A CONTRIBUIÇÃO DO PEDAGOGO NA ROTINA DE CRIANÇAS HOSPITALIZADAS: UMA REVISÃO DA LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10929609


Zayra Gabrielle Viana De Sales1; Aline Martins Diolindo Meneses2; Ivoneide Pereira de Alencar3; Elda Martins Diolindo4; Samaira Cristina Souza Chagas5; Pedro Wilson Ramos da Conceição6; Tammya Tercia Oliveira Ribeiro da Silva7; Francisco Alex de Miranda Silva8; Thayanny Lucas Martins9


RESUMO

Este estudo tem como finalidade compreender, através de uma revisão da literatura, sobre a contribuição do pedagogo hospitalar para a recuperação e socialização da criança submetida a tratamentos contínuos. Para tanto, buscou-se analisar o papel que o pedagogo desenvolve no ambiente hospitalar, descrevendo as dificuldades enfrentadas pelos mesmos fora da escola, bem como caracterizar as ferramentas utilizadas por esses profissionais no processo de ensino-aprendizagem. Com isso, entende-se que este estudo pode contribuir com os profissionais que atuam como pedagogos hospitalares, mostrando um pouco o trabalho feito por pedagogos de uma forma geral e suas metodologias e ambientes para ensino e socialização da criança e adolescente com necessidades transitórias. A discussão teórica pautou-se, dentre outros aspectos, em bases legais e autores que abordam acerca da pedagogia hospitalar, da aprendizagem e socialização da criança hospitalizada. No que tange à metodologia, o estudo caracteriza-se de natureza bibliográfica, com abordagem qualitativa de cunho exploratório. O estudo mostrou que o pedagogo hospitalar contribui na melhora da autoestima do paciente, trazendo mais alegria e diminuindo a ansiedade causada pela internação, além de garantir a continuidade do ensino, minimizando os atrasos causados pelo afastamento da escola.

Palavras-chave: pedagogo hospitalar; ensino-aprendizagem; socialização.

ABSTRACT

This study aims to understand, through a literature review, the contribution of the hospital pedagogue to the recovery and socialization of children undergoing continuous treatments. To this end, we sought to analyze the role that the pedagogue plays in the hospital environment, describing the challenges they face outside of school, as well as characterizing the tools used by these professionals in the teaching-learning process. Thus, it is understood that this study can contribute to professionals working as hospital pedagogues, showing a little of the work done by pedagogues in general and their methodologies and environments for teaching and socialization of children and adolescents with transient needs. The theoretical discussion was based, among other aspects, on legal foundations and authors addressing hospital pedagogy, learning, and socialization of hospitalized children. Regarding the methodology, the study is characterized as bibliographic in nature, with a qualitative exploratory approach. The study showed that the hospital pedagogue contributes to improving the patient’s self-esteem, bringing more joy and reducing anxiety caused by hospitalization, as well as ensuring the continuity of education, minimizing delays caused by absence from school.

Keywords: hospital pedagogue; teaching-learning; socialization.

1. INTRODUÇÃO

A educação é, e se torna cada vez mais, na atual conjuntura, um veículo indispensável para a formação e desenvolvimento integral do ser humano. Dentro do universo educacional, destaca-se o campo da pedagogia que vem, a cada dia, ganhando importância por sua vasta atuação que ultrapassa o âmbito escolar e se expande por várias instâncias, como forma de atender às necessidades extraescolares e/ou as que estejam intimamente ligadas à escola (Libâneo, 2001).

E uma dessas  áreas é a da classe hospitalar que está envolvida na educação de crianças e adolescentes que estão impedidos de ir à escola, pois estão acometidos por alguma doença que ocasiona em um afastamento do ambiente escolar, para cuidados sob os olhos de uma equipe multidisciplinar( médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros) classificando-se assim na categoria de educação especial, pois está fora dos muros da escola e compreende crianças e adolescentes com necessidades educativas transitórias.

A principal motivação para sustentar a presente pesquisa, reside na importância que o tema possui para a sociedade atual, sendo considerado um tema pouco estudado. Esse estudo procurou contribuir na produção de conhecimento para a prática pedagógica da classe hospitalar, qual a contribuição o pedagogo hospitalar tem para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem em crianças hospitalizadas?

 Isso é entendido como problema a partir do instante em que a criança se encontra fora do ambiente escolar, pois pode causar atraso no seu aprendizado, além da ausência da estrutura física da escola, há também o problema de socialização da criança hospitalizada. Entretanto, esse estudo, juntamente com os estudos já existentes, irá ajudar pedagogos que trabalham no ambiente hospitalar diretamente ligados ao processo de ensino-aprendizagem, mostrando a contribuição do trabalho pedagógico em hospitais para instruir, socializar e desenvolver suas capacidades cognitivas nas suas realidades existentes.

O pedagogo inserido em um ambiente hospitalar busca minimizar a reação causada pelo meio, abordando o intelecto do aluno-paciente, diminuindo o sofrimento e proporcionando a interação social entre as crianças, trazendo novidades educativas, brincadeiras, histórias, inserindo a criança em seu meio educacional mesmo estando em um leito (Matos; Mugiatti, 2008, p. 38).

Este tema me despertou a atenção devido visitas em um hospital para acompanhar um parente próximo e me deparar com crianças hospitalizadas devido ao câncer, o que me deixou bem comovida, isto antes de adentrar ao curso superior e quando entrei percebi que é um assunto não tão explorado não estando nem mesmo em nossa grade curricular, e nem ao menos sabia que existia uma profissional dedicado a este serviço, e comecei a me perguntei como essas crianças ficam todo esse tempo sem acompanhamento pedagógico, como é a rotina dessas crianças em meio a todo esse caos, então me chamou atenção saber se há uma metodologia ou espaços apropriados e qual a função que um pedagogo exerce dentro do hospital com essas crianças que estão fora da escola.

Desta maneira o presente estudo objetiva compreender as contribuições que o pedagogo hospitalar tem para recuperação e socialização da criança submetida a tratamentos contínuos. Tendo como objetivos específicos: Analisar o papel do pedagogo no ambiente hospitalar; identificar as dificuldades enfrentadas pelos pedagogos fora do ambiente escolar e caracterizar as ferramentas utilizadas pelos pedagogos no processo de ensino-aprendizagem, através de uma revisão da literatura.

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 

O método de abordagem científico foi qualitativo, segundo Neves (1996 apud Downey; Ireland, 1979, p.635), “[…] os métodos qualitativos se assemelham a procedimentos de interpretação dos fenômenos que empregamos no nosso dia a dia[…]”, fazendo assim uma relação entre o indivíduo e a influência que o meio tem sobre ele. Os métodos qualitativos têm um papel importante no campo dos estudos organizacionais. Estudos de avaliação de características do ambiente organizacional são especialmente beneficiados por métodos qualitativos, embora estes não sirvam só para essa finalidade. Por outro lado, ainda segundo os autores, o enfoque qualitativo presta-se menos para questões em que eliminar o viés do observador seja fundamental para a análise do fenômeno.

