A DISFUNÇÃO SEXUAL FEMININA SOB A ÓTICA DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10899772


Thessia Thalma Andrade da Silva


INTRODUÇÃO

A Organização Mundial de Saúde define sexualidade como “um aspecto central do ser humano ao longo da vida incluindo sexo, identidades de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução” (OMS, 2006). A disfunção sexual feminina é um problema de saúde de natureza física, psicológica ou multifatorial com influência negativa na qualidade de vida da mulher. Pode se manifestar por diminuição ou ausência do desejo e/ou excitação sexual, incapacidade de atingir o orgasmo ou dor durante o ato sexual (APA, 2002).

No Brasil, uma pesquisa com 3 mil mulheres, realizada pelo Projeto Sexualidade (ProSex) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, revela que mais da metade (55%) das mulheres não atingem o orgasmo durante a relação sexual. Esse mesmo estudo aponta que cerca de 10% das mulheres tem maior dificuldade em sentir desejo sexual. Levando em conta a população feminina no Brasil atualmente, isso significa que mais de 10 milhões de mulheres possuem algum problema com a libido (BRASIL; ABDO, 2016).

De acordo com Cerejo (2006), há vários fatores associados à disfunção sexual feminina, dentre eles, a doença neurológica, endócrina ou vascular, cirurgia genital, abuso sexual, nível educacional e socioeconômico, fatores psicológicos, doenças físicas, medicações e alterações hormonais fisiológicas como a menopausa e a amamentação. 

A acupuntura, uma das técnicas da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), vem sendo estudada e utilizada como tratamento ou terapia complementar na abordagem a diversas patologias, manifestando efeitos positivos em relação a cura, diminuição do tempo de tratamento, além de evitar efeitos adversos do tratamento convencional.

O Ministério da Saúde, através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), reconhece a acupuntura como uma tecnologia de intervenção em saúde que, através da estimulação de acupontos, auxilia na promoção, manutenção e recuperação da saúde além de prevenir agravos e doenças (BRASIL, 2006). 

Diante disso, questiona-se: como a MTC compreende a disfunção sexual feminina? a acupuntura é eficaz no tratamento dessa disfunção? Visando responder tais questionamentos, o objetivo do presente trabalho é investigar o que há na literatura científica e tradicional acerca do efeito da acupuntura na abordagem da disfunção sexual da mulher, seja ela de origem física ou emocional, observando como essa disfunção pode ser explicada sob a ótica da MTC.

Para isso, foi realizada uma pesquisa direcionada ao tema em livros e artigos relacionados à MTC, buscando conhecer a abordagem da sexualidade feminina.

Posteriormente, procedeu-se a pesquisa nas bases de dados Pubmed/Medline, utilizando os descritores: acupuntura, libido, orgasmo e medicina tradicional chinesa. Os artigos encontrados foram lidos e em seguida, selecionados de acordo com a relevância para o tema proposto, segundo os critérios de inclusão: estar relacionado ao tema e ser um texto completo contendo método e resultados. Foram excluídos textos incompletos e duplicados. 

O resultado da pesquisa mostra que os dados sobre o tratamento com acupuntura para disfunções sexuais disponíveis hoje são escassos, além disso, a literatura tradicional da MTC não diferencia homem de mulher quando fala em sexualidade, abordando mais frequentemente problemas de disfunção erétil e ejaculação. Ainda assim, com a leitura realizada pode se constatar que atuando sobre o desequilíbrio energético da mulher poderá haver melhora da lubrificação, libido e orgasmo, além da melhora no aspecto emocional.

Este artigo é composto por 3 partes: primeiramente foi discorrido os aspectos da sexualidade feminina, teorias e conceitos ocidentais, com um breve relato da evolução da sexualidade no Oriente; na segunda parte, abordou-se a sexualidade e disfunção sexual de acordo com a MTC e os aspectos fisioenergéticos; e, finalmente, foram dispostos os artigos encontrados na plataforma de dados com seus respectivos resultados, evidenciando de que forma a acupuntura poderia influenciar na melhoria da sexualidade feminina, e, consequentemente, na qualidade de vida da mulher.

SEXUALIDADE E DISFUNÇÃO SEXUAL FEMININA

Teorias e uma breve abordagem histórica no Oriente

A sexualidade feminina sofreu muitas variações ao longo do tempo. Vastas são as abordagens históricas e registro dessas variações. O desejo sexual feminino já foi tido como patológico, sendo assim, reprimido. O sexo, então, seria apenas para procriação (ROUDINESCO, 2003). O estudo da libido e orgasmo feminino perpassou por vários teóricos entre a psicanálise, psicologia e filosofia, como veremos a seguir os principais deles. 

