THE IMPORTANCE OF IMMEDIATE PHYSIOTHERAPY IN THE POSTOPERATIVE PERIOD OF ANTERIOR CRUCIATE LIGAMENT: LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202411300914
Jenniffer da Rocha Barbosa1
Marlesson Maikon Miranda Bentes1
Thaiana Bezerra Duarte2
Resumo
Introdução: A reconstrução do ligamento cruzado anterior (RLCA) vem tendo bastante destaque na vivência acadêmica e profissional no que tange os atuantes nesse processo, fisioterapeutas, traumato-ortopedista, anestesiologista e cirurgiões. Entretanto ainda não há um consenso sobre a atuação da equipe multiprofissional e suas técnicas, havendo divergências sobre os benefícios e atuações da equipe multiprofissional no processo de RLCA. Objetivo: Deste estudo é compreender a eficácia da fisioterapia imediata no pós-operatório de ligamento cruzado anterior, avaliar a qualidade de vida após o tratamento fisioterapêutico em atletas e homens que passaram por esta reconstrução. Materiais Método: Trata se de uma revisão de literatura cujas bases de dados foi Scielo, Pubmed e Google Acadêmico, as palavras chaves utilizadas foram: fisioterapia imediata, pós-operatório de ligamento cruzado anterior, fisioterapia e LCA, nos idiomas português e inglês. Resultados: Foram encontrados 245 artigos relacionados a importância da fisioterapia imediata no pós-operatório de ligamento cruzado anterior. Discussão: observou se eficácia da fisioterapia imediata para o aumento da qualidade de vida, diminuindo a chance de relesão em atletas e homens que passaram por RLCA o protocolo que todos usaram como parâmetro em suas avaliações foi o lysholm, individualizando técnicas fases e adequado as semanas de acordo com a necessidade de cada paciente Conclusão: É necessário que o fisioterapeuta conheça todas as fases de reabilitação do RLCA para entender a sintomatologia que o paciente irá apresentar e estar preparado tendo assim expertise sobre qual técnica usar em cada fase de reabilitação é necessário que o fisioterapeuta monte protocolos de reabilitação individualizados a cada paciente usando da maior diversidade de técnicas, onde priorizam o desempenho para o maior ganho de função do paciente, esquecendo o tempo de reabilitação e aumentando assim a qualidade da reabilitação e segurança ao retorno esportivo ou vida diária.
Palavras-chave: “Fisioterapia Imediata”. “Fisioterapia e LCA”. “Pós-Operatório de Ligamento Cruzado Anterior”. “Pós-Operatório e Fisioterapia”. “LCA e Fisioterapia”.
Abstract
Introduction: Reconstruction of the anterior cruciate ligament (ACLR) has been very prominent in the academic and professional experience of those involved in this process, physiotherapists, trauma-orthopedists, anesthesiologists and surgeons. However, there is still no consensus on the performance of the multidisciplinary team and its techniques, with disagreements regarding the benefits and actions of the multidisciplinary team in the ACLR process. Objective: This study aims to understand the effectiveness of immediate physiotherapy in the postoperative period of anterior cruciate ligament, to evaluate the quality of life after physiotherapy treatment in athletes and men who have undergone this reconstruction. Materials and methods: This is a literature review whose databases were Scielo, Pubmed and Google Scholar, the keywords used were: immediate physiotherapy, anterior cruciate ligament postoperative period, physiotherapy and ACL, in Portuguese and English. Results: 245 articles were found related to the importance of immediate physiotherapy in the postoperative period of anterior cruciate ligament. Conclusion: It is necessary for the physiotherapist to know all phases of ACLR rehabilitation to understand the symptoms that the patient will present and to be prepared, thus having expertise on which technique to use in each phase of rehabilitation. It is necessary for the physiotherapist to set up individualized rehabilitation protocols for each patient. using the greatest diversity of techniques, which prioritize performance for the patient’s greatest gain in function, forgetting rehabilitation time and thus increasing the quality of rehabilitation and safety when returning to sports or daily life.