Quanto aos objetivos, foi uma pesquisa descritiva “[…] descrição do objeto por meio da observação e do levantamento de dados ou ainda pela pesquisa bibliográfica e documental.Das pesquisas descritivas pode-se chegar à elaboração de perfis,cenários etc. A ênfase metodológica pode ser mais quantitativa do que a qualitativa.Busca percentuais,médias,indicadores,curvas de normalidade etc (Aidil; Neide, 1990, p. 34).

Quanto aos procedimentos, foram bibliográficos, Para Severino (2007, P. 122), a pesquisa bibliográfica realiza-se pelo: […] registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. Utilizam-se dados de categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir de contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos.

Para a realização deste estudo  foi utilizado recursos de cunho bibliográfico onde foram selecionadas publicações variadas de fontes primárias e terciárias, tais como: textos, artigos, revistas, livros, dissertações, monografias, tese, sites online e documentos como a LDB 9.394/96 que apresentaram informações fidedignas, atualizadas e confiáveis sobre a temática em pesquisa, a partir disso foram realizadas leituras intensas e fichamentos para aprofundar e apresentar considerações pertinentes sobre a Pedagogia Hospitalar. Bernardino (2007, p.45), destaca que ‘’ a pesquisa teórica se deve aos conhecimentos construídos cientificamente sobre o tema em questão, por 30 outros estudiosos antes de nós e que nos servem de fonte atualmente’’. A revisão de literatura desta pesquisa dialoga entre diferentes referenciais, que mostram a imensa contribuição e importância da Pedagogia Hospitalar para as crianças que se encontram hospitalizadas. 

Após intensas leituras, alguns artigos foram selecionados e recolhidos todas as informações prestadas pelos autores que são referência do estudo, onde apresentam um diálogo bastante enriquecedor sobre a Pedagogia no ambiente hospitalar, questões estas que contornam desde as questões legais, inserção da Pedagogia nesse ambiente, e a importância do pedagogo na rotina . A partir disso, foram organizadas todas as informações e feita uma avaliação das contribuições da Pedagogia nesse campo e analisamos como a mesma reflete na criança ou jovem hospitalizado em diversos aspectos.

Para delineamento desta pesquisa, foram feita pesquisa na plataforma como Google Acadêmico, utilizando a seguinte palavra-chave: pedagogia hospitalar, no qual foram encontrados 56.500 resultados, no qual foram filtrados 16.300 pelos anos de 2010-2023, o segundo filtro foi por relevância restando 2.100, outro filtro utilizado foi o artigo de revisão, restando apenas 30 e após isso foi feita a análise dos artigos restante apenas 4, por fuga do tema proposto, podendo ser observado no fluxograma a abaixo:

A pesquisa bibliográfica foi organizada em duas categorias analíticas: Categoria 1 – Contribuição e dificuldades enfrentadas pelo pedagogo nos hospitais e Categoria 2 – Metodologias e ambiente utilizados pelo pedagogo no ambiente hospitalar.

3. PEDAGOGIA COMO PARTE DA CURA 

O pedagogo no ambiente hospitalar traz leveza e normalidade para o cotidiano da criança que se encontra afastada da escola, muitas das vezes nesse processo de cura do paciente focam-se apenas na cura do lado físico e esquece-se do lado mental em que essa criança se encontra, por isso é tão importante o trabalho do pedagogo com toda a equipe multidisciplinar do hospital.

A pedagogia hospitalar pode oportunizar não somente a educação regular, melhorando seu desempenho escolar com a continuidade dos estudos, mas também, promover momentos de socialização, melhorando a autoestima dos alunos em processo de tratamento nos hospitais.” (RAMOS; SANTOS, 2018, p. 242).

O hospital não pode ser compreendido pela criança ou pelo adolescente enfermo como um ambiente apenas de dor e sofrimento. Nele sempre é preciso encontrar um espaço que possa ser aproveitado para o desenvolvimento de atividades lúdicas, pedagógicas e recreacionais, pois a internação não deve interromper o desenvolvimento infantil (Lima, 2009).

Compreender o significado da proposta de humanização inclui não somente atribuições técnicas do profissional, mas também a capacidade de compreender o paciente enquanto ser humano, com seus valores, suas crenças, seus desejos e suas perspectivas. Implica, pois, na construção de um novo quadro ético de referências para as relações, no qual, as diferenças entre os seres humanos não significam, necessariamente, assimetria de poder, mas o resultado de relações construídas e decorrentes de experiências e vivências com os outros (Bettinelli et al., 2004).

A prática docente é fortemente marcada pelas relações afetivas, servindo de reforço para que a criança não desista da luta por sua saúde e se mantenha esperançosa em sua capacidade de esforço. O professor passa a ser um mediador de estímulos cauteloso, solícito e atento, reinventando formas para desafiar o enfermo quanto à continuidade dos trabalhos escolares, a vencer a doença e a engendrar projetos na vida emancipatória. (Ortiz; Freitas, 2005, p.67).

Atualmente a Pedagogia Hospitalar é uma realidade considerada como um atendimento pedagógico educacional, que acontece no ambiente hospitalar, onde o pedagogo se vale de suas experiências profissionais juntos aos profissionais da saúde, elaborando uma estratégia de ação pedagógica para o acompanhamento do processo de aprendizado e desenvolvimento da criança e do adolescente hospitalizado (Camargos, 2020).

A hospitalização é uma realidade na vida de uma parcela significativa da população infantil. Aceitar e cuidar da criança com doença crônica é uma experiência muito difícil para a família, ainda mais quando a doença tem um prognóstico fechado ou uma baixa expectativa de vida, porque além de proporcionar a falta de controle da situação, causa, ainda, ansiedade sobre as reais perspectivas de futuro da criança (Damião., 2001).

Em decorrência   do   estado   de   internação   onde   crianças   e   adolescentes, são compulsoriamente afastados por períodos, por vezes prolongados, do ambiente escolar tradicional. Esse afastamento acarreta grandes prejuízos às atividades escolares, confirmando assim a necessidade de um trabalho pedagógico emergente com uma equipe multidisciplinar.  Este atendimento em caráter especial, além de atender o estado biológico e psicológico da criança, supre suas necessidades pedagógicas (Camargos., 2020).

