A EFICÁCIA DA CROCHETAGEM MIOAPONEURÓTICA NO ALÍVIO DA DOR NA FASCITE PLANTAR EM CORREDORES DE RUA: REVISÃO DE LITERATURA

THE EFFECTIVENESS OF MYAPONEUROTIC CROCHETING IN RELIEVING PLANTAR FASCIITIS PAIN IN STREET RUNNERS: A LITERATURE REVIEW 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10719905


Suéllen Freitas de Souza1


RESUMO

Nos tempos atuais a corrida de rua é um dos esportes mais praticados no mundo, tanto pelo seu baixo custo quanto pela “facilidade” da prática, promove diversos benefícios ao corpo porém quando em excesso pode gerar lesões, como a fascite plantar, patologia esta, muito comum em corredores de rua, tanto amador quanto profissional. Moldada como uma tela na planta do pé, a fáscia plantar pode inflamar, tornar se espessa, a musculatura tríceps surral encurtada e aderida gerando assim, dor ao pisar ao acordar, na realização das atividades diárias e consequente pratica da corrida de rua. A crochetagem mio-aponeurótica ou diafibrólise percutânea é um método de tratamento fisioterapêutico que utiliza um gancho colocado e mobilizado sobre a pele para destruir aderências e corpúsculos irritativos inter-aponeurótico ou mio-aponeurótico, liberando as fáscias aderidas e devolvendo a mobilidade e aliviando a dor local. Este artigo visa mostrar o tratamento e eficiência da crochetagem mio-aponeurótica quando há o diagnóstico de fascite plantar e qual seria a aplicabilidade da técnica através de uma revisão bibliográfica da literatura atual em inglês e português, além de consulta em livros didáticos, monografias, dissertações e teses. A Crochetagem se distingue das demais técnicas por acelerar a reabilitação, pois promove uma ação mecânica na área inflamada da fáscia, causando uma hiperemia profunda, que melhora a oxigenação do tecido. Os resultados práticos observados pela utilização da crochetagem estão de acordo com as ideias dos conceitos anatômicos, funcionais e fisiológicos das citações dos autores apresentadas no trabalho.

Palavras-chave: Corrida de rua; Lesões em corredores de rua; Fascite; Crochetagem; Miofascial.

ABSTRACT  

Nowadays, running is one of the most practiced sports in the world, both because of its low cost and the “ease” of practicing it. However, when it is overdone, it can cause injuries, such as plantar fasciitis, a pathology that is very common among runners, both amateur and professional. Shaped like a canvas on the sole of the foot, the plantar fascia can become inflamed, thickened and the triceps surral muscles shortened and adhered, generating pain when stepping on waking up, performing daily activities and consequently practicing street running. Myo-aponeurotic crocheting or percutaneous diafibrolysis is a physiotherapeutic treatment method that uses a hook placed and mobilized over the skin to destroy adhesions and irritative inter-aponeurotic or myo-aponeurotic corpuscles, releasing the adhered fasciae and restoring mobility and relieving local pain.  This article aims to show the treatment and efficiency of myo-aponeurotic crocheting when there is a diagnosis of plantar fasciitis and what the applicability of the technique would be through a bibliographical review of current literature in English and Portuguese, as well as consulting textbooks, monographs, dissertations and theses. Crocheting differs from other techniques in that it speeds up rehabilitation, as it promotes mechanical action in the inflamed area of the fascia, causing deep hyperemia, which improves tissue oxygenation. The practical results observed through the use of crocheting are in line with the ideas of the anatomical, functional and physiological concepts of the authors’ citations presented in the paper.

