REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7360767
Amanda Brasil Léda
Profª Drª Izabel Cristina Portela Bogéa Serra
RESUMO
INTRODUÇÃO: O envelhecimento da pele é um processo natural do organismo humano, que se inicia no passar dos anos de um indivíduo. No entanto, devido a diversos fatores internos e externos, como: hormonais e radiação ultravioleta ocorre esta alteração cutânea. Muito embora, existam tratamentos que auxiliam a minimizar e prevenir os efeitos, sendo ele de uso oral ou tópico, os mais utilizados são procedimentos estéticos, como o Botox, tendo um compilado de efeitos colaterais resultantes do uso de tais meios, dentre eles, edema e perda de expressão. Com isso, surgem soluções alternativas de caráter complementar e natural, como por exemplo a utilização de óleos essenciais (OEs) em cosméticos, que são compostos voláteis, extraídas de diversas partes das plantas medicinais apresentando vários compostos com ações terapêuticas, tais como: anti-inflamatórias, antioxidantes e fotoprotetoras. Considerando então que OEs têm ação anti-inflamatórias, antioxidante, fotoprotetora, e que um dos fatores que causam o envelhecimento é a radiação UV, ação esta que aumentam a inflamação e a produção de radicais livres, estimou-se que os OEs seriam eficazes no tratamento do envelhecimento da pele.
OBJETIVO: Realizar o levantamento bibliográfico dos óleos essenciais com potencial no tratamento do antienvelhecimento.
MÉTODOS: Revisão bibliográfica descritiva, com base em um estudo retrospectivo a partir de publicações listadas em bases de dados virtuais, sendo estas: Google scholar; PubMed e Scopus. Como termos de busca, utilizou-se os termos: antienvelhecimento, fotoenvelhecimento e óleos essenciais, em língua portuguesa e inglesa. Tratando-se de critérios de inclusão, foram consideradas as pesquisas que continham ensaios clínicos e pré-clínicos, publicadas de 2015 a 2022 e os critérios de exclusão foram os que não abordavam sobre o tema e não estavam disponíveis gratuitamente.
RESULTADOS: Por meio do presente, foi possível observar que com o levantamento bibliográfico de 30 artigos pré-selecionados e após leitura minuciosa foram selecionados apenas 13 artigos, pois eram os que atendiam aos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos na metodologia. Verificou-se que 16 óleos essenciais, dentre eles os principais, Angelica pubescens, Alpinia zerumbet, Premma odorata. Sendo atributo como mecanismo de ação: inibição das enzimas colagenase, elastase, hialuronidase e tirosinase e inibição dos efeitos nocivos da radiação UV.
CONCLUSÃO: Assim, esse trabalho assegura informações relevantes que podem, no futuro, contribuir com o desenvolvimento de novos produtos cosméticos que representem uma alternativa complementar, segura e eficaz no tratamento e prevenção do antienvelhecimento.
Palavras-chave: Aromaterapia, plantas medicinais e rejuvenescimento.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Skin aging is a natural process of the human organism, which begins over the years of an individual. However, due to several internal and external factors such as: hormonal and ultraviolet radiation occurs is skin change. Although, there are treatments that help minimize and prevent the effects, being it oral or topical use, the most used are aesthetic procedures, such as Botox, having a compilation of side effects resulting from the use of such means, among them, oedema and loss of expression. Thus, alternative solutions of complementary and natural character arise, such as the use of essential oils (OEs) in cosmetics, which are volatile compounds, extracted from various parts of medicinal plants presenting various compounds with therapeutic actions, such as: anti-inflammatory, antioxidant and photoprotective. Considering then that OEs have anti-inflammatory, antioxidant, photoprotective action, and that one of the factors that cause aging is UV radiation, an action that increases inflammation and the production of free radicals, it was estimated that OEs would be effective in treating skin aging
OBJECTIVE: Conduct a bibliographic survey of essential oils with potential in the treatment of anti-aging.
METHODS: Descriptive bibliographic review, based on a retrospective study from publications listed in virtual databases, such as: Google scholar; PubMed and Scopus. As search terms, the following terms were used: anti-aging, photoaging and essential oils, in Portuguese and English. In the case of inclusion criteria, we considered the studies that contained clinical and preclinical trials, published from 2015 to 2022 and the exclusion criteria were those that did not address the subject and were not available free of charge.
RESULTS: Through the present, it was possible to observe that with the bibliographic survey of 30 pre-selected articles and after thorough reading, only 13 articles were selected, as they met the inclusion and exclusion criteria established in the methodology. It was found that 16 essential oils, among them the main ones, Angelica pubescens, Alpinia zerumbet, Premna odorata. Being attributed as a mechanism of action: inhibition of collagenase enzymes, elastase, hyaluronidase and tyrosinase and inhibition of the harmful effects of UV radiation.
CONCLUSION: Thus, this work ensures relevant information that may, in the future, contribute to the development of new cosmetic products that represent a complementary, safe and effective alternative in the treatment and prevention of anti-aging.
Keywords: Aromatherapy, medicinal plants and rejuvenation.
1. INTRODUÇÃO
O envelhecimento é um processo natural do organismo humano, o qual ocorre com o passar dos anos do indivíduo. Tal processo é impulsionado tanto por fatores intrínsecos – fatores genéticos, hormonais e processos metabólicos – quanto por fatores extrínsecos – produtos químicos, toxinas, radiação ultravioleta, fumo, poluição, consumo desmoderado de álcool e o estresse (JOHNER; GOELZER NETO, 2021).