A psicanálise visou ao estudo do feminino a partir da constituição física da mulher. O psicanalista Freud (1931) considerava a libido como “certa energia” que impulsiona o homem ao movimento no sentido do seu próprio desenvolvimento e descoberta pessoal. De acordo com Freud (1931, p. 118), a civilização ergueu-se com base na repressão da sexualidade e na canalização da energia libidinal para outras atividades artísticas e culturais.

Freud revelou como o inconsciente foi permeado pelos valores do patriarcado. Como exemplo, podemos citar as primeiras teorizações freudianas referentes ao “masculino” e “feminino” (a inveja do pênis nas meninas). Porém, Freud também contribuiu para o rompimento com estas concepções conservadoras e taxativas. Ao estudar a histeria, considerou que a repressão da sexualidade seria o ponto principal por trás desta patologia (FREUD, 1931). 

O psicanalista Wilhelm Reich (1975), também estudou a sexualidade, sua principal obra, “A função do Orgasmo”, conceitua o orgasmo como uma descarga de energia não utilizada em outras atividades, que é essencial para a saúde física e mental. A essa energia denominou orgônio. A repressão dos instintos sexuais corresponderia a uma dominação política, na medida em que a energia sexual seria desviada para o aumento da produção. Para ele, todos os conflitos se originavam por não deixar essa energia fluir livremente e seu bloqueio levava ao surgimento das neuroses (REICH, 1975).

Jung, por sua vez, considerava a libido como uma “energia psíquica”, além da sexualidade. Para ele, a vida psíquica possui um fenômeno básico chamado de progressão e regressão da libido. Em que a progressão seria o movimento em direção ao objeto de desejo e satisfação das exigências das condições do mundo externo e a regressão, o movimento oposto, de recolhimento em direção ao inconsciente, uma adaptação ao mundo interno (JUNG, 1987).

Michel Foucault, filósofo conhecido por suas teorias acerca da relação entre poder e conhecimento, também estudou sobre a sexualidade resultando em sua obra “A história da sexualidade” (FOUCAULT, 1998). Segundo Foucault,

Até o final do século XVIII três grandes códigos explícitos […] regiam as práticas sexuais: o direito canônico, a pastoral cristã e a lei civil. Eles fixavam, cada qual à sua maneira, a linha divisória entre o lícito e o ilícito. Todos estavam centrados nas relações matrimoniais: o dever conjugal. Romper com as leis do casamento ou procurar prazeres estranhos mereceria de qualquer modo, condenação (FOUCAULT, 1988, p. 38-39).

Para ele, “existe uma sexualidade após o século XVIII e sexo após o século XIX, antes existia a carne” (FOUCAULT, 1979. p. 259). Foucault entendia que o discurso da sexualidade não representava o sexo em si, mas sim um conjunto heterogêneo recoberto pelo “dispositivo de sexualidade”, que controlaria o cidadão de maneira que ele parece ser livre e estar mais próximo ao segredo que o sexo contém. O dispositivo engloba discursos, instituições, organizações, regulamentos, leis, enunciados científicos, proposições filosóficas.

O dito e não dito são elementos do dispositivo. (FOUCAULT, 1979, p. 244).

Tal constatação é sintetizada por Roudinesco (2003), quando diz que, “a exibição não exclui a repressão e não é por que se fale e se mostre muito o sexo que não haja repressão”. A sexualidade ficou legitimada apenas dentro da família na era moderna, porém a pós modernidade inaugurou formas socialmente aceitas de sua manifestação antes do casamento e independente de compromisso matrimonial. Sexualidade que saiu de um mundo privado para uma exposição nunca vista anteriormente (ROUDINESCO, 2003).

Enquanto isso, no oriente, estudos de Alves (2007) e Ferraro (2002), mostram como a sexualidade evoluiu na China Antiga, observando que nas dinastias passadas os manuais sobre sexo mostravam claramente que a atividade sexual seria essencial tanto para a saúde do homem quanto da mulher. “A China Antiga era instruída em sexologia, pela qual se estendia respeito tanto pelo homem quanto pela mulher, pela natureza e pelo princípio de moderação” (FERRARO, 2002, p. 112).

