A CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA ABA PARA O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS AUTISTAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10982877


Ananda Pitangueira dos Santos


RESUMO

A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma abordagem da psicologia que se concentra na intervenção psicopedagógica, especialmente no tratamento de transtornos do espectro autista (TEA) e em outras dificuldades de aprendizagem. Ela utiliza princípios científicos da análise do comportamento para promover mudanças no comportamento das crianças de forma sistemática e individualizada. A ABA envolve observação detalhada, estabelecimento de metas mensuráveis e a aplicação de estratégias baseadas em evidências científicas. Essa abordagem valoriza o reforçamento positivo, criando um ambiente de aprendizagem favorável, e busca a generalização de habilidades para diferentes contextos. A ABA tem mostrado resultados promissores na melhoria das habilidades sociais, de comunicação e acadêmicas em crianças com TEA e em outras dificuldades de aprendizagem, contribuindo para uma educação mais inclusiva e de qualidade. No entanto, é fundamental que a ABA seja aplicada por profissionais qualificados e éticos, respeitando os direitos e a dignidade das crianças. O objetivo geral é discorrer pelo método ABA em prol de um tratamento que resulte em uma qualidade de vida melhor ao autista. Apropriou-se da metodologia de revisão bibliográfica, alcançando possíveis métodos e formas de abordagem ao desenvolvimento do aluno autista com o uso da ABA.

Palavras-Chave: ABA. Autismo. Avaliações. Desenvolvimento.

ABSTRACT

Applied Behavior Analysis (ABA) is an approach to psychology that focuses on psychopedagogical intervention, especially in the treatment of autism spectrum disorders (ASD) and other learning difficulties. It uses scientific principles of behavior analysis to promote changes in children’s behavior in a systematic and individualized way. ABA involves detailed observation, setting measurable goals, and applying strategies based on scientific evidence. This approach values ​​positive reinforcement, creating a favorable learning environment, and seeks to generalize skills to different contexts. ABA has shown promising results in improving social, communication and academic skills in children with ASD and other learning difficulties, contributing to a more inclusive and quality education. However, it is essential that ABA is applied by qualified and ethical professionals, respecting the rights and dignity of children. The general objective is to discuss the ABA method in favor of a treatment that results in a better quality of life for autistic people. The bibliographic review methodology was adopted, reaching possible methods and ways of approaching the development of autistic students using ABA.

Keywords: ABA. Autism. Assessments. Development.

INTRODUÇÃO

O método ABA – Análise do Comportamento Aplicada é uma abordagem da psicologia que se destaca por sua eficácia na intervenção psicopedagógica, principalmente no tratamento de transtornos do espectro autista (TEA) e em outras dificuldades de aprendizagem. Ela se baseia em princípios científicos da análise do comportamento e tem como objetivo principal promover mudanças significativas no comportamento das pessoas, especialmente crianças.

A ABA é uma abordagem altamente sistemática e individualizada, que envolve a observação cuidadosa do comportamento da criança, o estabelecimento de metas específicas e mensuráveis e a aplicação de estratégias de intervenção baseadas em evidências científicas. Os profissionais que utilizam a ABA, conhecidos como analistas do comportamento, desenvolvem planos de intervenção detalhados e monitoram de perto o progresso da criança.

Além disso, a ABA valoriza a generalização de habilidades, ou seja, o objetivo é que as habilidades adquiridas em um ambiente sejam transferidas para outros contextos da vida da criança, promovendo uma aprendizagem mais abrangente e funcional. Assim, em busca de melhorias significativas e positivas diante a qualidade de vida dessas pessoas, inúmeros estudos e metidos de intervenção são estudados e crianças, e o ABA é um deles. Desta forma, tem-se a pergunta problema de estudo: Como o método ABA auxilia no desenvolvimento do portador TEA?

