A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM TDAH

THE IMPORTANCE OF THE FAMILY IN THE LEARNING PROCESS OF CHILDREN WITH ADHD

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10199115


Luciana Viturina da Silva Rodrigues¹
Talita Maria Freitas Machado²


RESUMO       

O presente trabalho de pesquisa investiga a importância da família no processo de aprendizagem da criança com diagnóstico de TDAH. Além disso, apresenta como objetivo geral compreender a importância dos pais no processo de aprendizagem da criança com diagnóstico de TDAH. E como objetivos específicos, além de destacar o contexto histórico, identificar o papel dos familiares no contexto de aprendizagem da criança. Por fim, esse trabalho de pesquisa destacou a necessidade da participação dos pais no processo de aprendizagem dos seus filhos, e principalmente, quando eles são diagnosticados com TDAH. Logo, para a realização do presente, foi utilizado o método hipotético dedutivo por meio do estudo do TDAH e a utilização da revisão bibliográfica sistemática. Esse transtorno impacta consideravelmente a vida da criança, da sua família e dos que convivem com ela. É necessário, também, perceber o significado e importância da relação entre a família e a escola nesse contexto de aprendizagem da criança diagnosticada com TDAH. As dificuldades encontradas no decorrer da produção da pesquisa, inclusive no que se refere ao contexto histórico do tema abordado. 

Palavras-chave: Aprendizagem; Diagnóstico; Escola; Família; TDAH. 

 1 INTRODUÇÃO 

A escolha do tema para a pesquisa está diretamente atrelada a experiências pessoais, a dificuldades encontradas antes, durante e depois do processo de diagnóstico de TDAH em duas filhas. A primogênita com 16 anos tem o diagnóstico de TDAH, e a segunda, atualmente com 13 anos, realiza o tratamento para TDA, ambas foram diagnosticadas há três anos. Tiveram histórico de bullying nas escolas devido a dificuldade de aprendizagem, culminando em isolamento social, depressão em ambas e ideação suicida por parte de uma delas. Atualmente ambas fazem psicoterapia individual, reforço escolar, acompanhamento psiquiátrico e psicofarmacológico. 

Para Cardoso (2020) o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, conhecido pela devida sigla TDAH, é incidente em um número significativo de crianças. Esse transtorno impacta consideravelmente a vida da criança, da sua família e dos que convivem com ela. Ressalta ainda que é importante a observação atenta dos pais em relação às atitudes e desenvolvimento de seus filhos, visto que essas características podem ser observadas desde muito cedo.  

Explica ainda o mesmo autor que o motivo do TDAH ser percebido na escola, e que é um transtorno de desempenho, e a criança não consegue executar as coisas que sabe fazer, ou seja, não conseguem usar este conhecimento de uma maneira eficaz como a maioria. Desta forma, destaca como o âmbito escolar é importante para as crianças portadoras de TDAH, e os pais precisam ter uma participação neste processo de aprendizagem, considerando que os laços familiares influenciam positivamente no tratamento. 

Evidencia-se que a temática em destaque foi escolhida diante do aumento nos números de diagnósticos de TDAH, restando necessário o seu estudo. Assim, por se tratar de um tema que demonstra o cotidiano de muitas famílias. Por ocorrer principalmente na infância, e o mesmo ser observado no âmbito escolar, é necessário destacar a importância do acompanhamento dos pais no processo de aprendizagem dos seus filhos. 

O tema escolhido é de extrema relevância para a sociedade, pois o diagnóstico inicial de TDAH costuma ser realizado no período escolar. Sendo ali o local onde as crianças apresentam suspeitas, ou seja, os sintomas. E desta forma, os professores reconhecem a necessidade de uma avaliação profissional, comunicam os pais e em geral, encaminham para obter um parecer de um profissional especializado. 

Portanto, a pesquisa realizada possui uma problemática que necessita de um estudo mais aprofundado, desta forma, almeja obter respostas para os problemas da pesquisa. Nesse sentido, o problema de pesquisa voltou-se à seguinte pergunta: qual a importância da família no processo de aprendizado de crianças com TDAH?. 