Sabe-se que, a criança sofre grandes influências do ambiente onde ela vive, então, quando se sente fraca e doente sem poder brincar, longe da escola e dos amigos pode se tornar desanimada e triste, sem estímulo para se curar. Nesse contexto, o pedagogo precisa desenvolver um trabalho educativo com a criança hospitalizada de forma lúdica, possibilitando aliviar possíveis irritabilidades, desmotivação e estresse do paciente e proporcionando momentos que os distancie do ambiente hospitalar, a partir do momento que se envolve nas atividades educativas (Silva., 2013).

A criança, mesmo hospitalizada, mantém a vontade de estar ativa e de vivenciar experiências comuns à sua idade, situação que, por vezes, é modificada no decorrer da internação. A vontade é capturada e as escolhas típicas da infância são despidas diante das limitações impostas pelas condições do tratamento (Souza; Rolim, 2019).

Então é necessário ter esse olhar voltado para a criança ter vivências comuns a infância, com essa rotina de hospitais, a criança se sente fatigada e esquecida, não por descuido de seus pais e de quem a acompanha mas por preocupação que todos a sua volta está com sua saúde física, para total restauração da saúde, e por isso se esquece um pouco do emocional que envolve toda essa situação, às vezes a criança já era habituada a ter uma rotina escolar e por alguma doença ela tem que se afastar da sua rotina e seus amigos de escola, e se sente perdida.

[…] a escola é um fator externo à patologia, logo, é um vínculo que a criança mantém com seu mundo exterior. Se a escola deve ser promotora da saúde, o hospital pode ser mantenedor da escolarização. A escolarização indica criação de hábitos, respeito à rotina; fatores que estimulam a autoestima e o desenvolvimento da criança e do adolescente (Fonseca.,1999).

A pedagogia hospitalar se faz como uma opção para a continuidade da escola no espaço do hospital.

Como cita Oliveira, Silva e Fantacini (2016):

A escola pode contribuir para promoção da saúde de seus alunos nos espaços escolares e não-escolares. A pedagogia hospitalar pode ser uma alternativa para a escolarização, na qual os enfermos crianças/adolescentes possam se desenvolver, interagir e aprender.

Logo se percebe a necessidade e importância do papel do pedagogo nesse momento delicado em que a criança está passando, que assim como a escola deve promover a saúde, o hospital também deve se fazer escola para suprir a necessidade e os direitos da criança integralmente e de forma positiva para que juntos integrados um ao outro com a parceria escola e hospital a criança possa ser bem assistida pelos dois lados.

3.1 BREVE HISTÓRIA DA PEDAGOGIA HOSPITALAR

A pedagogia hospitalar tem seu marco inicial em 1935, com Henri Sellier, em Paris, quando o mesmo inaugurou a escola para crianças que tinham dificuldades em se adaptar, posteriormente seu exemplo foi seguido pelos países europeus, como a Alemanha, mas também pelos Estados Unidos. Principalmente, por causa da Segunda Guerra Mundial, com várias crianças doentes e mutiladas por causa das bombas, esse interesse partiu principalmente dos médicos.

Em 1939 é criado o C.N.E.F.E.I, que era o Centro Nacional de Estudos e Formação para a Infância Inadaptadas de Suresnes, que tinha o objetivo a formação de professores para trabalhar em hospitais e institutos especiais, no mesmo ano foi criado um cargo de professor hospitalar pelo ministério da França.

Já no Brasil, a Pedagogia Hospitalar teve início nos anos de 1950, como cita Schilke (2008, p. 15), “esclarece o surgimento da Pedagogia Hospitalar, relatando que no Brasil as primeiras notícias que se tinham sobre aulas para crianças internadas foram no ano de 1950, no Rio de Janeiro, Hospital Municipal de Jesus, porém não tinha vinculação nenhum com a Secretaria de Educação”. 

Este movimento ganhou força e a pedagogia hospitalar se estabelece a partir da década de 90 no qual os órgãos públicos sentiram a necessidade de inserir o serviço do pedagogo hospitalar, complementando a área da educação especial no Brasil, uma proposta diferenciada de ensino com a finalidade de acompanhar as crianças que estão afastadas da escola por estarem doentes (Esteves, 2008).

No ano de 1960, o Hospital Barata Ribeiro no Estado do Rio de Janeiro implantou as aulas para crianças hospitalizadas, contando com uma professora específica para isso. Foi também neste ano que os profissionais que dirigiam os dois Hospitais buscaram junto a Secretaria de Educação que até então não tinha nenhum convênio para a regulamentação da Pedagogia Hospitalar, porém o reconhecimento da modalidade educacional veio acontecer apenas em 2002.

3.2 BASES LEGAIS DA PEDAGOGIA HOSPITALAR

Nesta seção serão apresentados os aspectos legais que embasam a pedagogia hospitalar, de acordo com as leis brasileiras.

Assim, em 1994, o Ministério da Educação e Cultura (MEC), por intermédio da Secretaria Nacional de Educação, a classe hospitalar surge como uma modalidade de ensino da Educação Especial, regulamentada por legislação específica, que visa atender pedagógico-educacionalmente crianças e adolescentes hospitalizados. Portanto, parte do reconhecimento de que esses jovens pacientes, uma vez afastados da rotina acadêmica e privados da convivência em comunidade, vivem sob risco de fracasso escolar e de possíveis transtornos ao desenvolvimento. Nela os professores procuram adequar a programação ao conteúdo em andamento nas classes originais dos alunos, a fim de ajudá-los na reintegração escolar após a alta hospitalar (Brasil, 1994). 

O Especial define responsabilidades quanto à execução do direito das crianças e adolescentes hospitalizados à educação, por meio da formulação da Política Nacional de Educação Especial, que instituiu legalmente o serviço de classes hospitalares (Brasil 1994).

Com o objetivo de evitar a interrupção abrupta da escolaridade dessas crianças em função das internações, a partir da década de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (ECA.,2003) e a Resolução 41/95 dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes Hospitalizados (1995), começaram a debater sobre os direitos da criança hospitalizada, sendo as mesmas possuidoras de direitos. 

Sobre a regulamentação da Pedagogia em âmbito Hospitalar, Schike (2008, p. 16) afirma que: 

Apenas em 2002 o Ministério da Educação, por meio da Secretaria da Educação Especial, regulamenta esse tipo de trabalho com a publicação do documento intitulado “Classe Hospitalar e Atendimentos pedagógicos domiciliares; estratégias e orientações.” Que tinha por objetivo estruturar ações políticas de organização do sistema de atendimento educacional em ambientes hospitalares e domiciliares.

A Pedagogia ocupa-se, de fato, dos processos educativos, métodos, maneiras de ensinar, mas antes disso ela tem um significado bem mais amplo, bem mais globalizante. Ela é um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa (LIBÂNEO, 2007, p. 29-30).