Keywords: Street running; Injuries in street runners; Fasciitis; Crocheting; Myofascial

1 INTRODUÇÃO  

A fascite plantar refere-se a uma dor plantar, no ponto de origem da fáscia plantar, na tuberosidade medial do calcâneo. Suas manifestações caracterizam-se pela dor local e ao redor da base do calcâneo e no arco plantar, principalmente ao levantar-se da cama ou após um período de repouso (GRISOGONO, 2000; MEIJA e KALB,2000); Caracteriza-se por uma inflamação ocasionada por microtraumatismos de repetição na origem da tuberosidade medial do calcâneo. As forças de tração durante o apoio levam ao processo inflamatório, que resulta em fibrose e degeneração das fibras fasciais que se originam no osso (SNIDER, 2000; HEBERT et al., 2003; CYRIAX, 2001). Embora pareça não estar diretamente relacionada a nenhum tipo específico de pé, a fascite plantar surge com bastante frequência praticantes de esportes como corrida de rua. Para SNIDER, 2000 existem diversas possibilidades de tratamentos fisioterapêuticos, que incluem desde a utilização de órteses compradas prontas para amortecimento do calcanhar, acompanhado de recursos de analgesia e combate ao processo inflamatório, exercícios que promovam a diminuição da tensão no tendão calcâneo e na fáscia plantar e liberação miofascial.

Crochetagem é um recurso fisioterapêutico utilizado no tratamento de tecidos com restrição de mobilidade (BAUMGRTH, 2006). Apesar dos resultados na prática clínica, seus efeitos ainda necessitam de comprovações científicas (AMORIM, 2005). A crochetagem ou diafibrólise é um método de tratamento das algias mecânicas do aparelho locomotor pela destruição das aderências através de ganchos colocados e mobilizados sobre a pele. Segundo Baumgarth (2006) a crochetagem apresenta efeitos mecânicos nas aderências fibrosas que limitam o movimento entre os planos de deslizamento tissulares; nos corpúsculos fibrosos (depósito úricos ou cálcios) localizados geralmente nos lugares de estases circulatórios e próximo as articulações; nas cicatrizes e hematomas, que geram progressivamente aderências entre os planos de deslizamento; nas proeminências ou descolamento periósteos. 

Foi dado o início a este estudo por não haver muitas evidências científicas sobre a crochetagem mio-aponeurótica, por sabermos que muitas das vezes é uma técnica utilizada como forma de tratamento para diversas patologias, ter um bom resultado e não ter seus resultados relatados. Através de uma revisão bibliográfica, juntou se um material que inclui artigos e livros baseados no estudo da crochetagem mioaponeurótica no tratamento da Fascite plantar no corredor de rua com objetivo geral de verificar qual seria a importância da aplicação da técnica e seus resultados.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A CORRIDA DE RUA E FASCITE PLANTAR

A corrida de rua surgiu no século XVII na Europa e atualmente é uma das modalidades mais praticadas no mundo. (ZIEMBA, 2015) Se popularizou primeiramente na Inglaterra no século XVII, posteriormente sendo praticada no restante da Europa, e também nos Estados Unidos, onde difundiu-se no final do século XIX. Uma prova disso é o número de provas realizadas apenas nos Estados Unidos: mais de 17 mil corridas de rua. (RUNNER’S WORLD, 1999 apud SALGADO; CHACON-MIKAHIL, 2006, p.91). Há anos, a Corrida de Rua tem crescido vertiginosamente, no Brasil. (TORRES 2017) e apresenta um crescimento significativo de praticantes que tem refletido numa maior participação em eventos realizados no país nessa modalidade. (OLIVEIRA. 2015),

Segundo Ishida et al. (2013) cresceu também o número de participantes, e dados divulgados na pesquisa de nos últimos 10 anos a quantidade de corridas aumentou exponencialmente, segundo dados da Federação Paulista de Atletismo (2010) que mostram crescimento de 218%. 