Textos da china antiga, no período da dinastia Shang (1600 a 1100 a.C.), mencionam que o papel da mulher na sexualidade é considerável e que a mulher tem poderes especiais relativos as relações sexuais. Segundo o Li Ji – Olivro dos Ritos, “Os principais desejos são comer e fazer amor”. (ALVES, 2007)

Segundo Harper (1998), a importância da sexualidade na saúde aparece nos textos médicos de MǍ WÁNG DŪI (168 a. C.), em que são expostas práticas sexuais como técnicas recomendadas de tratamento (posições de cura para homens e mulheres). 

Na dinastia Han (206 a.C. a 220 d.C.), o livro He Yin Yang (A união do yin e do yang), relata que a relação sexual pode fazer a energia e o sangue circularem através do corpo, beneficiando todos os órgãos internos. O livro Baopuzi (O mestre que abraça a simplicidade) de Ge Hong, escrito na dinastia Jin (266 a 420), diz que “o ato sexual é indispensável, tanto para o homem quanto para a mulher. Se o desejo for sufocado, surgem doenças e o tempo de vida é reduzido” (FERRARO, 2002, p.113).

Sun Simiao, médico da dinastia Tang (618 a 906), contribuiu para os ensinamentos sobre a atividade sexual regulada. Em sua obra Qian Jin Fang (Mil prescrições douradas), relacionou a atividade sexual com a saúde humana e aparecimento de doenças. Segundo ele, “o homem não pode viver sem a mulher, nem a mulher sem o homem. A falta de prazer sexual cansa o espirito e prejudica a saúde” (FERRARO, 2002, p. 113).

O Tratado Taoísta Dong Xuanzi, escrito no século VII, relata que “antes da ejaculação, mesmo que o homem a deseje, é preciso ter certeza de que a mulher sentiu prazer” (COHEN, 1999).  O Li Fang Ju, escrito por Jin Limeng, expõe que “a sexualidade pode ser benéfica ou prejudicial, aquele que compreende como usá-la viverá muito e com saúde, enquanto que, o que dela abusa pode morrer prematuramente” (FERRARO, 2002, p. 114).

No entanto, segundo a literatura, a partir da dinastia Song (960 a 1279) em diante, os confucionistas não viam atividade sexual com bons olhos. Alves (2007) observa que a cultura chinesa associava a mulher (o yin) a uma imagem negativa de passividade. Segundo o autor,  

O princípio presente no Clássico da Mutações (I Ching) de yin e yang teve uma forte influência nas questões de gênero na China, sobretudo devido a leitura confucionista do clássico. A força yin alude aos aspetos negativos, destrutivos, fracos e passivos. É representado pela terra, o lado da encosta onde não bate o sol. Já a força yang é forte, dinâmica, criativa, firme, é a parte da encosta onde bate o sol. Está numa posição superior, de proximidade ao céu. Consequentemente, “a força, o movimento, a energia, a firmeza pertencem ao macho; a passividade, a gentileza, a beleza, a inteligência intuitiva e a alegria, à fêmea (ALVES, 2007, p. 36).

Porém, existe ensinamento confucionista em que a sexualidade é abordada como essencial, segundo Confúcio, “a fome e o desejo sexual são inerentes a natureza humana” (Apud FERRARO, 2002, p. 114).

Dessa forma, entende-se que na China a relação entre religião e sexualidade foi diferente daquela observada no ocidente. As práticas alquímicas, incluindo a sexualidade eram inseridas no campo religioso, sobretudo no Daoísmo, em que o cultivo adequado da força sexual foi considerado um fator determinante para o desenvolvimento no caminho espiritual rumo a XIĀN (imortalidade). Ou seja, havia a necessidade de um engajamento consciente com a força sexual para alcançar evolução no caminho espiritual (SOUZA, 2008).

Aspectos gerais e conceitos ocidentais

Para prosseguirmos com o estudo, convém conceituar a libido, o orgasmo e a disfunção sexual feminina nos parâmetros ocidentais, visando compreender a abordagem da sexualidade da mulher nos termos do ocidente.