Nesse sentido, tem-se que uma das causas que aceleram o processo de envelhecimento da pele é a “Radiação UV”, haja vista que esta influencia na construção de espécies reativas de oxigênio capazes de agir com proteínas, lipídeos, DNA e aumentar a inflamação, ocasionando diversas alterações no organismo humano (MATHIAS; ABREU, 2021). Aliás, vale mencionar que tal radiação é classificada em: UV-A, UV-B e UV-C. Todavia, são os raios UVA que possuem maior prevalência em face em relação ao UV-B, atingindo com maior profundidade à derme (MATHIAS; ABREU, 2021).
Paralelo a isso, evidencia-se ainda que os raios UV-A provocam dano à epiderme, e consecutivamente à elastina e ao colágeno, resultando assim no fotoenvelhecimento. Deste modo, a solução mais segura para proteger a pele contra estes raios solares é através do uso constante de protetores solares (SILVA; SANTOS; COUTO; ROCHA, 2019).
Diante disso, é necessário compreender que o colágeno e elastina possuem uma grande relevância na construção da pele, uma vez que executa uma conduta de manutenção da elasticidade e flexibilidade. Assim, o envelhecimento da pele, está relacionado intrinsecamente com as atividades enzimáticas, tais como a colagenase, hialuronidase, elastase, pois estas enzimas possuem atividade de quebra das proteínas ocasionando a destruição do colágeno, ácido hialurônico e elastina. Além disso, a enzima tirosinase que é responsável pela hiperpigmentação da pele, uma vez ativada de forma inadequada ocorre o aumento da produção de melanina com um grande depósito sobre a epiderme e o aparecimento de manchas (TESTON, 2010).
Outrossim, é importante salientar que um dos principais meios desta alteração da pele é o desenvolvimento de radicais livres. Posto que, estes geram danos à pele. Nesse contexto, os produtos cosméticos elaboram uma forma de proteção para impossibilitar estes danos, nomeados de “agentes antioxidantes”, os quais impedem e diminuem as lesões causadas por estes radicais livres (SANTOS, 2014).
Nesse sentido, o tratamento atual do rejuvenescimento pode ser de uso oral ou tópico, especificamente na face, sendo que os mais utilizados são procedimentos estéticos que obtêm efeito instantâneo, como o “Botox” (RIBEIRO, 2021). Assim como também possuem medicamentos que auxiliam na síntese de colágeno, elasticidade da pele e hidratação, sendo este: ácido retinóico (DINIZ; LIMA; FILHO, 2002).
Entretanto, estas formulações, medicamentos e procedimentos estéticos que amenizam e previnem rugas e linhas de expressões apresentam efeitos colaterais, como edema, perda de expressão, ptose palpebral e assimetria (RIBEIRO, 2021). Assim como, irritação, eritema multiforme e hiperpigmentação na pele, enquanto os cosméticos não causam efeitos adversos sérios (DINIZ; LIMA; FILHO, 2002).
Os cosméticos são produtos exclusivamente de uso externo, em que são abundantemente consumidos, e proporcionam efeitos para melhora da aparência da pele (SILVA, 2021). Atualmente está entre os produtos mais utilizados, no Brasil corresponde a posição de quarto lugar no mundo de consumo de produtos higiênicos pessoais, dentre eles, destaca-se os cosméticos, que corresponde a 6,2% de utilização no mundo. Existem os cosméticos sintéticos, que são os mais tóxicos quando comparados aos produtos naturais (SILVA, 2020). De acordo com a ANVISA, em 2015 os cosméticos foram classificados em grau 1 e 2, sendo o grau 1 o que obtém propriedades básicas, não precisam de comprovações e não é necessário informações detalhadas, enquanto no grau 2 precisa de validação de segurança, modo de usar e restrições (TEIXEIRA, 2022).
As plantas medicinais possuem uma riqueza de metabólitos secundários, em que são utilizadas estas plantas nas confecções de cosméticos, oferecendo inúmeras substâncias e produtos, dentre eles, os óleos essenciais, nesse quesito possuem alternativa terapêutica para o uso do antienvelhecimento. Posto isso, a população busca cada vez mais por produtos de fontes naturais, que sejam menos agressivos e mais fáceis de utilizar (SANTOS, 2020).
Os Óleos essenciais (OEs), são produtos que são colhidas de uma parte da planta, como por exemplo, fruta, flores, folhas e caule, sendo retirado/extraído o OEs por várias técnicas, tais como a destilação a vapor, hidrodifusão, pressão, hidrodestilação, extração por fluido supercrítico, enfloração, prensagem a frio e extração por solventes orgânicos, obtendo um óleo essencial com aroma acentuado, com substâncias de aspectos hidrofóbicos e altamente voláteis (KONING, 2020). No entanto, tais óleos essenciais são constituídos: hidrocarbonetos, álcoois, ésteres, aldeídos, cetonas, óxidos, terpenos, fenóis, éteres fenólicos. Estas substâncias são caracterizadas pelas mais variadas funções, tais como, anti-inflamatória, antioxidante, antimicrobiana, cicatrizante e fotoprotetora (AZEVEDO, 2016); (KONING, 2020).
Considerando então que óleos essenciais têm ação anti-inflamatórias, antioxidante, fotoprotetora e que um dos fatores que causam o envelhecimento é a radiação UV, ação estas que aumentam a inflamação e a produção de radicais livres, o presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento bibliográfico da ação dos óleos essenciais no antienvelhecimento da pele.