A princípio, a busca pela prática da corrida de rua ocorre por diversos interesses, que envolvem desde a promoção de saúde, a estética, a integração social, a fuga do estresse da vida moderna, a busca de atividades prazerosas ou competitivas.  Nos referindo a última perspectiva, ser competitivamente bem classificado tornou-se um atrativo, visto que isso se associa ao grande número de provas com premiações, dos mais variados valores, em dinheiro ou em bens, patrocínios, prestígio social, ou ainda, o estar em evidência. (SALGADO 2017) Para Oliveira et al 2008 a corrida de rua visa a promoção da saúde nas nossas sociedades e o papel preventivo contra o stress e Truccolo et al. 2006 acrescentam-se a diminuição da ansiedade que pode estar relacionado ao trabalho.

Apesar de todos os efeitos benéficos da prática de corrida, tem-se observado uma elevada incidência de lesões no aparelho locomotor, sobretudo em membros inferiores. Essa alta incidência pode ser explicada pela falta de orientação profissional para a prática da corrida e, dessa forma, esses corredores possam estar treinando de forma equivocada pela falta de acompanhamento especializado. (SOUZA et al 2014) Para WEN et al, 1998; SARAGIOTTO, 2013 apesar de haver muitos benefícios obtidos pela corrida de rua, há uma grande a incidência de lesões em corredores e de acordo com Yamato et al (2011) foi visto que, cerca de 25% dos corredores apresentam alguma dor de origem musculoesquelética, mesmo antes da participação de uma prova de corrida.

Segundo Ferreira e Melo (2010) os corredores apresentam lesões numa taxa muito alta de lesões, incluindo a fascite plantar e para Ribeiro (2011) a fascite plantar é a terceira lesão mais comum. Hreljac (2005) definiu que a maioria das lesões nos corredores de rua é causada principalmente por erros durante o treinamento, como distância percorrida excessiva, intensidade alta e aumento exagerado na distância ou intensidade semanal do treino. 

Todo ano 65 a 80% dos corredores são acometidos por algum tipo de lesão (MCDOUGALL, 2009; FERNANDES et al., 2014). A etiologia destas lesões é multifatorial e diversa, e podem ser causadas por vários fatores intrínsecos ou extrínsecos tais como morfologia do pé, idade, biotipo, sexo, etnia, tipo de apoio da passada; tipo de calçado usados, regime de treinamento, superfície de treinamento (HINO et al, 2009). 

De acordo com Hreljac (apud SARAGIOTTO, 2013) as lesões que acometem os corredores são, geralmente, resultado de sobrecarga oriunda de mircrotraumas acumulados. Esses microtraumatismos de repetição na origem da fáscia plantar sobre a tuberosidade medial do calcâneo causam a inflamação (CARVALHO et al, 2003).

A desordem agrava-se pela retração do tendão do calcâneo e espessamento da fáscia, falta de flexibilidade do tríceps surral, pelo excesso de treinamento, fadiga, inextensibilidade da fáscia plantar e mecânica precária (WHITING e ZERNICKE, 2001). 

A lesão esportiva é um dos obstáculos mais comuns enfrentados pelos atletas. (LIMA, 2019) A biomecânica da corrida poderá levar a traumas ortopédicos (lesões agudas) e até mesmo a lesões por overuse e o que irá diferenciar uma corrida normal de uma corrida de longa distância é a distância percorrida, diferença de superfície e características da prova (HARDIN, E. C., VAN DEN BOGERT, A. J., HAMILL, J 2004)

Foi descoberto que a fascite plantar está associada com o pé plano e com o pé cavo rígido e a maior amplitude de movimento de extensão do tornozelo. A sobrecarga crônica e a irritação podem levar à formação de tecido ósseo em resposta às forças de tração da fáscia plantar e dos músculos que se inserem na tuberosidade do calcâneo. (SOUZA 2014). A carga gerada pela corrida aplicada repetidas vezes sobre a fáscia plantar pode explicar o fato da fascite plantar estar entre as principais lesões em corredores. (HESPANHOL ET AL 2012).

