A FISIOTERAPIA AQUÁTICA EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

AQUATIC PHYSIOTHERAPY IN PATIENTS WITH FIBROMYALGIA: A BIBLIOGRAPHIC REVIEW

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11548650


Julia Vitória Dias Biermann1
Larissa Reis Barbosa2
Thifany Da Silva Gomes3
Orientador: Prof. Me. Nelson Ayres Barradas De Freitas4


RESUMO:

Introdução: A Fibromialgia (FM) é considerada uma condição reumatológica sendo uma doença crônica e sistêmica com características de dores musculares generalizadas difusas. A hidroterapia tem grande importância no tratamento, a água tem características terapêuticas que são benéficas sensórios motores e psicológicos aos pacientes de FM e a cinesioterapia traz benefícios através dos exercícios de baixa intensidade. Objetivo: Realizar um estudo abrangente sobre o papel da fisioterapia aquática no tratamento de pacientes com fibromialgia, analisando sua eficácia, benefícios e possíveis mecanismos de ação. Metodologia: O seguinte estudo trata- se de uma Revisão de Literatura que consistiu no levantamento bibliográfico através dos bancos de dados Scientific Electronic Library Online, PubMed e Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, com buscas delimitadas nos idiomas português e inglês, publicados entre janeiro de 2013 a dezembro de 2023. Resultados: Foram realizadas as buscas nos bancos de dados selecionados, onde inicialmente foram obtidos 102 artigos submetidos a metodologia de busca, onde ao final foram selecionados 10 artigos para compor este estudo. Conclusão: Esta revisão bibliográfica concluiu que a fisioterapia aquática em pacientes com fibromialgia, apresenta benefícios terapêuticos em termos de redução da dor, melhoria da função física, redução da fadiga e impacto positivo na qualidade de vida.

Palavras-chave: Fisioterapia Aquática. Fibromialgia. Pontos Gatilhos.

ABSTRACT:

Introduction: Fibromyalgia (FM) is considered a rheumatological condition and is a chronic and systemic disease with characteristics of diffuse generalized muscle pain. Hydrotherapy is of great importance in the treatment, water has therapeutic characteristics that are beneficial to FM patients’ motor and psychological sensors and kinesiotherapy brings benefits through low-intensity exercises. Objective: To carry out a comprehensive study on the role of aquatic physiotherapy in the treatment of patients with fibromyalgia, analyzing its effectiveness, benefits and possible mechanisms of action. Methodology: The following study is a Literature Review that consisted of a bibliographical survey through the Scientific Electronic Library Online, PubMed and Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences databases, with delimited searches in Portuguese and English, published between January 2013 and December 2023. Results: Searches were carried out in the selected databases, where 102 articles submitted to the search methodology were initially obtained, and in the end 10 articles were selected to compose this study. Conclusion: This literature review concluded that aquatic physiotherapy in patients with fibromyalgia presents therapeutic benefits in terms of reducing pain, improving physical function, reducing fatigue and having a positive impact on quality of life.

Keywords: Aquatic Physiotherapy. Fibromyalgia. Trigger Points.

1. INTRODUÇÃO

A Fibromialgia (FM) é considerada uma condição reumatológica sendo uma doença crônica e sistêmica com características de dores musculares generalizadas difusas, pontos dolorosos à palpação e ausência de processos inflamatórios articulares ou musculares, podendo ocasionar comprometimento funcional.1-2

Os pacientes de FM apresentam geralmente quadro de algia, fadiga, rigidez muscular, articular e baixa tolerância de atividades, algumas outras características psicológicas são encontradas como altos níveis de ansiedade, depressão e percepção ao estresse. Prejudicando a qualidade de vida dos pacientes podendo ocorrer em mulheres de 40 a 55, tendo sua etiologia e fisiopatologia ainda não muito explorada e desenvolvida.1-2

Uma visão integrada que envolva diferentes profissionais de saúde pode proporcionar melhores resultados e uma melhor qualidade de vida para os pacientes. Uma abordagem multidisciplinar pode incluir profissionais como médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais, entre outros. Cada profissional desempenha um papel importante no tratamento da fibromialgia, focando em aspectos específicos da condição e fornecendo intervenções adequadas.2

O tratamento mais eficaz se aplica a Fisioterapia Aquática (FA) que tem o intuito de promover o relaxamento muscular, a redução de espasmos musculares, o aumento de ganho de tolerância do indivíduo à atividade física, cardiorrespiratória e o nível de resistência ao exercício. Por intermédio da água aquecida e de ausência da gravidade, sem impacto, proporciona grande alívio dos sintomas da FM.2

A epidemiologia da FM é complexa e ainda não é totalmente compreendida. Diversos estudos mostram prevalência no sexo feminino. A prevalência global varia de acordo com as regiões, mas estima-se que oscile entre 2% e 8% em todo o mundo, segundo a Liga Europeia, contra o Reumatismo (EULAR) apontam a prevalência em geral de 2% na população, sendo 8 mulheres afetadas para cada homem. Diferente do Brasil onde a prevalência é de 2,5%.3