2. METODOLOGIA
Refere-se a um estudo de revisão integrativa. Assim, para obter a realização da pesquisa, empregou-se palavras chaves para a busca dos artigos, como: óleos essenciais, envelhecimento e fotoenvelhecimento, em conjunto. Para selecionar os artigos científicos, nos critérios de inclusão foram, artigos divulgados nos idiomas inglês e português, que atendiam o contexto proposto, sendo ele, “efeito dos óleos essenciais sobre o antienvelhecimento” e acatou-se as pesquisas que continham ensaios pré-clínicos e clínicos, sendo elas publicados entre os anos de 2015 a 2022.
Do mesmo modo, foram excluídos os artigos que não abordavam sobre o tema, assim como não eram disponíveis gratuitamente e não se enquadra no período estipulado, ou seja, inferiores aos anos de 2015 a 2022, que se encontrava repetidas em base de dados diferentes e não exibiam o texto completo na fonte de pesquisa.
3. RESULTADOS
Este trabalho pesquisou-se em base de dados eletrônicos, obtendo-se o conhecimento atual sobre o uso dos óleos essenciais, para o tratamento de antienvelhecimento. Com este trabalho, foi possível realizar o levantamento bibliográfico de 30 artigos pré-selecionados, e logo após leitura detalhada incluíram-se apenas 13 artigos nesta pesquisa, pois foram os que correspondiam aos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos no tópico “2 METODOLOGIA”.
Em paralelo, verificou-se no total 16 óleos essenciais com efeito sobre o antienvelhecimento, sendo eles: Premma odorata, Pluchea dioscoridis, Erigeron bonariensis, Gerânio, Calêndula, Herba pyrolae, Juniper berry, Alpinia zerumbet, Angelica pubescens, Coriandrum sativum L, Citrus aurantium L, Origanum vulgare, Cinnamomum zeylanicum, Lavandula angustifólia, Rosmarinus officinalis e Melaleuca alternifolia. Assim, os resultados colhidos foram todas as informações fundamentais para a sua elaboração. Nos quadros 01 e 02 estão expostos os principais tópicos achados nestes artigos selecionados. No Quadro 1 observa-se o(s) autor(es) desta pesquisa, assim como os anos em que esses trabalhos foram publicados, em conjunto com o tipo de estudo efetuado por cada autor, periódico, base de dados da publicação e por fim as respectivas referências. Enquanto no Quadro 02 consta: o óleo essencial, as partes da planta utilizada para extração do óleo essencial, família, os compostos majoritários encontrados, os ensaios, as dosagens ou concentrações e referências que foram usadas para elaboração do trabalho.
Vale destacar ainda, que todos os materiais escolhidos são de fonte de pesquisas internacionais, vistas na base de dados PubMed, Scopus, Google Scholar publicado entre os anos de 2015 a 2022.
Quadro 1: Descrição dos artigos sobre o efeito dos óleos essenciais utilizados no antienvelhecimento
Autor (es) da pesquisa | Ano | Tipo de estudo Periódico | Base de dados | Referência |
Oulebsir, chahinez et al. | 2022 | “in vitro” Agronomy | Google Scholar | OULEBSIR, Chahinez et al. Essential Oil of Citrus aurantium L. Leaves: Composition, Antioxidant Activity, Inhibition of Elastase and Collagenase. Agronomy, 2022. |
Salem MA et al. Elgamal, abdelbaset m et al. Lohani, alka et al. | 2022 2021 2021 | “in vivo” e “in Scientific vitro” reports “in vitro” Plants “in vitro” e “in Hindawi vivo” | PubMed PubMed PubMed | Salem MA, Manaa EG, Osama N, Aborehab NM, Ragab MF, Haggag YA, Ibrahim MT, Hamdan DI. Coriander (Coriandrum sativum L.) essential oil and oil-loaded nano-formulations as an anti-aging potentiality via TGFβ/SMAD pathway. Sci Rep, 2022. ELGAMAL, Abdelbaset M. et al. Chemical profiles, anticancer, and anti-aging activities of essential oils of Pluchea dioscoridis (L.) DC. and Erigeron bonariensis L. Plants, 2021. LOHANI, Alka et al. Topical application of ethanolic lipid vesicular cream with geranium/calendula essential oil to combat skin aging. BioMed research international, 2021. |
Altyar ahmed et al. | 2020 | “in vitro” Biomolecules “in sílico” | PubMed | ALTYAR, Ahmed E.; ASHOUR, Mohamed L.; YOUSSEF, Fadia S. Premna odorata: Seasonal metabolic variation in the essential oil composition of its leaf and verification of its anti-ageing potential via in vitro assays and molecular modelling. Biomolecules, 2020. |
Banglao warunya et al. | 2020 | “in vitro” Microbiology, Biotechnology and Food Sciences | Google Scholar | BANGLAO, Warunya et al. Determination of antioxidant, anti-aging and cytotoxicity activity of Cinnamomum zeylanicum essential oils. Journal of Microbiology, Biotechnology and Food Sciences, 2020. |
Laothaweerungsaw at N et al. Machado et al. | 2020 2020 | “in vitro” Molecules Pré-clínico e RCEC Revista “In vitro” Científica De Estética e Cosmetologia | PubMed Google Scholar | LAOTHAWEERUNGSAWAT Natnaree.; SIRITHUNYALUG Jakkapan.; CHAIYANA Wantida. Chemical Compositions and Anti-Skin-Ageing Activities of Origanum vulgare L. Essential Oil from tropical and Mediterranean Region. Molecules. 2020 Mar. MACHADO, Ana Carolina Henriques Ribeiro et al. Efeitos anti-idade dos óleos essenciais de lavanda, alecrim e melaleuca em fibroblastos dérmicos humanos. Revista Científica de Estética e Cosmetologia, 2020. |