De acordo com FREDERICSO e MISRA 2007 na marcha da corrida a face lateral do pé toca o solo primeiro, com a tíbia em rotação externa. Durante a fase de apoio, o peso do corpo é distribuído ao longo do pé e a tíbia realiza rotação interna, levando a uma rápida inversão e pronação do calcâneo, que dissipa as forças de contato essas forças variam entre aproximadamente 1,5 a 5 vezes o peso do corpo. Corredores tocam o pé no solo aproximadamente 600 vezes por km. Essas forças mecânicas possuem dois aspectos importantes: primeiro, a intensidade da carga, neste caso o estresse local durante um ciclo da passada, e segundo, o volume da carga, ou seja, o número de repetições dessas cargas, ou ainda a frequência de passada e o tempo de duração com essa frequência de estresses. (HARDIN, E. C., VAN DEN BOGERT, A. J., HAMILL, J 2004).

A dor no calcanhar é um problema muito comum que pode ser atribuído a várias etiologias, inclusive esporões de calcanhar, irritação na fáscia plantar e bursite. A Fascite plantar é uma expressão abrangente, quase sempre utilizada para descrever a dor no arco proximal e no calcanhar. (PRENTICE, 2003) A fascite plantar é uma síndrome dolorosa muito frequente, mas sua exata etiologia ainda permanece obscura. O diagnóstico é essencialmente clínico e tem como base a história e o exame físico. Exames complementares laboratoriais e de imagem podem ser úteis no diagnóstico diferencial. O tratamento é essencialmente conservador, com elevada taxa de sucesso (ao redor de 90%) (FERREIRA, 2014). 

A fáscia plantar (aponeurose plantar) percorre a extensão da planta do pé. É uma ampla faixa de tecido o conjuntivo denso, inserida proximalmente a superfície medial do calcâneo. Abre se distalmente em leque, sendo que as fibras e seus vários ramos pequenos inserem se as articulações metatarsofalângicas e se fundem aos ligamentos capsulares. A função da aponeurose plantar é ajudar a manter a estabilidade do pé e a segurar ou sustentar o arco longitudinal. (PRENTICE, 2003). 

 Castro (2010) aponta que as fáscias plantares são aponeuroses fibrosas que proporcionam apoio importante às arcadas longitudinais do pé, servindo de envelopes para todas as estruturas de nosso organismo desde os ossos, vasos e nervos, passando pelos órgãos internos até os músculos e a pele. São comparadas a envelopes, pois recobrem toda a superfície de uma estrutura dando-lhe forma, sustentação e assegurando sua função. 

Durante a fase de apoio da marcha ocorre compressão na planta do pé e uma força de tração é gerada ao longo da fáscia. Durante o caminhar, a cada passo a fáscia é submetida a repetitivas forças de tração. Quando essas forças são aplicadas sucessivamente, com frequência e intensidade aumentadas, pode ocorrer degeneração progressiva na origem da fáscia plantar, junto à porção medial da tuberosidade calcânea. Esses mircrotraumas repetitivos na origem da fáscia plantar correlacionam-se com o desenvolvimento de periostite por tração e microrroturas da própria fáscia que resultam em inflamação e dor crônica. (FERREIRA, 2014). Os sintomas são mais evidentes pela manhã, logo após o despertar, ao pisar ou após o repouso. Os indivíduos acometidos relatam alivio após os primeiros passos, porém outros relatam dor durante todo o decorrer do dia. (BUSSIÈRES, 2002; HEBERT et. al., 2003; SNIDER, 2000; ALDRIDGE, 2004). De acordo com Ferreira (2014) no fim do dia a dor torna-se mais intensa e é aliviada pelo repouso do pé. 

