REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202410312355
Gabriella Barreira Gomes1
Geovanna Martins Barbosa2
Diogo Soares Menezes3
Fabiano Nobrega4
Anna Lívia Martins Araújo5
Elizângela Sofia Ribeiro Rodrigues6
Regina Barbosa Marinho Possebon7
Rafaela de Carvalho Alves8
Jordana Ferreira Santos9
Orientadora: Prof.ª Esp. Jacqueline Aparecida Philipino Takada10
Resumo
INTRODUÇÃO: O autismo, também chamado de transtorno do espectro autista (TEA) é considerado como transtorno que afeta a interação social e comunicação, com padrões de atividades restritas, repetitivas e de comportamento verbal ou não verbal. Os sintomas podem apresentar-se nos pacientes recém nascidos e perduram durante toda a vida, sendo o diagnóstico precoce primordial para promover um progresso que atenue os atrasos, colabore com a qualidade de vida e desenvolva a capacidade social, pessoal e comunicativa. Diante das diversas condutas a serem realizadas na fisioterapia, a equoterapia se destaca por ser uma abordagem terapêutica lúdica e interativa, o que pode fazer com que a criança apresente interesse pela reabilitação. A mesma tem como instrumento de trabalho o cavalo, e é utilizada na melhora de diversos transtornos, patologias e distúrbios neurológicos, assim como o autismo, pois manuseia o corpo humano na promoção do movimento tridimensional. OBJETIVO: Mensurar a funcionalidade de crianças com TEA submetidas a equoterapia. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa de campo realizada entre agosto e outubro de 2024, na cidade de Gurupi-TO, na clínica Psicocenter. A mesma avaliou, através da MIF, um questionário validado, 8 praticantes de ambos os sexos, na faixa etária de 2 a 7 anos, sendo os mesmos acompanhados por um fisioterapeuta. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Infere-se que a equoterapia proporciona benefícios significativos nas atividades de vida diárias, além de proporcionar interação com o animal e com a equipe multidisciplinar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que a equoterapia é eficaz como intervenção em crianças com TEA, visto que contribui para a independência em alguns aspectos como saúde mental, habilidade social e no desenvolvimento motor, aprimorando o equilíbrio, postura e coordenação.
Palavras-chave: Terapia Assistida por Cavalos. Atividades Cotidianas. Autismo Infantil.
1 INTRODUÇÃO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado como um transtorno do neurodesenvolvimento, que dificulta a interação social, comunicação, coordenação motora, postura e equilíbrio, levando o indivíduo a ter padrões de comportamento repetitivos e restritivos. A criança que apresenta o TEA apresenta déficits sociais de alguma forma, mas seu aspecto é diferente de criança para criança (Bernier, Dawson e Nigg, 2021, p. 3).
Os sintomas apresentados podem aparecer nos pacientes quando recém nascidos e perduram durante toda a vida, sendo o diagnóstico precoce primordial para promover um progresso que atenue os atrasos, colabore com a qualidade de vida e desenvolva a capacidade social, pessoal e comunicativa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que existem 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, existindo 2 milhões somente no Brasil. A sua etiologia ainda não é comprovada cientificamente, mas estudos apontam falha no neurônio durante a maturação gestacional, combinação genética imprecisa, ou cesárea de emergência e presença de mecônio no líquido amniótico.
Do ponto de vista clínico, os pacientes apresentam em muitos casos algumas incapacidades e limitações, aumentando a necessidade de uma equipe multiprofissional que colabore para o melhor desenvolvimento da criança. Em conformidade com Magagnin et al. (2019), crianças autistas apresentam dificuldades para se relacionar com outras pessoas, também em partilhar desejos e sentimentos, raramente dividem a atenção com objetos ou acontecimentos, não apresentam fixação visual espontânea e apresentam dificuldades em atividades em grupo. A fisioterapia contribui positivamente nesses casos e pode utilizar os mais variados recursos para o tratamento, como a hidroterapia, eletroterapia, terapia manual, fisioterapia tradicional e a equoterapia.
