REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102412091513
Lívia Cassiano Santos
Orientador: Guilherme Elias Amancio
RESUMO
O transtorno do espectro autista (TEA) afeta o desenvolvimento cognitivo, social e comportamental das crianças, impactando suas habilidades de comunicação e interação social. Considerando os desafios enfrentados por essas crianças, o uso de abordagens terapêuticas alternativas que possam complementar os tratamentos tradicionais é essencial neste contexto, a arte terapia, que utiliza atividades artísticas como meio de expressão, emerge como uma intervenção promissora para crianças com TEA. A presente pesquisa tem como objetivo geral ressaltar os benefícios da arte terapia como intervenção terapêutica, buscando compreender seu impacto de desenvolvimento social, emocional, comunicativo e cognitivo dessas crianças. Os resultados esperados apontam para a validação da arte terapia como uma estratégia complementar eficaz, proporcionando uma nova perspectiva no tratamento de crianças com TEA, concluindose que ela pode ser um recurso valioso, promovendo um ambiente terapêutico inclusivo e facilitando o desenvolvimento das crianças no espectro.
Palavras–chave: Arte-Terapia; Transtorno do Espectro Autista (TEA); Intervenção Psicológica.
ABSTRACT
This Autism spectrum disorder (ASD) affects cognitive development, children’s social and behavioral skills, impacting their communication skills and social interaction. Considering the challenges faced by these children, the use of Alternative therapies that can complement traditional treatments are essential In this context, art therapy, which uses artistic activities as a means of expression, emerges as a promising intervention for children with ASD. The general objective of this research is to highlight the benefits of art therapy as a therapeutic intervention, seeking to understand its impact on social, emotional and communicative development of these children. The expected results point to the validation of art therapy as a effective complementary strategy, providing a new perspective on treatment of children with ASD, concluding that it can be a valuable resource, promoting an inclusive therapeutic environment and facilitating the development of children in the spectrum.
Keywords: Art-Therapy; Autism Spectrum Disorder (ASD); Psychological intervention
INTRODUÇÃO
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5) e o Código Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11), o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por dificuldades persistentes na comunicação e nas interações sociais em diversos contextos, incluindo falhas na reciprocidade social, no uso de comportamentos não verbais de comunicação e na capacidade de desenvolver, manter e compreender relações (Organização Mundial da Saúde [OMS], 1993; American Psychiatric Association [APA], 2014).
O diagnóstico também exige, além das dificuldades na comunicação social, a presença de padrões comportamentais restritos, repetitivos e inflexíveis, que são claramente atípicos ou excessivos para o indivíduo, considerando sua faixa etária e o contexto sociocultural (OMS, 1993; APA, 2014).
Nesse contexto a busca por intervenções terapêuticas que complementem os tratamentos tradicionais se torna imprescindível tornando a Arte Terapia uma ferramenta essencial para diversificar e promover uma nova forma de intervenção.
A arte terapia, uma abordagem que utiliza atividades artísticas como meio de expressão, emerge como uma alternativa promissora para auxiliar no desenvolvimento dessas crianças, é uma prática terapêutica que se fundamenta na ideia de que o processo de criação artística pode ser um veículo eficaz para a expressão emocional e a comunicação.
Segundo Ciornai (2004), a arte terapia não apenas promove o contato com o mundo externo, mas também possibilita um aprofundamento do autoconhecimento e do processo de cura.
Essa abordagem terapêutica tem suas raízes em práticas artísticas que remontam a tempos antigos, mas ganhou destaque como profissão após a Primeira Guerra Mundial, quando começaram a surgir teorias e metodologias que sustentavam seu uso em contextos terapêuticos, durante as décadas de 1920 e 1930, as teorias de Freud e Jung estabeleceram as bases para o desenvolvimento inicial da arte terapia como um campo específico de atuação
Neste trabalho, o objetivo é ressaltar os efeitos benéficos da arte terapia nas habilidades de comunicação, interação social e expressão emocional de crianças com TEA, propondo um aprofundamento na compreensão de como a arte terapia pode servir como uma intervenção que não apenas facilita a expressão de sentimentos, mas também promove um ambiente onde as crianças se sentem mais à vontade para explorar suas emoções e relacionamentos.
A revisão da literatura indica que a arte terapia pode proporcionar um espaço seguro para que essas crianças se conectem com seus sentimentos e desenvolvam habilidades sociais de maneira lúdica e envolvente.