Segundo Hebert et al. (2003) a anatomia particular da fáscia plantar lhe confere pouca elasticidade, e a inatividade dos músculos dorsiflexores durante o repouso, promove um encurtamento da fáscia plantar. Com a fáscia retraída o pisar inicial causa um estiramento da aponeurose e assim a dor; corridas, saltos e atividades de impacto pioram o quadro de dor.  Ao exame físico, é verificada marcha antálgica, com apoio sobre a parte lateral ou anterior do pé. Há palpação dolorosa da região medial do calcâneo e a dorsiflexão dos dedos exacerba os sintomas, pela distensão da fáscia plantar. A dor produzida pela fascite plantar geralmente não é incapacitante, embora possa limitar algumas atividades (HAMER et al., 2003) Á palpação há presença de pontos de gatilho na região medial da panturrilha e do tendão calcâneo, o que demonstra uma relação entre a fascite plantar e a rigidez do tendão calcâneo e musculatura posterior da perna. (ALDRIGE 2004). 

2.2 A APLICACAO DA CROCHETAGEM MIO-APONEURÓTICA NA FASCITE

A Fisioterapia é descrita como o principal método de tratamento com resultado satisfatório em cerca de 90% dos pacientes (ANDROSONI et al, 2013; ZANON at al, 2006) e a crochetagem ou diafibrólise percutânea é um método de tratamento fisioterapêutico que utiliza um gancho colocado e mobilizado sobre a pele para destruir aderências e corpúsculos irritativos inter-aponeurótico ou mio-aponeurótico liberando as perdas de mobilidade entre os diferentes planos anatômicos do aparelho locomotor (BAUMGARTH, 2006) e aliviar dores de origem inflamatória ou traumática que afetam o sistema locomotor (GUIMBERTEAU, 2005).

A crochetagem foi fundada pelo fisioterapeuta sueco Kurt Ekman que trabalhou na Inglaterra ao lado do Dr. James Cyriax durante os anos que sucederam a segunda guerra mundial. Frustrado devido ao limite palpatório das técnicas convencionais, inclusive da massagem transversa profunda de Cyriax, Ekman elaborou progressivamente uma série de ganchos e uma técnica de trabalho. Sua reputação foi desenvolvida depois do tratamento, com sucesso, de algias do nervo de Arnold, de epicondilites rebeldes e de tendinites de Aquiles rebeldes. Sua técnica tinha uma abordagem direta e agressiva, sendo assim, dolorosa. Isso prejudicou durante muito tempo a técnica. P. Duby e J. Burnotte se inspiraram no conceito de cadeias musculares e da filosofia da osteopatia e desenvolveu uma abordagem mais suave da técnica, através da diafibrólise percutânea, técnica esta que foi aperfeiçoada pelo professor Henrique Baumgarth (AMORIM, 2005). 

A crochetagem produz ações mecânicas, circulatórios e fisiológicas. As ações mecânicas são vistas nas aderências fibrosas que limitam o movimento entre os planos de deslizamento tissulares, nos corpúsculos fibrosos (depósitos úricos ou cálcios) localizados geralmente nos lugares de estases circulatório e próximo às articulações, nas cicatrizes e hematomas, que geram progressivamente aderências entre os planos de deslizamento e nas proeminências ou descolamentos periósteos. Os efeitos da compressão, principalmente durante a crochetagem ao nível dos trigger points, sugerem a presença de um efeito reflexo (BAUMGARTH, 2006). Quanto a ação circulatória está relacionada com a observação clínica e histológica dos efeitos da terapêutica aplicada que demonstra aumento da circulação sanguínea e provavelmente da circulação linfática. Ainda, o rubor cutâneo que segue uma sessão de crochetagem ocorre devido a uma reação histamínica (NASCIMENTO, 2007). 

