempo são como suporte da sua formação inicial e continuada.
A professora C relata ainda que o atual e grande desafio posto no âmbito desses cursos de formação de professores é de enquanto professores conseguirem reproduzir os conhecimentos de forma satisfatória atendendo a toda a diversidade que existe na escola. Afirma não terem o apoio pedagógico necessário, e que precisam sempre estar adaptando os materiais que chegam à escola, sem contar que o espaço escolar não atende as necessidades dos alunos com deficiência o que dificulta ainda mais a promoção da inclusão desses alunos na escola.
Verificou- se quais os principais pontos de mudança na prática e metodologia advindos do conhecimento adquirido na capacitação oferecida pela secretaria municipal da cidade em que atuam.
A professora A diz que procura de alguma forma inserir no âmbito escolar algum conhecimento adquirido no curso de capacitação, porém ainda se sente despreparada com relação as metodologias a serem aplicadas ao alunos em sala de aula devido cada aluno ter sua particularidade, exige que enquanto professora utilize mais de uma metodologia de ensino na sala de aula afim de atender essas particularidades desses alunos.
A professora B relata que o contato com outros professores nos cursos de capacitação faz com que tenham visões diferentes em relação ao ensino pedagógico. Este contato vem a somar mais à nossa metodologia de ensino do que o próprio curso de capacitação, pois ali estamos vendo o que ensinam na teoria, a realidade da sala de aula na prática pedagógica de outros colegas de profissão que lutam para conseguir desenvolver metodologias que atendam todos os públicos sem exceção.
A professora C relata que existem diferentes metodologias, pois cada aluno incluso no ensino regular tem sua própria especificidade. Segundo ela estas alternativas metodológicas possibilitam sim o desenvolvimento do potencial destes alunos, entretanto o resultado nem sempre é alcançado de forma rápida ou mesmo satisfatória. A professora ainda relata que utiliza diferentes metodologias com os alunos em busca de atender de forma satisfatória as limitações, necessidades e especificidades dos alunos em sala de aula.
As entrevistadas foram questionadas se as atividades aplicadas em sala de aula são correspondidas pelos alunos de forma satisfatória.
A professora A relatou que tem obtido bons resultados com as atividades aplicadas em sala de aula. Relata que sempre vai ter alunos que as vezes irão demandar que o conteúdo seja revisado para melhor fixação o que é esperado que ocorra. Entretanto ele sempre volta e faz uma revisão do conteúdo aplicado em sala de aula para que todos apreendam de forma satisfatória.
Ela relata ainda que o aluno fica 4 horas em uma sala de aula e muitas vezes são alunos rurais que saem muito cedo de casa e não se alimentam bem o que impacta na sua aprendizagem. Ela destaca que a família fica a maior parte do dia com a criança, porém nem sempre os pais dispõem tempo para auxiliá-los nas atividades. Ela observa que os alunos que possuem ajuda tanto na escola como em casa tendem a se desenvolver melhor nas atividades. A união da família é escola é crucial para bons resultados na aprendizagem.
As entrevistadas foram questionadas sobre sua como avaliam a disparidade entre teoria e prática nos conhecimentos adquiridos nos cursos de capacitação de formação continuada voltada para inclusão, diversidade, desigualdade e equidade.
A professora A relata, que observa que muita das vezes, tudo na teoria é muito “lindo” e não retrata de fato a realidade que nós professores vivenciamos dentro de sala de aula. Temos que lidar com alunos com diferentes particularidades, e nem sempre os cursos irão conseguir atender a todas essas demandas, tendo em vista que os orientam a trazer metodologias que não conseguem aplicar em sua realidade e isso vai desde a falta de capacitação até mesmo a falta de materiais.
A professora B diz que normalmente sempre falamos que a teoria a gente aprende e a prática você vivência ela. Relata que se colocarmos a teoria e prática juntas verá uma lacuna entre elas, diferente da práxis, que é uma união da teoria com a prática. Ela acredita que a teoria e a prática são fatores importantes para você ter uma base, entretanto a sua vivência é outra, pois necessitam fazer muitas adaptações de materiais para atender as necessidades desses alunos.