 E continua:

Pedagogia é, então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da educação, isto é, do ato educativo, da prática educativa concreta que se realiza na sociedade como um dos ingredientes básicos da configuração da atividade humana. (p. 30).

A legislação é muito clara quando a mesma afirma que: “A educação é direito de toda criança e adolescente e isso inclui o universo das crianças que estão hospitalizadas” (Brasil,1 988, s/p). 

Além da legislação, o Decreto Lei n°. 1.044/69 (Brasil,1969) dispõe que os alunos que necessitam de tratamento especial têm o direito de exercer em casa sob a supervisão da escola, observadas as suas condições médicas e institucionais. Nota-se aqui uma possibilidade do atendimento em classes hospitalares no Artigo 1º, desta lei que diz:

[…] são considerados merecedores de tratamento excepcional os alunos de qualquer nível de ensino, portadores de afecções congênitas ou adquiridas, infecções, traumatismo ou outras condições mórbidas, determinando distúrbios agudos ou agudizados, caracterizados por: a) incapacidade física relativa, incompatível com a frequência aos trabalhos escolares, desde que se verifiquem a conservação das condições intelectuais e emocionais necessárias para o prosseguimento da atividade escolar com novos moldes; b) ocorrência isolada ou esporádica; c) duração que não ultrapasse o máximo ainda admissível, em cada caso, para a continuidade do processo pedagógico de aprendizado, atendendo a que tais características se verificam, entre outros, casos de síndromes hemorrágicos (tais como a hemofilia), asma, cardite, pericardite, afecções osteoarticulares submetidas a correções ortopédicas, nefropatias agudas ou subagudas, afecções reumáticas, etc. (BRASIL, 1969, p.1).

A Lei nº. 6.202 de 1975 (BRASIL, 1975) trata da garantia de exercício em casa para alunas grávidas, assegurando que as alunas grávidas serão assistidas por um regime de exercícios em casa desde o oitavo mês de gravidez até três meses após o nascimento. Esse documento diz que após o parto, poderá este período ser prorrogado se a necessidade for comprovada por atestado médico.

A Lei nº. 8.069 de 13 de junho de 1990 (Brasil, 1990), Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, dispõe garantia e direitos para crianças e adolescentes que se encontram em condições de hospitalização, mais especificamente nos artigos 4º., 7º., 11º., 53º. e 57º. O artigo 57º. trata do atendimento de crianças e jovens afastados do sistema educacional por motivo de hospitalização ou doença crônica, destacando a hospitalização como um dos motivos de exclusão da vida escolar. Esta disposição garante que as crianças e jovens devem ter todo o equipamento possível para que não sejam prejudicados no tratamento médico ou escolar. 

O artigo 53º. do ECA (ibid) é ainda mais específico, diz que: “a criança e o adolescente têm direito à educação, visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes: […] igualdade de condições para o acesso e permanência na escola” (p.21). Portanto, permanece a discussão sobre como proporcionar igualdade de condições e aprendizado permanente nas escolas quando os alunos apresentam problemas de saúde. 

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei Darcy Ribeiro, nº 9.394 de 1996 – LDBEN (Brasil, 1996) revogada e alterada pela Lei nº 12796 de 04 de abril de 2013 (Brasil, 2013) estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Em seu artigo 58º, esclarece que a educação especial é uma modalidade de escolarização oferecida na rede regular de ensino para alunos com deficiência, transtorno generalizado do desenvolvimento e alunos altamente capazes ou superdotados. No n.º 2 do mesmo artigo, caso não seja possível a integração deste serviço no currículo geral do ensino regular, assegura-se a sua prestação noutros contextos.

A Resolução Nº 2, do Conselho Nacional de Educação/Câmara da Educação Básica (CNE/CEB) de 11 de setembro de 2001 (Brasil, 2001), que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, afirma que quando os alunos não puderem frequentar as aulas devido a tratamento de saúde, o sistema de ensino incorporado ao sistema de saúde deve organizar atendimento educacional especializado. Mencionou ainda que a classe hospitalar era responsável pela educação do aluno durante as atividades normais da escola e sua reinserção no sistema escolar.

Outro documento sobre Classe Hospitalar foi publicado em 2002 pelo MEC/SEESP, intitulado: “Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações”. Este documento visa incentivar a criação de cuidados docentes em contexto hospitalar e domiciliário para garantir que, devido a internamento ou doença que exija um período de tempo no hospital ou no domicílio, não seja possível a participação numa rede formal de ensino (Brasil, 2002). 

“Têm direito ao atendimento escolar os alunos do ensino básico internados em hospital, hospital-dia, hospital-semana, em serviços ambulatoriais de atenção integral à saúde ou em domicílio; alunos que estão impossibilitados de frequentar a escola por razões de proteção à saúde ou segurança abrigados em casas de apoio, casas de passagem, casas-lar e residências terapêuticas. Para estudantes nessas condições, as secretarias de Educação e de saúde devem oferecer alternativas para que continuem estudando e estejam aptos a retornar à escola assim que cessar o tratamento ou a condição especial que os obrigou a ficarem fora da rotina escolar […]. Compete à secretaria de Educação, por exemplo, contratar e capacitar os professores e definir os recursos financeiros e materiais para a execução das tarefas. Em respeito às capacidades e necessidades educacionais dos alunos, a sala dessa classe deve favorecer o desenvolvimento de atividades pedagógicas, ter mobiliário adequado, instalações sanitárias próprias, completas, suficientes e adaptadas, além de espaço ao ar livre para atividades físicas e ludo pedagógico. Em casos especiais, o atendimento poderá ser feito na enfermaria, no leito ou no quarto de isolamento quando o aluno tiver restrições por sua condição clínica ou do tratamento” (ibid, p. 3).

Apesar das inúmeras leis criadas, a classe hospitalar ainda é pouco explorada pelos pedagogos, tanto para processo de socialização da criança, quanto para dar continuidade ao processo de ensino-aprendizagem desse aluno/paciente. O Estado deve levar em consideração a importância do pedagogo nesses espaços, para um melhor desenvolvimento da criança e aceleração do seu processo de cura, para uma volta saudável e rápida para o seu cotidiano.

3.3 O PAPEL E AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO PEDAGOGO NO AMBIENTE HOSPITALAR

O papel do pedagogo no ambiente hospitalar pode se dar de várias formas, podendo ele ser um trabalho continuado em consonância aos assuntos trabalhados na grade curricular comum, ou um trabalho recreativo de forma lúdica para estimulação da criança, podendo ser feito também atividades de socialização se possível entre as crianças internadas, um momento de descontração dentro das possibilidades que o mesmo possa está enfrentando.