A Fisioterapia Aquática tem grande importância no tratamento, a água tem características terapêuticas que são benéficas sensórios motores e psicológicos aos pacientes de FM e a cinesioterapia traz benefícios através dos exercícios de baixa intensidade como alongamentos e caminhadas que resultam positivamente na qualidade de vida e bem-estar físico e mental dos pacientes.4-5

As técnicas mais utilizadas e fundamentadas dentro da fisioterapia aquática são: o método Bad Ragaz, Halliwick e Watsu. A proposta inicialmente da técnica Bad Ragaz consiste em trabalhar com exercícios resistidos, promovendo a estabilização de tronco e executados em um plano horizontal. As manobras atuais dessa técnica incluem movimentos com planos diretos e padrões diagonais com resistência e estabilização efetuadas pelo fisioterapeuta.6-7

O principal propósito do método Halliwick é destacar as habilidades dos pacientes na água proporcionando independência, enfatizando a capacidade funcional e não as suas limitações. Na técnica de Watsu, a finalidade é a de favorecer a tensão muscular, aprimorar a postura e auxiliar nas dores, assim também melhorando a amplitude de movimento e contribuindo para uma boa qualidade de vida.7-8

Através das propriedades da água, que deve encontrar-se entre 30°C a 34°C, a colaboração para o conforto e alívio da rigidez muscular vinculada a abrangência de técnicas fisioterapêuticas aplicadas no tratamento da FM, que dispõe de movimentos lentos que darão suporte para o corpo possibilitando a eficiência nos alongamentos e um maior avanço na mobilidade.8

Apesar do crescente interesse na fisioterapia aquática como uma intervenção complementar para pacientes com fibromialgia, a evidência científica que apoia sua eficácia e os mecanismos subjacentes ainda não são totalmente compreendidos. Portanto, há uma lacuna significativa no conhecimento que justifica a realização de pesquisas adicionais nesta área. Visto isso, a questão norteadora que norteou este estudo foi: “A fisioterapia aquática tem eficácia no alivio da algia em pacientes com Fibromialgia?”.

Justifica-se a realização deste estudo, visando um melhor entendimento sobre os efeitos da fisioterapia aquática no tratamento de pacientes com diagnóstico de Fibromialgia. Os resultados deste estudo fornecerão insights valiosos sobre a eficácia da fisioterapia aquática como uma intervenção terapêutica para pacientes com fibromialgia, contribuindo para a base de evidências científicas nesta área e fornecendo orientações para profissionais de saúde na elaboração de planos de tratamento mais eficazes e personalizados para essa população.

2. OBJETIVOS

2.1.   OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo abrangente sobre o papel da fisioterapia aquática no tratamento de pacientes com fibromialgia, analisando sua eficácia, benefícios e possíveis mecanismos de ação.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  1. Analisar os efeitos da fisioterapia aquática na redução da dor em pacientes com fibromialgia;
  2. Identificar os possíveis mecanismos fisiológicos e psicológicos pelos quais a fisioterapia aquática exerce seus efeitos terapêuticos em pacientes com fibromialgia;
  3. Explorar as recomendações clínicas e práticas para a incorporação da fisioterapia aquática nos protocolos de tratamento para pacientes com fibromialgia;
  4. Sintetizar os principais achados da revisão bibliográfica e destacar lacunas de pesquisa que necessitam de investigação adicional.

3. MARCO TEÓRICO

3.1. FIBROMIALGIA

A fibromialgia (FM) é uma doença crônica caracterizada por dor generalizada no corpo, sensibilidade aumentada aos estímulos, fadiga e distúrbios do sono. É uma condição complexa e multifatorial que afeta predominantemente as mulheres.9

Esta doença é definida pela American College of Rheumatology (ACR) como uma síndrome de dor generalizada e crônica, associada à sensibilidade em pontos específicos, conhecidos como pontos dolorosos. Esses pontos dolorosos, também chamados de pontos de tender, são áreas específicas do corpo que são sensíveis ao toque e pressão leve. Além de ser uma condição complexa que vai além da dor generalizada. Além dos sintomas físicos, a FM também pode afetar o bem-estar emocional, a qualidade de vida e a funcionalidade dos indivíduos afetados.10-11

A causa exata da FM ainda é desconhecida, mas estudos sugerem que vários fatores podem estar envolvidos no seu desenvolvimento. Entre eles, destacam-se os fatores genéticos, os fatores psicossociais, como o estresse crônico e traumas emocionais, e as alterações neuroquímicas, como disfunções nos sistemas de neurotransmissores envolvidos na regulação da dor, como a serotonina e a dopamina. A FM é considerada uma síndrome de sensibilização central, envolvendo anormalidades no processamento da dor no sistema nervoso central. Isso significa que a percepção da dor é amplificada no cérebro, resultando em sensibilidade aumentada aos estímulos dolorosos.12

Além da dor generalizada, a FM está frequentemente associada a outros sintomas, como fadiga persistente, distúrbios do sono, problemas de memória e concentração (chamados de neblina mental) e alterações de humor, como ansiedade e depressão. Esses sintomas podem ser resultado de anormalidades nos sistemas de neurotransmissores no cérebro, que estão envolvidos no processamento da dor, sono e humor.13