Ma, Lin et al. | 2019 | “in vitro” Current Topics in Nutraceutical Research | Google Scholar | MA, Lin et al., Papel do óleo essencial de Herba Pyrolae no envelhecimento da pele e sua inibição de radicais livres. Tópicos Atuais em Pesquisa Nutracêutica, 2019. |
Pandey swapnil et al. | 2018 | “in vivo” e Industrial Crops “in vitro” and Products | Google Scholar | PANDEY, Swapnil et al. Antioxidant and anti-aging potential of Juniper berry (Juniperus communis L.) essential oil in Caenorhabditis elegans model system. Industrial Crops and Products, 2018. |
Lohani A et al. | 2018 | “in vitro” Wiley | PubMed | LOHANI, Alka; MISHRA, Arun Kumar; VERMA, Anurag. Potencial cosmecêutico do óleo essencial de gerânio e calêndula: determinação da atividade antioxidante e fator de proteção solar in vitro. PubMed, WILEY, 2018. |
Chen Dingkang et al. Be tu, Pham Thi et al. | 2018 2015 | “in vivo” Chemistry & Biodiversity “in vitro” Molecules | PubMed PubMed | CHEN, Dingkang et al. The chemical compositions of Angelica pubescens oil and its prevention of skin photoaging induced by UV-B radiation. Chemistry & Biodiversity, 2018. BE TU, Pham Thi.; TAWATA, Shinkichi. Antioxidant, anti-aging and anti-melanogenic properties of essential oils of two varieties of Alpinia zerumbet. Molecules, 2015. |
Quadro 2: Descrição dos óleos essenciais, parte utilizada, família, compostos majoritários, ensaios, doses ou concentrações e referências dos óleos essenciais utilizados no antienvelhecimento.
Óleos essenciais
Citrus aurantium L
Coriandrum sativum L
Pluchea dioscoridis e Erigeron bonariensis
Gerânio e Calêndula
Premma odorata
Cinnamomum
zeylanicum
Parte da planta | Família | Composto majoritário | Ensaios | Quantidade testado/ [] | Referências |
Folhas | Rutaceae | Linalol, acetato de linalila e α-Terpineno | “in vitro” | 63,6 µM e 200 µL | Oulebsir, chahinez et al. 2022. |
Frutos | Apiaceae | Linalol (81,29%) | “in vitro” “in vivo” | 50 µL | Salem MA et al. 2022. |
*Não se aplica | Asteraceae | (PD):α-maalieno (18,84%) e berkheyaradulen (13,99%) (EB):Trans-α-farneseno (25,03%) e O-ocimeno (12,58) | “in vitro” | 1,56; 10,29; 12,71 e 14,37 µg/mL, | Elgamal et al. 2021. |
Pelargoniu m graveolens): Folhas Calendula officinalis: Flores | Geraniceae e Asteraceae | Citronelol (37,01%) e geraniol (17,99%) | “in vitro” e “in vivo” | 1, 10, 50, 100, 500 e 1000 µg/mL | Lohani, alka et al. 2021. |
Folhas | Verbenaceae | POS: Cariofileno (35,37%); POM: Cariofileno (26,39%); POA: Cariofileno (18,84%); POW: Cariofileno (26,97%) | “in vitro” “in sílico” | 7,81-1000 µg/mL | Altyar, ahmed et al. 2020. |
*Não se aplica | *Não se aplica | Cinamaldeído (68,80%) | “in vitro” | 100, 125, 250, 500 e 1000 μg/mL | Banglao et al. 2020. |
Origanum vulgare L
Lavandula
angustifólia,
Rosmarinus officinalis, Melaleuca alternifolia
Herba pyrolae
Gerânio e Calêndula
Juniper berry
Angelica pubescens Alpinia zerumbet
Plantas inteiras | Lamiaceae | Carvacrol (79,5%) RMT e (64,6%) RM | “in vitro” | 67, 25 e 4 μg/mL | Laothaweerungsa wat N et al. 2020. |
*Não se aplica | *Não se aplica | (LA): Linalol e acetato de linalila, (RO): Terpenóides, flavonóides e polifenóis, (MA):βmirceno e 1,8-cineol | Pré-clínico e “in vitro” | 0,01; 0,5; 1,0; 2,0; 5,0 e 10,0 µg/mL | Machado et al. 2020. |
Planta inteira | *Não se aplica | Aldeído (39,12%) | “in vitro” | 10, 50 e 100 µL | Ma, Lin et al. 2019. |
Pelargonium graveolens): Folhas Calêndula officinalis: Flores | *Não se aplica | GO: Citronelol (37,01%) e geraniol (17,99%) CA: Trans-y-ocimeno (48,28%) e tom de di-hidrogênio (25,46%) | “in vitro” | 10 -250 µg/mL | Lohani, alka et al. 2018. |
Fruto | *Não se aplica | Ÿ-pineno: 51,85%, Limoneno: 25,1% | “in vivo” e “in vitro” | (10, 50 e 100 ppm) | Pandey, swapnil et al. 2018. |
Plantas frescas Folhas | *Não se aplica Zingiberaceae | Ostole (44,608%) eugenol (3,637%), α-bisabolol (3,795%) Y-terpineno (14,5%), cineol (13,8%), p-cimeno (13,5%), serbineno (12,5%) e terpinen-4-ol (11,9%) | “in vivo” “in vitro” | 1%, 5% e 10% 10, 100 e 250 μg/mL, | Chen, Dingkang et al. 2018. Be tu, Pham Thi et al. 2015. |
4 REVISÃO INTEGRATIVA
O envelhecimento da pele é uma das ocorrências dermatológicas mais frequentes e comuns nos seres humanos. A qual se torna mais visível com o ressecamento da pele, linhas de expressões faciais, pele pálida e rugas, principalmente nas mãos e rosto. Além disso, a pele no período de meia e terceira idade, vai perdendo suas funções, reduzindo, assim, a produção de colágeno, elasticidade e gordura. Por isso, a classe feminina é a que mais se incomoda com esta mudança, devido à pressão estética promovida pela “indústria da beleza”, tornando-se o público-alvo de tais tratamentos (TEIXEIRA, 2020).