Keywords: “Immediate Physiotherapy”. “Physiotherapy and ACL”. “Anterior Cruciate Ligament Post-Operation”. “Post-Operative and Physiotherapy”. “ACL and Physiotherapy”.
1 INTRODUÇÃO
O ligamento cruzado anterior é uma importante estrutura que tem como principal função a estabilização do joelho. É responsável por 86 % da restrição do deslocamento anterior da tíbia, A ruptura deste ligamento causa instabilidade crônica no joelho (Santanaz, 2024). Portanto, pacientes que têm uma lesão (ruptura) deste ligamento, frequentemente apresentam dificuldade de realizar determinadas atividades físicas, em especial aquelas que exigem movimentos rápidos que envolvam mudança de direção, ocasionando uma restrição à atividade de vida diária. O tratamento cirúrgico das lesões de ligamento cruzado anterior de grau III não se resume ao ato cirúrgico, envolve todo um preparo pré-operatório onde o paciente é condicionado para um melhor pós operatório, o paciente segue um protocolo para ganho de força muscular, equilíbrio, propriocepção e capacidade funcional e simultaneamente ocorrendo a diminuição da dor no pós-operatório imediato por meio da plasticidade muscular (Arliani et al., 2012).
Geralmente as lesões de ligamento cruzado anterior (LCA) ocorrem durante uma atividade de vida diária ou em alguma prática esportiva, os mecanismo de lesão comumente ocorrem pelos movimentos de hiperextensão, hiperflexão e mudança de movimento com rápida velocidade de modo que haja uma rotação do fêmur sobre a tíbia, aceleração e desaceleração em ciclo de movimento como paradas repetidas durante corrida ou salto, podem ocasionar a ruptura deste ligamento, resultando em instabilidade articular e dor, interferindo na qualidade de vida diária e na execução das atividades laborais e esportivas do indivíduo (Varri et al., 2024).
Sendo assim, inicia-se o tratamento fisioterapêutico nas primeiras 48 horas do pós operatório de reconstrução de ligamento cruzado anterior (RLCA), e este procedimento tem por objetivo a prevenção de contraturas e deformidades, para a manutenção da integridade dos tecidos, além da proteção dos efeitos adversos da imobilização, atuando no controle da dor na fase imediata do pós-operatório que é essencial para estabelecer confiança no paciente, Com o tratamento fisioterapêutico que perdura de seis a doze meses em condições ideais de tratamento, tais conquistas são fundamentais para o retorno às atividades de vida diária e ausência ou diminuição da dor durante o processo de transição articular (Arliani et al., 2012; Brumitt, Jobst, 2015).
O ligamento cruzado anterior (LCA) é um dos principais temas de investigação científica dentro da atualidade ortopédica. Devido a novas tendências adotadas nos últimos dez anos, o conceito da reconstrução do ligamento cruzado anterior (RLCA) vem tendo bastante destaque na vivência acadêmica e profissional no que tange os atuantes nesse processo os fisioterapeutas, traumato-ortopedista, anestesiologista, cirurgião (Pinheiro et al., 2024).
Entretanto ainda não há um consenso sobre a atuação da equipe multiprofissional e suas técnicas, havendo divergências sobre os benefícios e atuações da equipe multiprofissional no processo de RLCA, pois os pacientes em sua maioria ainda desconhecem os benefícios da fisioterapia e suas atuações no pós-operatório imediato, exceto os atletas, além de que muitos pacientes optam pelo tratamento conservador quando são jovens e praticante de qualquer atividade física, como musculação (Wright et al., 2024).
Desta forma, a relevância deste estudo encontra-se na importância de esclarecer a atuação fisioterapêutica no pós-operatório RLCA de início imediato para compreensão dos acadêmicos e profissionais associarem técnicas terapêuticas e recursos mecanoterapêuticos para a melhoria da reabilitação individualizada de cada paciente melhorando a eficácia do tratamento e aumentando a qualidade da reabilitação tendo êxito e seguridade na atuação fisioterapêutica. Dessa maneira, o objetivo deste estudo é compreender a eficácia da fisioterapia imediata no pós-operatório de ligamento cruzado anterior, avaliar a qualidade de vida após o tratamento fisioterapêutico em atletas e homens que passaram por esta reconstrução, sendo assim analisar o melhor protocolo em relação ao pós-operatório de ligamento cruzado anterior.