A professora C acredita que a formação continuada se constitui como um espaço de fortalecimento das práticas pedagógicas. Ademais, ela tem para si que a troca de experiência com colegas de profissão tendem a ter mais efeito que o próprio curso. Acredita que muitos dos desafios que enfrentam na educação ainda não podem ser sustentados somente pela teoria sem embasamento.
Foi questionado sobre as expectativas das professoras quanto aos cursos ofertados e como elas avaliavam esses cursos de capacitação e se ainda permaneciam dúvidas após a finalização do curso.
A professora A esperava que os cursos de fato fossem voltados para realidade da comunidade escolar. Ela relata que após os cursos ainda surgem muitas dúvidas tendo em vista que os cursos não atendem a realidade deles no âmbito escolar.
A professora B relata que almejava que esses cursos fossem pensados de uma forma que incluísse verdadeiramente os alunos na escola. Muita das vezes sente que aquilo que pregam como inclusão é tudo menos inclusão. Os alunos muita das vezes se sentem inferiorizados ou excluídos. Não basta termos orientações de como lidar com determinadas situações e ao mesmo tempo não termos o suporte necessário para trabalhar essas ideias.
A professora C relata que não possui muitas expectativas em relação aos cursos de capacitação. A professora C acredita que embora eles tentem promover a autoconfiança nos professores, ainda se sentem inseguros em relação a muitos temas inclusive referente a “Inclusão” porque não possuem o suporte necessário para se trabalhar dentro desse âmbito .
As professoras foram questionadas ainda sobre serem orientados a participar dos cursos de formação continuada oferecidos na escola. As respostas da professora A, B e C foram unânimes referente a serem orientadas a participar desses cursos de formação , nota –se ainda que ocorrem de forma bimestral e que as escolas não oferecem o suporte necessário, muito menos material para trabalhar com esses alunos em sala de aula.
As professoras foram questionadas referente a perspectiva de aprendizado que tiveram após a conclusão dos cursos ofertados na escola. Nesse âmbito a professora A respondeu que Os cursos ofertados não atendem a realidade escolar. Ela relata que esses cursos precisam melhorar muito ainda, para conseguir atender as necessidades da comunidade escolar. Sendo assim, na sua opinião acabam sendo ineficazes após a sua conclusão, se transformando apenas em uma bela ‘teoria” que não se aplica e nem se atenta para realidade escolar.
Na visão da professora B , esses cursos ofertados embora tratem de assuntos essenciais e muito importantes, acabam ficando somente na teoria após o curso. Ela ressalta que eles professores do ensino fundamental se dedicam para oferecer o melhor ensino, entretanto para conseguir alcançar esse objetivo necessitam de um apoio pedagógico mais completo, aonde tenham os materiais necessários para trabalhar a inclusão no âmbito escolar.
Já na visão da professora C , os cursos ofertados não são oferecidos com excelência. A professora afirma ainda que a inclusão da forma que está sendo feita está adoecendo a categoria e excluindo muitos alunos tendo em vista que os professores estão sobrecarregados, faltam recursos pedagógicos, matérias , professores auxiliares (monitores) entre outros.
Quanto às práticas pedagógicas, foi questionado sobre os desafios enfrentados pelos professores na educação inclusiva. A professora A relata que um dos maiores desafios referentes as práticas pedagógicas no âmbito da educação inclusiva é que são necessários alguns quesitos para se alcançar o mesmo tais como: um bom planejamento ; recursos pedagógicos; espaços com acessibilidade, recursos tecnológico e materiais didáticos adequados para a diversidade destes alunos.Entretanto sabemos que na maioria das vezes muitos desses quesitos não são alcançados o que acaba deixando o ensino a deseja. Nesse sentido, o professor se vê impossibilitado de oferecer uma educação mais inclusiva para os seus alunos.