Diante desse contexto, as indústrias cosméticas buscam constantemente realizar o desenvolvimento de meios terapêuticos que possam minimizar ou retardar o envelhecimento. Com isso, surge a possibilidade de utilizar-se de óleos essenciais para o tratamento antienvelhecimento, haja vista as propriedades farmacológicas e resultados positivos de seu uso (TRANCOSO, 2013).
No estudo Oulebsir et al. (2022), o óleo essencial (OE) de Citrus aurantium L (CA), conhecida vulgarmente como laranja azeda, foi avaliado quanto aos testes de atividade antioxidante e ainda sua capacidade de inibição das enzimas colagenase e elastase, que estão envolvidas no processo de envelhecimento, pois provocam lise no colágeno e elastina, responsáveis por darem firmeza, estrutura e elasticidade para a pele.
O óleo essencial de CA foi extraído pela técnica de hidrodestilação, sendo submetido a técnica de Cromatografia Gasosa – Espectrometria de Massa (GC-MS) para obtenção dos seus principais compostos majoritários, sendo eles: linalol (30,62%) e acetato de linalila (33,01%), componentes estes já descritos na literatura com propriedades antienvelhecimento, sendo o possível mecanismo de ação causar inibição da produção de mediadores pró-inflamatórios.
Os resultados dos testes empregados, mostraram que o óleo essencial de CA apresentou uma excelente capacidade de inibição das enzimas elastase e colagenase. Sabe-se, que tais enzimas estão envolvidas no processo de envelhecimento. Dessa forma, o óleo essencial de CA possui uma atividade de antienvelhecimento, embora tenha demonstrado uma baixa concentração de compostos fenólicos e de atividade antioxidante.
No estudo realizado por Salem et al. (2022), foram selecionados quatro OEs, como OE de Foeniculum vulgare (funcho), Pimpinella anisum (anis), Cuminum cyminum (cominho) e Coriandrum sativum L (coentro), sendo submetidos a testes “in vitro” para avaliação da inibição de cada OE contra as enzimas que estão envolvidas no envelhecimento e testes “in vivo” realizado em camundongos albinos com exposição à radiação ultravioleta (UV), com intuito de avaliar biomarcadores de stress oxidativo, sendo eles: Malondialdeído e superóxido dismutase.
Observou que dos quatro OEs testados, o OE de coentro foi o mais promissor, assim sendo manipulado o creme de nanopartículas lipídicas encapsulada com OE de coentro, com a finalidade de promover melhora na penetração da pele do OE nesta formulação, como também obteve alta ação contra cada uma das enzimas nas seguintes concentrações: colagenase (IC50=13.6±1.5 µg/mL), elastase (IC50=30.5±4.2 µg/mL), hialuronidase (IC50=29.79±0.63 µg/mL) e tirosinase (IC50=34.14±2.1 µg/mL) e ainda no teste “in vivo” o creme diminuiu o fotoenvelhecimento causado pela radiação UV, aumenta o colágeno na pele, aumentou as proteínas TGFβ, TGF βII e apresentou diminuição significativa dos biomarcadores oxidativos.
Além disso, foi empregado o método GC-MS para identificação do principal composto majoritário do OE de coentro, se destacando o linalol (81,29%), sendo responsáveis pela função de ação antioxidante.
Em um estudo distinto, realizado por Elgamal et al. (2021), foram estudados os perfis químicos dos óleos essenciais das partes aéreas de Pluchea dioscoridis (PD) e Erigeron bonariensis (EB), sendo extraídos por hidrodestilação, e analisados os seus compostos majoritários por GC-MS. Foi identificado no OE de PD, α-Maaliene (18,84%), enquanto que no OE de EB foi identificado trans-α-farnesene (25,03%), garantindo atividade antienvelhecimento, por apresentarem ações antioxidantes e anti-inflamatórios, trazendo benefícios para a pele.
Em seguida, foram analisadas as atividades antienvelhecimento de cada OE, assim como a análise quimiométrica, onde se verificam possíveis variações das substâncias nas plantas, quando comparadas a eco espécies já descritas, ou seja, diferentes espécies já existentes, na qual se cruzam. Observando-se que quando há variação, significa que possivelmente uma dessas espécies não está pura ou foi misturada com outras plantas.