Como citado anteriormente a internação é um momento de angústia, tanto a criança como a seus pais e familiares, como forma de diminuir foi criado a classe da pedagogia hospitalar, se apresentando como um leque de possibilidade para ensino, mas com o diferencial de inclusão a crianças e adolescentes em situação vulnerável. 

Para os médicos como cita Foucault (1979), “Os corpos são tomados como objetos, são mexidos e recortados, pois a finalidade do saber médico não é o sujeito e sua história, mas a parte doente dele, seu braço, seu estômago etc. Esses corpos são desapropriados de opinarem sobre suas problemáticas de forma singular, seus discursos são podados, já que os olhares estão voltados para a parte do corpo que interessa aos saberes. É uma prática que subjuga os corpos, que menospreza o sofrido processo de adoecer, que está interessada em dominar os corpos, torná-los impotentes.”

Podemos perceber comportamentos desse tipo até os dias de hoje, essa citação de Foucault apesar de datar os anos de 1979, pode ser usada nos dias atuais devido à falta de sensibilidade da equipe médica para com a criança, e os pais muitas vezes preocupados com o diagnóstico de seus filhos, esquecem-se da parte mental e social da cura.

Então pode-se verificar que o pedagogo, serve ali como uma ponte de ligação da criança com a escola, pensando não apenas na cura do corpo físico, mas também sua saúde mental e em um possível atraso já que quando a criança retorna à escola após um período de faltas, perde-se muitos conteúdos, causando até uma possível evasão escolar.

Sobre a desumanização no atendimento hospitalar e a falta de sensibilidade dos médicos, podemos dizer que essas características perpassam a formação dos profissionais de saúde, já que estes foram formados dentro de um modelo biomédico, durante a revolução cartesiana, e aprenderam que se deve separar o “corpo” da “mente” (Laranjeira, 2008).

A educação no espaço hospitalar tende a humanizar o atendimento de reabilitação da saúde da criança hospitalizada, pois promove uma interação paciente–equipe médica–família–profissionais da educação em que é possível criar um diálogo entre os sujeitos contribuindo, no estado biopsicossocial da criança. Essa atuação da educação com a saúde tem favorecido para diminuir o período de internação, garantir os direitos da criança e do adolescente à escolarização e à saúde, e também tem transformado o espaço triste e doloroso do hospital em local de aprendizagem, encantamento e reabilitação da saúde e da educação (Silva; Andrade, 2013, P-63).

Além de ajudar na humanização do atendimento à criança, o pedagogo vai atuar em uma parte fundamental no desenvolvimento da criança que é a educação, que deve está sempre presente independente da situação em que a mesma se encontre, ofertando ensino a partir das circunstâncias em que ela se encontra, flexibilizando o currículo e adaptando as atividades a realidade de cada criança, família e hospital.

A pedagogia hospitalar, juntamente com a equipe médica, surge para trazer uma qualidade de vida e bem estar para a criança hospitalizada, sendo esse um grande desafio, pois há muitas variáveis possíveis, o pedagogo tem que estar apto a transformar aquele meio incerto, cheio de altos e baixos, em uma realidade que seja constante, uma rotina. Garantindo que essa criança tenha sucesso em sua reintegração à escola, quando a mesma se torna apta a voltar.

Um processo de humanização deve acontecer nos hospitais, e o pedagogo se torna fundamental nesse processo contribuindo com uma melhor qualidade de vida aos pacientes enquanto estão hospitalizados, mas isso traz desafios ao profissional sendo levado a trabalhar fora do ambiente comum de trabalho, por isso é preciso que ele quebre barreiras ocupando espaço alternativos.

Outro desafio que o pedagogo hospitalar passa nesse ambiente, é no ato de planejar, pois aqui existem muitas variáveis, pois cada aluno é único e tem toda uma atenção especial, o planejamento deve ser feito individualmente, levando em consideração as especificidades de cada criança, o seu nível e grau de doença, sua mobilidade e também atrasos que essa criança pode ter devido a própria doença e ao tempo de afastamento da escola, devendo ser levado com bastante calma e paciência, lembrando como cita Santos et al, 2019, que ensinar exige um planejamento da ação, mas o planejamento nunca é fechado, é sempre passível de mudanças, principalmente no ambiente hospitalar, ensinar é um ato que envolve interação e compartilhamento entre os envolvidos , seja entre professor-aluno, aluno-professor e até mesmo aluno-aluno.

3.4 METODOLOGIA E ESPAÇO PARA APRENDIZAGEM E SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA HOSPITALIZADA

Esta etapa da pesquisa tratou sobre a importância das metodologias e um espaço adequado para o bem estar da criança, e como a socialização pode ajudar nesse processo o paciente a se recuperar e se sentir melhor, com a mente e corpo mais ativo. Então, A brincadeira surge como dispositivo que auxilia as crianças a superarem as inconveniências de seu estado de saúde e a aproveitarem melhor o período do tratamento, criando vínculos pelo ato de brincar e maior abertura para experiências educativas, tornando a permanência no hospital mais agradável e descontraída (Silva, 2016).

A pesquisa sobre a importância do brincar em um ambiente hospitalar considera que as práticas lúdicas manifestadas no ato de brincar representam a própria vida da criança. A dimensão lúdica precisa estar presente em quaisquer lugares, incluindo a classe hospitalar, pois é por meio do brincar que a criança se desenvolve, se reconhece e assimila a realidade. Dessa forma, tais fatores não ficarão de fora, mesmo a criança estando hospitalizada (Garbinatto, 2016)

Quanto a nós profissionais da educação não devemos achar que podemos chegar no ambiente em que a criança estar sem um estudo prévio, precisa ser analisado a mobilidade da criança, qual seu diagnóstico, materiais disponíveis, entre outros fatores, para que a partir disso possa ser formulado a metodologia de educação que essa criança está precisando e quais são os limites que ela possui.

Apesar de limitações que podem decorrer de sua situação médica, a menina e o menino internados têm interesses, desejos e necessidades semelhantes aos de qualquer jovem saudável. E está provado que o contato com os semelhantes contribui para o desenvolvimento social dos pequenos enfermos […]. Há casos em que a doença chega até a ser esquecida, o que acelera a recuperação e a reintegração à vida normal. (Fonseca, 1999).

Sendo o jogo um mediador, para todo esse processo pois é um importante aliado para a socialização e para o ensino, mas para que isso ocorra é necessário um espaço adequado como uma brinquedoteca equipada adequadamente para funcionar como um espaço de socialização, aprendizagem, mas também como um momento de lazer para que a criança dentro de suas possibilidades como ter um lugar para se locomover e sair um pouco do seu leito hospitalar, tendo oportunidades para conhecer outros pacientes e assim ajudar com um bem estar dos mesmos.

