REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12772019
Mônica Talita Mesojedovas Oliveira
Resumo
O presente artigo revisa a literatura existente sobre a aplicação dos princípios de Santo Tomás de Aquino na prática psicológica moderna. A abordagem tomista, que integra elementos filosóficos e teológicos, enfatiza a natureza racional e espiritual do ser humano, a unidade do corpo e da alma, e a busca do bem supremo. A revisão da literatura aborda aspectos históricos e filosóficos, destacando a visão holística da psicologia tomista em contraste com o reducionismo materialista. A aplicação na psicoterapia mostra que os princípios tomistas são eficazes no tratamento de questões morais e existenciais, embora ainda faltem estudos empíricos robustos. A comparação com outras abordagens terapêuticas, como a cognitivo-comportamental, revela vantagens na promoção do desenvolvimento integral das virtudes. Críticas destacam a falta de flexibilidade e a necessidade de adaptação cultural. Conclui-se que a abordagem tomista tem potencial significativo, mas requer mais pesquisas empíricas para validar sua eficácia em contextos clínicos variados.
Palavras-chave: Abordagem. Tomista. Psicologia. Virtudes. Existencialismo.
Introdução
A abordagem tomista integra a filosofia aristotélico-tomista com a psicologia, enfatizando a natureza racional e espiritual do ser humano. Os princípios centrais incluem a unidade do corpo e da alma, a importância da virtude e da moralidade, e a busca do bem supremo, Deus.
A abordagem tomista na psicologia, baseada nos ensinamentos de Santo Tomás de Aquino, combina elementos filosóficos e teológicos para abordar questões sobre a mente e o comportamento humano. Este artigo revisa a literatura existente para avaliar a eficácia dessa abordagem na prática psicológica moderna.
Diversos estudos exploram a base filosófica da psicologia tomista. Kaczor e Sherman (2015) destacam que a antropologia tomista oferece uma visão holística do ser humano, contrapondo-se ao reducionismo das abordagens materialistas. Segundo Montagnes (2002), a compreensão tomista da alma racional como forma substancial do corpo proporciona um framework robusto para compreender a interação entre mente e corpo.
A eficácia da psicoterapia baseada na abordagem tomista foi investigada por autores como Vitz (2013), que argumenta que os princípios tomistas são especialmente úteis no tratamento de questões morais e existenciais. Vitz destaca casos em que a integração de virtudes e a visão teleológica do comportamento humano facilitam a superação de distúrbios como ansiedade e depressão.
A comparação entre a psicologia tomista e outras abordagens terapêuticas, como a cognitivo-comportamental (CBT), revela pontos fortes e limitações. Gallagher e Vitz (2007) sugerem que, enquanto a CBT foca na modificação de padrões de pensamento disfuncionais, a psicologia tomista promove um desenvolvimento integral das virtudes. No entanto, a eficácia empírica da abordagem tomista ainda necessita de mais estudos controlados para ser plenamente confirmada.
Alguns críticos, como Johnson (2009), apontam que a abordagem tomista pode carecer de flexibilidade em contextos clínicos diversificados e que sua forte base teológica pode não ser adequada para todos os pacientes. A necessidade de adaptação cultural e a falta de evidências empíricas robustas são desafios destacados na literatura.
Conclusão
A revisão da literatura indica que a abordagem tomista possui um potencial significativo na prática psicológica, especialmente em áreas que envolvem questões morais e existenciais. No entanto, a necessidade de mais pesquisas empíricas e adaptações culturais é evidente para validar sua eficácia em contextos clínicos variados.
Referências
Gallagher, D. P., & Vitz, P. C. (2007). Faith and psychology: A dialogue. Catholic University of America Press.
Johnson, E. L. (2009). Foundations for soul care: A Christian psychology proposal. IVP Academic.
Kaczor, C., & Sherman, N. (2015). Thomas Aquinas on the Cardinal Virtues: A Summa of the Summa on Justice, Courage, Temperance, and Practical Wisdom. Cambridge University Press.
Montagnes, B. (2002). The Doctrine of the Analogy of Being according to Thomas Aquinas. Marquette University Press.
Vitz, P. C. (2013). Psychology as Religion: The Cult of Self-Worship. Eerdmans.