Ainda, analisou-se por meio de estudo “in vitro” que ambos os OEs nas seguintes concentrações 1,56; 10,29; 12,71 e 14,37 µg/mL, possui uma forte ação inibitória das enzimas colagenase, elastase, hialuronidase e tirosinase, que são responsáveis pelo envelhecimento cutâneo.
Nos estudos de Lohani et al. (2018), sobre os OEs de Gerânio (GEO) e OE de Calêndula (CEO) extraídos da folha da Pelargonium graveolens e flores da Calendula officinalis por hidrodestilação, realizou-se a determinação do potencial antioxidante do radical livre 1,1-difenil-2-picrilhidrazil – DPPH sendo preparado com 0,1 mmol/L de metanol e com os OEs na concentração de 10-250 µg/mL, como também teste da radiação UV no intuito de analisar o fator de proteção solar (FPS). Observou-se que o OE de CEO apresentou maior FPS quando comparado ao GEO, porém ambos demonstraram protegerem a pele e diminuírem o estresse oxidativo, o que propicia o retardamento do envelhecimento cutâneo.
Ainda foram identificados os compostos majoritários de cada OE a partir de GC-MS. Dessa forma, o OE de GEO possui em sua composição citronelol (37,01%) e CEO possui trans-y-ocimeno (48,28%),responsáveis por tais atividades anti-inflamatórias, antioxidantes e de rejuvenescimento da pele. Portanto, os OEs de Gerânio e Calêndula possuem um efeito protetor sinérgico.
Em outro artigo de Lohani et al. (2021), ainda sobre os OEs de GEO e CEO, foi realizada uma comparação entre os cremes vesiculares à base desses OEs em relação aos cremes não vesiculares carregados com OEs. Onde, este creme contendo vesículas lipídicas tem função ajudar na penetração de cosméticos com componentes como óleos essenciais pouco solúveis, mas como não atingem todas as camadas da pele, então a estratégia foi o uso de etanol, assim tendo a vesícula lipídica etanólica.
Os autores, realizaram experimento “in vitro” em ambos os cremes, frente a ação contra as enzimas colagenase e elastase, nas seguintes concentrações: 1, 10, 50, 100, 500 e 1000 µg/mL de cada OE, sendo possível observar ação inibitório de ambos os cremes frente as duas enzimas.
Foi empregado ainda, testes “in vivo” em ratos albinos com finalidade de avaliar potencial de irritação, logo foram retirados os pêlos do dorso destes animais, sendo marcados para a aplicação dos cremes, observados durante três dias e submetido a análise microscópica a laser para verificar a penetração de ambos os cremes na pele.
Os resultados demonstraram que o pré-tratamento com formulações de creme vesicular encapsulado GEO/CEO foram capazes de proteger a pele dos efeitos nocivos da radiação UV-B. Assim, os cremes vesiculares são capazes de resguardar potencial do GEO e CEO, bem como seus benefícios fotoprotetores, assim reagir contra esta alteração cutânea.
Segundo Ahmed et al. (2020), constatou que a Premma odorata (PO) é um aliado promissor do antienvelhecimento, sendo realizado neste o estudo a extração do óleo essencial das folhas em diferentes estações do ano, pela técnica de hidrodestilação e tendo seus componentes verificados e avaliados pela técnica de GC-MS juntamente com GC-FID (Cromatografia gasosa equipada com detector de ionização de chama), onde o componente principal deste OE de PO em todas as estações do ano destacou-se o β-cariofileno.
Em seguida, realizou-se um estudo “in sílico” e “in vitro”, para avaliar o potencial antienvelhecimento do OE de PO, avaliou a partir da técnica de modelagem molecular os centros ativos das enzimas colagenase, elastase e hialuronidase, nos compostos majoritários, que demonstrou ligações aos sítios ativos em diferentes graus, na qual com o teste “in vitro” confirmou a inibição destas enzimas utilizando o OE. Dessa forma, observou um efeito significativo do OE de PO utilizando o composto principal, em que obteve um potencial de inibição para o efeito de envelhecimento, ou seja, anti-elastase e anti-hialuronidase, porém anti-colagenase leve.
Assim como, ainda na modelagem molecular exibiu que outros componentes do OE de PO como o ácido palmítico, oleico e linoleico, insinua também eficácia para esta alteração na pele, destacando-se o ácido palmítico feito pela técnica de ionização baseada em pH. Sendo assim, tem-se que o OE de PO pode ser utilizado em cosméticos antienvelhecimento natural que pode ser efetivamente incorporado pelas indústrias farmacêuticas.
Banglao et al. (2020), em seus estudos sobre a Cinnamomum zeylanicum (CZ) (canela), extraiu-se o óleo essencial (OE) a partir de hidrodestilação e obtendo-se por GC-MS o composto majoritário: cinamaldeído (68,80%).
Dessa forma, determinou-se as atividades antioxidantes pelo método “in vitro” do óleo essencial de CZ nas concentrações de 100, 125, 250, 500 e 1000 μg/mL, usando os radicais livres – DPPH e ABTS (2, 20- azino-bis (ácido 3-etilbenzotiazolina-6-sulfônico). Assim, demonstrou-se que o OE de canela possui ação antioxidante.