Ao analisarmos a palavra “libido”, os dicionários apontam que a palavra vem do latim e significa vontade ou desejo. Porém, como refere Lopes (2011, p. 25), com esse conceito,

[…] caímos na lógica circular de um termo mal definido ser definível por outro igualmente mal definido. Parece que o significante libido desliza por tantos significados quanto todas aquelas palavras de uso comum, diariamente utilizadas, mas, quando pedimos uma definição, ou se fica mudo com uma expressão perplexa, ou escreve-se tratados: eu, verdade, consciência, justiça (além de desejo, claro). No entanto, libido, mais que a palavra desejo, refere-se a algo absolutamente concreto da experiência humana: sexo. 

Como vimos anteriormente, a visão da psicanálise apresenta uma libido mais profunda, que engloba pulsão de vida, força de vontade, energia psíquica, algo que não caberia em um conceito simples que denota mera vontade ou desejo.

Já o orgasmo, segundo Frida (2011, p. 58), é o ponto máximo de excitação sexual, quando ocorre a repentina descarga de tensão sexual acumulada que produz as contrações musculares ritmadas e sensações físicas intensas seguidas por um rápido relaxamento. No orgasmo feminino, há uma grande repercussão em toda a extensão corporal, ou seja, na mulher o orgasmo não é centralizado como no homem, mas sim generalizado e estende-se por toda genitália externa e interna, atingindo áreas de todo o corpo (ABDO; FLEURY, 2006).

O cérebro pode ser considerado o maior órgão sexual feminino. Na fase excitatória, as primeiras alterações ocorrem no cérebro. Grande concentração de receptores de estrógeno, andrógeno e progesterona estão presentes no hipotálamo, região do cérebro que controla o humor e o processo de resposta sexual (ARCOS, 2004). A resposta cerebral começa através da mediação de neurotransmissores que levam a alterações vasculares e não vasculares que resultam em relaxamento da musculatura lisa, levando a um aumento do fluxo sanguíneo pélvico, aumento da vascularização e aumento da resposta ao estrógeno (VERIT; YENI; KAFALI, 2006).  

A disfunção sexual é tida como “qualquer desordem relacionada ao desejo sexual, excitabilidade, orgasmo e/ou dor sexual que resulta em sofrimento pessoal e pode ter impacto na qualidade de vida. (ABDO; FLEURY, 2006). De acordo com Cerejo (2006), há vários fatores associados à disfunção sexual feminina, dentre eles, a doença neurológica, endócrina ou vascular, cirurgia genital, abuso sexual, nível educacional e socioeconômico, fatores psicológicos, doenças físicas, medicação e alterações hormonais fisiológicas como na menopausa e a amamentação.

Para Brasil e Abdo (2016), dentre as causas da falta de libido e/ou orgasmo, estão a hipertensão arterial, diabetes, bem como uso de medicação para essas doenças. Tais condições prejudicam a vascularização ao redor do clitóris, diminui os impulsos nervosos que dão a sensação de prazer.

Além disso, a sexualidade também é influenciada pela família, sociedade, crenças religiosas e se altera com a idade, estado de saúde e experiências pessoais, tudo coordenado pelo sistema neurológico, vascular e endócrino. Um sistema complexo, onde um problema em qualquer uma destas áreas pode levar há uma disfunção sexual (BRASIL; ABDO, 2016).   

A Classificação Internacional de Doenças (CID10), é um instrumento de padronização e codificação de doenças e outros problemas relacionados à saúde. Desde 1992, o diagnóstico de falta de prazer sexual é apresentado nesta classificação, incluindo então, a disfunção sexual como uma patologia ou problema relacionado à saúde (ABDO; FLEURY, 2006)

O I Consenso Internacional de Disfunção Sexual Feminina (DSF) realizado na Holanda em 1998 foi um marco na história da sexualidade feminina, onde a DSF foi considerada um problema multicausal e multidimensional, de fatores biológicos, psicológicos e interpessoais, que afeta 20 a 50% das mulheres. A classificação das DSF foi amplamente discutida e dividida em quatro categorias: desejo sexual hipoativo; transtornos da excitação (problemas de lubrificação, relaxamento muscular, sensibilidade clitoriana, fatores psicológicos e medicação); transtornos do orgasmo e transtornos sexuais dolorosos. O consenso definiu ainda a presença de mal-estar como fundamental para o diagnóstico (BASSON et al, 2000).

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR, 2002), o Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo constitui uma disfunção sexual caracterizada pela deficiência ou a ausência de desejo para a atividade sexual que leva a um acentuado sofrimento e dificuldades interpessoais, considerando o contexto de vida e a idade, sendo necessário que essa condição cause sofrimento pessoal acentuado.