Apontando Baumgarth 2012 observa-se que os efeitos fisiológicos da crochetagem são semelhantes, aos da massagem de fricção: as fibras colágenas se orientam paralelamente no processo de cicatrização, resultando em reparo, formação de tecido fibrótico diminuída, aumento da força do tendão acometido e aprimoramento da sua extensibilidade permitindo-lhe suportar maiores níveis de estresse longitudinal, destruição das aderências que fixam o tecido-alvo às estruturas ao seu redor e as existentes entre as fibras do próprio tecido alvo, destruição dos corpúsculos irritativos interaponeuróticos ou mio-aponeuróticos, hiperemia profunda liberando bradicinina e histamina, resultando em vasodilatação e redução de edemas, aumento de fibroblastos e promoção de realinhamento de fibras do colágeno, ocorre também à estimulação de mecanorreceptores de fibras grandes que causará a inibiçao pré-sináptica na medula espinhal, evitando a percepção da sensação transmitida pelas fibras de pequeno diâmetro, o chamado “efeito comporta” não se observa, porém, em tecidos inflamados, moderada a gravemente e efeito reflexo ao nível dos trigger points. 

Os efeitos fisiológicos descritos oferecem melhores condições para o início da cinesioterapia ou retorno às atividades diárias, pois a formação de aderências e o aumento do tecido fibrótico limitam o movimento nos planos de deslizamento tissular, comprometendo a extensibilidade e a funcionalidade do tecido lesado, a perda de função resulta em reagravamento da lesão com micro lacerações, infamação e cicatrização. A crochetagem tem como importante objetivo interromper este ciclo vicioso (CYRIAX, 1985; BURNOTTE et al., 1988; HAMMER, 2000). 

Segundo Cyriax et al., (2001), a massagem transversa profunda, que é a precursora da Crochetagem, também causa liberação de histamina ocasionando uma vasodilatação profunda devido às ações mecânicas ratificando uma relação entre os efeitos mecânicos e circulatórios da Crochetagem. As principais indicações para a técnica, segundo Baumgarth (2006), são: aderências consecutivas a um traumatismo levando a um derrame tecidual; aderências consecutivas a uma fibrose cicatricial iatrogênica cirúrgica; algias inflamatórias ou não inflamatórias do aparelho locomotor (AMORIM, 2005). Segundo Natividade (2004) a crochetagem é eficiência para a fascite plantar por não apenas objetivas a fáscia do pé, mas também a musculatura posterior da perna e função da sua etiologia da doença. 

O método consiste em três fases: Primeira fase: A palpação digital consiste em uma espécie de amassamento, realizado com a mão palpatória, permitindo delimitar grosseiramente as áreas anatômicas a serem tratadas. Segunda fase: A palpação instrumental é realizada com a utilização do gancho em função do volume da estrutura anatômica a tratar, como: o músculo palpado no momento ou a área ligamentar ou tendinosa. Com o gancho em uma das mãos, posiciona-se a espátula, colocando-a ao lado do dedo indicador, localizador da mão palpatória. A mão palpatória cria um efeito em onda com os tecidos moles, onde o polegar busca esta onda dentro do gancho. A penetração e busca palpatória são efetuadas através de movimentos lentos, ânteroposteriores. Terceira fase: A fibrólise corresponde ao tempo terapêutico. Esta fase consiste, no final do movimento de palpação instrumental, em uma tração complementar da mão que possui o gancho. Este movimento induz, portanto, um cisalhamento, uma abertura, que se visualiza como um atraso breve entre o 5ª dedo da mão palpatória repousada sobre a área e a curva maior do gancho. Esta tração complementar é feita para alongar, ou romper as fibras conjuntivas que formam a aderência, ou mesmo deslocar ou achatar o corpúsculo fibroso (BAUMGARTH, 2006).

O tratamento deve se continuar com o alongamento do musculo tríceps sural, seguido de uma raspagem da fáscia plantar com o bordo menor do gancho, para que ocorra uma hiperemia do tecido. Em seguida, é realizada uma drenagem, com o lado maior do gancho, sempre no sentido distal para proximal, objetivando melhorar a irrigação, através da irritação da fáscia plantar. O tratamento segue no tendão calcâneo, que é tracionado com o bordo menor do gancho, objetivando diminuir a tensão causada pelo tensionamento da fáscia da musculatura do tríceps surral. (BAUMGARTH, 2014).