2 MATERIAIS E MÉTODO
Trata-se de um estudo de revisão literatura, cujas bases de dados foram Scielo e Pubmed e Google Acadêmico, as palavras chaves utilizadas foram: fisioterapia imediata no pós operatório de ligamento cruzado anterior, fisioterapia e LCA, pós operatório de ligamento cruzado anterior nos idiomas português e inglês. A busca nas bases de dados foi realizada em outubro de 2024.
Os critérios de inclusão foram artigos de ensaios clínicos randomizados ou estudos experimentais e artigos sobre a importância da fisioterapia no pós-operatório imediato de ligamento cruzado anterior, nos quais foram utilizados homens ou atletas como amostra de estudo. Os 4 critérios de exclusão foram artigos que tivessem sido publicados há mais de 5 anos, artigos duplicados, indisponíveis, ou que houveram divergência com o tema da pesquisa (tais como associaram outros temas além do LCA em sua pesquisa), artigos que utilizaram medicamentos injetável no pós-operatório, artigos que limitaram técnicas fisioterapêuticas no pós-operatório, técnicas específicas, artigos que utilizaram idosos, ou grupos específicos de mulher.
3 RESULTADOS
Foi realizada a busca dos artigos nas bases de dados Pubmed, Google Acadêmico e Scielo, sendo encontrados no total 247 artigos relacionados a importância da fisioterapia imediata no pós-operatório de ligamento cruzado anterior. Foi excluído 1 artigo duplicado, 43 artigos de revisão, 51 artigos que continham divergência com o tema da pesquisa, 1 artigo que utilizou mulheres, 1 artigo que utilizou crianças e 107 artigos com mais de cinco anos.
Foram lidos na íntegra 43 artigos dos quais 11 artigos não estavam disponíveis, 1 artigo fez uso de medicação injetável, 7 estudo piloto, 2 estudo de coorte, 14 artigos contendo temas associados ao tema de pesquisa no qual houveram múltiplas intervenções e não houve concordância científica, dessa forma foram incluídos na revisão 7 artigos. Os resultados foram compilados por meio de texto e tabelas.
Figura 1 – Fluxograma do estudo
Tabela 1 – Síntese dos artigos selecionados para a revisão.
Autor/A no | Tipo de Estudo | Objetivo | Metodologia | Resultados |
Varghes e et al., (2024) | Ensaio clínico controlado randomizado | Comparar os resultados funcionais da reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA), com autoenxerto de isquiotibiais pela técnica all-inside (AI) com Endobutton cortical de alça ajustável nos lados do fêmur e da tíbia e pela técnica outside- in (OI) com parafuso de interferência no lado tibiale Endobutton cortical no lado femoral. | 44 pacientes submetidos a reconstrução artroscópica LCA de fevereiro de 2019 a fevereiro de 2022 em um hospital, os pacientes foram distribuídos em dois grupos: AI e OI, ambos avaliados por 12 meses pela escala visual analógica (EVA), escala de pontuação do joelhlysholme parte I(pontuações de dor) e a parte II ( pontuação de função ) da escala knee society score(KSS). | Em um acompanhamento de 12 meses, os pacientes submetidos a técnica AI apresentaram melhores pontuações de desfecho e alívio da dor do que aqueles submetidos a técnica OI. |
Li et al., (2023) | Estudo controlado randomizado | Objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do treinamento do quadríceps com diferentes níveis de restrição de fluxo e força dos participantes de após RLCA. | Metodologia deste estudo foram 30 participantes pós reconstrução de LCA, divididos em 3 grupos, onde foram submetidos a diferentes níveis de BFR combinado com reabilitação convencional do quadríceps por 8 semanas, as avaliações incluíram força de extensão isocinética máxima escalonada do joelho, a soma da espessura do reto femoral afetado e vasto intermédio, desempenho do teste de equilíbrio em Y, Além do questionário antes e após as intervenções | No total, 23 participantes participaram deste estudo por inteiro, O grupo de compressão 80% AOP mostrou um aumento na força muscular do quadríceps e na espessura muscular. |