Além da dor e da sensibilidade aumentada, a FM está frequentemente associada a uma série de comorbidades, que são condições médicas que coexistem com a FM. Estudos mostram que cerca de 75% dos pacientes com FM apresentam pelo menos uma comorbidade, sendo as mais comuns a síndrome do intestino irritável, a enxaqueca, a síndrome da fadiga crônica, a síndrome das pernas inquietas e as disfunções temporomandibulares.13

O diagnóstico da FM é baseado em critérios clínicos, que incluem a presença de dor generalizada por pelo menos três meses e sensibilidade em pelo menos 11 dos 18 pontos dolorosos específicos identificados pela ACR. Porém, é um diagnóstico desafiador, uma vez que não existem exames laboratoriais ou de imagem específicos para confirmar a presença da doença. No entanto, é importante ressaltar que a FM é uma condição complexa e pode variar de pessoa para pessoa, com sintomas e intensidade variáveis.14

O manejo da FM envolve uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir medicamentos como analgésicos, antidepressivos e relaxantes musculares, podem ser prescritos para aliviar a dor, melhorar o sono e tratar os sintomas associados, como a depressão e a ansiedade. No entanto, é importante destacar que a terapia medicamentosa deve ser individualizada, levando em consideração as necessidades e as características de cada paciente.15-16

Além dos medicamentos, abordagens não farmacológicas também desempenham um papel importante no manejo da FM. A fisioterapia desempenha um papel fundamental, com a realização de exercícios físicos adequados, como a fisioterapia aquática que utiliza a água como meio de tratamento, proporcionando alívio da dor, fortalecimento muscular e melhora da função física. Outras terapias, como a terapia cognitivo-comportamental, a acupuntura, a terapia ocupacional e programas de exercícios físicos adaptados também podem ser benéficas para o manejo dos sintomas da FM.16

A abordagem terapêutica mais eficaz para a FM envolve uma combinação de tratamentos que abordem os diferentes aspectos da doença, como a dor, o sono e os sintomas emocionais.17

3.2. FISIOTERAPIA AQUÁTICA

A fisioterapia aquática é uma forma de terapia física que utiliza a água como meio de tratamento. Essa modalidade terapêutica combina os princípios da hidroterapia (uso da água como agente terapêutico) e da cinesioterapia (terapia por meio do movimento), proporcionando benefícios para diversas condições de saúde.18

No contexto da fisioterapia aquática, os exercícios terapêuticos são realizados dentro da água, geralmente em uma piscina terapêutica ou ambiente similar. A água aquecida é frequentemente utilizada para melhorar a circulação sanguínea e promover o relaxamento muscular. Os exercícios na água podem envolver movimentos articulares, fortalecimento muscular, alongamento, resistência e equilíbrio, adaptados às necessidades individuais do paciente.19

As propriedades físicas da água se mostram relevantes para a fisioterapia, sendo elas: a flutuabilidade (permite que o peso corporal seja reduzida), viscosidade (proporciona resistência ao movimento), pressão hidrostática (a pressão aumenta com a profundidade), temperatura (proporciona terapia térmica) e hidrodinâmica (resistência suave e multidirecional). Essas propriedades se mostram uma ferramenta versátil e bastante eficaz na fisioterapia, permitindo uma ampla gama de exercícios e modalidades de tratamento para pacientes com várias condições médicas.19-20

Diversos estudos têm investigado os benefícios dessa terapia em diferentes condições, como reabilitação ortopédica, lesões musculoesqueléticas, doenças neurológicas e condições crônicas, incluindo fibromialgia e artrite reumatoide. A Fisioterapia Aquática é dividida entre 3 principais métodos, sendo eles: Método Bad Ragaz, Método Halliwick e Método Watsu.20-21

O método Bad Ragaz é uma técnica de fisioterapia aquática que utiliza exercícios resistidos realizados em flutuação, dentro de uma piscina aquecida (Figura 1 e 2). Originado na Suíça, esse método baseia-se na estabilização central e na resistência manual do terapeuta para melhorar a força muscular, a coordenação, a mobilidade articular e o controle postural do paciente. É frequentemente usado para reabilitação de pacientes com condições neurológicas, ortopédicas e musculoesqueléticas, proporcionando um ambiente de baixo impacto que facilita movimentos que podem ser difíceis ou dolorosos em terra.22-23

Figura 1 e 2 – Método Bad Ragaz.

(Fonte: Própria)

Já o método Halliwick é uma abordagem terapêutica e educacional que utiliza a água para promover habilidades motoras, equilíbrio e independência em pessoas com deficiências físicas e intelectuais (Figura 3 e 4). Desenvolvido por James McMillan na década de 1940, este método se baseia em princípios de hidrodinâmica e controle postural, e envolve uma série de atividades e exercícios realizados na água. O objetivo é desenvolver a confiança, o controle do corpo e a habilidade de nadar, através de um programa estruturado de dez pontos que inclui a adaptação à água, controle respiratório, equilíbrio estático e dinâmico, e a habilidade de nadar de forma independente. 22-23

Figura 3 e 4 – Método Halliwick.