Ainda, possui como objetivos específicos destacar o contexto histórico e a identificação do papel dos familiares no contexto de aprendizagem da criança. Logo, para a realização desta pesquisa bibliográfica exploratória, foi utilizado o método hipotético dedutivo por meio do estudo do TDAH através de uma revisão sistemática, tendo em vista o aprofundamento do assunto e a sua repercussão no mundo através de livros, sítios eletrônicos e entendimentos jurisprudenciais. 

Esse transtorno impacta consideravelmente na vida da criança, da sua família e dos que convivem com ela 

2.CONTEXTO HISTÓRICO TDAH 

De acordo com Correia (2014) os estudos sobre o transtorno TDAH, iniciaram no final da década de 80, e se intensificaram até a década de 90, primordialmente nos EUA. Ocorrendo nessa época uma explosão publicitária em torno do diagnóstico do transtorno, os exames eram realizados somente com crianças. Por outro lado, o TDAH também começou a ser visto como uma desordem que acompanhava o indivíduo até a vida adulta. 

O TDAH foi incluído junto aos transtornos de neurodesenvolvimento, definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade. Logo, o TDAH começa na infância e a exigência de que se tenha vários sintomas antes dos 12 anos de idade, determina a importância que se tem uma apresentação substancial durante a infância, devendo estas manifestações estarem presentes em mais de um ambiente (DSM-5, 2013). 

Segundo Richter (2012), até a década de 80, a hiperatividade era descrita como um transtorno típico da infância cujos sintomas tendiam a desaparecer após as crianças entrarem na adolescência, que eram a agitação exagerada e a impulsividade. Dessa forma, existem muitos estudos que procuram comprovar que esse transtorno de fato existe e que vem sendo descrito há muito tempo, desde o século XIX, já existem descrições sobre ele. 

2.1 Etiologia e sintomas 

Santos (2020) refere que desde 1940 o TDAH era reconhecido como uma lesão cerebral mínima.  Em 1962 sua nomeação passou a ser disfunção cerebral mínima, pois as características desse transtorno se tratavam de disfunções nas vias nervosas e não lesões cerebrais. 

Caliman (2010) evidencia que em 1976 foi uma das primeiras análises sociológicas sobre o transtorno de hiperatividade, onde foi descrito crianças com comportamentos alterados que poderiam ser caracterizados como um transtorno.  

Para Benczik e Casella (2015) o TDAH é uma desordem neurobiológica que afeta entre 3% a 7% da população infantil, tanto no Brasil quanto em outros países. Ultimamente estima-se que 50% a 80% das pessoas que tiveram o TDAH na infância continuam a apresentar sintomas na vida adulta, sintomas significativos associados a importantes prejuízos em diversas fases da vida cotidiana. 

Os autores destacam que a maioria das crianças que desenvolvem este transtorno, ele será apresentado em sua fase adulta, ou seja, é gradativo, e desta forma, podendo influenciar e gerar impactos durante toda vida. 

Benczik e Casella (2015) O TDAH é considerado como um transtorno multifatorial e heterogêneo do ponto de vista clínico e é reconhecido como um dos maiores desafios para os pais, professores e especialistas, em função da ampla variedade de comprometimentos que o quadro promove. 

Os pais e professores são os mais afetados, pois o transtorno é apresentado principalmente na infância, que é uma fase em que a criança é dependente dos pais e os professores desenvolvem uma participação extremamente relevante na educação deles. 

Os autores destacam os sintomas do TDAH, tais como: 

 Desatenção;
 Hiperatividade;
 Impulsividade. 

O sintoma de desatenção é identificado de acordo as seguintes manifestações: 
dificuldade em se atentar aos detalhes, com a tendência maior de cometer equívocos por descuidos, dificuldades na manutenção da atenção em atividades em geral, possibilidade de ser distraído por estímulos alheios, dificuldades na organização de tarefas e atividades, esquecimento em atividades diárias e outros (ROHDE, et al., 1998). 

Esses sintomas desencadeiam uma espécie de sonho acordado, dificultando o foco em uma tarefa por um certo período. Ainda, as crianças e adolescentes que passam por essa situação gera em pais e professores a impressão de que não conseguem ouvir direito (ROHDE, KETZER, 1997). 