Quanto à terapêutica das disfunções sexuais, a utilização de hormônios já é uma realidade frequente atualmente, porém, faltam evidências que esclareçam detalhes dos efeitos hormonais sobre a estimulação sexual, a excitação sexual subjetiva, a intensidade do orgasmo e a sensibilidade sexual de áreas genitais e não-genitais, assim como o mecanismo de interrelação entre os hormônios e as variáveis psicossexuais (BRASIL; ABDO, 2016). 

A DISFUNÇÃO SEXUAL FEMININA SOB A ÓTICA DA MTC

Análise dos fatores envolvidos no desequilíbrio energético

A abordagem da sexualidade na visão da MTC difere da abordagem ocidental, visto que para a MTC os fatores relacionados são de causas fisioenergéticas, incluindo problemas emocionais e/ou invasão de energias perversas (Xie Qi) que contribui para o desequilíbrio de algum zang fu (sistemas de órgãos e vísceras) e a cura e o reestabelecimento do ser deriva então, do reequilíbrio energético que poderá ser alcançado por técnicas terapêuticas como dietoterapia, fitoterapia, acupuntura (utilização de agulhas e calor em pontos específicos), moxabustão (terapia de calor, principalmente com o uso da erva artemísia) ou movimentos e meditação como o Qigong e Tai chi. Como sugere Faubert e Crepon (1990, p. 67), 

Admite-se que hoje a medicina chinesa é uma medicina energética e que as causas das doenças, de acordo com seu sistema de referência, devem ser procuradas nos desequilíbrios energéticos. […], mas suas causas não podem ser reduzidas a um órgão afetado e o meio de prevenir ou remediar deve levar em conta todas as leis de mutação da energia.

Os órgãos e vísceras chamados pelos chineses respectivamente de zang e fu, são produtores de emoções e funcionam de acordo com a lei dos cinco movimentos, que tem correspondência com os cinco elementos ou movimentos (Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água), cinco cores e cinco sabores, com as estações do ano, tudo de acordo com os princípios do yin, do yang e do Dào (ou Tao) (AUTEROCHE; NAVAILH, 1992)

O Taoismo considera que o homem é fogo e a mulher é água. O yin é símbolo feminino e o yang, do masculino. Considera também que todos os homens e todas as mulheres tem dentro de si um equilíbrio do yin/yang, porém nas mulheres predomina o yin. Juntos o yin e yang formam símbolo do Tao, que não é estático e está sempre em constante mutação (Su Wen, capítulo 49).

Segundo o Imperador Amarelo, a evolução feminina ocorre em 7×7, isso significa que as principais mudanças nas mulheres acontecem em um ciclo de 7 anos, o que difere dos homens nos quais ocorre a cada 8 anos. (SU WEN, 2013)

O fator primordial para a maturidade relacionada ao desenvolvimento e função reprodutora é o Tian Gui, substância necessária tanto no homem (nesse caso, promovendo a primeira ejaculação), quanto na mulher. “Quando a menina alcança os 14 [anos], o Tian Gui chega, o Ren Mai se abre, o Chong Mai floresce, a menstruação começa e ela é capaz de conceber” (SU WEN, 2013). O Tian Gui é derivado do Jing do rim, sendo considerada uma essência geradora que torna homens e mulheres férteis (EYSSALET, 2003).

Segundo Eyssalet (2003), o Jing relaciona-se com a raiz e a essência da vida. Em suma, o Jing designa um princípio indispensável na origem, na estruturação de base e na manutenção das formas vivas. É a energia ancestral. Dessa forma, entende-se que uma função sexual debilitada pode, sobretudo, estar relacionada com o desgaste do Jing.

Chang (2001), cita o SÙ NǓ JĪNG, um dos textos clássicos sobre arte sexual, expondo que existiriam dois tipos de orgasmo, um de característica yang, que se caracteriza pela externalização do Qi e do Jing, reservados no interior do corpo para os órgãos sexuais, para então expeli-los. Este é o orgasmo masculino. O segundo tipo, de natureza yin, onde o Qi e o Jing tendem a mover-se para o interior do corpo durante o orgasmo, mantendo-os guardados e intactos. Este ocorreria mais facilmente nas mulheres. Os órgãos sexuais femininos, por serem alojados dentro do corpo, direcionariam naturalmente o Qi e o Jing para dentro, ao contrário dos homens que apresentam o órgão sexual projetado para fora.