(Fonte: Própria)

Por fim, o Método Watsu é uma técnica de terapia aquática que combina massagem, alongamento e movimentos suaves realizados em água aquecida (Figura 5 e 6). Desenvolvida por Harold Dull na década de 1980, a prática envolve um terapeuta que suporta e movimenta o corpo do paciente, criando uma sensação de leveza e relaxamento profundo. A água morna ajuda a relaxar os músculos, permitindo que o corpo se mova com mais liberdade e reduzindo a tensão. Watsu é frequentemente utilizado para promover o bem-estar físico e emocional, aliviar dores musculares e articulares, e melhorar a flexibilidade e a circulação. 22-23

Figura 5 e 6 – Método Watsu.

(Fonte: Própria)

Entende-se que a fisioterapia aquática apresenta uma eficácia no tratamento de pacientes com osteoartrite. Os resultados mostraram que os exercícios na água promoveram uma melhora significativa na dor, função física e qualidade de vida desses pacientes.24

Já foram investigados os efeitos desta terapia em pacientes com dor lombar crônica. Os resultados demonstraram que a terapia aquática foi eficaz na redução da dor, melhora da função e aumento da qualidade de vida desses pacientes em comparação com um grupo controle que recebeu tratamento padrão.25

Além disso, a fisioterapia aquática também tem sido aplicada em pacientes com doenças neurológicas, como a doença de Parkinson. Avaliou os efeitos da mesma em pacientes com doença de Parkinson e constatou melhorias significativas na função motora, equilíbrio e qualidade de vida desses pacientes.26

Esses estudos evidenciam os benefícios da fisioterapia aquática como forma de tratamento complementar em diversas condições de saúde. A água proporciona um ambiente seguro e de baixo impacto, permitindo a realização de exercícios com menor carga nas articulações e nos músculos. Além disso, a resistência da água contribui para o fortalecimento muscular e o aumento da resistência física.27

3.3. FISIOTERAPIA AQUÁTICA PARA A MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM FIBROMIALGIA

A fibromialgia (FM) é uma condição crônica caracterizada por dor generalizada, sensibilidade aumentada, fadiga e distúrbios do sono. Embora a causa exata da FM ainda seja desconhecida, diversos fatores têm sido associados ao seu desenvolvimento, incluindo fatores genéticos, disfunções neuroquímicas e influências psicossociais.28

A fisioterapia aquática envolve a realização de exercícios terapêuticos na água, aproveitando os benefícios proporcionados pelo ambiente aquático. Ao realizar exercícios na água, os pacientes se beneficiam das propriedades físicas e terapêuticas únicas desse ambiente. A água aquecida promove relaxamento muscular, alívio da dor e melhora da circulação sanguínea, enquanto a flutuabilidade reduz o impacto nas articulações e facilita o movimento.29

A viscosidade apresenta benefícios na construção de força muscular e resistência, já a pressão hidrostática auxilia na redução do inchaço e melhora da circulação sanguínea, por fim a hidrodinâmica se mostra benéfica para melhorar o equilíbrio, a coordenação e a propriocepção.29

Promove redução significativa da dor, fadiga e rigidez muscular, além de melhorias na força muscular e na capacidade funcional dos pacientes. Além da melhora do humor, e aumento da qualidade de vida desses pacientes.30

Essa técnica também se mostra eficaz na melhoria dos aspectos físicos, sociais e emocionais da qualidade de vida desses pacientes, comparando os efeitos da fisioterapia aquática com a terapia terrestre em pacientes com FM. Os resultados mostraram que a terapia aquática foi mais eficaz na redução da dor e fadiga, bem como na melhora da qualidade do sono e da função física em comparação com a terapia terrestre.31

Os efeitos da fisioterapia aquática combinada com educação em saúde em pacientes com os sintomas de FM e os resultados demonstraram que essa abordagem terapêutica promoveu uma redução significativa da dor, fadiga e sintomas depressivos, além de melhorias na qualidade do sono desses pacientes, revelando também que a fisioterapia aquática promoveu melhorias significativas na autoestima, autoeficácia e bem-estar psicológico desses pacientes.31-32

A adesão à fisioterapia aquática também é um fator importante a ser considerado, pois os pacientes com FM apresentaram maior adesão aos programas de fisioterapia aquática em comparação com outros tipos de exercícios terrestres, devido ao ambiente acolhedor, sensação de flutuação e redução do impacto.33-34

Esses estudos destacam a eficácia e funcionalidade desta terapia como uma opção terapêutica no manejo da FM, pois, os exercícios realizados na água proporcionam uma forma de atividade física de baixo impacto, que minimiza a sobrecarga nas articulações e nos tecidos musculares, ao mesmo tempo em que promove o fortalecimento muscular, a melhoria da flexibilidade e a redução da dor.34

3.3.1.  O aumento da amplitude de movimento

O aumento da amplitude de movimento é um aspecto importante a ser considerado no tratamento de pacientes com FM, uma condição caracterizada por dor crônica e sensibilidade aumentada em várias regiões do corpo, a fisioterapia aquática também tem sido estudada como uma abordagem terapêutica eficaz para melhorar a amplitude de movimento nesses pacientes.35-36

Foi realizado um estudo, onde foram avaliados os efeitos da fisioterapia aquática em mulheres com FM e observou-se um aumento significativo na amplitude de movimento das articulações do quadril e do ombro após o tratamento aquático.36-37