Por isso o estudo e o processo de socialização deverá ocorrer, de preferência fora do quarto em que a criança está internada devido a possíveis relações de dor e sofrimento que a criança possa ter com esse ambiente, sendo preferível se possível que seja levada para uma área diferente como a brinquedoteca e fazer um estudo do restante dos pacientes levando em consideração ali a mesma faixa etária para que possa ocorrer uma socialização melhor dessas crianças. 

Dessa forma, o hospital ressignifica as relações estabelecidas nessa troca significativa das crianças e dos adolescentes, que podem desencadear o ensinar, o fazer e o aprender em interações que vão acontecendo entre eles.

As atividades lúdicas podem possibilitar com que as crianças desenvolvam parcerias, tornando-se cúmplices e co-responsáveis em jogos e brincadeiras. A curiosidade, a energia crítica e criativa que a experiência lúdica evoca nas pessoas brincantes tem poder transformador, de maneira que os desejos, a imaginação e a autonomia quanto às escolhas a serem feitas auxiliam na busca pela superação dos desafios que as sobrevêm (Pinto, 2007).

O pedagogo hospitalar tem que ter uma sensibilidade nas suas metodologias utilizadas, perceber quais atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento das crianças, as afinidades que as mesmas possuem com as atividades propostas, tentar sempre que possível envolver as famílias nesses momentos quando for oportuno para que as crianças além de terem um momento de socialização entre si, possam ter um momento de brincadeiras e aprendizagens com os seus responsáveis para se sentam acolhidas tanto pelo local de internação quanto por suas famílias, fortalecendo os laços familiares dos pacientes com suas famílias e sendo ali o momento de lazer e descontração da família..

“(…) o que mais importa é que a criança ou adolescente hospitalizado venha receber, sempre e com o máximo empenho, o atendimento a que fazem jus, nessa tão importante fase de sua vida, da qual depende a sua futura estrutura, enquanto pessoa e cidadão (Matos; Mugiatti, 2008, p-65)”. 

Então pode-se perceber que a ludicidade é um importante aliado para a recuperação e o bem estar das crianças, diminuindo os traumas causados pela internação, estabelece uma maior familiaridade e confiança com o local de hospitalização, como consequências aumenta a aceitação ao tratamento, uma melhor adaptação ao hospital e diminuição da ansiedade causada por esse momento de angústia trazendo uma “normalidade” para esse período.

Para além da sua importância, as brinquedotecas devem existir obrigatoriamente nos espaços de saúde que façam atendimento ao público infantil, pois está assegurada pela Lei Federal 11.104, de 21 de março de 2005, dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação, reconhecendo a importância do brincar das crianças em situação de risco.

Tendo no:

 Art.1- Os hospitais que ofereçam atendimento pediátrico contarão, obrigatoriamente, com brinquedotecas nas suas dependências. Parágrafo único O disposto no caput deste artigo aplica se a qualquer unidade de saúde que ofereça atendimento pediátrico em regime de internação. 

Art 2 – Considera-se brinquedoteca, para os efeitos desta Lei, o espaço provido de brinquedos e jogos educativos, destinados a estimular as crianças e seus acompanhantes a brincar.

 Art.3- A inobservância do disposto no art. 1 o desta Lei configura infração à legislação sanitária federal e sujeita seus infratores às penalidades previstas no inciso II do art. 10 da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977. 

Art.4- Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua publicação: Brasília, 21 de março de 2005. 

O trabalho das brinquedotecas nos hospitais é atual e necessário para o bem estar de crianças e adolescentes no período no qual estão internados. A brinquedoteca é um espaço onde as crianças e adolescentes aprendem a compartilhar brinquedos, histórias, emoções, alegrias e tristezas sobre a condição de hospitalização. Através das brincadeiras coletivas, elas desenvolvem aspectos de socialização, desenvolvimento motor e cognitivo. A brinquedoteca também permite uma aproximação entre pais e filhos e possui várias representações: é um espaço lúdico, terapêutico, político e pedagógico pois além de garantir o direito da criança poder brincar, se divertir, também é um espaço de formação de cidadania (Silvério; Rubio, 2008 p. 9).

4. ANÁLISES E DISCUSSÕES

Os resultados evidenciaram duas categorias que passamos a discutir: a categoria 1, que tratou das contribuições e dificuldades que o pedagogo enfrenta no ambiente hospitalar; e  a categoria 2, que tratou do ambiente e metodologias utilizadas por esses profissionais nos hospitais. 

Considerando a categoria 1, para entendermos melhor as contribuições do pedagogo no atendimento às crianças hospitalizadas, trouxemos a pesquisa de Joia (2018), que discute acerca de relatos de pedagogos que trabalham no ambiente hospitalar situado na cidade do Rio de Janeiro. Conforme apresentamos no Quadro 1, podemos entender como ocorre o atendimento realizado por esse profissional e, especificamente, como se constitui o seu papel no referido ambiente.

