A EFICÁCIA DO PEELING QUÍMICO COM ÁCIDO RETINÓICO NO FOTOENVELHECIMENTO: REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202505082211


Gabriela de Sousa Guedes
Juliana de Amorim Bandeira
Pamela Camila Ramos Teodoro Nunes
Orientadora: Me. Joseane Martins Soares de Rodrigues Leitão


RESUMO 

Introdução: O fotoenvelhecimento é um fenômeno que se manifesta devido a fatores  ambientais, idade, tipo de pele, e principalmente pela exposição solar. Com isso, a  estrutura da pele é afetada, como a redução de colágeno e alterações nas fibras  elásticas, o que leva ao aparecimento de rugas e manchas. Existem vários  tratamentos estéticos para tratar o fotoenvelhecimento, entre estes, pode se destacar  o peeling químico de ácido retinóico. Objetivo: Analisar a eficácia do peeling químico  de ácido retinóico na reversão dos efeitos do fotoenvelhecimento, analisando  melhorias na aparência da pele. Métodos: A pesquisa foi realizada com base nas  técnicas e métodos da pesquisa bibliográfica, consistindo na coleta de fontes a partir  das plataformas científicas: National Library of Medicine (PubMed), Google  Acadêmico e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Foram incluídos na seleção apenas  artigos completos, de acesso gratuito, publicados entre 2015 e 2025, nos idiomas  inglês e português, que abordassem diretamente a eficácia do ácido retinóico no  tratamento do fotoenvelhecimento. Foram excluídos artigos de revisão, duplicados,  incompletos ou que não tratassem especificamente do tema proposto. Resultados:  Após a identificação dos dados científicos com base nos critérios de inclusão e  exclusão, e a leitura dos títulos e resumos, contabilizou-se 4 artigos para análise e  elaboração da revisão. Conclusão: Este trabalho concluiu que o peeling químico com  ácido retinóico mostrou-se eficaz e seguro no tratamento do fotoenvelhecimento,  melhorando a textura, firmeza e coloração da pele. Concentrações de 3% a 5% foram  efetivas, com benefícios estéticos e terapêuticos. A avaliação individualizada e a  realização por profissionais capacitados são fundamentais para garantir bons  resultados. 

Palavras chaves: Fotoenvelhecimento. ácido retinóico. peeling químico

ABSTRACT 

Introduction: Photoaging is a phenomenon that occurs due to environmental factors,  age, skin type, and primarily sun exposure. As a result, the skin structure is affected,  leading to a reduction in collagen and alterations in elastic fibers, which contribute to  the appearance of wrinkles and dark spots. Several aesthetic treatments are available  to address photoaging, among which retinoic acid chemical peeling stands out. Objective: To analyze the effectiveness of retinoic acid chemical peeling in reversing the effects of photoaging, analyzing improvements in skin appearance. Methods: The  research was carried out based on the techniques and methods of bibliographic  research, consisting of the collection of sources from the following scientific platforms:  National Library of Medicine (PubMed), Google Scholar and Virtual Health Library  (BVS). Only complete articles, with free access, published between 2015 and 2025, in  English and Portuguese, that directly addressed the efficacy of retinoic acid in the  treatment of photoaging were included in the selection. Review articles, duplicates,  incomplete articles or those that did not specifically address the proposed topic were  excluded. Results: After identifying the scientific data based on the inclusion and  exclusion criteria, and reading the titles and abstracts, 4 articles were counted for  analysis and preparation of the review. Conclusion: This study concluded that  chemical peeling with retinoic acid proved to be effective and safe in the treatment of  photoaging, improving skin texture, firmness and color. Concentrations of 3% to 5%  were effective, with aesthetic and therapeutic benefits. Individualized assessment and  performance by qualified professionals are essential to ensure good results. 

Keywords: Photoaging. Retinoic acid. Chemical peeling.

1. INTRODUÇÃO 

A pele é o maior órgão do corpo humano, representando cerca de 16% do peso  total, e atua como barreira entre o corpo e o meio externo (Bernardo et al.,2023). Com  o tempo, ela sofre algumas alterações, que podem ser resultado do envelhecimento  intrínseco, que ocorre naturalmente, ou do envelhecimento extrínseco, provocado por  fatores como a exposição solar, caracterizando o fotoenvelhecimento (Barakat et al.,  2024). 