Já em se tratando da hiperatividade, que se trata da inquietação motora e que se demonstra agressiva, que passam a sensação de que as crianças não desligam haja vista estarem em constante movimento. Logo, se trata da inquietação, não sendo constante nas crianças que possuem TDAH, haja vista que elas podem ficar quietas com situações novas, fascinantes ou que assustem, ou quando ficam a sós com um indivíduo (PHELAN, 2005). 

Outro sintoma se trata da impulsividade, fator importante por causar prejuízos à interação social da criança e as ações que promovam um risco físico real. Logo, a impulsividade na criança portadora, se dá pela ação sem o controle racional, isto é, a criança realiza o que quer, o que lhe vem à cabeça, sem observar as consequências (PHELAN, 2005). 

Além dos sintomas apresentados ainda podem ser apresentados outros sintomas, não sendo aqueles os únicos, como o excesso de agitação, inquietação, falta de autocontrole, não consegui desenvolver obrigações da rotina, e não conseguir finalizar nenhuma tarefa. 

3.ANÁLISE CONCEITUAL DO TDAH 

Para Cardoso (2020) o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, conhecido pela sua devida sigla TDAH, é incidente em um número significativo de crianças. Esse transtorno impacta consideravelmente na vida da criança, da sua família e dos que convivem com ela. 

A apresentação das características do TDAH pode ser observada desde muito cedo no âmbito escolar, existindo a possibilidade de ser identificada pelo professor que deve fazer o encaminhamento via coordenação pedagógica, e posteriormente, a orientação aos pais. 

Segundo Correia (2014) o TDAH está relacionado com desafios no processo de desenvolvimento e aprendizagem, ou seja, apresenta-se principalmente quando a criança é exposta ao que denominamos de aprendizagem no ambiente escolar, por se tratar de um transtorno de desempenho. A criança não consegue executar as coisas que sabe fazer, ou seja, não conseguem usar este conhecimento de uma maneira eficaz como a maioria, sendo necessário o apoio dos pais. 

Esse diagnóstico na maioria das vezes ocorre no ambiente escolar, por ser um ambiente onde se tem a necessidade de cumprir prazos e regras, o que para a criança com TDAH é complicado, tendo em vista que ela costuma esquecer essas regras, começando então a surgir prejuízos na escola (PRADO, SILVA, [s.d], p.2) 

Os resultados esperados é que os leitores da produção textual possam ter uma visão mais ampla sobre TDAH, e que ele seja investigado. Que os pais tenham mais responsabilidade e compromisso no processo de aprendizagem das crianças, e sejam orientados como elas precisam ser tratadas. 

3.1 O processo diagnóstico 

O diagnóstico desta doença, é realizado sob uma análise detalhada de uma investigação clínica sobre a história do paciente (BARKLEY, 1999), sendo possível a realização de um processo através de recursos instrumentais como entrevistas, escalas, testes psicológicos. 

O principal objetivo está voltado a uma avaliação ampla que envolve além do objetivo central a determinação da presença ou ausência do TDAH, outros pontos importantes, como a investigação de condições acadêmicas, psicológicas, familiares e social, que são fatores importantes no delineamento de um plano de intervenção adequado para o tratamento do quadro (CALEGARO, 2002). 

É necessário que o profissional considere as características primárias da patologia (BENCZIK, 2000). Devendo atentar-se a uma visão ampla do paciente, não se restringindo apenas a avaliação de um modelo sintomático, contudo, sem perder os aspectos psicodinâmicos, multinível e outros nesse processo levando em consideração características primárias da patologia, que são observadas em muitas crianças em diferentes situações, sem que necessariamente sejam. 

Dessa forma, a diferenciação do TDAH e a normalidade, é um sério dilema clínico, que é responsável por uma série de diagnósticos equivocados. 

A frequência dos sintomas, que mesmo não existindo um consenso entre os profissionais da área, possui definição no sentido de que os sintomas devem acontecer pelo menos um número maior de vezes do que não acontecer na situação investigada. A duração destes sintomas deve ser observada pelo profissional não descartando a possibilidade de estes sintomas serem desencadeados por outros quadros (ROHDE, et al., 2004). 

Contudo, na maioria dos casos, somente é descoberto o TDAH, quando a criança entra na escola, momento em que apresenta dificuldades de atenção, inquietude, haja vista que o sujeito com esse transtorno passa a ser alvo de comparação com as demais crianças (POETA, NETO, 2004). 