Comparando a fisioterapia aquática com a terapia terrestre em pacientes com FM verificou-se que a terapia resultou em um aumento maior na amplitude de movimento articular em comparação com a terapia terrestre.37

Além disso, os efeitos da fisioterapia aquática combinada com a terapia educacional em pacientes com FM e os resultados demonstraram que o grupo de fisioterapia aquática apresentou um aumento significativo na amplitude de movimento das articulações do ombro, quadril e tornozelo, em comparação com o grupo de controle.38

O tratamento fisioterapêutico aquático pode ter uma abordagem eficaz para o aumento a amplitude de movimento em pacientes com FM. O ambiente aquático proporciona suporte e resistência controlada, permitindo movimentos mais suaves e menos dolorosos.38

3.3.2. Melhora da qualidade do sono, redução dos pontos dolorosos, efeito analgésico e qualidade de vida

A fisioterapia aquática tem sido estudada como uma abordagem terapêutica promissora para melhorar diversos aspectos na vida de pacientes com FM, incluindo o sono, a redução dos pontos dolorosos e a qualidade de vida em geral.39

A qualidade do sono e a qualidade de vida são aspectos essenciais a serem considerados no manejo da FM e a fisioterapia aquática tem sido investigada como uma intervenção terapêutica capaz de promover melhorias significativas nesses aspectos.39

Além de também ter sido efetivo no tratamento dos pontos dolorosos, que são áreas sensíveis e dolorosas presente em pacientes com fibromialgia, onde os resultados demonstraram que o tratamento aquático foi eficaz na redução do número de pontos dolorosos, proporcionando alívio da dor e desconforto associados à condição, sugerindo que a terapia pode ter um efeito analgésico e anti-inflamatório. Pois, o ambiente aquático oferece uma oportunidade única para exercícios suaves e de baixo impacto, permitindo a realização de movimentos terapêuticos sem sobrecarregar as articulações sensíveis.40

Os efeitos desta terapia na qualidade de vida de pacientes com FM e as decorrências mostraram melhorias significativas em várias dimensões da qualidade de vida, incluindo a saúde física, a vitalidade, a saúde mental e a função social.40

Através do uso terapêutico da água, essa abordagem pode oferecer alívio da dor e melhorar a qualidade de vida desses pacientes com FM e constata-se que o tratamento aquático resultou em redução significativa da dor e melhora da função física, o que sugere que este tratamento pode agir como um agente analgésico para pacientes com esta doença, pois o ambiente aquático oferece propriedades terapêuticas únicas, como a flutuabilidade, temperatura e pressão hidrostática, que contribuem para o efeito analgésico.41

Esses estudos evidenciam que a fisioterapia aquática pode desempenhar um papel importante na promoção de um sono mais reparador e na melhora da qualidade de vida em pacientes com FM, reduzir os pontos dolorosos, agir como analgésico e aprimorar a qualidade de vida em pacientes com FM e o ambiente aquático proporciona um efeito analgésico, relaxante e suportável, permitindo que os pacientes realizem exercícios de forma mais confortável e sem impacto excessivo nas articulações. No entanto, é importante ressaltar que cada indivíduo pode responder de forma diferente ao tratamento, sendo necessário adaptar as intervenções terapêuticas às necessidades e limitações de cada paciente.40-41

4. METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma Revisão de Literatura que visou reunir, analisar e sintetizar informações provenientes de estudos já existentes sobre a importância da fisioterapia aquática no tratamento de pacientes com Fibromialgia, realizado como parte de formação do curso de Fisioterapia na Universidade de Nova Iguaçu.

A metodologia adotada consistiu no levantamento bibliográfico através dos bancos de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), PubMed e Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). As buscas foram delimitadas nos idiomas português e inglês, publicados entre janeiro de 2013 a dezembro de 2023.

Os descritores selecionados foram escolhidos através dos operadores booleanos “AND”, “OR” e “NOT” pelos descritores em ciências da saúde (DeCS), sendo eles: Fisioterapia Aquática / Aquatic Physiotherapy; Fibromialgia / Fibromyalgia; Pontos Gatilhos / Trigger Points.

Os critérios de inclusão selecionados foram: Estudos com texto completo, publicados entre 2013 a 2023, gratuitos, aplicados em pacientes com Fibromialgia, que abordem diretamente a Fibromialgia e seus pontos gatilhos, que investiguem a eficácia da fisioterapia aquática como intervenção principal ou complementar no tratamento de pacientes com fibromialgia, que utilizaram medidas de resultado relevantes, como dor, qualidade de vida, função física, entre outras, para avaliar os efeitos da fisioterapia aquática.

Os critérios de exclusão selecionados foram: artigos incompletos, pagos, aplicados em outros grupos de pacientes, fora da janela de publicação, que não abordam diretamente a fisioterapia aquática como intervenção para pacientes com fibromialgia, que não fornecem informações detalhadas sobre os métodos utilizados na intervenção ou na avaliação dos resultados e com metodologia inadequada ou de baixa qualidade.

Como critério de busca, inicialmente foram selecionados artigos publicados nos bancos de dados pré-selecionados, aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, leitura do título, descritores e resumos, leitura na íntegra e seleção dos artigos para a inclusão nesta revisão de literatura.

