A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRANSPORTE AEROMÉDICO, NO PERÍODO DA COVID-19 NO BRASIL.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7905445


Abrao Reis Ferreira1


Resumo

Objetivo: Descrever a importância da assistência de enfermagem no transporte aeromédico, no período da pandemia covid-19 no Brasil  Metodologia: A metodologia deste estudo, consiste em uma revisão de literatura, qualitativo descritivo, para o desenvolvimento do quadro teórico da assistência em enfermagem. E para facilitar, o estudo abrange o conjunto de operações que são sistematizadas e trabalhados com uma consistência a partir dos seguintes procedimentos: delimitação do tema, colocação da importância da enfermagem durante a remoção do paciente crítico em UTI aérea, resultando nos objetivos estabelecidos. Resultados: A análise de conteúdo identificou as seguintes categorias: O enfermeiro gestor da missão aeromédica; o enfermeiro prestador de assistência ao paciente na missão aeromédica; e Competências fundamentais do enfermeiro de bordo.. Conclusão: Tendo em vista o objetivo proposto, foi possível identificar a compreensão que enfermeiros de bordo possuem acerca de seu papel na equipe multiprofissional de transporte aeromédico. Deste modo, o enfermeiro, como membro da equipe multiprofissional de saúde que transporta pacientes por meio de aeronaves, defronta-se com demandas e desafios que requerem deste profissional competências que o respaldam em situações adversas e independência nas tomadas de decisões, além de alto grau de conhecimento, atitudes e habilidades específicas para exercer esta função.

Palavras-chave: Transporte aeromédico; enfermagem; pandemia; enfermeiro gestor UTI aérea.

Abstract

Objective: To describe the importance of nursing in aeromedical transport during the period of covid-19 in Brazil. Methodology: The methodology of this study consists of a literature review, qualitative descriptive, for the development of the theoretical framework of nursing care. And to facilitate the study, it covers a set of operations that are systematized and worked with consistency based on the following procedures, delimiting the theme, placing the importance of nursing during patient removal critical in aerial ICU results to established objectives. Results: The content analysis identified the following categories: The nurse who manages the aeromedical mission; The nurse providing patient care in the aeromedical mission; and fundamental skills of the on-board nurse. Conclusion: In view of the proposed objective, it was possible to identify the understanding that the onboard nurse has about her role as the multiprofessional aeromedical transport team. Thus, a nurse as a member of the multiprofessional health team that transports patients through aircraft, faces the demands and challenges that require from this professional skills that support him in adverse situations and independence from decision making, in addition to a high degree of knowledge, attitude and specific skills to perform this function.

Keywords: aeromedical transport; nursing; pandemic; nurse manager; air ICU.

Introdução:

 O coronavírus surgiu no final de dezembro de 2019, na China. A equipe de saúde do país, alertou constantemente a Organização Mundial de Saúde (OMS), sobre um aumento significativo de casos de pneumonia. Estávamos diante de um início de uma das maiores crises sanitárias do mundo. O vírus chamado de COVID-19 (SARS-COV-2), expandiu-se globalmente, causando milhares de mortos e superlotando os hospitais; a infecção pelo coronavírus, significava em uma falência respiratória progressiva causada por danos pulmonares. Dessa forma, pacientes considerados do grupo de risco, que são os diabéticos, imunossuprimidos, hipertensos, cardiopatas e idosos etc, evoluem para um estado grave, gerando cuidados em unidade de terapia intensiva (UTI) em hospitais. Ou então, eram transportados através de UTI aérea para cuidados específicos em hospitais de referência, onde havia vaga de leito de UTI (MOREIRA, 2020).

Os pacientes considerados do grupo de risco, em que evoluíam para um estado grave da doença, uma vez que, o funcionamento fisiológico do organismo, encontrava-se prejudicado por alguma patologia.

Quando a COVID-19 chegou no Brasil, acendeu um sinal de alerta nas autoridades de saúde no país. Uma vez que, devido à sua alta taxa de transmissão do vírus. A população não obtinham o hábito do uso de máscara e não tinham consciência sobre medidas de proteção, como distanciamento social, por exemplo. Contudo, já sabíamos que um dos grandes problemas da pandemia, era levar ao colapso os sistemas de saúde do país, tanto no serviço público, quanto no privado. Isso implica um volume de casos extremamente alto em curto espaço de tempo. Dando como exemplo, Manaus, onde a UTI aérea foi importante para remover pacientes graves e levá-los a outros estados (MOREIRA, 2020).