Saki et al., (2023) | Estudo randomizado | Este estudo teve como objetivo investigar o efeito de 8 semanas de treinamento simples de instabilidade do core na resistência do core, forca do quadril e cinemática do joelho em atletas de RLCA. | O estudo foi desenvolvido em um laboratório desportivo de uma universidade, foram incluídos atletas do sexo masculino entre 20 e 30 anos de duas modalidade esportiva vôlei e basquete, foram encontrado 53 atletas com o histórico de RLCA dentro dos critérios de inclusão, o programa foi dividido em 2 grupos variando o volume de treino em cada grupo, o programa simples de instabilidade do core consistiu em BFR combinado com reabilitação convencional do quadríceps por 8 semanas, as avaliações incluíram força de extensão isocinética máxima escalonada do joelho, a soma da espessura do reto femoral afetado e vasto intermédio, desempenho do teste de equilíbrio em Y, Além do questionário antes e após as intervenções | Os resultados foram apresentados em tabela, não houve diferenças, entre os grupos conforme os dados descritivos em cinemática do joelho, força isométrica do quadril e resistência muscular do core. |
Murray et al., (2020) | Estudo randomizado | O objetivo deste estudo é fazer uma comparação entre duas técnicas de RLCA. | Os pacientes selecionados foram submetidos a RLCA, no período de até 45 dias, os pacientes foram aleatoriamente designado a receber BEAR(65)ou enxerto autólogo de LCA em 33.133com semitendíneo-grácil quádruplo e 2 com tendão patelar ósseo. Foram incluídas a pontuação subjetiva IKDC, a diferença de um lado para o outro na frouxidão do joelho AP instrumentado e a força muscular. Foram avaliados por 2 anos por um avaliador independente e cego ao procedimento em que os participantes foram submetidos. | No total 90%dos pacientes retornaram para o acompanhamento de 2 anos. Os critérios de não inferioridade foram atendidos tanto para o score do IKDC com a diferença média de 4.1, frouxidão dos joelhos AP com a diferença média de -0,15mm, o grupo BEAR teve um índice médio de força muscular dos isquiotibiais significativamente maior, além do grupo BEAR, 1%do grupo ACLR tiveram uma nova lesão que exigiu um procedimento cirúrgico. |
Vilchez Cavazos et al., (2020) | Estudo randomizado | O objetivo deste estudo foi comparar os resultados clínicos entre com lesão de LCA tratados com enxerto autólogo quadríceps (QT) e com enxertos autólogos de (HT) tendão de isquiotibiais. | Foram incluídos neste estudo pacientes com 18 anos de idade, com diagnóstico clínico e de ressonância de ruptura de lca, estavam com ou sem lesão de menisco e não tinham feito cirurgia prévia no joelho, foram excluídos deste estudo participantes com lesões multifilamentares, osteoartrite, doenças degenerativas crônicas, artrite reumatoide e lesão contralateral do LCA. | Não foram observadas diferenças significativas na DOR VAS, pontuação do lysholm, pontuação IKDC e SF-12 entre o grupo HT e o grupo QT em nenhum momento, houve melhorias estatisticamente significativas na dor e na função do joelho entre as pontuações finais e as pontuações basais. |