Além disso, abordará as possibilidades de atuação do psicólogo no uso da arte terapia como uma intervenção eficaz para crianças com TEA.
1.1 Breve Conceituação da Arte Terapia
A Arte terapia é uma área de atuação profissional que utiliza recursos artísticos com finalidade terapêutica (Carvalho, 1995), na definição da Associação Brasileira de Arte terapia é um modo de trabalhar utilizando a linguagem artística como base da comunicação entre o cliente e o profissional.
Arteterapia é o termo que designa a utilização de recursos artísticos em contextos terapêuticos. […] é uma definição ampla, pois pressupõe que o processo do fazer artístico tem o potencial de cura quando o cliente é acompanhado pelo arte-terapeuta experiente, que com ele constrói uma relação que facilita a ampliação da consciência e do auto conhecimento, possibilitando m u d a n ç a s ( C i o r n a i , 2 0 0 4 , p . 7 )
Durante as décadas de 1920 e 1930, as teorias de Freud e Jung estabeleceram as bases para o desenvolvimento inicial da arte terapia como um campo específico de atuação assim com base nessas duas vertentes teóricas, o uso da arte como instrumento terapêutico foi gradualmente se consolidando, porém, foi na década de 1940, nos Estados Unidos, que se consolidou o que hoje conhecemos como Arteterapia, pelas mãos de duas irmãs que são até hoje celebradas como precursoras dessa prática: Florence Cane e Margareth Naumburg.
Essas pioneiras sistematizaram metodologias significativas tanto no campo da psicoterapia quanto no da pedagogia, destacando a importância da expressão artística como uma forma de intervenção terapêutica e educativa (VASQUES, 2009).
No Brasil duas figuras importantes para a contribuição e adesão da arte terapia como instrumento psicologico foram:
Nise da Silveira, criadora do Museu de Imagens do Inconsciente e pioneira na utilização da Arte terapia como instrumento terapêutico no Brasil, também foram essenciais para o desenvolvimento da Arteterapia.
O Museu de Imagens do Inconsciente se constituiu desde o princípio como um núcleo de pesquisa da esquizofrenia – núcleo liderado por sua criadora que, em última análise, utilizou a expressão plástica como um meio de acesso à interioridade dos esquizofrênicos e levou ao conhecimento do grande público as obras de seus pacientes (FRAYZE-PEREIRA, 2003, p. 198).
O Museu de Imagens do Inconsciente […] utilizou a expressão plástica como um meio de acesso à interioridade dos esquizofrênicos e levou ao conhecimento do grande público as obras de seus pacientes” (FRAYZE-PEREIRA, 2003, p. 198) e o Dr. Osório Cesar que desenvolveu um trabalho artístico focado em pacientes psicóticos, utilizando uma perspectiva psicanalítica com base nos conceitos de Freud. Ele examinava as criações artísticas de seus alunos na Escola Livre de Artes Plásticas do Juqueri, situada em Franco da Rocha, no interior paulista. Conforme informações da Associação de Arteterapia do Estado de São Paulo (2010), Carati (2018) menciona que desde 1927 existem relatos sobre seções de bordado e outras formas de artesanato nos pavilhões e colônias daquele hospital, além da possibilidade de realizar atividades como pintura em aquarela e trabalhos em cerâmica, que necessitavam de um espaço adequado, materiais e técnicas específicas.
Conforme apontado por Santos. (2022), a Arteterapia, ao se estabelecer como um pilar fundamental no processo terapêutico, emprega uma variedade de técnicas expressivas que podem ser aplicadas de maneira individual ou em grupo.
Essas técnicas têm como principal objetivo não apenas melhorar a qualidade de vida dos indivíduos, mas também atuar na promoção da saúde, na prevenção de doenças e na expansão do bem-estar geral, proporcionando benefícios amplos aos participantes, destaca-se que o ambiente lúdico e criativo característico das atividades arteterápicas facilita o processo de desenvolvimento infantil, uma vez que oferece uma oportunidade para as crianças desenvolverem e aprimorarem importantes habilidades. O espaço lúdico e criativo identificado no ensino da arte facilita o processo de desenvolvimento infantil. Por meio de atividades propostas, é possível desenvolver no indivíduo aspectos como a interação social, a linguagem verbal e não verbal […].” (SANTOS et al., 2022, p. 1714).