A intervenção psicopedagógica com base na ABA tem demonstrado resultados promissores na melhoria das habilidades sociais, de comunicação, acadêmicas e comportamentais em crianças com TEA e em outras dificuldades de aprendizagem. Ela oferece uma abordagem estruturada e individualizada que pode ser adaptada às necessidades específicas de cada criança.

No entanto, é importante destacar que a implementação da ABA requer treinamento especializado e acompanhamento contínuo, e deve ser realizada por profissionais qualificados. Além disso, a abordagem deve ser aplicada de forma ética e respeitando os direitos e a dignidade da criança.

O presente estudo, pretende desenvolver uma análise sobre os procedimentos aplicados diante o desenvolvimento do autista, em especial o método ABA – Applied Behavior Analysis, no qual remete a forma de intervenção para as crianças que apresentam o transtorno do espectro autista – TEA.

A metodologia usada no desenvolvimento desta pesquisa é por meio da metodologia de revisão bibliográfica, tendo a busca na base de dados google acadêmico, considerando livros, revistas eletrônicas e artigos científicos.

2 ABA ALIADO AO DESENVOLVIMENTO DO ALUNO

A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é um método terapêutico amplamente utilizado no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa abordagem baseia-se em princípios científicos da psicologia comportamental, buscando promover mudanças significativas no comportamento e habilidades das crianças com TEA (SOUSA; DIAS et. Al., 2020).

A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma abordagem da psicologia que se destaca por sua aplicação prática na modificação de comportamentos, principalmente em crianças com transtornos do espectro autista (TEA) e em contextos de educação especial. A ABA é fundamentada em princípios científicos da análise do comportamento e visa melhorar o comportamento humano por meio de intervenções cuidadosamente planejadas e individualizadas.

Uma das características distintivas da ABA é a sua abordagem altamente sistemática e baseada em dados. Os analistas do comportamento que utilizam essa abordagem realizam uma avaliação rigorosa do comportamento da pessoa, identificam metas de intervenção específicas e mensuráveis e aplicam estratégias baseadas em evidências científicas para alcançar essas metas.

Um aspecto importante da ABA é a ênfase na generalização das habilidades. Isso significa que as habilidades aprendidas em um ambiente específico devem ser aplicadas em diferentes contextos e situações da vida cotidiana, garantindo que a aprendizagem seja funcional e prática.

A ABA tem se mostrado eficaz na melhoria das habilidades sociais, de comunicação, acadêmicas e comportamentais de indivíduos com TEA e outras necessidades especiais. Ela também pode ser aplicada em outros cenários, como na educação inclusiva, no tratamento de distúrbios de comportamento e em situações de desenvolvimento infantil.

É importante destacar que a implementação da ABA requer formação especializada e ética, e deve ser realizada por profissionais qualificados. Além disso, a abordagem deve sempre respeitar os direitos e a dignidade das pessoas atendidas. A Análise do Comportamento Aplicada é uma abordagem altamente eficaz na modificação de comportamentos e no desenvolvimento de habilidades, especialmente em crianças com necessidades especiais. Sua abordagem científica e individualizada a torna uma ferramenta valiosa na promoção de uma vida mais independente e de qualidade para aqueles que recebem seus benefícios.

A importância do método ABA no tratamento de crianças com TEA reside em sua abordagem individualizada e intensiva, focada na promoção do desenvolvimento e na melhoria da qualidade de vida das crianças.

Segundo Araújo:

A ABA reconhece que cada criança com TEA é única, com habilidades, desafios e necessidades diferentes. Por meio de uma avaliação detalhada, a terapia ABA é adaptada às necessidades individuais de cada criança, permitindo um plano de tratamento personalizado e direcionado (ARAÚJO, 2018).

A ABA se concentra na promoção de habilidades sociais, comunicativas, acadêmicas e de autocuidado, essenciais para o desenvolvimento pleno da criança. A terapia é baseada em princípios de reforço positivo, incentivando comportamentos desejáveis e ensinando novas habilidades por meio de técnicas de modelagem, moldagem e reforço (KLIN, 2006).