Andrade (2023) | Estudo de caso Descrever | os procedimentos de avaliação e o protocolo de intervenção utilizado na reabilitação baseado na melhor evidência disponível e adotando um desenho de estudo de caso. | O participante e um jovem atleta de futebol profissional de 20 anos com 10.1% de massa e predominância de membro inferior esquerdo, com rotura total do ligamento cruzado anterior, parcial do ligamento colateral medial, associado a contusão óssea dos pratos tibiais e lesão osteocondral do côndilo femoral lateral evidenciada na ressonância magnética. O atleta foi submetido a reconstrução do ligamento cruzado anterior com enxerto do tendão rotuliano. Foram efetuadas avaliações subjetivas ao joelho com os questionários international knee documentation commitee subjective knee form (IKDC), e a ACL-Retun sport after injury scale (ACL-RS) e objetivas da amplitude de movimento através do goniômetro, a força através do dinamômetro isocinético e a análise de movimento observando a marcha e corrida nas diferentes fases da reabilitação. O atleta não teve intercorrências durante todo o processo de reabilitação e foi progredindo naturalmente ao longo das fases previstas, obtendo uma marcha normal as 6 semanas, e iniciou-se a corrida às 14, resultado foi favorável para melhorar a capacidade funcional, força e regresso seguro ao desporto. | O atleta não teve intercorrências durante todo o processo de reabilitação e foi progredindo naturalmente ao longo das fases previstas, obtendo uma marcha normal as 6 semanas, e iniciou-se a corrida às 14, resultado foi favorável para melhorar a capacidade funcional, força e regresso seguro ao desporto. |
Nogueira et al., (2022) | Estudo randomizado controlado | O objetivo deste estudo foi comparar o desempenho muscular de atletas que participaram de um programa de reabilitação após a reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA). | Foi desenvolvido um software para avaliar parâmetros como pico de torque, trabalho total e potência muscular, foram avaliados 59 atletas amadores, submetidos a reconstrução do LCA com enxerto do grupo muscular flexor, com 6 meses de reabilitação iniciada imediatamente a cirurgia. a avaliação foi constituída por 5 contrações isocinéticas concêntricas com velocidade constante de 60%s para flexão e extensão do joelho realizadas no dinamômetro isocinético. | Os resultados indicam que os 6 meses de reabilitação não foram suficientes para promover simetria de força entre os lados para o grupo muscular extensor do joelho, indicando um risco de retorno ao esporte nesta fase do tratamento. |
A partir da análise dos artigos dos artigos examinados sobre a importância da fisioterapia imediata no pós-operatório de ligamento cruzado anterior entre atletas e homens aos quais este estudo foi direcionado foram encontrados os seguintes dados: O estudo contém 288 participantes com idade média de referência de 33,4 anos.
Em um estudo de caso conduzido por Andrade em 2023. O estudo foi conduzido com um participante de 20 anos, jogador de futebol profissional, o qual passou pelo tratamento cirúrgico onde teve a reconstrução do ligamento cruzado anterior RLCA, plano de reabilitação pré e pós-operatória em consenso com o departamento médico. As intervenções fisioterapêuticas se dividiram em partes, na fase pré-operatória o objetivo era controlar edema e dor, ganhar mobilidade completa na flexão do joelho e manter o trabalho de força do quadríceps e isquiotibiais.
Nessa fase as intervenções fisioterapêuticas foram eletroterapia, crioterapia, terapia manual, mobilização passiva e ativa assistida, massoterapia, reforço muscular e pressoterapia, as sessões foram realizadas duas vezes ao dia com duração de 60 min. A RLCA foi realizada 3 semanas após a lesão. Na fase pós-operatória o atleta teve atendimento fisioterapêutico a partir do segundo dia após a cirurgia, os objetivos da primeira semana diminuição do edema e dor, movimento ativo de flexão e extensão do joelho e reforço muscular isométrico do quadríceps.