A etimologia da palavra equoterapia refere-se à terapia com equinos, e surge como uma abordagem fundamental para reabilitação interdisciplinar nas áreas da saúde, educação e equitação (ANDE-BRASIL, 2021). O movimento que o cavalo oferece ao praticante pode ajudar na mobilidade, fortalecimento muscular, equilíbrio postural e propriocepção, além de trabalhar a socialização, autoconfiança e o bem-estar psicológico do mesmo. Em concordância com Pedra (2022), quando esse relacionamento é inserido em um processo terapêutico mostra-se capaz de facilitar as interações sociais entre os humanos.
Segundo Chaves et al. (2022) essa prática foca na amplitude e frequência da passada do cavalo, a fim de promover estímulos sensório-motores no praticante, através do movimento tridimensional. Conforme o trajeto que o cavalo realiza, no plano horizontal a criança está apresentando movimento céfalo caudal, no plano sagital movimento látero lateral e no plano frontal movimento ântero posterior, influenciando respostas neurológicas positivas que colaboram para o desenvolvimento promissor do praticante.
As experiências provocadas pelos movimentos do cavalo, pelo contato com o animal, associam-se a uma postura nova, podendo estimular e potencializar os estímulos no sistema nervoso central (SNC) através de estímulos sensitivos motores, promovendo ao praticante os mesmos mecanismos perceptivos cognitivos e motores (CANTO, 2021, p. 3).
Logo, esse artigo tem por objetivo mensurar a funcionalidade de crianças com TEA submetidas a equoterapia, nas habilidades funcionais, motoras e cognitivas através da MIF (Medida de Independência Funcional).
Nesse sentido, visa-se apresentar dados que influenciam na comprovação da eficácia da técnica de reabilitação, incentivar a prática desse tratamento e contribuir para que haja novas pesquisas científicas relacionadas a mesma.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A definição de autismo alterou no decorrer de seu tempo, e se tornou Transtorno do Espectro Autista (TEA), caracterizado como um transtorno do neurodesenvolvimento com a presença de déficits persistentes na comunicação social e na interação social, em múltiplos contextos, associados à presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades (ZEIDAN J, et al., 2022; JUNIOR EADS, et al., 2022).
A partir dessa nova nomenclatura, o autismo englobou o transtorno desintegrativo da infância, transtorno de Asperger e transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação (TGD-SOE), devido às características semelhantes, tornando-se um envolto espectro de sintomas. O TEA possui dois domínios principais: 1) prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na interação social e 2) padrões restritivos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades (Reis, 2019).
Um dos manuais criados para padronizar os critérios de diagnósticos de desordens emocionais e da mente, vigente atualmente, DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), criado e atualizado periodicamente pela APA (Associação Americana de Psiquiatria), se baseia na funcionalidade. Segundo Fernandes (2020) o CID-11, tem ênfase nos níveis de deficiência intelectual e linguagem funcional. Ambos nomeiam o autismo como TEA e levam em consideração as atividades de vida diária, pois o diagnóstico é clínico, eliminando exames de imagem e levando em consideração as entrevistas feitas com os responsáveis e avaliações realizadas na anamnese com base em seus comportamentos. Além de sua aplicação na prática clínica diária, o DSM também é importante para que pesquisadores possam compreender, de modo preciso, os termos utilizados em pesquisas clínicas (Liberalesso; Lacerda, 2020, p. 16).
O autismo é classificado de acordo com a gravidade, em nível I-leve, II-moderado, III-severo, sendo o último o que necessita de mais acompanhamento em suas atividades. Assim, quanto menor o grau de comprometimento do nível, melhor tende a ser o prognóstico do paciente. Costa (2022, p. 2) é enfático em afirmar que quanto mais cedo for identificado o TEA, mais chances de reabilitação e fornecimento de uma melhor qualidade de vida e interação social os indivíduos acometidos terão.
Dessa forma, o autismo não é considerado uma doença, mas sim um distúrbio, que necessita de apoio e acompanhamento para um bom prognóstico, principalmente em atividades verbais. Segundo Brites e Brites (2019, p. 103) de todos os autistas, 20% são não verbais, 50% tem perdas parciais e 30% tem linguagem expressiva fluente.
Zwaigenbaum et al. (2019) demonstram que alguns sinais comportamentais prévios já são vinculados ao TEA e poderiam ser identificados em avaliações estruturadas. As características mais comuns são dificuldade em ter contato visual, impasse na interação e interesse social, foco restrito em um objeto, resposta ao próprio nome, comportamento atípico com padrões motores repetitivos, temperamento intolerante de fácil irritabilidade, e pouco apreço às demonstrações de afeto.