Para a medicina chinesa, as funções básicas para a sexualidade feminina são: o sangue (Xue) e a energia yang dos Rins. Como sugere Ferraro (2002, p. 117), “uma vez que a energia e o sangue são indispensáveis ao crescimento e à reprodução, a deficiência de um deles cria distúrbios no funcionamento sexual.”. Segundo o referido autor, os dois órgãos mais intimamente ligados ao sangue são o coração e o fígado, sendo os rins o repositório do vigor sexual. O Desejo sexual seria, portanto, a energia yang em ascensão que culmina no orgasmo sendo esse, a liberação da energia acumulada.

Ferraro (2002, p. 118) diferencia a energia yin e yang nos Rins referindo que o yin dos Rins tem a capacidade de nutrir vários órgãos, enquanto seu yang exerce efeito estimulante sobre todo o organismo, a autora menciona que: “o yang dos Rins é o Fogo da Vida”.

Elisabeth Rochat (2019, p.xiv) confirma o exposto, segundo a autora, os Rins “são a força profunda, o aspecto escondido da vitalidade, a força assentada e colocada como um lençol freático de onde jorra a subida geral da vida, a partir da impulsão da sexualidade”. A sinóloga afirma ainda que os rins são um fundamento, associados a sexualidade e ao aparelho reprodutor, sendo encarregados dos dois orifícios inferiores (uretra e ânus).

De acordo com Zhuang Yuanchen (1568) apud Silveira (2018) “O Qi do Rim, […], governa a abertura e o fechamento das ‘duas partes íntimas’, incluindo as funções sexuais, como a ereção, ejaculação e a lubrificação do trato vaginal”. Faubert (1990) também corrobora com a função do Rim relatada até aqui, segundo ele, “o Rim tem relação com órgãos genitais e ânus e, do ponto de vista psíquico, com a vontade”.

A função do fígado de armazenar o sangue, combinada com o controle que este órgão exerce no baixo ventre, faz dele o órgão mais importante em se tratando de sexualidade e ciclo menstrual (AUTEROUCHE et al, 1987). O fígado está situado no movimento Madeira, que desperta desejo sexual de procriar. O Fígado comanda funções de metabolismo, sexualidade e musculatura (FAUBERT; CREPON, 1990. p. 42).

Auteroche et al (1987) propõem que primeiramente deve-se proceder a regularização do Qi e do Xue, já que entendem que em se tratando de ginecologia, as doenças são essencialmente enfermidades do sangue e do Qi. Recomenda-se então, nutrir o Fígado, que armazena o sangue, e os Rins.

Outra ligação importante para a libido feminina, de acordo com a medicina chinesa, é entre o coração e o útero, que se conectam através do vaso do útero (Bao Mai). O Su Wen (2013) capítulo 33 diz que “o vaso do útero pertence ao coração e se estende até o útero”. No capítulo 44, tem-se que a tristeza, que ocorre pela deficiência da energia yin do coração, leva a separação do canal do útero. Refere ainda que os Rins governam o útero e se relacionam com este através do Bao Luo (meridiano do útero).

A literatura não tem um consenso a respeito do Ming Men. O Nan Jing (Clássico das Dificuldades), em sua 22ª dificuldade diz que “os rins são dois, mas não os dois rins, o da esquerda é o Rim e o da direita é o Ming Men” (AUTEROUCHE, 1992). O Ming Men seria, então, a sede das essências física e mental e é aqui que a essência é armazenada no sexo masculino e de onde brotam os ramos do útero no sexo feminino, como segue:

O facto de seis órgãos Fu estarem emparelhados com cinco órgãos Zang significa que o Rim realmente representa dois sistemas de órgãos, ou seja, o esquerdo é o do Rim, e o direito sendo o Mingmen. E o Mingmen, que é a morada de Jing e Shen. É onde a essência do sexo masculino é armazenada e onde o útero no sexo feminino é ligado, seu Qi é na mesma frequência de onda que o Rim ( NANJING apud SILVEIRA, 2018). 

Chen Jia Yuan (1988) refere que o fogo ministro, representado pelo Xin Bao (traduzido como mestre-coração, pericárdio ou circulação-sexualidade) e também pelo Ming Men, é uma função fundamental para o desejo sexual, como segue:

Durantea excitação sexual, há estimulação do fogo ministro dos Rins que ascende em direção ao coração e esse fluxo ascendente que torna a face corada e o ritmo cardíaco acelerado. No orgasmo, o fogo ministro que estava elevado na excitação sexual é subitamente descarregado para baixo; esse movimento de descensão do fogo ministro é controlado pelo coração, cujo Qi naturalmente descende.