Se esforça para garantir que as habilidades aprendidas durante a terapia sejam transferidas para diferentes ambientes e situações. Isso é alcançado por meio do treinamento sistemático e da prática das habilidades em diferentes contextos, aumentando a probabilidade de que a criança generalize e utilize essas habilidades no seu dia a dia (SOUSA; DIAS et. Al., 2020).

A ABA utiliza métodos rigorosos de coleta de dados e análise para avaliar o progresso da criança. Os terapeutas realizam medições objetivas e acompanham o progresso das habilidades e comportamentos ao longo do tempo, permitindo ajustes no plano de tratamento conforme necessário (ARAÚJO, 2018).

A ABA reconhece a importância da participação ativa da família no tratamento da criança com TEA. Os terapeutas trabalham em parceria com os pais, oferecendo orientação e treinamento para que possam apoiar o desenvolvimento da criança em casa e em outros ambientes. A ABA é uma abordagem baseada em evidências, com uma vasta quantidade de pesquisas que demonstram sua eficácia no tratamento de crianças com TEA. Essa base científica dá suporte à utilização da ABA como um método confiável e efetivo no manejo dos sintomas do TEA e na promoção do desenvolvimento infantil (SOUSA; DIAS et. Al., 2020).

O autismo define-se como uma condição comportamental que dificulta que a criança consiga desenvolver normalmente noções básicas de interação social, de comportamento e até de fala. A criança apresenta certo atraso no desenvolvimento de habilidades, como falar, se socializar, entender linguagens não verbais, e entre outras, atrasos esses que se iniciam nos primeiros anos de vida. As crianças autistas se caracterizam por não atingirem o marco esperado conforme a idade, e quanto mais elas crescem, e se deparam com uma demanda maior de interação social, as dificuldades de selarem esse convívio ficam ainda mais aparentes (DA SILVA, 2019).

2.1 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico do autismo é clínico, e depende de uma avaliação comportamental detalhada da criança, e conversas com os pais, se a criança já tiver inserida em uma escola, a avaliação dos professores será de extrema importância, exames como raio-X, tomografia, exame de sangue, não ajudará e nem será a base do diagnostico, não sendo necessário ser feito, a não ser que o médico perceba a presença de outra patologia clínica que precisa ser examinada. O profissional mais indicado para esse diagnóstico é um psiquiatra especialista em infância e adolescência, ou neuropediatras (KLIN, 2006).

Assim para Klin:

O primeiro passo que se deve fazer ao receber o diagnóstico tem que ser a criação do PIT (plano individual de tratamento) que visa reconhecer todas as particularidades do paciente, e em cima disso construir um plano de tratamento individual para cada paciente, e os tratamentos são baseados em estudos científicos, englobando diversas intervenções decididas em grupo com base no plano que foi feito. Até o momento ainda não existe medicamento para cura, mas existem medicamentos que acalmem os sintomas, por exemplo, uma criança muito agressiva pode estar sendo medicada com algum medicamento para amenizar (KLIN, 2006 p. 68).

Crianças autistas tem dificuldade em lidar com situações que fogem do controle delas, que estão fora da rotina delas, por isso existem técnicas para que elas entendam a situação e se organizem para que não tenha que agir com comportamentos inadequados, o primeiro passo que deve ser feito é compartilhar com a criança o que vai acontecer no dia a dia dela, para que ela possa estar preparada para o que possa acontecer, crianças autistas fazem planejamentos nas cabecinhas delas, ou seja, rotina pra elas é muito importante (BECK, 2013).

Dentro da psicanálise os indivíduos autistas têm uma luta incessante para que possam assumir um papel ativo e um lugar na cultura, que seja distinta de preconceitos e de ordens de sujeitos incapacitados, para que possam encontrar maneiras e modos de viver, que não sejam tachados por imperativos e ideias de felicidade e normalidade que a sociedade dita normal concebe (OLIVEIRA, 2012).