Os transtornos são contínuos e não apresentam cura, mesmo que o paciente seja diagnosticado precocemente e os sintomas sejam leves, de acordo com Cardoso e Blanco (2019). As características são comumente apresentadas desde a fase de recém-nascido e permanecem durante todo o seu desenvolvimento humano, mas seu diagnóstico é feito em sua maioria aos 3 ou 4 anos de idade, devido ao maior desenvolvimento social nessa fase e maturação neurológica a nível neuropsicomotor. Apesar das características serem visíveis quando são bebês, não é possível fechar o diagnóstico, pois se faz necessário uma maior observação nos anos seguintes, justamente para evitar falhas e manter uma identificação precisa.
A grande parte das crianças são diagnosticadas após os 5 anos de idade por consequência de fatores familiares, sendo estes a baixa renda para sessões que direcionam ao laudo, pouca observação por consequência de sintomas leves, ou crenças familiares de que deve-se aguardar o tempo de desenvolvimento de cada criança, negando os atrasos apresentados, mesmo que estejam evidentes (Cardoso e Blanco, 2019).
As etiologias não são evidenciadas, pois não há uma definição de um marcador biológico, entretanto os fatores neurobiológicos, genéticos e no meio ambiente são pontos que interagem no indivíduo e influenciam, como cita Carmo et al., (2019). Muitos estudos apontam uma falha no neurônio ainda durante a maturação gestacional, uma combinação genética imprecisa, ou mesmo a cesárea de emergência e presença de mecônio no líquido amniótico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que existem 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, existindo 2 milhões somente no Brasil.
De acordo com o Center of Disease of Control and Prevention (CDC) em 2020, estima-se que uma em cada 36 crianças de 8 anos (aproximadamente 4% dos meninos e 1% das meninas) tenha TEA. A etiopatogenia é estudada, mas não existe ainda a explicação concretizada do assunto, porém entende-se que há uma ligação com o cromossomo Y, que estão presentes no sexo masculino e genes específicos, como o SRY (região determinante do sexo Y), que tem como uma de suas funções a regulação catecolaminérgica do sistema nervoso central. Em pacientes com TEA, os níveis de catecolaminas e metabólitos são alterados, influenciando o controle da síntese de catecolaminas susceptíveis ao TEA.
Há uma abordagem multidisciplinar em que o paciente com TEA é acompanhado por psicólogo, terapeuta, profissional da música, fonoaudiólogo, e em muitos casos não há o acompanhamento de um fisioterapeuta, descuidando da primeira fase da vida, e consequentemente ocasionando um agravamento postural, casos de hipotonia e um atraso neuropsicomotor. No primeiro momento, a intervenção do fisioterapeuta é de suma importância à análise das etapas de tratamento, tais como, o ambiente físico em que há a interação da criança com a família, comportamento da criança na escola, medicamentoso com intuito de entender a necessidade do paciente, a possibilidade do uso de fármacos antidepressivos e antipsicóticos, funções comunicativas e habilidades motoras. O papel do fisioterapeuta será possibilitar melhorias tanto motoras como mentais a partir de técnicas que estimulem a proximidade ao indivíduo, utilizando o diálogo, integração social e trabalho da independência de maneira lúdica (Fernandes et al, 2020), de forma que foque não apenas no transtorno, mas também em devolver ao paciente sua funcionalidade e interações sociais que o ajudarão durante toda sua vida.
Diante das diversas abordagens para avaliar os níveis de funcionalidade do paciente, a Medida de Independência Funcional (MIF), é um instrumento de classificação relacionado às incapacidades e limitações funcionais, e pode ser aplicada tanto em crianças, quanto em adultos. Desenvolvida na América do Norte em 1980 pela Academia Americana de Medicina Física e de Reabilitação e traduzida para língua portuguesa no Brasil no ano de 2000, a MIF é um questionário validado por Riberto et al. publicado na revista ACTA FISIATR no ano de 2004, e refere-se a uma qualificação que compreende atividades motoras, cognitivas e comunicativas. A pontuação obtida por atividade varia de 1 ponto, onde o avaliado é classificado como dependente total, podendo alcançar até 7 pontos, categorizando-o como independente completo ou que necessita de tecnologia assistiva.