Entende-se, então, que a função sexual depende da harmonia entre o Rim e Coração. Na medicina chinesa, Rim e Coração fazem parte de um grande meridiano, chamado Shaoyin (ROCHAT, 2019), que indiretamente também está ligado aos canais extraordinários (também traduzido como vasos maravilhosos) Du Mai e Ren Mai (LI SHI ZHEN, 2019). 

 A água do Rim sobe para o Coração e o fogo do Coração desce para o Rim assegurado pela comunicação entre os canais Ren Mai e Du Mai. O Su Wen capítulo 60 revela que o ramo anterior do canal extraordinário Du Mai flui para o genital esterno homem e mulher e para o osso púbico e dele ascende para o abdome no mesmo trajeto do canal Ren Mai (SU WEN, 2013). Os genitais, portanto, são perpassados pelos meridianos do Fígado, Rim, Ren Mai, Chong Mai e Du Mai (CORDEIRO; CORDEIRO, 2014).

 Zhen (2019), relata que o canal extraordinário Chong Mai, depois de formar a “água mãe” e, de estimular o sistema geniturinário, aflora no períneo e ascende através de dois grandes troncos (o Ren Mai e o Du Mai) ao cérebro com objetivo de estimular a atividade deste canal.  

Segundo a medicina chinesa, cada órgão (Zang/função yin) está relacionado a uma emoção específica e entesouram alguma entidade psicoviscerais (Ben Shen). “cada um dos cinco Shen [traduzido sintaticamente como espíritos] liga-se a uma função yin com seu elemento respectivo, com características psíquicas peculiares e específicas” (DULCETTI, 2001). É clássico atribuir cada uma dessas entidades a um Zang, como sendo o fator que regula seu funcionamento e determina sua qualidade própria.

Segundo Dulcetti (2001), para a Medicina Chinesa as emoções através do Shen regulam e centralizam outras funções psíquicas como imaginação, cognição, inteligência corporal, instinto de preservação e vontade, estando as emoções e essas funções relacionadas as entidades viscerais do corpo.

Dentre as entidades viscerais, “os Rins sustentam a vontade (Zhi)” (ROCHAT, 2019). Isso significa que Zhi é o espírito (Shen) entesourado pelos Rins. “O Zhi está no coração da libido, está intimamente ligado aos desejos, e é um termo também utilizado para designar emoções” (EYSSALET, 2003). Cordeiro (1994) refere que “o ato sexual depende da essência energética dos Rins; dar as consequências para o Zhi, com repercussão para o Shen, dos excessos ou das insuficiências por abuso ou repressão sexual”.

Em relação à frustração sexual, Chen Jia Yuan, escreveu, no período da Dinastia Qing que 

Em mulheres, como viúvas, monjas Budistas, servas e concubinas, o desejo sexual agita por dentro, mas não podem satisfazer o Coração. O corpo está restringido por fora e não pode se expandir com a mente, a mente deseja a satisfação sexual, mas o corpo nega. Isto causa estagnação de Qi no Sanjiao e no peito, após algum tempo haverá sintomas estranhos como sensação de frio e calor como se fosse malária, mas não é. É a depressão (YUAN, 1988, p. 106).

Assim, quando há desejo sexual, mas não há atividade sexual e orgasmo, o Fogo Ministro pode tornar-se patológico, acumulando-se e gerando calor no Sangue e estagnação de Qi no Aquecedor Inferior. Este calor acumulado agitará o Fogo Ministro ainda mais e perturbará o Shen, até que a estagnação de Qi no Aquecedor Inferior possa ocasionar problemas ginecológicos.

O RESULTADO NA PRÁTICA

A acupuntura é eficaz no tratamento da disfunção sexual feminina?

A acupuntura faz parte da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), e admite que o organismo humano seja constituído de um substrato energético, este percorre todo o corpo por trajetos específicos denominados meridianos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o uso da acupuntura para tratamento de vários tipos de patologias (BRASIL, 2006)

Conforme anteriormente especificado, a acupuntura está inserida no conjunto de técnicas relativas à medicina tradicional chinesa (MTC), que busca compreender e tratar as doenças a partir de uma visão integradora entre o corpo e a mente. 