Foi instituído o protocolo POLICE, aplicação de gelo, uso de muletas, repouso relativo, membro elevado, aconselhado a manter as amplitudes de movimento (ADM) ativa/passiva igual a 0 a 90 ° e a realização de contração ativa do músculo quadríceps. A fisioterapia era realizada diariamente uma vez ao dia. Na segunda semana de pós
operatório, foram retirados os pontos, foram executados exercícios para ganho de ADM e flexão passiva/ativa do joelho até 110°, como caminhadas em curtas distância sem muletas e com extensão completa do joelho, fortalecimento muscular do quadríceps com exercícios de cadeia cinética fechada (CCA), flexão e extensão da coxofemoral com extensão do joelho e uso da eletroestimulação no quadríceps com corrente de Kotz. A sessão terminava com alongamento dos isquiotibiais com o objetivo de controlar o derrame articular na fase intermediária, entre 4 e 6 semanas, foram retiradas as muletas, foi introduzido treino de equilíbrio e estabilização bipodal e da musculatura cintura pélvica, steps-up mini-squats e bicicleta com 120 graus e sem resistência, foram feitas avaliação de força com isocinético e dinamômetro.
Entre 7 e 9 semanas o atleta dirigiu-se a fisioterapia 3 vezes por semana para realizar exercícios aquáticos aeróbios, mobilidade articular, fortalecimento muscular, equilíbrio e propriocepção. Na 14 semana atleta foi reintegrado a equipe após cumprir os critérios no programa de reabilitação adaptado de Adams et al. (2016) ao atleta em tratamento, 24 semana de reabilitação exercícios com gesto esportivo do atleta(ala esquerdo)tais como cruzamento, aceleração e desaceleração, mudanças de direção e saltos, foram realizados todos os movimentos de jogo mas com volume, intensidade e frequência reduzidos, além disso foram utilizados também os questionários subjetivos de avaliação International knee documentation commitee subjective knee form (IKDC), e a ACL-returm to sport after injury scale(ACL-RS) para medir e avaliar a incapacidade originada pela lesão. A intervenção deste estudo foi delineada por vários profissionais da saúde, entre eles médicos, fisioterapeutas e fisiologistas, onde basearam-se em protocolos e critérios de reabilitação adaptados do Adams et al (2016).
Varghese et al. (2024) realizou um estudo randomizado com 44 participantes os quais foram submetidos ao protocolo de reabilitação acelerada, com exercícios de amplitude de movimento (ADM) em cadeia cinética fechada e suporte de peso completo com joelheira longa a partir do segundo dia de pós-operatório, e exercícios de ADM de cadeia aberta e suporte de peso completo sem joelheira após duas semanas. Depois de duas semanas, eles foram instruídos a fazer reabilitação em casa de acordo com o protocolo. Os pacientes seguiram o protocolo de reabilitação e em geral retornaram ao esporte aos seis meses, os pacientes foram avaliados antes da cirurgia, no segundo e no quinto dia, na segunda e sexta semana, no terceiro, sexto e décimo segundo mês após a cirurgia, As pontuações na escala visual analógica (EVA), Na escala de pontuação do joelho de LYSHOLM e na escala de KNEE foram avaliados por um investigador cego a pesquisa, No terceiro, sexto e décimo segundo mês foi usada uma forma apropriada e adaptada.
Saki et al. (2024) realizou um estudo randomizado com 53 participantes os quais foram submetidos ao programa simples de treinamento de estabilidade do core que consistiu em exercícios ( sit-up1,sit-up2,extensão das costas-1,extensão das costas 2,prancha frontal, ponte traseira, exercício de quadríceps e ponte lateral) participaram 3 vezes por semana durante 8 semanas sob a supervisão de um fisioterapeuta, o objetivo foi melhorar os músculos do core para estabilizar o tronco de atletas com histórico de LCA. Todos passaram pela reabilitação convencional no pós-operatório e foi associado este treinamento a partir 4 semanas.
Li et al. (2023) realizou um estudo randomizado com 30 participantes nos quais foi avaliado de extensão isocinética máxima escalonada do joelho a 60% a 180%a soma da espessura de reto femoral e vasto intermédio afetados, o desempenho do teste de equilíbrio em Y e as respostas do KNEE o treinamento de intervenção individual foi fornecido por 4 fisioterapeutas o protocolo de exercícios consistiu em 8 semanas onde todos foram completaram 16 sessões de treinamento no mínimo com duração de 60 min a sessão, cada sessão teve 10 min de caminhada de aquecimento, seguido de 2 exercícios para quadríceps e exercícios de alongamento, A Intensidade dos exercícios foi ajustada com base nas necessidades individuais dos participantes na progressão ao longo da intervenção.