É importante salientar, que o fisioterapeuta trabalha a funcionalidade assim como sustentação do pescoço e do tronco, o ato de calçar o sapato, escovar os dentes, realizar mudanças de decúbitos, e em todos os atendimentos é solicitado a estimulação da fala e socialização, contribuindo para a menor chance do paciente desenvolver problemas psicológicos graves Fonseca et al. (2021). Existem os mais variados recursos para utilizar no tratamento, como a hidroterapia, eletroterapia, terapia manual, fisioterapia tradicional e a equoterapia.
Dentro deste contexto, a equoterapia surge como uma abordagem complementar promissora, utilizando o cavalo como um meio terapêutico para estimular o desenvolvimento neuropsicomotor, cognitivo e emocional. Essa modalidade terapêutica baseia-se na transmissão do movimento tridimensional do cavalo para o cavaleiro, promovendo a estimulação do equilíbrio, postura, coordenação motora, assim como a integração sensorial (Piani, 2022).
Fundada em 10 de maio de 1989, a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-BRASIL), é uma entidade de caráter filantrópico, assistencial e terapêutico, que utiliza a equoterapia como meio de reabilitação, educação e inserção social de pessoas com deficiência ou necessidades especiais, e tem por finalidade a melhora da qualidade de vida. Por meio dessa entidade, vários profissionais têm a oportunidade de se especializar e aperfeiçoar suas técnicas de atendimento, a fim de aplicá-las em centros de equoterapia. A atividade desenvolvida exige a cooperação do corpo inteiro, buscando assim acréscimo da consciência corporal, coordenação motora, equilíbrio e força muscular. (ANDE-BRASIL, 2021)
Situada na cidade de Gurupi Tocantins, a Psicocenter é a única clínica que contém suporte estrutural e financeiro para realização da equoterapia. A mesma foi fundada em 2014 com atividade de vários profissionais da área da saúde. Diante da demanda constante de crianças portadores do TEA, surgiu-se a necessidade de criação de um centro de equoterapia que trabalhasse de forma lúdica o movimento tridimensional do corpo humano e socialização do praticante. O Centro de Equoterapia da Psicocenter conta com atuação de profissionais qualificados pelo Curso Básico de Equoterapia ministrado pela ANDE-BRASIL em Brasília-DF, sendo eles o fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo, guia e equitador.
Destarte, o presente trabalho se faz necessário para correlacionar a evolução das habilidades funcionais, motoras, cognitivas e comportamentais de crianças diagnosticadas com TEA na equoterapia, impactando positivamente no bem-estar social, emocional e físico.
3 METODOLOGIA
O presente trabalho se trata de um estudo descritivo longitudinal, realizado no único centro de equoterapia situado na cidade de Gurupi – Tocantins, denominada Clínica Psicocenter – Centro de Especialidades, entre agosto e outubro de 2024. Inicialmente houve uma seleção dos praticantes que se adequaram aos critérios de inclusão, sendo estes estar sob os cuidados de um fisioterapeuta, e na faixa etária de 2 a 7 anos de idade. Em seguida, houve a explicação da pesquisa aos responsáveis para a confirmação ou rejeição em participar da pesquisa.
Posteriormente, ocorreu a entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e explicação da Medida de Independência Funcional (MIF), um questionário validado por Riberto et al. no ano de 2004, de forma autoaplicável e prática, visto que é composta de questões objetivas e relacionadas às atividades de vida diária, para que os responsáveis pelos praticantes respondessem em dois momentos, a fim de comparar os resultados obtidos relacionados ao nível de funcionalidade de cada praticante.
Ressalta-se que as pesquisadoras responsáveis foram instruídas a não interferir nas respostas dos participantes no momento da aplicação e estavam disponíveis para sanar eventuais dúvidas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 1- A MIF com o pré e pós dos praticantes de equoterapia. Crianças de 1 a 4.