Além disso, o OE de canela inibiu a atividade das enzimas tirosinase, colagenase e elastase. À atividade de toxicidade determinada pelo ensaio de difeniltetrazólio (MTT) revelou que o OE de CZ na concentração inferior a 100 μg/mL demonstrou que não houve qualquer atividade tóxica em células de fibroblastos humanos, enquanto a porcentagem de viabilidade celular testada também pelo método MTT diminuiu quando foi exposta a este OE na concentração superior a 150 μg/mL. Portanto, este OE pode ser um forte candidato para uso cosmético e produtos farmacêuticos.
No estudo de Laothaweerungsawat et al. (2020), foi verificado o potencial retardante de envelhecimento cutâneo do óleo essencial de Origanum vulgare L (OV), obtidos de duas regiões diferentes como da região montanhosa de um país tropical (RMT) e de uma região mediterrânea (RM), através do método de hidrodestilação utilizando as plantas inteiras, foram empregados a técnica de GC-MS para identificação dos principais compostos majoritários em cada uma das regiões diferentes, sendo destacado o carvacrol com (79,5%) na região em RMT e (64,6%) na região RM.
Em seguida, os OEs obtidos de cada uma das regiões foram submetidos à teste “in vitro” para determinar a inibição dos OEs de enzimas colagenase, elastase e hialuronidase que estão envolvidas no processo de envelhecimento e tendo como controle positivo o ácido ascórbico na concentração 67, 25 µg/mL e ainda avaliar a atividade antioxidante através dos radicais livres como o DPPH, na qual observou-se que o OE de OV obtido da RMT obteve ação antienvelhecimento mais significativa frente ao OE de OV da RM, assim possuindo o resultado da inibição contra colagenase, elastase e hialuronidase.
Posto isso, a região (RMT) possui atividade mais elevada de anti-hialuronidase, anti-colagenase e anti-elastase comparável com a região (RM), como ambos possuem ação antioxidante, porém RMT novamente obteve ação maior de bloqueio da peroxidação lipídica pelo método tiocianato férrico (FTC) responsável também por esta alteração na pele. Portanto, sugeriu-se que o RMT fosse usado como um retardante natural do envelhecimento da pele em uma indústria cosmética.
Os autores Machado et al. (2020) desenvolveram um estudo sobre os efeitos anti-idade dos óleos essenciais (OEs) de Lavandula angustifolia (Lavanda), Rosmarinus officinalis (Alecrim) e Melaleuca alternifolia (Melaleuca), nas concentrações de 0,01; 0,5; 1,0; 2,0; 5,0 e 10,0 µg/mL, sendo realizados teste em fibroblastos dérmicos humanos, da linhagem CCD-1072Sk, tendo o ácido ascórbico utilizado como controle positivo. Deste modo, esta técnica tem como finalidade avaliar a eficiência que uma substância tem de inibir a proliferação celular ou gerar danos. Assim, foi possível observar que os óleos essenciais não diminuíram a viabilidade destes fibroblastos dérmicos, porém, verificou-se que a proliferação estimulada pelos OEs, foi menor que o teste com tratamento de ácido ascórbico.
Ademais, com os experimentos realizados separadamente de cada OEs na concentração de 1 ug/mL, apenas os OEs de lavanda e de alecrim tiveram aumento de colágeno total, como promoveu o aumento de ácido hialurônico. Já os OEs de lavanda, alecrim e melaleuca diminuíram a atividade da enzima colagenase. Além disso, os resultados demonstraram que os OEs de lavanda e alecrim reduziram a secreção de MMP-1 (Metaloproteinases-1), MMP-2 (Metaloproteinases-2) e MMP-9 (Metaloproteinases-9), porém a melaleuca apresentou diminuição na secreção apenas na MMP-9. As MMPs são responsáveis por diminuir o colágeno e favorecer o envelhecimento, contudo, propõe formulações dermocosméticas de lavanda e alecrim para cuidados com a pele contra envelhecimento, uma vez que tais óleos possuem ações antioxidantes e anti-inflamatórias.
Outrossim, para Ma Lin et al. (2019), para obtenção do óleo essencial de Herba pylorae (HP), utilizou-se a planta inteira em que foi extraído o óleo essencial por solvente e obtendo-se os compostos voláteis por GC-MS, onde apresentou como composto majoritário, o aldeído (39,12%).
Neste sentido, foi realizado o teste “in vitro” do OE de HP para atividade antioxidante dos dois radicais livres com 100 µL de metanol para realizar o teste de DPPH utilizando 100 µL do óleo de HP e 200 µL da solução estoque de ABTS com 50 µL do OE de HP, ambos os testes que avaliam a atividade antioxidante. Além disso, foi testada a atividade da enzima tirosinase, enzima essa responsável pela pigmentação da pele, no teste “in vitro” foi testado o OE na concentração de 10 µL em 2% DMSO, utilizou-se como controle positivo o alfa-arbutin e ácido kójico nas concentrações 0,1 a 0,8 mg/mL, respectivamente. Na qual, observou-se que o OE de HP gerou uma maior inibição de monofenolase a (0,5173 mg/mL) e difenolase a (0,5950 mg/mL) (enzimas que auxiliam a tirosinase na produção da melanina, sendo responsáveis também pelo envelhecimento da pele), quando comparado ao alfa-arbutin e ácido kójico.
Já nos estudos de Pandey et al. (2018), avaliou-se a composição do óleo essencial de Juniper berry (JB) adquirido a partir do fruto desta planta medicinal. Através das técnicas de GC-MS, foi possível obter os compostos majoritários, são estes: Ÿ-pineno (51,85%) e Limoneno (25,1%).