Murray et al. (2020) realizou um estudo randomizado com 100 pacientes submetidos a cirurgia de lesão aguda do LCA, foram acompanhados por 2 anos onde a reabilitação pós operatória consistiu em um protocolo idêntico adaptado do MOON (Multicenter orthopaedics outcomes network), para todos os pacientes foi designada uma cinta na qual limitava o movimento articular entre 0 e 50 de flexão de joelho por duas semanas e de 0 a 90 pelas próximas 4 semanas, se o paciente passou pelo reparo meniscal a concomitante ao RLCA a amplitude da cinta foi restrita a 0 a 40 nas primeiras 4 semanas (TScope; Breg) foi aplicada no pós-operatório, todos os pacientes receberam tratamento de terapia fria (Iceman, Djoglobal) permaneceram com suporte de peso por 2 semanas, e em seguida o que era tolerado com muletas até 4 semanas, através deste protocolo foi medida e verificada a força isométrica dos músculos isquiotibiais, quadríceps e adutores do quadril que foram medido através do dinamômetro.
Vilchez-Cavazos et al. (2020) foi realizado um estudo randomizado com 28 pacientes os quais foram submetidos a um protocolo de reabilitação foi usado LYSHOLM, pontuação IKDCe SF-12 entre os dois grupos (HT e QT) dentro deste estudo houve melhora estatisticamente na dor e na função do joelho entre as pontuações finais e basais.
Nogueira em 2022 realizou um estudo com 59 atletas amadores,18 a 45 anos de idade, submetido RLCA em enxertia dos flexores, com 6 meses de reabilitação iniciada imediatamente a cirurgia. O resultado deste estudo permitiu concluir que a reabilitação realizada durante 6 meses de RLCA não foi suficiente para proporcionar simetria do pico de torque, trabalho total e potência média entre os grupos musculares extensores do joelho considerando que os músculos flexores não apresentam diferença significativa para estás variáveis, o uso do software como ferramenta inovadora para esta análise e comparação mostrou a eficiência, permitindo a visualização detalhada dos resultados dos testes realizados bem como a interpretação de dados deste estudo, Desta forma os resultados oferecidos para a implementação e importância e readequação de programação de reabilitação que visam restabelecer a função e permitir o retorno ao esporte de forma mais segura.
4 DISCUSSÃO
Neste estudo, a partir da revisão dos estudos selecionados, observou se eficácia da fisioterapia imediata no pós operatório de reconstrução de ligamento cruzado anterior RLCA, para o aumento da qualidade de vida, diminuindo a chance de relesão em atletas e homens que passaram por RLCA o protocolo que todos usaram como parâmetro em suas avaliações foi o lysholm, individualizando técnicas fases e adequado as semanas de acordo com a necessidade de cada paciente.
O estudo de Varghese et al. (2024), mostrou eficácia em seus resultados e usou lysholm,knee e kss para realizar a avaliação o qual foi possível verificar que a técnica AI ( técnica com enxerto semitendíneo) proporciona um alívio significativo da dor do período pós-operatório imediato até seis semanas .
O estudo de Andrade em 2023 mostrou detalhadamente a importância da reabilitação terapêutica pré cirurgia a qual conteve 3 semanas de pré operatória a fase pós operatória iniciou se imediatamente e os protocolos de reabilitação foram divididos em fases e semanas, a reabilitação foi baseada primordialmente em consideração a capacidade funcional e em cada etapa da recuperação do atleta, seguindo critérios de progressão e não apenas baseado no tempo de reabilitação melhorando a função a longo prazo e diminuindo a chance de uma relesão ligamentar.
O estudo de Nogueira et al. (2022) mostrou que a reabilitação realizada por 6 meses após a reconstrução do LCA não foi o suficiente para proporcionar a simetria do pico de torque, trabalho total e potência média entre os grupos musculares extensores do joelho considerando que os músculos flexores não apresentaram diferenças significativas a importância deste estudo se deve a readequação de protocolos que visam restabelecer a função no e permitir o retorno ao esporte com menores chances de relesão.
