THE IMPORTAANCE OF NURSING AUDIT IN THE SURGICAL CENTER FOR THE EFFICIENT MANAGEMENT OF OPMEs AND THE PREVENTION OF HOSPITAL DISALLOWANCES
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248251334
Leonardo Lopes De Assis
RESUMO
O presente estudo explora a importância da atuação do enfermeiro auditor no centro cirúrgico, com foco na gestão de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPMEs) e na prevenção de glosas hospitalares. A auditoria de enfermagem, uma prática em evolução, desempenha um papel crucial na otimização de recursos, garantia de conformidade e sustentabilidade financeira das instituições de saúde. A revisão da literatura revela que a presença do enfermeiro auditor contribui significativamente para a redução de glosas, ao assegurar a documentação adequada e o uso responsável dos materiais. Os resultados indicam que a auditoria, realizada em tempo real e com análise crítica dos registros, minimiza erros e inconsistências, melhorando a eficiência operacional e a qualidade do atendimento. Recomenda-se que as instituições de saúde invistam em formação especializada e sistemas de auditoria automatizados para maximizar os benefícios dessa prática. O estudo conclui que a auditoria de enfermagem deve ser vista como uma estratégia integral para a melhoria contínua dos processos hospitalares, promovendo uma cultura de qualidade e responsabilidade.
Palavras-chave: Auditoria de enfermagem, Glosas hospitalares, OPMEs, Centro cirúrgico, Gestão hospitalar.
ABSTRACT
The present study explores the importance of the role of the auditor nurse in the surgical center, focusing on the management of Orthoses, Prostheses and Special Materials (OPMEs) and the prevention of hospital disallowances. Nursing auditing, an evolving practice, plays a crucial role in optimizing resources, ensuring compliance and financial sustainability of healthcare institutions. The literature review reveals that the presence of the nurse auditor contributes significantly to the reduction of disallowances, by ensuring adequate documentation and the responsible use of materials. The results indicate that the audit, carried out in real time and with critical analysis of records, minimizes errors and inconsistencies, improving operational efficiency and quality of service. It is recommended that healthcare institutions invest in specialized training and automated audit systems to maximize the benefits of this practice. The study concludes that the nursing audit should be seen as an integral strategy for the continuous improvement of hospital processes, promoting a culture of quality and responsibility.
Keywords: Nursing audit, Hospital glosses, OPMEs, Surgical center, Hospital management.
Introdução
O centro cirúrgico é um dos ambientes mais complexos e estratégicos dentro de uma instituição de saúde. Ele não apenas demanda uma coordenação precisa entre diversas equipes, como também envolve o uso intensivo de recursos humanos e materiais de alto custo, como as Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPMEs). As OPMEs são componentes essenciais para a realização de muitos procedimentos cirúrgicos, desde intervenções ortopédicas até cirurgias cardíacas e neurológicas. No entanto, seu gerenciamento representa um dos maiores desafios financeiros e operacionais para os hospitais devido ao seu elevado custo e à necessidade de controle rigoroso para evitar desperdícios e garantir o uso correto desses materiais (WILK et al., 2022).
A complexidade do centro cirúrgico está ligada não apenas ao tipo de procedimentos realizados, mas também à gestão de seus recursos. A eficiência operacional desse ambiente depende de uma série de fatores, incluindo a adequação dos protocolos clínicos, a disponibilidade de equipamentos, e, crucialmente, a correta gestão das OPMEs. A inadequação no controle desses materiais pode resultar em uma série de consequências negativas, como a elevação dos custos operacionais, o desperdício de materiais valiosos, e, principalmente, a ocorrência de glosas hospitalares. As glosas, que representam a negativa de pagamento por parte dos planos de saúde devido a inconsistências na documentação ou na justificativa dos procedimentos e materiais utilizados, são um problema significativo que afeta diretamente a receita das instituições de saúde (PEBMED, 2023).