Portanto, ao longo deste capítulo, foi possível compreender que a arteterapia se fundamenta no uso de recursos artísticos como uma poderosa ferramenta terapêutica. Suas origens, que remontam às práticas terapêuticas baseadas nas teorias psicanalíticas de Freud e Jung, evoluíram para uma abordagem reconhecida e amplamente utilizada, capaz de promover o autoconhecimento, a expressão emocional e o desenvolvimento de habilidades sociais. A arteterapia, ao combinar elementos de arte e psicologia, se destaca como uma intervenção que vai além do aspecto criativo, oferecendo suporte integral ao desenvolvimento humano, especialmente em contextos que exigem a superação de barreiras comunicativas e emocionais. Dessa forma, ela se torna um recurso valioso na promoção do bem-estar, contribuindo para a ampliação do campo de atuação dos profissionais da saúde mental.
1.2 A Arte Terapia e suas contribuições para a criança com TEA
A Arteterapia tem ganhado relevância como uma intervenção terapêutica no tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA), especialmente devido ao seu potencial para estimular a expressão emocional, a criatividade e a comunicação não verbal em crianças.
Segundo Oliveira e Torres (2011), a Arteterapia utiliza elementos expressivos que promovem a comunicação de sentimentos e experiências, facilitando o desenvolvimento global das crianças com TEA. Essa abordagem é importante, uma vez que crianças com autismo apresentam déficits persistentes na comunicação social e padrões de comportamento restritos e repetitivos, como descrito pelo Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Americana de Psiquiatria (DSM5) e o Código Internacional de Doenças (CID-11) (APA, 2014; OMS, 1993). Valladares e Silva(2011) argumentam que a Arteterapia proporciona um ambiente facilitador para o comportamento e desenvolvimento infantil, promovendo a expressão de potencialidades expressivas que, de outra forma, poderiam ser suprimidas. Essa prática, segundo os autores, favorece a humanização dos cuidados à saúde, sendo um processo natural no qual o indivíduo expressa seus sentimentos e percepções de acordo com seu desenvolvimento psíquico e emocional. Além disso, Costa, Carolino e Costa (2010) destacam que a Arteterapia integra conhecimentos da arte e da psicologia, trabalhando com técnicas vivenciais que possibilitam um profundo autoconhecimento. A inclusão da Arteterapia no tratamento do TEA vai além da expressão emocional; ela também aborda questões comportamentais e sociais. De acordo com Karvonen e Stoxen (2003), uma das principais dificuldades de pessoas com necessidades especiais são os comportamentos-problema, e a intervenção adequada, como a Arteterapia, pode focar no desenvolvimento de habilidades funcionais, ao invés de apenas reduzir comportamentos indesejáveis. Essa abordagem permite que o indivíduo com TEA desenvolva capacidades de escolha e tomada de decisão, essenciais para uma vida com dignidade e qualidade.
Estudos recentes corroboram os benefícios dessa intervenção.
Penha (2020) observou que a Arteterapia ajuda a amenizar os sintomas do TEA, melhorando não apenas a qualidade de vida das crianças, mas também de seus cuidadores. O autor ainda enfatiza que essa prática estimula o desenvolvimento mental e emocional, promovendo o autoconhecimento e fortalecendo a interação social. Brant (2018), por sua vez, destaca os efeitos positivos nas áreas psicomotoras e sensoriais, onde o uso do espaço lúdico e criativo facilita o processo de desenvolvimento infantil.
Por ser uma abordagem que combina arte e psicologia, a Arteterapia permite que as crianças com TEA expressem suas emoções de maneira simbólica e não verbal, como descrevem Costa, Carolino e Costa (2010). Isso é fundamental, já que, de acordo com Tamanah, Perissonoto e Chiari (2008), o TEA se manifesta, entre outros sintomas, pela dificuldade de interação social e pela limitação na comunicação verbal e não verbal.
A intervenção precoce, como destaca Bernier, Dawson e Nigg (2021), é essencial para o desenvolvimento dessas crianças, pois quanto mais cedo o tratamento é iniciado, melhores são os resultados nas áreas afetadas.
Entretanto, apesar dos avanços, ainda há uma escassez de pesquisas aprofundadas sobre o impacto da Arteterapia no TEA, especialmente no Brasil, como relatado pelo Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC, 2022). A crescente taxa de diagnósticos de autismo no mundo levanta a necessidade de um maior número de estudos que explorem as contribuições dessa intervenção para crianças com TEA, de forma a garantir uma melhor qualidade de vida e um desenvolvimento mais pleno.