A busca na plataforma de dados da Pubmed/Medline, utilizando os descritores “acupuntura e libido”, “acupuntura e orgasmo”, “medicina chinesa e libido”, “medicina chinesa e orgasmo”, resultou em 42 artigos. Após a triagem, de acordo com os critérios estabelecidos, 5 artigos foram selecionados e estão dispostos a seguir.

 A pesquisa de Schlaeger et al (2015), foi realizada com 36 mulheres com vulvodínia (dor na vulva), entre as quais 18 foram incluídas no grupo que receberam acupuntura. Foram realizadas sessões de acupuntura duas vezes por semana, durante 5 semanas, em um total de 10 sessões. Como desfecho primário, houve a redução da dor vulvar em todas as mulheres tratadas e como secundário, a melhora da função sexual.

Khamba et al (2013), estudaram a eficácia da acupuntura no tratamento da disfunção sexual secundária a uso de antidepressivos. Os pontos de acupuntura utilizados na pesquisa foram: R3, VG4, B23, C7 e MC6. As participantes do sexo feminino relataram uma melhora significativa na libido e na lubrificação.  

No estudo de Oakley et al (2016), 13 mulheres no período da menopausa que apresentavam disfunção sexual, foram submetidas a sessões de acupuntura de 25 minutos, duas vezes por semana, durante 5 semanas. Como resultado, a função sexual melhorou após a intervenção, particularmente relacionada ao desejo, excitação, lubrificação e orgasmo. 

Oito mulheres com vestibulodínea provocada (dor na relação sexual), com idade média de 30 anos, foram submetidas a 10 sessões de acupuntura numa pesquisa realizada por Curran et al (2009). Após as sessões, as participantes relataram redução significativa na dor e melhora do bem-estar mental. O estudo também revelou efeitos fortes (embora não significativos) para melhorar a capacidade de ter relações sexuais e desejo sexual. 

Brotto et al (2008), por sua vez, estudaram sobre abordagens orientais para melhorar a sexualidade das mulheres, dentre elas, a acupuntura. Os pesquisadores relataram que em mulheres com vestibulodínia provocada, a acupuntura reduz significativamente a dor e melhora a qualidade de vida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo demonstrou que a sexualidade feminina ao longo do tempo, sofreu variações, havendo uma diferença considerável entre o ocidente e o oriente, em que naquele, a sexualidade fazia parte de um ritual espiritual que levava a longevidade, enquanto neste, a sexualidade feminina sofreu repressões e foi vista como tabu por muito tempo.

Tal situação, arcaica e ultrapassada, ainda hoje marca a visão das pessoas com relação a sexualidade da mulher. Resultando, com isso, nas estatísticas que atualmente mostram milhares de mulheres apresentando alguma disfunção sexual, seja ela sobre a libido ou orgasmo.

Como visto, há vários estudos evidenciando o impacto da falta do prazer sexual com desenvolvimento de patologias físicas ou mentais. Para a MTC, esta situação corresponde a bloqueio da energia (Qi) ou do sangue (Xue) que energeticamente vai influenciar o corpo físico favorecendo o aparecimento de doenças.

A pesquisa na plataforma de artigos científicos mostra que a disfunção sexual feminina é passível de tratamento com acupuntura, visando a regulação energética da mulher. Em contrapartida, os dados são escassos quando se trata de sexualidade feminina. Poucos são os artigos encontrados sobre a temática associando-a com a MTC.

Outro ponto pertinente no desenvolvimento deste artigo é a dificuldade de colocar questões holísticas dentro das premissas científicas necessárias. Pois a acupuntura (e demais técnicas da MTC) trata o doente e não a doença, priorizando um tratamento individualizado que não caberia em padrões de repetição para pessoas diferentes com necessidades diferentes. Sendo, assim, um desafio para a comunidade científica: seguir protocolos para pesquisas em MTC, principalmente para ensaios clínicos.

Ainda assim, a relação dos conhecimentos do ocidente e do oriente é inevitável, apesar de diferirem entre si. O diagnóstico através do raciocínio clínico é feito analisando as principais causas do problema, lançando mão de tecnologias cada vez mais assertivas e eficazes, enquanto a medicina oriental avalia as condições de energia que favoreceram o aparecimento desses sintomas e trata sua causa, ver o ser como um todo e como um ser único, integrando corpo, mente e espírito. Assim, quando atuam de maneira complementar, os resultados clínicos serão superiores.

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