Quadro 1

PROFISSIONALRELATO
Pedagogo 1“L. é uma menina que mora em Guarapuava e é para lá de esperta. Topa tudo que lhe for oferecido, mas dizia que não aprendia a escrever. Quem lhe disse isso foi a escola, na pessoa de um incauto educador que não imagina o peso que uma frase dessas pode ter. Ela tinha 7 anos e foi reprovada na primeira série justamente por esse motivo: ainda não sabia escrever. Estávamos no início de janeiro e começamos um trabalho, perguntando um pouco, ouvindo outro tanto. Fomos fazendo uns combinados, e L. topou me contar – do jeito que conseguisse – quem era a família dela. No dia seguinte, ao chegar, encontrei um desenho que mostrava os pais, o irmão, um cachorro e até o peixe dela. Conversamos sobre símbolos – L. não sabia ainda que letras eram símbolos. Nos dias seguintes fomos descobrindo quais desses símbolos eram necessários para registrar o nome de cada um daqueles que para eram queridos. L. ficou um pouco mais de um mês conosco. Saiu do hospital lendo e escrevendo. Mas tive que frequentar a primeira série por mais um ano.”
E.M. (Professora da rede municipal no Hospital)“As situações que mais me marcam são as das crianças da hemodiálise. Crianças que vêm dia sim, dia não […] e assim vai. Na maior parte das vezes, elas recebem a gente com um sorriso “na orelha”. Elas chegam do interior de São Paulo, do interior do Paraná. São três, quatro, às vezes cinco horas de viagem até aqui. Muitas chegam às 7 horas da manhã, para ficar por quatro horas. Apesar de todo esse esforço, a gente percebe a vontade e o prazer dessas crianças em descobrir, em conhecer. No hospital, elas estão cercadas de pessoas envolvidas com a situação da doença. Mas temos nós, os educadores, que não vamos medir a pressão, nem dizer que elas não devem tomar água. Então nós trazemos essa possibilidade de elas conhecerem, de fazerem novas descobertas. Foi assim com A., J. e com E., que desenharam e aprenderam a contar coisas de suas vidas usando letras. Essas coisas sempre me encantaram e alimentavam minhas motivações. Às vezes, eu levanto ou acordo de madrugada e penso: puxa vida, a A. deve estar saindo de casa agora. Todos os três – A., J., E. – já passaram pelo transplante. Mas a C. continua vindo, o J.V. continua vindo. São crianças que saem às 4 ou às 5 horas da manhã de casa e chegam com muita vontade de aprender. Tais situações sempre me marcaram. Eles não podem nem mexer o bracinho, mas mexem os pés, fazem tudo com a outra mão. Contam, conversam, descobrem. E isso tudo mostra as possibilidades que temos: eles e nós, educadores.”
C.M. (Professora da rede no Hospital)“A M. me marcou muito pelo interesse que demonstrava. Foi no começo do ano. Todo dia quando a gente chegava no setor, ela estava na porta. Ou então, logo depois de chegarmos, ela subia e queria ficar junto com a gente. Eu acabei acompanhando a M. por vários dias. Ela queria ler. Adorava ler. Por vários dias ela subia, sentava naquela poltroninha vermelha e ficava lendo. Não interagia muito. O negócio dela era ler. E foi muito legal porque a gente acabou fazendo outras atividades também. Houve uma atividade de pintura em que ela pintou a si mesma saltando de paraquedas. E a minha colega educadora Jana também tem um retrato dela no celular, de uma das várias vezes que ela subiu e ficou parada em frente à janela, olhando para fora. Foi uma criança que nem teve tanta interação porque ela ficava só, lendo ou parada na janela olhando para fora. Sempre foi muito doce, uma pessoa muito bonita, que conversava sobre as coisas de uma maneira fácil. No dia da cirurgia de M., a mãe subiu aqui. Lembro que ela me chamou para dizer que vinha deixar os livros que eu tinha deixado com a M. – Ela já estava sedada, esperando para entrar em cirurgia, e me falou: Mãe, sobe lá e devolve os livros para eles, senão eles vão ficar no quarto. Esses livros podem sumir, e as crianças não vão poder ler. Para mim aquilo foi algo profundamente especial que mexeu comigo, um senso de responsabilidade na situação em que ela estava, e uma noção muito forte de cuidado com o outro. No dia seguinte, soube que a M. tinha falecido.”

Fonte: próprios autores, 2024.

A partir desses relatos podemos compreender melhor as contribuições que o pedagogo tem na rotina dessas crianças, e os relatos do quadro 2 traz  o olhar das crianças e dos seus familiares, como elas veem o trabalho do pedagogo e como eles contribuíram na sua recuperação

QUADRO 2
CRIANÇAS E FAMILIARES RELATOS
A.T. (mãe de L.T., 7 anos, Curitiba, Paraná)“Nos outros hospitais a gente interna, se trata, fica bom e vai embora. Aqui basicamente é a mesma coisa, mas tem as atividades com vocês. Isso alegra e ajuda no tratamento porque uma pessoa feliz, alegre, melhora mais rápido que uma triste. Gostei das visitas ao museu. Aprendi a fazer tinta, a têmpera. Nunca tinha nem ouvido falar disso, nem ido ao museu”.
T.S. (13 anos, São José dos Pinhais, Paraná)“ A música distrai, acalma, encanta. Em casa, as crianças não têm acesso a esses instrumentos todos e a essa aprendizagem sobre a música. Que bom que tem isso aqui! E é uma atividade que ainda proporciona interação entre as crianças, convivência e isso também é muito bom”. 
G.P. (8 anos, Curitiba, Paraná)“Gostei de ver aqueles filmes antigos, são muito engraçados. Eu não sabia como se filmava. Como é que a gente faz para gravar os sons, com aqueles microfones na ponta do suporte. Achei muito legal poder conhecer alguns lugares do Hospital que nunca fui, como a cozinha.” 

Fonte: próprios autores, 2024.

O pedagogo tem como compromisso zelar pela educação de seus educandos, isso independente do seu ambiente de trabalho, esse profissional atua planejando, coordenando e desenvolvendo atividades que contribuem para o processo de ensino e aprendizagem do aluno. Assim também o pedagogo hospitalar faz, porém com algumas limitações e desafios, já que o planejar desse profissional não deve ser algo fechado, já que há muitas variáveis nesse ambiente de trabalho.

Assim, como cita Silva e Andrade (2013), o pedagogo hospitalar vem para humanizar o período em que essa criança vai estar hospitalizada, como foi possível ver nos relatos de Jóia, a mãe de L.T., cita outras internações em que o paciente em questão não teve um acompanhamento pedagógico, em que a criança ficava ociosa, apenas ficava deitada assistindo televisão, mas que nessa internação com esse diferencial a criança ficou alegre, ficou um ambiente mais leve, teve vivências até desconhecidas, aprendeu algo novo, esse é o papel do pedagogo hospitalar, é humanizar e desenvolver a criança. Mas ele também enfrenta desafios nesse ambiente de trabalho, o seu papel não é fácil, como podemos ver a seguir nas pesquisas feitas, encontramos alguns desafios que o pedagogo hospitalar se depara, conforme cita Melo e Lima (2013, p. 149-150):

Direito Negado: A Pedagogia hospitalar é um direito de todas as crianças hospitalizadas, mas isso não se efetiva em todos os hospitais, portanto é um direito negado, de certa forma a população. Há uma precariedade no número de classes hospitalares com atendimento pedagógico voltado ao paciente/aluno no Brasil.

Ainda citam algumas dificuldades:

A desvalorização da  Pedagogia Hospitalar Consequentemente faltam profissionais preparados para atuar na área e a criança ou adolescente hospitalizada fica à mercê apenas dos cuidados médicos deixando de lado o seu processo de formação e apropriação de conhecimento.
Relação com sofrimento e morte: Para Zorzo (2004), a situação de morte de um paciente exige uma atitude de escuta, envolvimento, senso crítico e acolhimento,para a qual o professor muitas vezes não está formado, representando limitações para a perspectiva de humanização das práticas em saúde. Deparar-se com o sofrimento do outro pode ser uma experiência “humanizadora”, mas esta situação de morte vivida pelo pedagogo hospitalar é vista como um momento difícil.