Diante do exposto, é possível destacar os resultados práticos da Arteterapia no contexto de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Através das atividades artísticas, observa-se que essa abordagem terapêutica proporciona importantes benefícios, como a expressão de sentimentos e questões internas que, devido às limitações na comunicação verbal e às dificuldades de interação social, dificilmente seriam externadas por outros meios.
O Psicologo diante das possibilidades da Arte Terapia com crianças com TEA.
A arte-terapia é uma abordagem que vem ganhando espaço na Psicologia, especialmente no trabalho com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esta técnica utiliza expressões artísticas para facilitar a comunicação entre o paciente e o psicólogo, promovendo um canal de expressão que supera as limitações da linguagem verbal. Segundo Silva e Navarro, a arte-terapia permite uma avaliação detalhada do comportamento e das emoções da criança com TEA, contribuindo para a redução de sintomas e o desenvolvimento das áreas sensoriais e psicomotoras (2023). Esse recurso terapêutico proporciona ao psicólogo uma possibilidade de conexão mais profunda com a criança, viabilizando o acesso aos aspectos subjetivos que muitas vezes não conseguem ser expressos verbalmente.
A arteterapia é um ´‘processo predominantemente não verbal, por meio das artes plásticas e da dramatização, que acolhe o ser humano com toda sua complexidade e dinamicidade’” (COQUEIRO et al., 2010, p. 860)
Estudos indicam que a arte-terapia, além de auxiliar na expressão emocional, promove benefícios para o desenvolvimento cognitivo e social de crianças com TEA. Coqueiro et al. afirmam que a arte-terapia facilita o resgate de formas de comunicação espontânea, permitindo à criança experimentar a própria criatividade, o que impacta positivamente sua autoestima e o equilíbrio emocional. Essa prática busca acolher o ser humano em sua totalidade, integrando aspectos cognitivos, motores e afetivos, o que é essencial na saúde mental (COQUEIRO et al., 2010). Ademais, a arte-terapia se baseia na livre expressão criativa, valorizando o processo de criação sem focar em técnicas ou resultados estéticos, promovendo o desenvolvimento individual de acordo com as necessidades e interesses da criança.
Para crianças com TEA, as possibilidades de expressão proporcionadas pela arte-terapia são ainda mais significativas, pois essas crianças apresentam déficits na reciprocidade social e na comunicação, além de padrões de comportamento restritivos e repetitivos. Através das atividades artísticas, elas conseguem projetar seus sentimentos e pensamentos de forma concreta e tangível, o que ajuda a minimizar a ansiedade e outros conflitos emocionais que muitas vezes permanecem internalizados. Segundo Cavallari, a prática artística auxilia o psicólogo a entender melhor como a criança interage com o ambiente e como ela enxerga o próprio universo, permitindo uma intervenção mais ajustada ao perfil único de cada paciente com TEA (CAVALLARI, 2023).
A arte-terapia para crianças com TEA também se apresenta como uma oportunidade para a melhoria das habilidades sociais e cognitivas. Através do contato com o processo criativo, essas crianças são incentivadas a se comunicar e a interagir com o psicólogo e outros participantes em sessões grupais. Nesse contexto, o uso de materiais artísticos, como tintas, argila e lápis de cera, torna-se um meio de comunicação alternativo que apoia a expressão das emoções e favorece a construção de vínculos. Além disso, a repetição e a prática das atividades criativas em um ambiente estruturado, mas acolhedor, proporcionam à criança com TEA um espaço onde ela pode explorar novas formas de interação e autonomia (SILVA; NAVARRO, 2023).
Ao considerar a aplicação da arte-terapia com esse público, é importante que o psicólogo compreenda as particularidades do desenvolvimento infantil e as limitações impostas pelo TEA. A arte-terapia pode incluir abordagens diversas, como a psicanalítica, que trabalha a expressão de conflitos internos através da criação artística; a junguiana, que vê a arte como uma via para acessar o inconsciente; e a gestáltica, que se foca na percepção do sujeito sobre si mesmo. Cada uma dessas abordagens auxilia o psicólogo a adaptar a prática para as necessidades específicas da criança, fortalecendo o processo de autoconhecimento e permitindo que ela se aproprie das próprias emoções e identidades (REIS, 2014).