A assistência de enfermagem de bordo mostrou sua importância durante a pandemia de coronavírus, os enfermeiros estão na linha de frente durante a crise sanitária, onde prestam serviços e desempenham um papel importante no cuidado centrado no paciente. O transporte aeromédico é uma modalidade de deslocamento de paciente utilizada principalmente quando se fala de enfermos em estado crítico e, em muitas ocasiões; evidenciado durante a pandemia de Coronavírus; a remoção aeromédico é a única opção para que o indivíduo receba assistência em um centro especializado nas suas afecções (PEREIRA, 2021).

Nota-se que hoje, a utilização de aviões, helicópteros, jatos estão constantemente presentes em atendimento pré-hospitalar, pois compreende-se que este modal, envolve uma logística complexa e específica de atendimento feita por profissionais que atuam a partir de práticas avançadas. Por ser um meio considerado rápido e eficaz, possui crescente utilização dos sistemas de saúde públicos e privados, principalmente para casos graves que necessitam de rápida transferência para hospitais de referência.

A história revela que este modal de emergência, teve seu início relacionado com a história da medicina de guerra, onde os profissionais de saúde na época, davam assistência aos feridos na batalha com a remoção desses militares e também civis. O transporte aéreo mostra-se como primordial para a efetivação das atividades hospitalares e demais atividades relacionadas à saúde, especialmente em tempos de crise sanitária, onde muitos comentam que os hospitais era um cenário de guerra, como o vivido durante os anos de 2020 e 2021. Durante esse momento, torna-se necessário compreender o surgimento e, consequentemente, o desenvolvimento dessa modalidade de serviço aéreo e como, na contemporaneidade, ele é utilizado para auxiliar o pleno funcionamento do direito à saúde, que é básico à sobrevivência humana e à manutenção social ( CARVALHO, 2021).

A UTI aérea constitui uma área de urgência e emergência em processo de crescimento; os enfermeiros são uma peça insubstituível no cuidados ao paciente em estado grave, uma vez que, durante o vôo de resgate, atuam ininterruptamente na manutenção do seu bem-estar e oferece todo o suporte para as funções vitais. Assegurada pela Lei n° 7498/96, que regulamenta a atividade do enfermeiro em transporte aeromédico e a Portaria GM 2.048 de 05/11/2012, que determina a capacitação e a temática dos profissionais do transporte aeromédico, o enfermeiro é um dos líderes da equipe e fundamentais para o sucesso de hospitalização e recuperação dos pacientes (BRASIL, 2012).

Conforme, o aumento de casos graves em diversas cidades do brasil, esta modalidade de transporte, mostrou-se em evidência a sua importância; a assistência de enfermagem, adotou estratégias para prevenir a infecção dos tripulantes, mantendo isolamento social, uso de máscaras, roupas apropriadas para oferecer melhor atendimento ao paciente. Recomendaram a higienização constante das mãos, e evitar levar para os olhos, boca, nariz.

Com isto, tem pergunta norteadora a enfermagem na UTI AÉREA TEVE IMPORTÂNCIA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19?

Metodologia: A metodologia deste estudo, consiste em uma revisão de literatura, para o desenvolvimento do quadro teórico da assistência em enfermagem. E para facilitar, o estudo abrange o conjunto de operações que são sistematizadas e trabalhados com uma consistência a partir dos seguintes procedimentos: delimitação do tema, colocação da importância da enfermagem durante a remoção do paciente crítico em UTI aérea, resultando aos objetivos estabelecidos. É uma revisão de literatura com foco nas coleções científicas eletrônicas online (sciELO). Pesquisas realizadas nos meses de março e abril de 2023, com 15 artigos encontrados relacionados e abrangendo o tema, desses 3 foram excluídos na pesquisa final.

Período de seleção de artigos  2019 a 2023. 

Desenvolvimento e Discussão: O seguinte trabalho visa compreender a modalidade aeromédico, que constitui uma área da Urgência e Emergência em processo de amplificação. Os avanços dos grandes centros urbanos e a dificuldade nos transportes dos pacientes graves. Com foco na importância da assistência de enfermagem de bordo em transporte aeromédico, durante a pandemia da COVID 19 no Brasil. 

Durante a crise sanitária a enfermagem organizou  e gerenciou a maioria das ações para oferecer um serviço adequado aos pacientes, que exige conhecimento científico dos profissionais para manusear equipamentos durante voo e preservando a vida dos pacientes.

Devido sua complexidade e alto custo, o transporte aeromédico é escasso em algumas partes do brasil; este estudo tem como objetivo, enfatizar junto, com médicos e equipe multiprofissional, a importância da enfermagem em salvar vidas e este serviço precisa ser ampliado para alcançar mais pacientes. 