3.2 Colaboração da escola no diagnóstico de TDAH 

Para Correia (2014) cada vez mais as crianças vêm sendo diagnosticadas com TDAH, e é muitas vezes na escola que esse transtorno é observado, pois a tendência é que essas crianças permaneçam maior tempo na escola do que em ambiente familiar. Elucida que o diagnóstico de TDAH é mais incidente no ambiente escolar, pois os professores têm a difícil tarefa de tentar competir com os celulares, televisões, games que as crianças utilizam em casa, tendo o grande desafio de proporcionar a essas crianças aulas atrativas. 

Contudo, as aulas atrativas nem sempre tem sucesso, observa-se nesses alunos uma falta de atenção e alteração no comportamento, sendo este um dos principais sintomas a serem observados nessas crianças. Esses sintomas não podem determinar um diagnóstico, se fazendo necessário o encaminhamento para que haja uma investigação por parte de profissionais qualificados a exemplo: psiquiatra, neuropediatra, neuropsicólogo e psicólogo. 

Na escola são realizadas entrevistas com os professores, para que seja possível determinar, caso haja, a presença, gravidade e a frequência dos sintomas desse transtorno, que se encontrados na triagem, deverão ser realizados métodos para documentar o funcionamento dessa criança que serão interpretados pelo médico assistente para que possa classificar e diagnosticar o menor. A partir daí, são criados planos de tratamento, de acordo com o desempenho acadêmico da criança Salvia e Ysseldyke (1998, apud Dupau, Stoner, 2007). 

No pós-diagnóstico é primordial o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar englobada por médico, através da farmacoterapia, psicólogo com utilização de técnicas cognitivo-aprendizagem e o psicopedagogo voltado para a atuação do desempenho acadêmico da criança, viabilizando mecanismos que enfrentam os obstáculos trazidos pelo TDAH (RUIZ, SANTOS, 2023).  

3.3 Influência da família no processo de aprendizagem 

De acordo com Santos (2010) a família da criança com TDAH é o responsável pela preparação desses indivíduos para a vida social, para o mundo e para o futuro, ou seja, a família desempenha um papel crucial e pode se tornar um trauma futuramente, quando a criança não recebe atenção especial dos seus pais. 

A família possui um papel fundamental no desenvolvimento da aprendizagem, pois a escola não é unicamente responsável pela criança, é necessária uma participação conjunta com os pais, inclusive aderindo as orientações a serem executadas pelos pais no trato das atividades diárias e escolares enquanto em sua residência.  

Correia (2014) dispõe que o ambiente familiar é muito importante para uma criança com TDAH, pois os pais são a segurança que a criança precisa, ou seja, a criança necessita de um lar que proporcione segurança e seja harmonioso. Assim, o comportamento dos pais tem grande influência na melhora ou no agravamento das atitudes dos portadores de TDAH sendo necessário um ambiente familiar estruturado. 

Para Marco (2020) a família é responsável por despertar o interesse pelo aprender. Quando ela é envolvida com o processo de ensino e aprendizagem do educando, a sua autoestima será elevada e este passará a ter maior confiança, recebendo a motivação essencial para enfrentar os desafios, sua rede de apoio. 

Sousa (2014) diz que com a participação da família no processo de ensino e aprendizagem, a criança ganha confiança vendo que todos se interessam por ela, e porque você passa a conhecer quais são as dificuldades e quais os conhecimentos da criança 

Flores (2021) ressalta que o ambiente familiar, tão importante quanto à escola, é o primeiro contato da criança, onde a ela são transmitidos valores para a vida, sendo necessário que ocorra aprendizagem e que inexista sentimento de exclusão. 

A participação dos pais no processo de aprendizagem da criança com diagnóstico de TDAH é indispensável, e os mesmos precisam ter uma atenção especial perante esta problemática, pois o ambiente escolar não substitui a importância da família, e os dois ambientes precisam estar conectados para resultados positivos no tratamento da criança. 