5. RESULTADOS

Foram realizadas as buscas nos bancos de dados SciELO, PubMed e LILACS, onde inicialmente foram obtidos 102 artigos que citaram a atuação da fisioterapia aquática em pacientes com Fibromialgia. Após a leitura dos títulos e resumos desses artigos inicialmente identificados, foram excluídos 39 artigos restando 63 artigos. Posteriormente à aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram excluídos 25 artigos, restando 38 artigos para leitura completa.

Desses 38 artigos, 28 deles foram excluídos por apresentarem informações incompletas e ao final foram incluídos 10 artigos para discussão no presente estudo, conforme se observa no fluxograma abaixo.

Figura 1 – Fluxograma da busca dos artigos.

(Fonte: Própria)

Ao final, foram selecionados 10 artigos para compor este estudo, sendo desmembrados em autor/ano, título, revista/ qualis / fator de impacto, tipo de estudo, métodos avaliativos, metodologia e conclusão, conforme a tabela abaixo (Quadro 1).

Quadro 1 – Descrição dos artigos obtidos.

6. DISCUSSÃO

O estudo de Latorre et al.51 investigou o impacto de um programa de treinamento físico de 24 semanas, combinando exercícios na água e em terra, em mulheres com fibromialgia. 72 participantes foram divididas em um grupo de exercícios (n=42) e um grupo controle (n=30), onde diversas variáveis foram avaliadas, incluindo dor, capacidade funcional, composição corporal e aspectos psicológicos. O protocolo de atendimento durou 72 sessões, sendo realizado 3 sessões/semana, 2 sessões na água, 1 sessão em terra. Após o protocolo de atendimento, as pacientes foram reavaliadas, onde os resultados revelaram melhorias significativas no grupo de exercícios, incluindo redução da dor, aumento da capacidade funcional (força, flexibilidade, equilíbrio e resistência), diminuição do percentual de gordura corporal e melhorias na qualidade de vida relacionada à saúde e impacto da fibromialgia. Ao final, os autores concluíram que o programa de treinamento físico foi eficaz na melhoria do bem-estar e na redução dos sintomas em mulheres com fibromialgia ao longo das 24 semanas de intervenção.

Neira et al.47 também realizou um protocolo avaliando os efeitos da terapia aquática versus a terapia terrestre em pacientes com Fibromialgia. O estudo envolveu 40 mulheres com fibromialgia divididas aleatoriamente em dois grupos: Terapia Aquática ou Terapia Terrestre. Ambos os grupos participaram de sessões estruturadas de 60 minutos, compostas por aquecimento, exercícios proprioceptivos, alongamentos e relaxamento, realizadas três vezes por semana durante três meses. Os resultados obtidos forneceram informações detalhadas sobre duas intervenções fisioterapêuticas para o manejo da fibromialgia.

Outro estudo que comparou a Fisioterapia Aquática e a Cinesioterapia foi o de Sousa et al.45, onde avaliou 17 pacientes do sexo feminino com FM divididas em dois grupos: grupo I (cinesioterapia) e grupo II (hidrocinesioterapia). Foram utilizadas medidas de dor (Escala Visual Analógica), fadiga (Escala de Chalder) e capacidade funcional (Teste de Caminhada de Seis Minutos). Os resultados mostraram que ambos os grupos tiveram redução significativa da dor e da fadiga após a reabilitação. No entanto, a cinesioterapia no solo foi mais eficaz na redução da dor e da fadiga, enquanto a hidrocinesioterapia mostrou maior melhora na capacidade funcional. Os autores concluíram que ambas as abordagens são eficazes no tratamento da FM, mas a escolha entre elas pode depender dos objetivos específicos do paciente.

Os estudos de Latorre et al.51, Neira et al.47 e Sousa et al.45 investigaram os efeitos de diferentes intervenções fisioterapêuticas no tratamento da Fibromialgia. Latorre et al.51 focou em um programa de treinamento físico de 24 semanas, combinando exercícios na água e em terra, resultando em melhorias significativas na redução da dor, aumento da capacidade funcional e melhoria na qualidade de vida das pacientes. Neira et al.47 comparou a terapia aquática com a terapia terrestre, enquanto Sousa et al.52 comparou a cinesioterapia com a hidrocinesioterapia. Ambos os estudos demonstraram eficácia nas intervenções, com resultados variando entre redução da dor, fadiga e melhora na capacidade funcional. A escolha entre as intervenções pode depender dos objetivos específicos do paciente, como destacado por Sousa et al., que apontaram a cinesioterapia como mais eficaz na redução da dor e fadiga, enquanto a hidrocinesioterapia mostrou maior melhora na capacidade funcional.