Outras dificuldades apontadas pelas autoras:

Ausência de Estrutura Física: A estrutura física é um aspecto fundamental no trabalho do professor na classe hospitalar. Visto que é necessária uma sala de aula adaptada ao ambiente hospitalar para atender crianças e adolescentes em internação temporária ou permanente, garantindo seu vínculo com a escola e ajudando no seu ingresso e até retorno ao seu grupo escolar.
Falta de profissionais qualificados: Em relação à formação, segundo Ribeiro (2012), para atuar no campo da pedagogia hospitalar o pedagogo precisa ter formação específica com alguma especialização na área e, além disso, deve estar disposto a enfrentar esse desafio com muita criatividade e dedicação. Infelizmente os cursos de Pedagogia enfatizam a formação de professores em espaço escolar, não preparando os profissionais para atuarem em espaços não escolares, como no caso dos hospitais. E a formação dos profissionais da saúde, geralmente não enfatiza questões pedagógicas. Assim a formação de professores é um grande desafio para a Pedagogia Hospitalar.

Nos resultados da categoria 1, podemos perceber a necessidade que tem um pedagogo nos hospitais, mesmo diante das dificuldades enfrentadas pelo mesmo, pois o mesmo contribui para a inclusão e socialização da criança que está afastada do meio escolar, é papel do pedagogo hospitalar, garantir a continuidade dos estudos e desenvolvimento cognitivo da criança diminuindo o seu atraso no período de afastamento escolar e também uma possível evasão ou perca do ano escolar.

Os desafios enfrentados são muitos, mas o profissional deverá descobrir estratégias para saber lidar com as situações que surgem no cotidiano do hospital, mas além de tudo deverá tentar minimizar a tristeza e angústia das crianças, que passam dias e dias internadas ou que tem uma frequência grande de visitas em hospitais, então, além de ser um direito constitucional da criança ter acesso ao ensino é uma forma de diminuir seu tempo de internação e atraso escolar.

Já na categoria 2, que tratou do espaço e metodologias utilizadas, foi possível perceber o valor da brinquedoteca hospitalar, para o desenvolvimento e socialização dos pacientes, no qual o espaço destinado deve despertar a atenção da criança e ter recursos adequados para que se possa acontecer o processo de ensino e aprendizagem efetivo.

Cunha (1994) ressalta o papel da brinquedoteca hospitalar, como propiciadora de oportunidades de estimulação para o desenvolvimento da criança, para o favorecimento das relações familiares e para preparar a volta ao lar. Embora nem sempre recebam a denominação de brinquedoteca. 

A prática do pedagogo na brinquedoteca se apresenta através das variadas atividades lúdicas e recreativas como a arte de contar histórias, brincadeiras, jogos, dramatização, desenhos e pinturas, para continuação dos estudos no hospital. Essas práticas são as estratégias da pedagogia hospitalar para ajudar na adaptação, motivação e recuperação do paciente, que por outro lado, também estará ocupando o tempo ocioso. O pedagogo hospitalar busca modificar situações e atitudes junto ao enfermo, as quais não podem ser confundidas com o atendimento à sua enfermidade. De uma forma é um trabalho conjunto no próprio hospital (Silvério; Rubio, 2008 p. 1-2).

Então o pedagogo no ambiente da brinquedoteca pode possibilitar uma construção de novos conhecimentos, e através do brincar, poderá se aliar duas ações essenciais ao desenvolvimento da criança, que é o aprender e o brincar, um ambiente onde o aluno poderá desenvolver suas potencialidades, mas Santos (1997) relata que uma Brinquedoteca não significa apenas uma sala com brinquedos, mas em primeiro lugar, uma mudança de postura frente à educação.

A brinquedoteca é um espaço privilegiado que reúne a possibilidade e o potencial para desenvolver as características lúdicas. É hoje, um dos caminhos mais interessantes que pode ser oferecido às crianças de qualquer idade e faixa sócio-econômica. O intuito é resgatar, na vida dessas crianças, o espaço fundamental da brincadeira, que vem progressivamente se perdendo e comprometendo de forma preocupante o desenvolvimento infantil como um todo (Friedmann, 1992 P.30).

Quando alguém chega à porta de uma brinquedoteca deve ser tocado, deve ser atingido pela magia do lugar; precisa sentir que chegou a um lugar muito especial, pois é um lugar onde se respeita o ser humano criança e o mistério do seu vir a ser. (CUNHA, 1994, p.15)

No Brasil, embora timidamente, muitas experiências têm demonstrado resultados positivos. Os objetivos mais marcantes das Brinquedotecas Hospitalares são: diminuir a ansiedade e os traumatismos dos rituais de hospitalização; fortalecer a estrutura familiar, recuperar e/ou fortalecer a auto-imagem, autoconfiança e auto-estima, estabelecendo relações amigáveis e prazerosas que procuram minimizar os entraves relacionados às doenças e ao tratamento (Silvério; Rubio,  2008 p.9).

Mas o atendimento pedagógico não se dar apenas na brinquedoteca, pois pode haver crianças internadas com algumas limitações então também ocorre o atendimento ao leitor, também pode ocorrer um atendimento domiciliar, no qual a criança que por alguma limitação ou deficiência não pode frequentar o ensino regular, com isso o pedagogo vai até a casa da criança criando uma ponte entre a escola no qual a criança está matriculada e o paciente.

Em todos os casos citados, o pedagogo tem que usar e abusar de sua imaginação, conhecimento e pesquisas, sempre trazendo novidades, criando um planejamento bem detalhado respeitando as limitações da criança e do espaço em que a mesma está inserida, mas que além disso tudo sempre ter um planejamento e mente aberta para imaginação, pois no ambiente hospitalar há sempre uma incógnita, pois alguns dias a criança pode estar bem e outros nem tanto, por isso é importante que o pedagogo tenha um leque de opções para ofertar à criança hospitalizada.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Deste modo foi percebido que a educação se torna cada vez mais um elemento indispensável para formação do ser humano, sendo o ensino um direito assegurado por lei, independente de raça, cor, classe social, gênero ou estado de saúde, surgindo assim a classe hospitalar, onde o pedagogo contribui para a formação cognitiva da criança, além de ajudar nos períodos de ociosidade em que o paciente se encontra no tempo de internação.

Sendo assim, o pedagogo irá auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, através de metodologias e ambientes apropriados que favoreçam o desenvolvimento da educação da criança, formando uma ponte entre a escola e o hospital, evitando atrasos futuros para seu crescimento intelectual e social, promovendo uma educação de qualidade dentro dos limites do paciente e do hospital.

Desta forma, através da pesquisa bibliográfica foi possível analisar o papel que o pedagogo desenvolve dentro dos hospitais, além dos desafios que os mesmos enfrentam diariamente no seu ambiente de trabalho e quais ferramentas esse profissional pode utilizar para um melhor aproveitamento do tempo de estudo disponível para essa criança.

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1UESPI
2UESPI
3UESPI
4Seduc – PI
5UESPI
6Centro Universitário Maurício de Nassau Sul
7Centro Universitário Maurício de Nassau Sul
9Unifaveni