Já a professora B relatou acreditar que um dos maiores desafios é que eles não preparam os professores e nem dão nenhum auxílio, pois as vezes a demanda que vem para eles não é são de sua especialização o que dificulta a inclusão desses alunos.
Para a professora C existem muitos desafios para que o processo de inclusão de fato ocorra na escola. Ela relata que é necessário que toda a equipe pedagógica repense e reflita sobre a aplicação da teoria na prática, assim como em como aplicar as metodologias de ensino, de forma que venha a minimizar os desafios enfrentados na busca de tornar a escola inclusiva para esses alunos.
É de conhecimento de muitos, que existem leis que garantem ao docente a capacitação para trabalhar no âmbito da educação inclusiva, porém, todavia como atesta Coelho (2010 p.58), “as questões legais aparecem como suporte orientador e indutor de mudanças, mas não como garantia efetiva da inclusão, já que por si só, leis não garantem mudanças”.
Os professores desempenham um papel fundamental na construção de uma escolas para todos e para cumprirem o seu papel social como educadores, devem adquirir competências para refletir sobre as suas práticas de ensino na sala de aula e colaborar com os seus pares para contribuir para a construção de escolas inclusivas.
Este estudo apresenta uma reflexão sobre o processo de inclusão estudantil, ao mesmo tempo em que reflete sobre as principais barreiras e avanços enfrentados por professores e docentes em sala de aula.
Acreditamos que o próprio processo de formação continuada dos professores é um dos pilares de sustentação da educação inclusiva, entretanto se não houver uma interação e trabalho conjunto entre colegas, familiares e governo, aliado à qualidade profissional, o programa acaba se tornando gradualmente um monte de teorias de métodos. Isto significa que para se obter sucesso com a implementação desse programa é necessário que se tenha uma ação conjunta e contínua.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A legislação brasileira estipula educação para todos e garante o direito dos alunos à educação, persistência e sucesso. A realidade, porém, é outra: a educação contemporânea apresenta a escola pública como palco da diversidade, acolhendo alunos de diferentes particularidades.
O ensino voltado para a diversidade está vinculado a propostas de inclusão, o que de certa forma é um grande desafio para a educação, pois a consideração da inclusão pressupõe uma série de fatores, principalmente aqueles relacionados aos alunos.
Portanto, quando falamos de inclusão, não devemos nos referir apenas aos alunos ” especiais”, mas a todos aqueles alunos que, por um motivo ou outro, sofrem preconceito e discriminação por pertencerem a este ou aquele grupo.
Acredita- se que a proposta de trabalhar a diversidade no ambiente escolar, oportuniza a inclusão a todos os alunos na escola, entretanto cabe ressaltar que não é uma tarefa fácil, por não se resumir apenas na garantia do direito de acesso a educação.
É necessário que lhes sejam garantidos condições de permanência e sucesso na aprendizagem. Vemos que o sucesso da educação não depende somente do investimento em educação, mais na responsabilidade do poder público em investigar quais são as necessidades locais ou regionais a qual está inserido a escola e os alunos.
Não basta apenas inserir formações continuadas na escola de forma teórica sem um estudo prévio regional, sem planejamento, pois se torna um projeto fadado ao insucesso, pois a escola precisa oferecer uma estrutura adequada para obter resultados satisfatórios.
Existe a necessidade de diversificar a prática pedagógica, e praticar uma educação mais equitativa, de forma que atenda às necessidades de cada aluno, criando um ambiente educacional que possa acolher as particularidades de todos.
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¹Graduada em Pedagogia, Mestranda em educação pela FUNINBER.
²Graduada em Pedagogia, Mestranda em educação pela FUNINBER.
³Graduada em Pedagogia, Mestranda em educação pela FUNINBER.
4Graduada em Pedagogia , Matemática, e Administração de Empresas. Especialista em Educação Matemática, Orientação, Supervisão e Direção e Mestranda em educação pela FUNINBER.