Letieri et al.50 realizou um estudo onde investigou os efeitos do tratamento por hidroterapia na qualidade de vida, percepção da dor e gravidade da depressão em pacientes com fibromialgia. Um total de 64 mulheres foram divididas em dois grupos: hidrocinesioterapia (n=33) e grupo controle (n=31). Os participantes foram submetidos a 15 semanas de tratamento em piscina aquecida, com duas sessões semanais de 45 minutos cada. Os exercícios incluíam condicionamento cardiovascular, treino de força, mobilidade, coordenação, equilíbrio, alongamento e relaxamento muscular. As avaliações foram feitas através da Escala Visual Analógica de Dor, Questionário de Impacto da Fibromialgia e Inventário de Depressão de Beck. Os resultados obtidos demonstraram melhorias significativas na percepção da dor, qualidade de vida e sintomas de depressão no grupo de hidroterapia em comparação ao grupo controle. Os autores então concluíram que a hidrocinesioterapia pode ser uma alternativa terapêutica eficaz para a fibromialgia.

O ensaio clínico não randomizado de Segura-Jiménez et al.49 investigou os efeitos imediatos de um programa de exercícios baseado em piscina de água quente, realizado duas vezes por semana durante 12 semanas, na dor de mulheres com fibromialgia. Trinta e três participantes foram avaliadas antes e depois de cada sessão usando uma Escala Visual Analógica. Os resultados mostraram uma diminuição média de aproximadamente 15% na dor imediatamente após a maioria das sessões, exceto na quarta. A análise revelou que a diferença na dor antes e depois de cada sessão estava associada à intensidade da dor inicial e à idade das participantes, concluindo que o programa de exercícios baseado em piscina de água quente foi eficaz na redução imediata da dor em mulheres com fibromialgia, especialmente em mulheres mais velhas e com dor mais intensa.

Silva, Spósito e Silva46 realizou um ensaio clínico descritivo e exploratório com 13 mulheres com fibromialgia. Após a coleta de dados sociodemográficos, avaliação da qualidade do sono e intensidade da dor, os participantes foram submetidos a um programa de exercícios aquáticos. Posteriormente, os questionários de qualidade do sono e a escala de dor foram aplicados novamente. Os resultados indicaram que a hidroterapia foi eficaz no tratamento da fibromialgia, melhorando a qualidade do sono e proporcionando alívio da dor.

Os estudos de Letieri et al.50, Segura-Jiménez et al.49 e Silva, Spósito e Silva46 investigaram os efeitos de diferentes formas de tratamento em mulheres com fibromialgia. Enquanto Letieri et al.50 focou na hidrocinesioterapia por 15 semanas, com resultados significativos em percepção da dor, qualidade de vida e sintomas de depressão, Segura-Jiménez et al.49 explorou um programa de exercícios baseado em piscina de água quente, demonstrando uma redução imediata da dor, especialmente em mulheres mais velhas e com dor mais intensa. Já o estudo de Silva, Spósito e Silva46, embora explorando um número menor de participantes, destacou a eficácia da hidroterapia na melhoria da qualidade do sono e no alívio da dor. Esses estudos sugerem que a fisioterapia aquática, seja por meio de exercícios específicos ou de hidrocinesioterapia, pode ser uma alternativa terapêutica eficaz para mulheres com fibromialgia, proporcionando melhorias tanto na dor quanto na qualidade de vida.

Andrade et al.44 e Andrade et al.48 realizaram estudos semelhantes onde tiveram como objetivo investigar se o treinamento físico aquático auxilia na melhora da composição corporal, aumento a capacidade da função aeróbica e melhora dos sintomas em pacientes com Fibromialgia. Ambos os estudo possuíram 54 mulheres com FM randomizadas em dois grupos: grupo treinado (GT, n=27) ou grupo controle (GC, n=27), onde foram realizadas 16 sessões de tratamento, com duração de 50 minutos, 2 vezes por semana. O estudo de Andrade et al.48 observou que o treinamento físico aquático com intensidades padronizadas não causou alterações significativas na composição corporal, mas foi eficaz em aumentar o VO2 no pico do teste de exercício cardiopulmonar em mulheres com FM. Além disso, o VO2 relacionado ao tecido magro corporal foi identificado como uma medida mais precisa das alterações na capacidade funcional aeróbica após o treinamento físico aquático.

Já Andrade et al.44 obteve como resultado melhorias significativas no consumo de oxigênio (VO2) relativo à massa corporal magra (MCM), limiar de dor à pressão (PPT), Escala Visual Analógica (EVA) de dor, bem-estar e escore do Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ). No entanto, essas melhorias não foram mantidas após 16 semanas de destreinamento.

Os estudos de Andrade et al.44 e Andrade et al.48 investigaram os efeitos do treinamento físico aquático em pacientes com FM. Ambos os estudos randomizaram 54 mulheres com FM em dois grupos, submetendo-os a 16 sessões de tratamento ao longo de um período de tempo. Andrade et al.44 descobriu que o treinamento físico aquático melhorou significativamente o consumo de oxigênio (VO2) no pico do teste de exercício cardiopulmonar, com o VO2 relacionado à massa corporal magra identificado como uma medida mais precisa da capacidade funcional aeróbica. Por outro lado, Andrade et al.48 observou melhorias significativas em vários aspectos, como VO2 relativo à massa corporal magra (limiar de dor à pressão, Escala Visual Analógica de dor, bem-estar e escore do Questionário de Impacto da Fibromialgia. No entanto, essas melhorias não foram mantidas após 16 semanas de destreinamento.