Dessa maneira, reconhecendo o importante papel dos profissionais enfermeiros nesse modal aeromédico, essa pesquisa tem como objetivo realizar um levantamento bibliográfico sobre atuação do enfermeiro na remoção de resgate aéreo. Com isto, visa contribuir com sociedade, ciência etc..

O transporte aéreo mostra-se como primordial para a efetivação das atividades hospitalares e demais atividades relacionadas à saúde, especialmente em tempos de crise sanitária, como o vivido durante os anos de 2020 e 2021. Nesse ínterim, torna-se necessário compreender o surgimento e, consequentemente, o desenvolvimento dessa modalidade de serviço aéreo e como, na contemporaneidade, ele é utilizado para auxiliar o pleno funcionamento do direito à saúde, que é básico à sobrevivência humana e à manutenção social. 

A assistência de enfermagem de bordo

Com o crescimento desta área, passou a exigir maior prática profissional na busca pela excelência e por profissionais especializados para a atuação junto a equipe multiprofissional de bordo, composta por enfermeiro, médico e piloto5 . É fundamental a participação do enfermeiro nesta equipe, o qual além de ser capacitado necessita de larga experiência em pacientes que necessitam cuidados intensivos 2 ; prática está regulamentada no Brasil pela Lei nº 7.498/86, que estabelece sobre o Exercício Profissional da Enfermagem, onde diz ser atividade privativa do enfermeiro a organização e direção da assistência direta ao paciente crítico e onde sejam executadas atividades de maior complexidade técnica 19 . A enfermagem está amparada no serviço de atendimento aeromédico pela Portaria GM 2.048, de 5 de novembro de 2002, a qual apresenta as temáticas exigidas na capacitação e determina, entre outros pontos referentes à temática, a capacitação específica dos profissionais de transporte aeromédico.

Considerações finais: Então, é possível ter como considerações do presente estudo que o transporte aeromédico foi criado em um momento de guerra e de conflito. Atualmente, ainda é usado em momentos de dificuldade, especialmente em épocas de crise global, como é o caso da pandemia de COVID-19. Ademais, ficou evidente que a aviação, como um todo, foi afetada diretamente pela crise sanitária em pauta, tendo em vista a redução do fornecimento de serviços aéreos, que visava a redução da proliferação do vírus. Contudo, em via contrária à aviação geral, o transporte aeromédico obteve grande crescimento de demanda, tendo em vista a necessidade latente de deslocamento de pacientes contaminados pela COVID-19. Essa necessidade não foi vista apenas no Brasil, mas em todo e qualquer país que fosse afetado pela doença. Um dos fatores causadores das altas taxas acerca desse tipo de transporte é o fato da capacitação e da qualificação da equipe serem imprescindíveis para o pleno funcionamento e para o sucesso das ações de resgate. Logo, seria inviável pensar na redução de preços em um trabalho tão específico e delicado, tendo em vista que os profissionais lidam diretamente com a vida humana, um bem infungível.

Conclusão: O presente estudo possibilitou levantar o histórico do transporte de pacientes no modal aéreo, o qual é oriundo das guerras e passou a ser utilizado no passar dos anos no meio civil e então se tornou essencial no sistema de saúde, haja vista possibilitar atendimento a locais de difícil acesso onde ambulâncias e outros modais não alcançam, aumentando a sobrevida de pacientes. Com o avanço desse serviço, maior importância vem sendo dada à temática, embora tenha seus desafios, como os relacionados aos altos custos envolvidos no resgate aéreo e transporte de pacientes críticos por meio de aeronaves. As exigências de profissionais envolvidos no transporte aeromédico vem se destacando, de modo que foi estabelecido por portaria os conhecimentos exigidos e carga horária na capacitação dos membros da equipe multiprofissional envolvida, inclusive destacando os conhecimentos específicos de médicos e enfermeiros. Dentre os conhecimentos atribuídos ao enfermeiro estão os relacionados a fisiologia de voo, conhecimentos aeronáuticos e os relacionados aos cuidados intensivos exigidos de pacientes críticos e foi evidenciada a importância de habilidades gerenciais na atuação do enfermeiro de bordo, assim como competências como a de comunicação eficiente e a capacidade de trabalhar em equipe junto dos demais membros da equipe multiprofissional (médico, pilotos, tripulantes), objetivando uma atuação entre eles participativa e cooperativa, de melhor qualidade e humanizado. Levantou-se que entre as principais vantagens desta modalidade de atendimento está na redução do tempo de atendimento e o alcance de locais de mais difícil acesso, com benefícios diretos para a vítima transportada que tem sua chance de sobrevida aumentada dado esses diferenciais. Ao final da pesquisa, chegou-se à conclusão de que a literatura sobre a temática ainda não é considerável e no que tange a atuação do enfermeiro ainda há muita lacuna a ser investigada, principalmente quanto à atuação específica do enfermeiro em operações no resgate aeromédico.