4 METODOLOGIA 

A metodologia será desenvolvida através de revisão bibliográfica exploratória sistemática, onde serão utilizados artigos científicos, teses e dissertações com uma varredura no Google acadêmico. Com uma seleção de leituras em materiais com acesso aberto de referência, adotando critérios de inclusão que são artigos escritos nas línguas estrangeiras e portuguesa, e que abordam o assunto discutido, e como critérios de exclusão artigos que não sejam compatíveis com a temática em evidência, e publicadas antes do ano de 2010. 

A revisão sistemática, corresponde a um dos tipos de revisão bibliográfica, sendo: 

narrativa, sistemática e integrativa. Logo, se conceitua como sendo uma modalidade de investigação científica, onde são utilizados estudos observacionais, ou estudos experimentais advindos da análise crítica da literatura colhida. Dessa maneira, são testadas hipóteses, com objetivo de levantar, reunir e avaliar criticamente o problema de pesquisa, sistematizando estudos primários (MATTOS, 2015). 

 Ressalta-se que a natureza da pesquisa será exploratória, ou seja, se faz necessário um levantamento bibliográfico, e desta forma possa alcançar uma proximidade com o objeto estudado. 

Os artigos, teses e dissertações serão pesquisados em repositórios digitais como Biblioteca Eletrônica ScieLO, com as palavras-chaves: família, TDAH, escola, diagnóstico, aprendizagem. 

Destacam-se alguns desafios como a ausência de artigos sobre o contexto histórico e os inúmeros que contestam a existência da TDAH. Portanto evidencia que essas circunstâncias se tornam um desafio quando se trata do desenvolvimento da pesquisa. 

Portanto, foi utilizado o método hipotético dedutivo por meio do estudo do TDAH, mediante a revisão sistemática de literatura, tendo em vista o aprofundamento do assunto e a sua repercussão no mundo através de livros, sítios eletrônicos e entendimentos jurisprudenciais. 

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 

Destacam-se alguns desafios como a ausência de artigos sobre o contexto histórico e os inúmeros que contestam a existência do TDAH. Evidenciando que essas circunstâncias se tornam um desafio quando se trata do desenvolvimento da pesquisa, pois há pesquisadores que contestam pesquisas que afirmam a existência do TDAH; essas foram incluídas no critério de exclusão. 

Foram utilizados 31 materiais contendo 2 em língua inglesa, 2 em língua espanhola e os demais em língua portuguesa nas bases de dados: Google Acadêmico, Pub Med (U. S National Library of Medicine), Scielo (Scientific Eletronic Library Online), Livros, no período de 1990 até 2023. Mediante a pesquisa foram encontrados e selecionados inicialmente 93 materiais dentre eles: livros, artigos, sites, legislações e outros. Apenas 31 desses materiais serviram de literatura para confecção do presente trabalho. 

A literatura consultada mais antiga foi de 1990, haja vista ter sido considerada pertinente na demonstração de que até mesmo naqueles anos já existiam preocupações relacionadas ao tema. 

O TDAH, se trata de um transtorno neurobiológico que prevalece na infância e que acompanha o indivíduo por toda a vida. Caracteriza-se como sendo uma tríade de sintomas sendo ele: a desatenção, inquietude e impulsividade. Não sendo considerado como uma doença, mas como um problema neuropsiquiátrico (HORA, et al, 2015). 

Cardoso (2020) evidencia que além da orientação aos pais e responsáveis da criança com TDAH, a participação da escola é indispensável neste processo sistemático de ações que estimulam estas crianças. A escola e a família precisam de uma parceria, porém os pais não podem sobrecarregar apenas os professores. 

Ainda, na visão de Silva (2022), a maior parte dos doutrinadores defendem que o diagnóstico do TDAH em adultos é uma situação rara, visto que os sintomas se estabilizam na maioria dos casos, mas que para o diagnóstico na juventude é essencial a existência de seis ou mais sinais relacionados aos três sintomas. 

Assim, não existem ideias e ferramentas únicas e definitivas possíveis para diagnosticar esses transtornos. Devendo ser destacado que segundo Pelaz e Autle (2015), o diagnóstico é clínico, baseado em uma anamnese mais detalhada. 