A radiação ultravioleta (UV), especialmente a UVA, é o principal fator causador  de dano, afetando a estrutura da pele, como a redução de colágeno e alterações nas  fibras elásticas, o que leva ao aparecimento de rugas e manchas. Além disso, fatores  como idade, tipo de pele, exposição solar acumulada ao longo da vida e geografia,  como viver em regiões com alta irradiação solar, aumentam o risco de  fotoenvelhecimento (Diniz et al.,2024). 

O ácido retinóico é muito utilizado em procedimentos estéticos, principalmente  no rejuvenescimento facial, devido a sua capacidade de aumentar a síntese de  colágeno e fazer a renovação celular, reduzindo as linhas de expressão, marcas, e  manchas presentes na face. O uso do ácido retinóico em peeling químicos potencializa  mais a sua ação, trazendo resultados significantes e positivos (Silva et al., 2021). 

Os peelings químicos são eficazes, com mais de 70% de resultados positivos  em linhas de expressão e hipercromias, atuando em três níveis de profundidade:  superficial, médio e profundo, para promover uma pele saudável. Quando combinados  com o ácido retinóico, esses tratamentos apresentam ainda melhores resultados (Nunes, 2021). 

O peeling de ácido retinóico (tretinoína) é aplicado em concentrações de 5% a  12%, permanecendo na pele por um período antes de ser removido, formando uma  película oclusiva temporária. Estudos mostram que o peeling é eficaz na redução de  sinais de envelhecimento, com resultados significativos tanto em 5% quanto em 10% (Linuma, 2023). 

A associação de diferentes ácidos, incluindo o ácido retinóico, favorece a  regeneração da pele, melhorando sua aparência e minimizando rugas e manchas.  Esse processo auxilia na normalização epidérmica, eliminando queratinócitos atípicos  e prevenindo a queratose, sendo uma estratégia eficaz no tratamento do  fotoenvelhecimento (Freitas et al., 2020). 

No entanto, este estudo tem por objetivo, analisar a eficácia do peeling químico  com ácido retinóico na reversão desses efeitos, investigando suas melhorias na  aparência da pele. Para isso, busca-se explicar o processo de fotoenvelhecimento,  determinar a eficácia e a aplicabilidade do peeling químico, além de identificar a  concentração mais eficiente do ácido retinóico, contribuindo para um melhor  entendimento e aprimoramento dessa técnica estética. 

2. MATERIAL E MÉTODOS 

Este estudo teve como base os parâmetros teóricos e técnico-científicos da  pesquisa de revisão integrativa da literatura, tendo como base a investigação sobre a  eficácia do peeling químico com ácido retinóico no tratamento do fotoenvelhecimento,  com ênfase nos seus efeitos na renovação e rejuvenescimento cutâneo. 

Realizou-se uma revisão integrativa da literatura nas bases de dados Google  Acadêmico, National Library of Medicine (PubMed) e Biblioteca Virtual de Saúde  (BVS). Os termos utilizados foram fotoenvelhecimento, ácido retinóico e peeling  químico e seus correspondentes em inglês, Photoaging, retinoic acid and chemical  peeling com a utilização de operadores booleanos (AND) para completar a pesquisa. 

A pesquisa foi desenvolvida em março de 2025, visando à ampliação do  número de referências relevantes, assegurando melhor identificação dos trabalhos  pertinentes com a temática proposta. 

Para a seleção dos estudos, foram incluídos artigos integrais gratuitos em  inglês e português, publicados entre 2015 e 2025, com ênfase na eficácia do peeling  químico com ácido retinóico no tratamento do fotoenvelhecimento. Como critério de  exclusão, foram considerados os seguintes fatores: artigos de revisão bibliográfica,  artigos duplicados, artigos incompletos e aqueles que não abordaram diretamente o  tema.

3. RESULTADOS 

A tabela 1 apresenta os artigos incluídos na revisão integrativa, exibindo  informações importantes sobre os mesmos, como os títulos, ano, base de dados,  tipo de estudo e objetivo do estudo. 

Figura 1 – Artigos encontrados nas publicações de 2015 a 2025 sobre peeling de ácido  retinóico no fotoenvelhecimento.