Regra et al.43 realizou um estudo longitudinal onde investigou os efeitos da terapia com dança jazz em ambiente aquático na dor, qualidade de vida, fadiga, pressão arterial sistólica e diastólica, e distância total percorrida em mulheres com fibromialgia. 10 voluntárias, com idades entre 40 e 70 anos, participaram de 22 sessões, duas vezes por semana, com duração de 20 minutos de alongamento, 30 minutos de dança e 10 minutos de relaxamento. Foram utilizados o Questionário de Impacto da Fibromialgia (QIF), Escala Borg para fadiga, Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6) e Escala Visual Analógica (EVA) para dor. Os resultados indicaram uma diferença significativa na redução da dor, porém, não houve diferença significativa na QIF, pressão arterial, fadiga ou distância total percorrida. Os autores então concluíram que a dança jazz em ambiente aquático proporcionou melhora na dor, mas não teve efeitos significativos nas outras variáveis avaliadas.

Por fim, Fonseca et al.42 realizou um estudo com o objetivo de investigar os efeitos da fisioterapia aquática e de um programa de educação em saúde em mulheres com Fibromialgia. O estudo teve como duração 11 semanas, envolvendo 46 mulheres com FM, distribuídas em grupos FA (27 mulheres) ou PEH (19 mulheres). Os resultados revelaram diferenças estatisticamente significativas dentro de cada grupo em todas as medidas de resultado, exceto na redução da dor. Entre os grupos, apenas a diminuição do impacto da FM na vida do participante foi estatisticamente significativa, indicando que os pacientes submetidos ao PEH tiveram uma diminuição maior no Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ) em comparação com aqueles tratados com FA.

Os estudos de Regra et al.43 e Fonseca et al.42 abordam intervenções diferentes para mulheres com fibromialgia. Enquanto Regra et al.43 focaram na terapia com dança jazz em ambiente aquático, Fonseca et al.42 compararam os efeitos da fisioterapia aquática com um programa de educação em saúde. Ambos os estudos tiveram duração semelhante, mas suas abordagens variaram. Regra et al.43 observaram uma redução significativa da dor com a dança jazz, enquanto Fonseca et al.40 não encontraram diferenças significativas na redução da dor entre os grupos. Entretanto, Fonseca et al.42 relataram uma diminuição maior no impacto da fibromialgia na vida do participante com o programa de educação em saúde em comparação com a fisioterapia aquática. Essas diferenças sugerem que diferentes abordagens podem ter impactos variados em diferentes aspectos da fibromialgia, destacando a importância da individualização do tratamento para atender às necessidades específicas dos pacientes.

7. CONCLUSÃO

Foi possível entender que a fibromialgia é uma condição complexa e debilitante, caracterizada por dor crônica generalizada e uma variedade de sintomas associados. Diante da complexidade dessa condição, intervenções terapêuticas eficazes são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A fisioterapia aquática emerge como uma abordagem promissora no tratamento da fibromialgia, oferecendo uma alternativa suave e eficaz para aliviar a dor e melhorar a função física e psicossocial dos pacientes.

A fisioterapia aquática é capaz de proporcionar alívio significativo da dor em pacientes com fibromialgia. Além disso, demonstram que essa modalidade terapêutica contribui para melhorias na capacidade funcional, flexibilidade, equilíbrio e resistência física dos pacientes. A natureza suave e de baixo impacto dos exercícios realizados na água proporciona um ambiente favorável para o exercício físico, permitindo que os pacientes se engajem em atividades terapêuticas de forma confortável e segura.

Houve uma compreensão aprofundada do papel crucial da fisioterapia aquática no tratamento de pacientes com fibromialgia. A análise dos estudos científicos revelou consistentemente a eficácia da fisioterapia aquática na redução da dor e na melhoria da qualidade de vida desses pacientes. Além disso, ao explorar os possíveis mecanismos fisiológicos e psicológicos subjacentes, este trabalho destacou a complexidade do impacto terapêutico da água no manejo da fibromialgia.

As recomendações clínicas e práticas derivadas desta pesquisa enfatizaram a importância da incorporação da fisioterapia aquática nos protocolos de tratamento para pacientes com fibromialgia, ressaltando seu potencial para fornecer benefícios significativos, incluindo redução da dor, melhoria da função física e psicológica, e aumento da qualidade de vida.

Sendo assim, esta revisão bibliográfica concluiu que a fisioterapia aquática em pacientes com fibromialgia, apresenta benefícios terapêuticos em termos de redução da dor, melhoria da função física, redução da fadiga e impacto positivo na qualidade de vida. Estudos futuros devem investigar a eficácia a longo prazo da fisioterapia aquática, explorar suas possíveis combinações com outras modalidades terapêuticas e avaliar os mecanismos pelos quais essa abordagem exerce seus efeitos benéficos.

Por fim, a síntese dos principais achados e a identificação de lacunas de pesquisa destacaram a necessidade de investigações adicionais para aprofundar nossa compreensão dos mecanismos específicos de ação da fisioterapia aquática na fibromialgia, bem como para desenvolver protocolos de tratamento mais personalizados e eficazes para essa população desafiadora. Este estudo oferece uma base sólida para futuras pesquisas e orienta os profissionais de saúde na otimização do cuidado aos pacientes com fibromialgia.

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