As glosas hospitalares estão frequentemente relacionadas a falhas no processo de auditoria interna dos hospitais, especialmente no que diz respeito à documentação das OPMEs. A ausência de registros completos ou a falta de justificativas adequadas para o uso desses materiais pode levar à recusa de pagamento por parte dos planos de saúde, gerando prejuízos financeiros para as instituições. Esse cenário evidencia a importância da atuação de profissionais especializados, como o enfermeiro auditor, cuja função é assegurar que todos os processos e materiais utilizados estejam devidamente documentados e que as normas e regulamentos sejam seguidos à risca. O enfermeiro auditor tem a responsabilidade de revisar as anotações de enfermagem, verificar a conformidade dos procedimentos e garantir que as OPMEs estejam corretamente registradas e justificadas (WILK et al., 2022; GALVÃO, 2002).
Nesse contexto, o papel do enfermeiro auditor se torna cada vez mais crucial. Este profissional não apenas atua na revisão e conformidade dos processos, mas também na prevenção de erros que possam levar a glosas. Através de auditorias sistemáticas e da análise minuciosa dos registros clínicos, o enfermeiro auditor identifica inconsistências e propõe melhorias nos processos operacionais, contribuindo para a eficiência e para a sustentabilidade financeira da instituição de saúde. A presença do enfermeiro auditor no centro cirúrgico também promove uma cultura de qualidade e responsabilidade, garantindo que os materiais e recursos sejam utilizados de forma otimizada e que os registros reflitam com precisão o cuidado prestado ao paciente (PEBMED, 2023; RODRIGUES et al., 2004).
Em resumo, a introdução da figura do enfermeiro auditor no centro cirúrgico representa uma estratégia eficaz para minimizar as glosas hospitalares, melhorar a eficiência operacional e garantir a conformidade dos processos. Este profissional desempenha um papel essencial na gestão das OPMEs, assegurando que cada etapa do processo seja devidamente documentada e que os recursos sejam utilizados de forma responsável, alinhando-se com os objetivos de qualidade assistencial e sustentabilidade financeira das instituições de saúde (WILK et al., 2022; PEBMED, 2023).
Revisão da Literatura
A auditoria de enfermagem, especialmente no contexto do centro cirúrgico, tem evoluído ao longo das décadas, refletindo mudanças nas práticas de gestão hospitalar e nas exigências de conformidade regulatória. Historicamente, a auditoria de enfermagem surgiu como uma prática de controle de qualidade, focada em garantir que os procedimentos de enfermagem fossem realizados de acordo com os padrões estabelecidos. No entanto, com o tempo, sua função expandiu-se para incluir uma ampla gama de atividades, desde a gestão de custos até a prevenção de glosas hospitalares (GALVÃO, 2002).
A evolução da auditoria de enfermagem é marcada por sua crescente integração com as políticas de gestão hospitalar. Nos últimos anos, com o aumento dos custos de saúde e a pressão por maior eficiência, a auditoria de enfermagem passou a desempenhar um papel central na otimização dos recursos, particularmente no centro cirúrgico. Esse setor, que utiliza uma grande variedade de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPMEs), exige um controle rigoroso para evitar desperdícios e garantir a conformidade com as normas de reembolso dos planos de saúde (RODRIGUES et al., 2004).
A importância do enfermeiro auditor nesse contexto é reconhecida por diversas diretrizes e normas, como as estabelecidas pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Essas diretrizes definem as atribuições do enfermeiro auditor, enfatizando sua responsabilidade na avaliação dos processos, na verificação da documentação e na identificação de inconsistências que possam levar a glosas. Além disso, a auditoria de enfermagem é vista como uma prática essencial para a sustentabilidade financeira das instituições de saúde, ao garantir que todos os procedimentos e materiais sejam adequadamente documentados e justificados (GALVÃO, 2002; WILK et al., 2022).
O Contexto das OPMEs no Centro Cirúrgico
As Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPMEs) representam um dos maiores desafios de gestão no centro cirúrgico. Esses materiais, que variam desde dispositivos implantáveis até equipamentos de alta tecnologia, são essenciais para a realização de muitos procedimentos cirúrgicos, mas também são responsáveis por uma parcela significativa dos custos hospitalares. A gestão inadequada das OPMEs pode levar a desperdícios significativos, erros no faturamento e, consequentemente, a glosas hospitalares, impactando negativamente a viabilidade financeira das instituições de saúde (GALVÃO, 2002).