4. DISCUSSÃO 

O fotoenvelhecimento constitui um processo complexo, resultante da  interação entre fatores intrínsecos, como o envelhecimento cronológico, e fatores  extrínsecos, como a exposição solar excessiva. As alterações estruturais observadas  na pele fotoenvelhecida, incluindo a fragmentação das fibras colágenas, o  espessamento da camada córnea, a diminuição da elasticidade e o surgimento de  hiperpigmentações, representam desafios terapêuticos constantes. Nesse cenário, o  ácido retinóico destaca-se como agente de escolha, tanto em aplicações tópicas  quanto em procedimentos de peeling químico, devido à sua capacidade de promover  renovação epidérmica e remodelação dérmica. 

A eficácia do peeling químico com ácido retinóico na reversão dos sinais do  fotoenvelhecimento foi amplamente confirmada pelos estudos analisados nesta  revisão. Lima et al. (2018) demonstraram que a aplicação de ácido retinóico em  concentrações de 3% e 5%, associada ao microagulhamento, resultou em efeitos  satisfatórios, com boa tolerância e ausência de eventos adversos relevantes. Sumita  (2017), por sua vez, comparou o uso tópico de ácido retinóico a 0,05% com o peeling  de 5%, concluindo que ambos são eficazes, mas com mecanismos e velocidades de  resposta distintos. 

As concentrações do ácido retinóico variam conforme a finalidade terapêutica. Em uso tópico, são comuns concentrações entre 0,025% e 0,1%, promovendo  melhora gradual na textura da pele. Já nos peelings químicos, concentrações de 3%  a 5% demonstraram eficácia clínica relevante. Embora existam relatos do uso de  concentrações superiores (até 10% ou 12%), estes procedimentos requerem cautela,  pois elevam o risco de irritações e complicações cutâneas, especialmente em peles  sensíveis ou de fototipos mais altos.

Apesar dos benefícios, o uso do ácido retinóico pode causar efeitos colaterais  como eritema persistente, descamação intensa e hiperpigmentação pós-inflamatória.  Esses efeitos são mais comuns com o uso de concentrações elevadas ou em  pacientes com pele sensível. Estudos como o de Bouloc et al. (2015) reforçam que,  embora a tretinoína seja eficaz, sua tolerabilidade pode ser menor em comparação  com outros derivados como o retinol. Por isso, a individualização do tratamento e a  orientação adequada ao paciente são essenciais para minimizar riscos e aumentar a  adesão. 

A combinação do ácido retinóico com outros procedimentos estéticos tem  demonstrado resultados ainda mais expressivos. A associação com o  microagulhamento, como visto no estudo de Lima et al. (2018), potencializa a  penetração do ativo e intensifica o estímulo à síntese de colágeno. Outro exemplo é o  protocolo descrito por Scabora et al. (2023), que utilizou ATA 30% em rugas finas  seguido do peeling com ácido retinóico 5%, com melhora significativa da textura e  linhas finas. Essas abordagens integradas ampliam o alcance terapêutico e permitem  personalização dos tratamentos. 

Apesar dos resultados promissores, algumas limitações devem ser  reconhecidas. A maioria dos estudos analisados apresenta amostras reduzidas, curto  período de seguimento e falta de padronização quanto aos protocolos utilizados. Isso  dificulta a comparação entre os resultados e impede a criação de diretrizes clínicas  mais sólidas. Também persiste o risco de hiperpigmentação pós-inflamatória em peles  mais escuras, o que exige cuidados rigorosos com a fotoproteção e a escolha da  concentração adequada. 

O peeling químico com ácido retinóico representa uma estratégia terapêutica  eficaz e segura no combate ao fotoenvelhecimento. Dentre seus benefícios,  destacam-se a melhora da textura cutânea, a diminuição de hiperpigmentações e a  estimulação da síntese de colágeno. A personalização do tratamento, levando em  consideração a concentração utilizada, a frequência das aplicações e as  características individuais da pele, é essencial para otimizar os resultados e minimizar  possíveis efeitos adversos. Ainda são necessários estudos complementares que  contribuam para a padronização dos protocolos e garantam maior segurança em sua  aplicação em diferentes fototipos.

5. CONCLUSÃO 

Com base nos estudos analisados, conclui-se que o peeling químico com  ácido retinóico apresenta eficácia comprovada no tratamento do fotoenvelhecimento,  proporcionando melhorias significativas na textura, coloração e firmeza da pele. Sua  atuação se dá por meio do estímulo à renovação celular e à síntese de colágeno,  promovendo rejuvenescimento cutâneo. 