Portanto, o uso da arte-terapia para crianças com TEA é uma prática que possibilita múltiplos benefícios. A criança encontra no ambiente terapêutico uma oportunidade de expressar sentimentos que não consegue verbalizar, o que contribui para a diminuição de barreiras emocionais e para o fortalecimento de sua confiança no processo terapêutico. O psicólogo, por sua vez, encontra na arte-terapia um recurso valioso para acessar a subjetividade da criança e fomentar seu desenvolvimento integral, atuando não apenas na mitigação de sintomas, mas também na promoção de uma melhor qualidade de vida para a criança com TEA.
2. JUSTIFICATIVA
Este trabalho justifica-se por sua contribuição teórica para estudantes e interessados no tema da Arteterapia em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Além disso, visa colaborar com o processo de conscientização sobre a importância da saúde mental infantil por meio de atividades lúdicas, ressaltando a necessidade de cuidado, proteção e promoção da liberdade para essas crianças.
3. HIPÓTESE
Estima-se que a Arteterapia, seja uma intervenção eficaz no desenvolvimento emocional, social e motor de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A prática das atividades arte terapêuticas pode facilitar a expressão emocional, melhorar a comunicação não verbal e promover a interação social, contribuindo para o processo de socialização e adaptação dessas crianças.
4. OBJETIVOS
4.1 Geral
Ressaltar a importância da arte terapia como intervenção terapêutica para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) focando em seu impacto no desenvolvimento das habilidades de comunicação, interação social e expressão emocional.
4.2 Específicos
- Apresentar o conceito de Arte Terapia.
- Retratar os efeitos da arte-terapia nas habilidades de comunicação, interação social e expressão emocional crianças com TEA.
- Retratar os efeitos da arte-terapia nas habilidades de comunicação, interação social e expressão emocional crianças com TEA.
5. METODOLOGIA
O método é a ordem que engloba processos que caminham para um fim ou resultado desejado. Será utilizado o procedimento de Pesquisa Bibliográfica, que se caracteriza a partir do levantamento de referências teóricas já verificadas e publicadas em revistas científicas. Este trabalho se dá unicamente por meio das pesquisas, revelando as referências teóricas publicadas acerca do tema (GIL, 2002).
Tal procedimento é o meio mais viável para explicitar a questão problema.
Foram feitas buscas em base de dados como Google Acadêmico, plataformas científicas como Scielo (Scientific Eletronic Library On- line), bem como em obras clínicas, artigos e livros. As palavras chave usadas foram: arte terapia, Transtorno do espectro autista e psicologia infantil.
A pesquisa bibliográfica “reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente” (GIL, 2002, p. 45).
Quanto ao nível do trabalho, ele se classifica como exploratório, onde objetiva se em proporcionar uma maior familiaridade com o problema e assim permitindo a construção de hipóteses.
Seu planejamento é bastante flexível e contorna muito bem o modo da Revisão Bibliográfica, onde não haverá sistematização e a escolha dos escritos se darão por meio da qualidade revisada (GIL, 2002).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente revisão bibliográfica evidenciou que a arteterapia é uma intervenção terapêutica promissora para o desenvolvimento das habilidades de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). As atividades artísticas utilizadas nesse contexto oferecem um meio de comunicação alternativo e lúdico, promovendo o desenvolvimento social, emocional e cognitivo das crianças, especialmente aquelas que apresentam limitações na comunicação verbal. Dessa forma, a arteterapia contribui significativamente para a criação de um ambiente terapêutico inclusivo, onde as crianças podem expressar seus sentimentos de maneira segura e acolhedora.
Além disso, essa prática oferece oportunidades para que as crianças com TEA desenvolvam suas capacidades de interação social, potencializando suas habilidades de comunicação e facilitando a construção de vínculos afetivos. A presença de um psicólogo qualificado é fundamental para direcionar o uso das atividades artísticas, permitindo uma intervenção que respeite o ritmo e as necessidades individuais de cada criança, contribuindo para o fortalecimento de sua autoestima e autonomia.
Dessa forma, é possível concluir que a arteterapia não apenas complementa as intervenções tradicionais, mas também enriquece o processo terapêutico, proporcionando benefícios que impactam positivamente a qualidade de vida das crianças e suas famílias. Assim, a inclusão dessa abordagem no tratamento de crianças com TEA se apresenta como uma prática que amplia as possibilidades de desenvolvimento e promove um futuro mais integrado e inclusivo.
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