Estudos indicam que a falta de controle rigoroso sobre as OPMEs resulta não apenas em custos adicionais, mas também em riscos para a segurança do paciente. A auditoria de enfermagem desempenha um papel crucial nesse cenário, garantindo que todas as OPMEs utilizadas em procedimentos cirúrgicos sejam devidamente registradas e que sua utilização seja justificada e conforme as normas dos planos de saúde. Além disso, o enfermeiro auditor é responsável por monitorar o estoque, verificar a validade dos materiais e assegurar que os processos de esterilização e manuseio sejam seguidos corretamente, prevenindo complicações pós-operatórias e garantindo a segurança do paciente (ONLINE BRAZILIAN JOURNAL OF NURSING, 2018).
A auditoria de enfermagem no contexto das OPMEs também envolve a negociação com fornecedores e a gestão de contratos, garantindo que os materiais sejam adquiridos a preços justos e que as especificações técnicas sejam atendidas. Essa função é vital para evitar a aquisição de materiais desnecessários ou inadequados, que podem resultar em desperdícios ou na necessidade de reoperações. Ao garantir que os processos de aquisição e utilização das OPMEs sejam eficientes e conformes, o enfermeiro auditor contribui para a sustentabilidade financeira e para a qualidade do atendimento prestado no centro cirúrgico (WILK et al., 2022).
Glosas Hospitalares e seus Impactos
As glosas hospitalares são um dos principais desafios financeiros enfrentados pelas instituições de saúde. Elas ocorrem quando os planos de saúde recusamse a pagar por procedimentos ou materiais que não foram devidamente documentados ou que apresentam inconsistências na justificativa de sua utilização.
As glosas representam uma perda financeira significativa para os hospitais, muitas vezes resultando em prejuízos que afetam a sustentabilidade da instituição (RODRIGUES et al., 2004).
A revisão da literatura aponta que uma das principais causas das glosas hospitalares é a falha na documentação de enfermagem. Registros incompletos, falta de justificativas adequadas para o uso de OPMEs e inconsistências nos relatórios são fatores que levam à recusa de pagamento pelos planos de saúde.
Nesse contexto, a auditoria de enfermagem surge como uma estratégia eficaz para prevenir glosas, ao garantir que todos os procedimentos e materiais sejam documentados de forma precisa e conforme as exigências dos planos de saúde (PEBMED, 2023).
Além de prevenir glosas, a auditoria de enfermagem também desempenha um papel importante na correção de processos e na implementação de melhorias contínuas. Ao identificar as causas das glosas, o enfermeiro auditor pode propor mudanças nos protocolos de documentação, treinamentos para a equipe de enfermagem e revisões nos processos de faturamento.
Isso não apenas reduz o risco de glosas futuras, mas também melhora a eficiência operacional e a qualidade do atendimento (WILK et al., 2022).
Em resumo, a revisão da literatura evidencia a importância da auditoria de enfermagem como uma ferramenta essencial na gestão das OPMEs e na prevenção de glosas hospitalares.
A atuação do enfermeiro auditor no centro cirúrgico é crucial para garantir que todos os processos sejam realizados de forma eficiente e conforme as normas, contribuindo para a sustentabilidade financeira das instituições de saúde e para a segurança do paciente (GALVÃO, 2002; RODRIGUES et al., 2004).
Metodologia
Este estudo foi realizado por meio de uma revisão integrativa da literatura, visando compilar e analisar criticamente as evidências disponíveis sobre a atuação do enfermeiro auditor no centro cirúrgico, com foco particular na gestão das Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPMEs) e no impacto das glosas hospitalares. A revisão integrativa permite uma síntese abrangente de múltiplos estudos, proporcionando uma visão detalhada e integrada do tema.
Para a seleção dos artigos e documentos, foram consultadas as bases de dados PubMed, LILACS, SciELO e Google Scholar. A busca foi realizada utilizando os descritores “auditoria de enfermagem”, “glosas hospitalares”, “OPMEs”, “centro cirúrgico” e “gestão hospitalar”. Os critérios de inclusão foram: estudos empíricos, revisões sistemáticas e artigos teóricos publicados entre 2005 e 2023, que abordassem diretamente o papel do enfermeiro auditor, a gestão das OPMEs ou as glosas hospitalares. Foram excluídos artigos que não apresentassem relevância direta ao tema, estudos duplicados em diferentes bases de dados e aqueles publicados fora do período estipulado.