O estudo de Li et al. (2023) mostrou em seu estudo que a restrição do fluxo sanguíneo, combinada com treinamento de quadríceps, de baixa intensidade pode melhorar efetivamente a força e a circunferência dos músculos extensores do joelho do paciente em RLCA, pode ajudar a reduzir a diferença entre os lados afetados e normais da articulação do joelho de paciente com LCAe melhorar a função do joelho, podendo acelerar o processo de reabilitação dos paciente, o nível de compressão tem um efeito claro na força muscular, circunferência, diferenças bilaterais na articulação do joelho e recuperação da função do joelho de pacientes durante a RLCA de médio prazo.
Saki et al. (2023) mostrou em seu estudo que 8 semanas de treinamento simples de estabilidade do core melhora a resistência muscular do core, a força do abdutor do quadril e do rotador externo e a cinemática do joelho em atletas do sexo masculino que passaram por RLCA esse treinamento reduziu o risco de lesão secundaria.
Murray et al. (2020) realizou um estudo onde a maioria das lesões ocorreram sem contato durante alguma participação esportiva, o estudo perdurou por dois anos onde foi divido em duas técnicas cirúrgicas, no entanto o mesmo protocolo de reabilitação não houveram diferenças significativas entre os grupos BEAR e ACLR durante dois anos de pos-operatorio em termos de pontuação houve variações de tamanho e subjetividade para frouxidão AP do joelho em casos isolados dentro deste estudo.
Vilchez-Cavazos et al. (2020) realizou com 28 pacientes com lesão primária de LCA que foram divididos em dois grupos QT autólogo e o HT onde foi realizado a coleta de um tendão, os grupos receberam o mesmo protocolo de reabilitação e tiveram início imediato, este estudo descobriu que o grupo QT apresentou resultados para funcionalidade , dor pós-operatória e amplitude de movimento do joelho semelhantes com os tratados com o enxerto autólogo de HT na reconstrução.
5 CONCLUSÃO
A partir desta revisão concluímos que é de extrema importância a atuação fisioterapêutica no pós operatório imediato após a reconstrução de ligamento cruzado anterior RLCA o qual mostrou eficiência para controle da dor, ganho de amplitude de movimento e retorno a prática esportiva ou atividade de vida diária precocemente, é necessário que o fisioterapeuta conheça todas as fases de reabilitação do RLCA, até mesmo o procedimento cirúrgico para entender a sintomatologia que o paciente irá apresenta, faz diferença na reabilitação entender o processo e estar preparado tendo assim expertise sobre qual técnica usar em cada fase de reabilitação, conhecendo as fases de reabilitação e o processo fisiológico o fisioterapeuta saberá usar desde a eletroterapia e crioterapia entre outras técnicas na fase inicial para controle de dor e diminuição de edema , até chegar nas fases finais onde tem pliometria ou gesto esportivo, é importante que o fisioterapeuta avalie e reavalie durante todo o processo de RLCA principalmente quando troca a fase de reabilitação, a maioria dos pesquisadores usam
lysholm como base em suas avaliações, entretanto é necessário que o fisioterapeuta monte protocolos de reabilitação individualizados a cada paciente respeitando os limites dos pacientes e das fases de reabilitação e usando da maior diversidade de técnicas, onde priorizam o desempenho para o maior ganho de função do paciente, esquecendo o tempo de reabilitação e aumentando assim a qualidade da reabilitação e segurança ao retorno esportivo ou vida diária.
REFERÊNCIAS
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1Jenniffer da Rocha Barbosa Discente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE 1 Marlesson Maikon Miranda Bentes Discente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE;
2Doutorado em Reabilitação e Desempenho Funcional, Docente do Curso de Fisioterapia e Fonoaudiologia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE e do Curso de Medicina da Afya Faculdade de Ciências Médicas Itacoatiara