Logo, o TDAH, não se trata de uma condição psiquiátrica, mas de um transtorno neuropsiquiátrico, com bases genéticas e neurobiológicas, podendo ser subdividido em três tipos: a) desatento: onde o indivíduo possui dificuldade em manter o foco e a concentração por muito tempo; b) tipo hiperativo/impulsivo, onde os pacientes não conseguem ficar parados, realizando várias atividades ao mesmo tempo, sendo agressivos e impulsivos e por fim c) tipo combinado, quando existe a junção dos dois primeiros tipos, onde o indivíduo apresenta desatenção e hiperatividade ao mesmo tempo, existindo um maior prejuízo no funcionamento global. Ressalta-se que, é necessário que sejam verificados estes sintomas que interferem no funcionamento dos diversos âmbitos da vida da criança (RUSCA JORDAN, VERGARA, 2020). 

O início da apresentação dos sintomas acontece por volta dos sete anos, onde as sinapses se intensificam na região do córtex pré-frontal, haja vista que essas sinapses são junções entre a terminação de um neurônio e a membrana de outro através de uma rede neuronal (CASTRO, LIMA, 2018). 

Borges e Oliveira (2022), prelecionam que o nível neuroquímico, em conjunto com os neurotransmissores mais envolvidos nesse transtorno são a dopamina e a noradrenalina, logo, esses neurotransmissores estão deficientes no córtex. 

A herança genética é um fator de risco, mas que não existe um teste específico para esse transtorno, mas, existem fatores ambientais que estão associados ao TDAH, como é ocaso da exposição pré-natal ao tabagismo, etilismo materno, prematuridade etc. (CUPERTINO, 2019). 

Conforme preleciona Oliveira (2022, p.40), o diagnóstico desse transtorno altera a rotina familiar, trazendo um desafio na tarefa de criação do filho, sendo que os pais nunca estão preparados para lidar com os sintomas do TDAH e acabam punindo os filhos por seus comportamentos inadequados. O TDAH, pode desencadear problemas de conflito conjugal e na relação com as proles. 

Em se tratando da escola, primeiro momento de contato da criança fora do núcleo familiar, onde passa a descobrir o mundo e a independência. Contudo, para as pessoas que possuem o TDAH, a escola pode ser uma fase muito complicada, haja vista que nos casos dos hiperativos, estes não conseguem ficar parados por muito tempo, sendo essa exigência muito desafiadora (HOLANDA, BARBOSA, SANTOS, 2023). Esse autor ainda assevera que nem a família, nem a escola e tão pouco a criança estão preparadas para a recepção desta criança com o transtorno, tratando-se de uma situação delicada. 

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Os estudos sobre o transtorno TDAH, começaram no final da década de 80, e se intensificaram até a década de 90, primordialmente nos EUA, ocorrendo nessa época uma explosão publicitária em torno do diagnóstico do transtorno. Os exames eram realizados somente com crianças, mas por outro lado, o TDAH também começou a ser visto como uma desordem que acompanhava o indivíduo até a vida adulta. 

O presente trabalho de pesquisa conclui que se trata de um problema frequente, sendo importante a observação atenta dos pais em relação às atitudes e o andamento do desenvolvimento de seus filhos, visto que essas características podem ser observadas desde muito cedo. 

A relevância da pesquisa realizada refere-se à necessidade da participação dos pais no processo de aprendizagem dos seus filhos. Considerando principalmente quando eles são diagnosticados com TDAH. Além de auxiliar no tratamento, a família será o principal apoio à escola, sendo de suma importância essa parceria. 

Ainda, foi constatado que são três os sintomas principais desse transtorno: hiperatividade, desatenção e impulsividade, sendo os professores e pais os mais afetados. 

Em se tratando do diagnóstico, foi destacado que o profissional leva em consideração características primárias da patologia, que são observadas em muitas crianças em diferentes situações, sem que necessariamente sejam TDAH. Logo, os sintomas de TDAH é mais incidente no ambiente escolar, pois os professores têm a difícil tarefa de tentar competir com os celulares, televisões utilizadas pelas crianças em casa, tendo o grande desafio de proporcionar a essas crianças aulas atrativas. 

Por fim, constatou-se ainda que na maioria das vezes a família possui um papel fundamental no desenvolvimento da aprendizagem, pois a escola não é unicamente responsável, é necessária a participação dos pais. 

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