A equoterapia representa uma abordagem terapêutica valiosa para crianças com TEA, oferecendo uma combinação de benefícios físicos, emocionais e sociais. Embora mais pesquisas sejam necessárias para validar e padronizar essa prática, os resultados até agora indicam que a equoterapia pode ser uma intervenção eficaz e complementar no tratamento do TEA. A inclusão da equoterapia nas opções de tratamento pode ajudar a proporcionar um desenvolvimento mais holístico e significativo para crianças autistas.
Tabela 2- Continuação da MIF com o pŕe e pós dos praticantes de equoterapia.
A tabela 1 e 2 apresenta o pré e pós dos praticantes de equoterapia. Todos possuem o TEA e têm idade entre 4 e 7 anos. A criança 1 era do sexo feminino e os demais do sexo masculino. Os praticantes realizam outras atividades semanais que desenvolvem suas habilidades, de forma simultânea com a equoterapia.
É possível notar que a proporção foi de 7 meninos e 1 menina (7:1), corroborando com pesquisas que afirmam que o TEA está mais presente nos indivíduos do sexo masculino. Levando em consideração uma pesquisa que utilizou os dados de pacientes e informações do Registro Nacional norueguês, para se calcular a porcentagem de crianças com TEA, revelou que a prevalência do autismo em meninas é de 0,3%, em relação aos meninos, que é de 1,1%, atendendo aos critérios diagnósticos, sendo que esses, bem fundamentados e que trazem a confirmação com os elementos obtidos que mostram um percentual de 83,8% do sexo masculino em uma amostra de 685 crianças (Rocha et al., 2019; Surén et al., 2019).
Podemos observar que todos os participantes obtiveram evoluções em suas atividades avaliadas. Tendo melhoras perceptivas em suas habilidades de cuidados pessoais, controle esfincteriano, mobilidade, locomoção e comunicação, tendo o conhecimento social como fator de menor evolução levando em consideração todas as outras avaliações.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando os resultados apresentados, o presente estudo considera a equoterapia como abordagem eficaz no tratamento do TEA, visto que os praticantes manifestaram maior funcionalidade e independência no decorrer do tempo.
Dentre os tópicos abordados pela MIF, destacam-se: cuidados pessoais e comunicação, não anulando os demais, que apresentaram resultado similar ou igual.
No entanto, se faz necessário a realização de mais pesquisas voltadas ao tema, devido a proporção de crianças com diagnóstico de TEA e escassez de estudos. Destarte, é interessante novas pesquisas contendo uma faixa etária diferente da abordada, e um tempo de aplicação maior para identificar possíveis benefícios nos demais tópicos da MIF.
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1 Discente do Curso Superior gabriellabgomes@unirg.edu.br de Fisioterapia da Universidade de Gurupi. Campus II. E-mail:
2 Discente do Curso Superior geovannambarbosa@unirg.edu.br de Fisioterapia da Universidade de Gurupi. Campus II. E-mail:
3 Discente do Curso Superior diogo.s.menezes@unirg.edu.br de Fisioterapia da Universidade de Gurupi. Campus II. E-mail:
4 Docente do Curso Superior de Fisioterapia da Universidade de Gurupi. Campus II. Especialista em Saúde da Família (UnirG/TO). E-mail: fabianonobrega26@gmail.com
5 Docente do Curso Superior de Fisioterapia da Universidade de Gurupi. Campus II. Especialista em Terapia Intensiva (UnirG/TO). E-mail: annaaraujofisio18@gmail.com
6 Docente do Curso Superior de Fisioterapia da Universidade de Gurupi. Campus II. Doutoranda em Biodiversidade e Biotecnologia- Rede Bionorte (UFT/TO). E-mail: elizangela@unirg.edu.br
7 Discente do Curso Superior de Fisioterapia da Universidade de Gurupi. Campus II. E-mail: regina.possebon@unirg.edu.br
8 Docente do Curso Superior de Fisioterapia da Universidade de Gurupi. Campus II. Mestre em Ciências da Saúde (UFT/TO). E-mail: rafa_c_alves@unirg.edu.br
9 Discente do Curso Superior de Fisioterapia da Universidade de Gurupi. Campus II. E-mail: jordanafsantos@unirg.edu.br
10 Docente do Curso Superior de Fisioterapia da Universidade de Gurupi. Campus II. Especialista em Base Neuromecânica do Movimento Humano (Uniclar Batatais/SP). e-mail: jacqueline@unirg.edu.br