3 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo qualitativo bibliográfico com objetivo de identificar nas bibliografias disponíveis e atualizadas o material de pesquisa, bem como em sua revisão integrativa. Contribuindo para o processo de síntese e análise dos resultados de vários estudos e por tanto, criando um corpo de literatura compreensível. 

O levantamento bibliográfico propriamente dito foi realizado através dos sites SCIELO, MEDLINE, PUBMED e LILACS, utilizando as palavras-chave como fascite plantar, crochetagem mio-aponeurótica, corrida de rua, lesões na corrida de rua, e miofascial. Foi também efetuado, um levantamento manual de capítulos texto de livros e periódicos nas bibliotecas da Universidade Estácio de Sá –  Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Os livros, periódicos e artigos científicos foram adotados a partir do ano de 2000 progredindo até o ano 2021 e que estivessem relacionadas ao tema.

4 RESULTADOS 

Os resultados práticos observados na utilização da crochetagem no tratamento da fascite plantar estão de acordo com os objetivos gerais do tratamento desta afecção, por demonstrarem diminuição da tensão da musculatura posterior da perna e tendão calcâneo, bem como a diminuição do processo inflamatório na fáscia plantar e analgesia (JORDÃO, 2004).  

A técnica da crochetagem mostrou resultados mais eficazes quando comparada com os métodos fisioterapêuticos convencionais, em relação à dor, pois houve resolução total do quadro álgico (SILVA 2008). Nascimento et al. (2006) também observou que a Crochetagem é uma técnica capaz de produzir melhor aporte sanguíneo à região tratada, permitindo uma recuperação mais adequada e mais rápida do que a fisiologia natural do indivíduo. A crochetagem demonstra uma eficácia superior aos outros métodos fisioterapêuticos existentes em relação às aderências pós-traumáticas e pósinflamatórias com sintomatologia dolorosa e limitação funcional. (CIGOLINI 2003).

5 CONCLUSÃO

Foi encontrada uma elevada incidência de lesões em corredores recreacionais, no entanto, os benefícios da corrida são diversos e superiores. Dada a complexidade do tema, relevância social e a escassez de literatura, ressalta se a necessidade de contribuir com um estudo prospectivo sobre o tratamento da fascite plantar em corredores de rua. Esse tipo de estudo torna-se interessante por buscar uma relação de causa e efeito e solução para uma patologia com alta incidência e que pode ser explicada pela falta, em muitas vezes, de profissional adequado para orientação. Embora correr seja relativamente fácil, é necessário ter conhecimento de várias especificidades do esporte, tais como volume e intensidade na realização dos exercícios, a forma adequada da execução dos mesmos, o nível de condicionamento do praticante e o histórico de lesões.  

A Crochetagem se distingue das demais técnicas por acelerar a reabilitação, pois promove uma ação mecânica na área inflamada da fáscia, causando uma hiperemia profunda, que melhora a oxigenação do tecido. Os resultados práticos observados pela utilização da crochetagem estão de acordo com as ideias dos conceitos anatômicos, funcionais e fisiológicos das citações dos autores apresentadas no trabalho. 

Maiores estudos se fazem necessários, utilizando uma amostragem maior, e parâmetros de controle mais específicos, assim como outras modalidades terapêuticas, para que a influência da técnica seja realmente verificada. Por ser uma técnica ainda pouco conhecida no Brasil, e sem muitas publicações científicas, maiores investigações sobre a crochetagem devem ser realizadas, para uma maior compreensão de seus efeitos e aplicabilidades, oferecendo-nos, fisioterapeutas, alternativas nos tratamentos das afecções do aparelho locomotor. 

Tendo em vista esse trabalho, sugere-se que sejam desenvolvidas mais pesquisas não somente na área da fisioterapia relacionada à crochetagem, mas também na área da fisioterapia preventiva, visando divulgar a prática do alongamento, no cotidiano das pessoas evitando assim, problemas ou patologias futuras, relacionadas a fascite plantar.

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1https://orcid.org/0009-0004-0629-7893