A análise crítica dos artigos selecionados seguiu uma abordagem qualitativa, focando na identificação de padrões, desafios e estratégias adotadas no contexto da auditoria de enfermagem. Foram consideradas as metodologias empregadas nos estudos, os resultados obtidos e as conclusões apresentadas, buscando-se uma compreensão aprofundada das práticas de auditoria e de sua eficácia na prevenção de glosas hospitalares. Além disso, a análise também incluiu a discussão de implicações práticas e recomendações para a implementação de estratégias de auditoria em diferentes contextos hospitalares.
A escolha da revisão integrativa como metodologia se justificou pela necessidade de reunir diferentes perspectivas sobre o tema, permitindo a construção de um conhecimento mais robusto e aplicável à prática hospitalar. A partir dessa análise, foi possível delinear as principais funções do enfermeiro auditor, identificar as vantagens da auditoria de enfermagem e entender o impacto dessa prática na sustentabilidade financeira das instituições de saúde (WILK et al., 2022; ONLINE BRAZILIAN JOURNAL OF NURSING, 2018).
Resultados
Os resultados desta revisão da literatura são organizados em três grandes eixos: as funções e atribuições do enfermeiro auditor no centro cirúrgico, as vantagens da auditoria de enfermagem para as instituições de saúde e o impacto direto dessa prática na redução das glosas hospitalares. A análise crítica dos estudos selecionados revela a importância do enfermeiro auditor na otimização dos processos, na garantia de conformidade e na promoção da sustentabilidade financeira das instituições de saúde.
Funções e Atribuições do Enfermeiro Auditor no Centro Cirúrgico
O enfermeiro auditor desempenha um papel multifacetado no centro cirúrgico, sendo responsável por uma ampla gama de atividades que vão desde a verificação de conformidade até a gestão das OPMEs. Um dos aspectos mais críticos da atuação desse profissional é a garantia de que todos os procedimentos e materiais utilizados durante as cirurgias estejam devidamente registrados e em conformidade com as normas estabelecidas. Isso inclui a revisão detalhada dos prontuários médicos, a conferência dos registros de enfermagem e a validação do uso das OPMEs (GALVÃO, 2002).
A auditoria em tempo real, realizada durante ou imediatamente após os procedimentos cirúrgicos, permite que o enfermeiro auditor identifique e corrija erros ou inconsistências antes que se tornem problemas maiores, como glosas hospitalares. Por exemplo, se uma OPME foi utilizada sem a devida justificativa ou documentação, o auditor pode intervir para corrigir o registro, assegurando que todas as informações necessárias estejam completas e precisas. Essa função preventiva é essencial para minimizar o risco de glosas e garantir a transparência e a qualidade dos cuidados prestados (WILK et al., 2022).
Além disso, o enfermeiro auditor desempenha um papel fundamental na gestão das OPMEs, desde o controle de estoque até a verificação de sua adequação para os procedimentos cirúrgicos planejados. Esse gerenciamento envolve a análise de custos, a negociação com fornecedores e a garantia de que os materiais utilizados estejam dentro dos padrões de qualidade exigidos.
A auditoria de enfermagem também inclui a educação continuada da equipe de saúde sobre a importância da documentação adequada e do uso responsável dos recursos, promovendo uma cultura de conformidade e eficiência no centro cirúrgico (GALVÃO, 2002).
Vantagens da Auditoria de Enfermagem
A presença de um enfermeiro auditor no centro cirúrgico oferece inúmeras vantagens para as instituições de saúde, sendo a redução de custos uma das mais significativas. Estudos mostram que a auditoria de enfermagem pode levar a uma economia substancial, identificando e corrigindo práticas ineficientes e evitando desperdícios de materiais. Por exemplo, a auditoria pode revelar o uso inadequado de OPMEs ou a duplicação de pedidos de materiais, permitindo que a instituição ajuste suas práticas e reduza despesas desnecessárias (ONLINE BRAZILIAN JOURNAL OF NURSING, 2018).