Posteriormente, foi realizado teste “in vitro” para avaliar a ação antioxidante através do ensaio do radical livre DPPH, na qual foi possível observar a ação de 86,39% de eliminação do radical livre, ou seja, DPPH. Além disso, dosou-se o conteúdo fenólico total através do reagente Folin-ciocalteu, na qual apresentou concentrações semelhantes ao ácido gálico e rutina. Dessa forma, todos esses testes realizados em “in vitro” obtiveram ação antioxidante significativa.
Ainda foi realizado teste “in vivo”, para avaliar a toxicidade, utilizando variadas concentrações do OE de JB (10, 50 e 100 ppm), sendo a dose mais baixa altamente eficaz capaz de aumentar o período de duração de vida de um nematoide nomeado de Caenorhabditis elegans, foi a concentração de 10 ppm, onde também mostrou potencial contra vários estresses oxidativos e térmicos. Logo, os vermes tratados com o OE de JB apresentaram mais sobrevivência sob estresse térmico em relação ao com os vermes não tratados. A vista disso, o OE de JB possibilita pesquisas futuras relacionadas ao antienvelhecimento.
Em outro estudo desenvolvido por Chen et al. (2018), sobre a composição química do óleo essencial de Angelica pubscens (AP) e sua atividade de prevenção fotoenvelhecimento induzida por radiação UV-B, foi extraído este OE por destilação a vapor e foram determinados 93 compostos pela técnica GC-MS, dentre esses destaca-se o teor de ostole (44,608%), eugenol (3,637%), α-bisabolol (3,795%), substâncias estas que possuem efeitos anti-inflamatórios.
Para avaliar a atividade anti-fotoenvelhecimento de AP, aplicou-se na pele dorsal de camundongos sem pêlos 150 μL de uma solução de AP com etanol na concentração de 1%, 5% e 10%, durante 8 semanas. Logo depois, foi avaliado que a pele melhorou visivelmente de maneira dose-dependente, ação esta que está relacionado com o potencial de AP de suprimir a produção de fatores inflamatórios, fatores estes que desempenham o papel muito importante no processo de fotoenvelhecimento da pele. Dessa forma, esses resultados demonstram que o AP possui efeitos anti-inflamatórios, que são cruciais para o seu efeito anti-fotoenvelhecimento.
Por fim, Be tu et al. (2015), estudaram o OE extraído das folhas de Alpinia zerumbet (AZ) por destilação a vapor nas suas duas variedades (tairin e shima), verificando através da GC-MS, seus compostos majoritários em cada variedade, sendo tairin: γ-terpineno (14,5%) e cineol (13,8%) e shima: cineol (37,8%) e β-linalol (17,1%). Adiante, investigaram seus efeitos antioxidantes e antienvelhecimento, na qual exibiram forte atividade antioxidante contra o radical livre DPPH e óxido nítrico. No teste “in vitro” para avaliar a inibição das enzimas colagenase, tirosinase, hialuronidase e elastase na concentração de 10, 100 e 250 μg/mL, resultou em melhor atividade o OE de AZ de tairin. Portanto, os resultados revelaram que os OEs mostraram fortes atividades antioxidantes contra DPPH e óxido nítrico e uma ação inibitória enzimática significativa, sendo entre as variedades deste OE de AZ, o tairin mais eficaz. Assim, sugere-se como promissor para o desenvolvimento de produtos antienvelhecimento com o óleo essencial de AZ.
5 CONCLUSÃO
Portanto, considerando que o envelhecimento da pele é um fenômeno natural nos seres humanos, ocasionando incômodo principalmente entre as mulheres de meia e terceira idade, devido ao alto padrão estético. Considerando ainda a necessidade do desenvolvimento de novos produtos cosméticos com tal função, este trabalho revisou por meio de levantamento bibliográfico a utilização dos óleos essenciais promissores no tratamento de rejuvenescimento da pele como uma escolha segura e eficaz.
Este trabalho verificou que os óleos de Premma odorata, Pluchea dioscoridis, Erigeron bonariensis, Gerânio, Calêndula, Herba pyrolae, Juniper berry, Alpinia zerumbet, Angelica pubescens, Coriandrum sativum L, Citrus aurantium L, Origanum vulgare, Cinnamomum zeylanicum, Lavandula angustifólia, Rosmarinus officinalis e Melaleuca alternifolia, de forma isolada ou associado à outros compostos químicos, apresentam ação rejuvenescedora. Sendo atributo como mecanismo de ação: inibição das enzimas colagenase, elastase, hialuronidase e tirosinase, inibição das células dos radicais livres, inibição dos efeitos nocivos da radiação UV, bloqueio da peroxidação lipídica, diminuição da liberação das metaloproteinases, efeito anti-inflamatório e aumento das proteínas TGFβ e TGF βII . Assim como, tais óleos não apresentaram efeitos tóxicos, pois em diversos artigos os autores também testaram a avaliação de toxicidade. Dentre os principais constituintes presentes estava o trans-y-ocimeno, limoneno, cinamaldeído, linalol, acetato de linalila e carvacrol.
Desse modo, esse trabalho assegura informações relevantes que podem, no futuro, contribuir com o desenvolvimento de novos produtos cosméticos de origem vegetal, impedindo assim efeitos adversos provocados pelos tratamentos atuais para o rejuvenescimento da pele.
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