Referências:

1     BORGES, Letícia; GUIMARAES, Clarissa; AGUIAR, Beatriz; FELIPE, Luis.

Enfermagem Militar na “Operação Regresso ao Brasil”: evacuação aeromédica na pandemia do coronavírus. Disponível em:https://www.scielo.br/j/reben/a/hKkJBBWM7GX5phGGqL6DDgj/?format=pdf &lang=pt . Acesso em: 29 de março de 2023.

2     CARVALHO, Vania; SILVA, Bruno; FERREIRA, Flavio; ELIAS, Andre; FILHO, Armando; NETO, Nelson. Transporte inter-hospitalar aeromédico de adulto com COVID-19 em oxigenação por membrana extracorpórea: relato de caso. Disponível em:https://www.scielo.br/j/reeusp/a/gLHNLgKcsHT6S8zSVfYpTML/?format=pdf &lang=pt. Acesso em: 29 de março de 2023.

3     REINHARDT, Erica. Transmissão da COVID-19: um breve reexame das vias de transmissão por gotículas e aerossóis. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbso/a/TLyRCLJ5KTzKkMpmgMhqbFb/?format=pdf&l ang=pt. Acesso em: 29 de março de 2023.

4     PASSOS, Isis; TOLEDO, Vanessa; DURAN, Erika. Transporte aéreo de pacientes: análise do conhecimento científico. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/PrVz3rmQXS5cznCTsmP8Gqq/?format=pdf&l ang=pt. Acesso em: 29 de março de 2023.

5     SCUISSIATO, Dayane; BOFFI, Letícia; ROCHA, Roseliane; MONTEZELI, Juliana; BORDIN, Michelle; PERES, Aida. Compreensão de enfermeiros de bordo sobre seu papel na equipe multiprofissional de transporte aeromédico. Disponível em:

https://www.scielo.br/j/reben/a/ZsDRJztm4SZMZtHzmbtdkVJ/?format=pdf&la ng=pt. Acesso em: 29 de março de 2023.

6     BORGES, Letícia; HABERLAND, Débora; GUIMARAES, Clarissa; FELIPE, Luis; AGUIAR, Beatriz. Capacitação da enfermagem em defesa química, biológica, radiológica e nuclear para evacuação aeromédica na pandemia.

             Disponível                                                                                                               em:

https://www.scielo.br/j/rgenf/a/sfrmzT6ZNkxJc88r7xNnjZG/?format=pdf&lang =pt. Acesso em: 29 de março de 2023.

7     CONZ, Claudete; BRAGA, Vanessa; VASCONCELOS, Rosianne; MACHADO, Flávia; JESUS, Maria; MERIGHI, Miriam. Vivência de

enfermeiros que atuam na Unidade de Terapia Intensiva com pacientes infectados pela COVID-19. Disponível em:

https://www.scielo.br/j/reeusp/a/WpwQjSLqBQy3ZgfwQk5VL8t/?format=pdf& lang=pt. Acesso em: 6 de abril de 2023.

8     CAETANO, Rosangela; SILVA, Angélica; GUEDES, Ana cristina; PAIVA, Carla; RIBEIRO, Gizele; SANTOS, Daniela; SILVA, Rondineli. Desafios e oportunidades para telessaúde em tempos da pandemia pela COVID-19: uma reflexão sobre os espaços e iniciativas no contexto brasileiro. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/swM7NVTrnYRw98Rz3drwpJf/?format=pdf&lan g=pt. Acesso em: 6 de abril de 2023.

9     PEREIRA, Everson. A pandemia de Covid-19 na UTI. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ha/a/BWvrvNGRFnNjhnPXSVTpphr/. Acessso em 6 de abril de 2023.

10  MOREIRA, Rafael. COVID-19: unidades de terapia intensiva, ventiladores mecânicos e perfis latentes de mortalidade associados à letalidade no Brasil. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/NPz56K7Zys3fFDZdWHdcYWn/?format=pdf&la ng=pt. Acesso em 6 de abril de 2023.  


1Acadêmico de Enfermagem, Universidade Nilton Lins, Manaus-Am