Outra vantagem importante é a melhoria na qualidade do atendimento prestado aos pacientes. Ao garantir que todos os procedimentos sejam realizados de acordo com as normas e que a documentação esteja completa e correta, o enfermeiro auditor contribui para a segurança do paciente e para a excelência dos cuidados. Isso é particularmente relevante no contexto do centro cirúrgico, onde a precisão e a conformidade são cruciais para o sucesso dos procedimentos e para a recuperação dos pacientes (WILK et al., 2022).
Além disso, a auditoria de enfermagem fortalece as relações institucionais com os planos de saúde. Ao assegurar que todas as práticas estão em conformidade com as exigências regulatórias e que os registros são precisos, o enfermeiro auditor facilita o processo de reembolso e reduz o risco de disputas com os planos de saúde. Isso não apenas melhora o fluxo de caixa da instituição, mas também aumenta a confiança dos parceiros institucionais, contribuindo para uma relação mais estável e colaborativa (RODRIGUES et al., 2004).
Impacto nas Glosas Hospitalares
Os resultados desta revisão indicam que a auditoria de enfermagem tem um impacto direto e positivo na redução das glosas hospitalares. Instituições de saúde que implementaram programas robustos de auditoria relataram uma diminuição significativa nas negativas de pagamento por parte dos planos de saúde. Isso ocorre porque a auditoria preventiva, realizada antes da submissão das contas, garante que todos os registros estejam completos e em conformidade com as exigências dos planos de saúde, minimizando as chances de glosas (PEBMED, 2023).
Estudos de caso mostram que hospitais que adotaram práticas rigorosas de auditoria de enfermagem conseguiram reduzir suas glosas em até 30%, melhorando sua sustentabilidade financeira e assegurando uma maior previsibilidade de receita. Além disso, a auditoria contínua permite que as instituições identifiquem tendências ou padrões que levam a glosas, permitindo a implementação de medidas corretivas e preventivas. Essa abordagem proativa não só melhora os resultados financeiros, mas também fortalece a credibilidade da instituição perante os planos de saúde e outros stakeholders (RODRIGUES et al., 2004).
Em conclusão, os resultados desta revisão destacam a importância estratégica da auditoria de enfermagem no centro cirúrgico. A atuação do enfermeiro auditor é crucial para garantir a conformidade dos processos, otimizar o uso dos recursos e reduzir o impacto financeiro das glosas hospitalares. Essas funções, além de promoverem a sustentabilidade financeira, contribuem significativamente para a qualidade do atendimento e para a segurança dos pacientes, reforçando a importância desse profissional no cenário hospitalar contemporâneo (WILK et al., 2022; GALVÃO, 2002).
Discussão
A análise dos resultados da revisão da literatura sobre a atuação do enfermeiro auditor no centro cirúrgico revela implicações práticas e teóricas significativas para a gestão hospitalar. A função multifacetada desse profissional, que abrange desde a verificação de conformidade até a gestão das Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPMEs), é essencial para assegurar a eficiência operacional e a sustentabilidade financeira das instituições de saúde. No entanto, essa função não está isenta de desafios, que incluem a necessidade de treinamento contínuo, a implementação de políticas institucionais de apoio à auditoria de enfermagem, e a garantia de práticas éticas e transparentes.
Uma das principais implicações práticas da atuação do enfermeiro auditor é a necessidade de capacitação constante. A complexidade do ambiente do centro cirúrgico e as exigências crescentes de conformidade com normas e
regulamentos tornam imperativo que esses profissionais estejam continuamente atualizados sobre as melhores práticas e as mudanças regulatórias. Como indicado por Wilk et al. (2022), a formação contínua é essencial para que o enfermeiro auditor possa desempenhar seu papel de forma eficaz, prevenindo erros que possam resultar em glosas hospitalares. Além disso, a capacitação é crucial para que esses profissionais possam educar a equipe de enfermagem sobre a importância da documentação precisa e do uso responsável dos recursos.
Outro desafio enfrentado pelos enfermeiros auditores é a falta de políticas institucionais que suportem adequadamente a auditoria de enfermagem. Instituições de saúde que não investem em programas de auditoria robustos e não fornecem o suporte necessário para esses profissionais correm o risco de enfrentar problemas recorrentes de glosas e ineficiências operacionais. Segundo Galvão (2002), o apoio institucional é vital para que a auditoria de enfermagem seja efetiva. Isso inclui não apenas o fornecimento de recursos tecnológicos e administrativos, mas também a criação de uma cultura organizacional que valorize a auditoria como uma ferramenta estratégica para a melhoria contínua.