As concentrações entre 3% e 5% mostraram-se seguras e efetivas, podendo  ser utilizadas de forma isolada ou combinada com outras técnicas, como o  microagulhamento ou o peeling de ácido tricloroacético. Além disso, o ácido retinóico  demonstrou benefícios não apenas estéticos, mas também terapêuticos, como a  prevenção de lesões pré-cancerosas e a atuação no campo de cancerização. 

Portanto, o peeling químico com ácido retinóico constitui uma alternativa  terapêutica eficaz e segura, sendo indicado para diferentes tipos de pele e graus de  envelhecimento. Ressalta-se, entretanto, a importância da avaliação individualizada do  paciente e da realização do procedimento por profissionais qualificados, garantindo  resultados satisfatórios e minimizando possíveis efeitos adversos. 

6. REFERÊNCIAS: 

BARAKAT, Genwa Mohamed et al. Uma revisão de literatura sobre a eficácia do  ácido retinóico na prevenção do envelhecimento da pele. Brazilian Journal of  Development, v. 10, n. 10, p. e73706-e73706, 2024. 

NUNES, Renata Cristina. Um olhar sobre a evasão de estudantes universitários  durante os estudos remotos provocados pela pandemia do COVID-19. Research,  Society and Development, v. 10, n. 3, p. e1410313022-e1410313022, 2021. 

SILVA, Mateus Nunes da et al. O uso do ácido retinóico para rejuvenescimento  facial. 2021. 

FREITAS, Anna Lídia de; SILVA, Daiane Cardoso da. O peelling químico no  rejuvenescimento facial: com ácido glicólico e ácido retinóico. 2020. 

IINUMA, Bianca Lucena da Costa. A utilização do peeling de ácido retinóico  (tretinoína) no rejuvenescimento facial: uma revisão de literatura. 2023. Monografia  (Especialização Lato Sensu em Harmonização Orofacial) — Faculdade Sete Lagoas  – FACSETE, São Paulo, 2023. 

DINIZ, Gabriel Lucena; UTINO, Bárbara Manha; BARONE, Ana Clara de Carvalho;  AMARAL, Ana Luiza de Alencar. Fotoenvelhecimento: aspectos clínicos. Brazilian  Journal of Implantology and Health Sciences, v. 6, n. 10, p. 784–803, 2024. DOI:  10.36557/2674-8169.2024v6n10p784-803.

BOULOC, Anne; VERGNANINI, Andre Luiz; ISSA, Maria Claudia. A double-blind  randomized study comparing the association of Retinol and LR2412 with tretinoin  0.025% in photoaged skin. Journal of Cosmetic Dermatology, v. 14, p. 40–46, 2015.  DOI: 10.1111/jocd.12131. 

LIMA, Emerson de Andrade; LIMA, Mariana de Andrade; ARAÚJO, Cláudio Eduardo  Cavalcante de; NAKASAWA, Yara Maria Maia; LEAL, Nilma Cintra. Investigação sobre  o uso do ácido retinoico a 3% e a 5% em soluções para peeling como agente para  drug delivery após indução percutânea de colágeno com agulhas (IPCA®): perfil de  segurança e protocolo de uso. Surgical & Cosmetic Dermatology, Rio de Janeiro, v.  10, n. 1, p. 22–27, jan./mar. 2018. DOI: 10.5935/scd1984-8773.201810104. 

SCABORA, Rodrigo; CUNHA, Marisa Gonzaga da; MACHADO FILHO, Carlos  D’Apparecida Santos. Peeling de ATA localizado para rugas estáticas da face: série  de casos. Surgical & Cosmetic Dermatology, v. 15, e20230221, 2023. DOI:  10.5935/scd1984-8773.2022150221. 

SUMITA, Juliana Mayumi. Estudo clínico-laboratorial para verificar e comparar eficácia  e segurança do ácido retinoico a 0,05% em creme e a 5% em peelings superficiais no  fotoenvelhecimento e carcinogênese do antebraço. 2017. 139 f. Tese (Doutorado em  Ciências) — Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2017. 

SANTOS, Cláudia da Costa; COSTA, Silvana Nair Leite; PELEGRINI, Lígia Toledo de  Oliveira. Pele: alterações anatômicas e fisiológicas do nascimento à maturidade.  Revista Saúde (Santa Maria), Santa Maria, v. 39, n. 2, p. 1-12, 2013. Disponível em:  https://periodicos.ufsm.br/revistasaude/article/view/6799. Acesso em: 2 maio 2025.