Além das questões práticas, a atuação do enfermeiro auditor também levanta importantes considerações éticas. A auditoria de enfermagem envolve a revisão de registros médicos e de enfermagem, o que requer um compromisso com a precisão, a integridade e a transparência. A responsabilidade de garantir que todos os registros sejam fidedignos e que as práticas sigam rigorosamente as normas estabelecidas é crucial para a credibilidade da auditoria. Como discutido por Rodrigues et al. (2004), a ética na auditoria de enfermagem não se limita à conformidade com normas, mas também abrange a necessidade de garantir que os pacientes recebam cuidados de alta qualidade, baseados em registros precisos e completos.
A transparência nos processos de auditoria também é um aspecto fundamental, especialmente em relação à documentação das OPMEs. A ausência de transparência pode levar a desconfianças entre os stakeholders, incluindo os planos de saúde e os próprios pacientes. Por isso, é crucial que a auditoria de enfermagem seja conduzida com um alto grau de clareza, permitindo que todas as partes interessadas tenham acesso a informações precisas e completas. Essa prática não só fortalece a posição da instituição nas negociações com os planos de saúde, mas também contribui para a construção de uma reputação de confiança e integridade.
Em suma, a discussão dos resultados obtidos reforça a importância estratégica da auditoria de enfermagem no centro cirúrgico. Embora os desafios sejam significativos, incluindo a necessidade de treinamento contínuo, políticas de apoio e práticas éticas, os benefícios superam amplamente os custos. O enfermeiro auditor desempenha um papel crucial na prevenção de glosas, na otimização do uso dos recursos e na promoção da qualidade assistencial, tornando-se um pilar essencial para a sustentabilidade e a eficiência das instituições de saúde (WILK et al., 2022; GALVÃO, 2002; RODRIGUES et al., 2004).
Conclusão
Este estudo demonstrou a importância estratégica do enfermeiro auditor no contexto do centro cirúrgico, especialmente em relação à gestão das Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPMEs) e à prevenção de glosas hospitalares. A atuação desse profissional é crucial para garantir que os procedimentos cirúrgicos sejam conduzidos com eficiência, transparência e conformidade com as normas estabelecidas. A revisão da literatura destacou como o enfermeiro auditor desempenha um papel central na otimização dos recursos hospitalares, na melhoria da qualidade do atendimento e na sustentabilidade financeira das instituições de saúde (WILK et al., 2022; GALVÃO, 2002).
Os principais achados indicam que a presença do enfermeiro auditor no centro cirúrgico contribui significativamente para a redução de glosas hospitalares, minimizando as perdas financeiras associadas à documentação inadequada e ao uso indevido de OPMEs. A auditoria em tempo real e a análise crítica dos registros e procedimentos permitem que esse profissional identifique e corrija falhas antes que se tornem problemas mais graves, assegurando a conformidade com as exigências dos planos de saúde e garantindo a transparência nos processos (ONLINE BRAZILIAN JOURNAL OF NURSING, 2018).
Diante desses achados, é recomendável que as instituições de saúde invistam em formação especializada para os enfermeiros auditores, garantindo que estejam capacitados para lidar com as complexidades do ambiente cirúrgico e com as demandas de conformidade regulatória. Além disso, a implementação de sistemas de auditoria automatizados pode potencializar a eficácia da auditoria de enfermagem, permitindo uma análise mais rápida e precisa dos registros, bem como a identificação de padrões que possam levar a glosas (WILK et al., 2022).
Por fim, a auditoria de enfermagem deve ser vista não apenas como uma prática de controle, mas como uma estratégia integral para a melhoria contínua dos processos hospitalares. A atuação do enfermeiro auditor é essencial para a promoção de uma cultura de qualidade e responsabilidade dentro das instituições de saúde, garantindo que os recursos sejam utilizados de forma eficiente e que os pacientes recebam o melhor atendimento possível, sempre respaldado por práticas éticas e transparentes (GALVÃO, 2002; RODRIGUES et al., 2004).
REFERENCIAS
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