Os comportamentos mais comuns a serem observados são aqueles em que a criança fica num canto num ambiente social, se balança e produz sons estranhos (ecolalia) e não tem interação social com ninguém ou somente com pessoas de sua confiança. No entanto, existem traços sutis do autismo que enganam facilmente com o decorrer do tempo, são os casos vistos apenas como nerds, esquisitos ou estranhos e muitas vezes passam despercebidos (CUNHA, 2016).

O autismo é proveniente de causas ainda desconhecidas, mas com grande contribuição de fatores genéticos. Há autistas bem diferentes: não verbais com dificuldades na linguagem, com estereotipias, sem estereotipias, hiper léxicos, com déficit cognitivo, sem déficit cognitivo, mas sempre trazem em comuns dificuldades sociais. Os educandos com autismo podem ter intolerância a alguns alimentos e medicamentos, também normais em outras crianças, mas, porém, deve ser investigado por profissionais especializados (WHITMAN, 2015).

Com tudo isso sobre o autismo é pertinente entendermos a relação que o autismo possui com o saber e com o mundo ao seu redor, os educadores devem ter um olhar pedagógico para contribuir com o aprendizado desses educandos. Autismo não tem cura e nem tratamento, esse é um discurso é muito comum na fala médica onde o foco só está na doença. Entretanto, o educando não é o transtorno e sim mostra comportamentos do espectro autista (ARAÚJO, 2018).

O método ABA – Applied Behavior Analysis, aplicado em crianças autistas traz uma análise comportamental no qual Santos (2016) remete como uma das características principais a interacional, visto que seu estudo se refere as relações comportamento-ambiente, analítico, buscando identificar os relacionamentos funcionais entre os eventos e acontecimentos comportamentais e ambientais, experimentais, tentando demonstrar que os eventos são responsáveis pelos acontecimentos ou não do comportamento, manipulando variáveis e pragmáticos, consistindo em pesquisas básicas e aplicados.

Silva (2019) traz que as pesquisas e os experimentos relacionados a análise do comportamento deram início nos anos de 1920, com precursores renomados como Pavlov, Watson e Skinner, e em torno de 1950 com os postulados do behaviorismo e dos princípios de aprendizagem dos problemas de comportamento humano.

Com alguma mudança comportamental, é possível encontrar melhora significativa nos sintomas do autismo, pois na via cognitivo-comportamental, acredita-se que crianças com autismo possuem as mesmas habilidades que crianças neurotípicas, em diferentes níveis de intensidade (GONÇALVES, 2011).

O trabalho com o ABA mantém a tradição operante e o desenvolvimento através dos princípios de aprendizagem de mudanças ocasionadas, ocupando-se com problemas relacionados a educação e intervenções terapêuticas com comportamentos mais problemáticos como automutilação, fobias, problemas sociais e outros. Silva (2019) ainda contextua que os estudos de 1960 analisaram o autismo pela primeira vez com olhares comportamentais, propondo que os problemas ocasionados não possuíam base emocional, mas sim resultantes de uma dificuldade de aprendizado, no qual era persuasor para outros problemas.

Petersen e Wainer (2011) consideravam que inúmeros aspectos distinguiam o ABA como uma disciplina, sendo o método de pesquisa – visto que os terapeutas são os próprios pesquisadores que efetuam a analise rígida do que uma pessoa faz e dos eventos dos quais lideram suas ações; o comportamento era o elemento principal visto que as análises comportamentais, os terapeutas não tomavam variantes como sentimentos, personalidade e outras; importância de condicionamento considerando as contingências favoráveis a um determinado comportamento, tornando-o operador sempre pronto para procurar consequências; tratamento direto dos problemas comportamentais visto que os terapeutas centravam-se nos eventos ambientais que geravam e mantinham os comportamentos, registrando os mesmos e os eventos que precedem as respostas por vários dias antes do início do tratamento.

Silva (2012) traz que de forma sintética, o condicionamento clássico – CC, operante – CO, são formas básicas de aprendizado, sendo que o CC remete a dois eventos de estímulo, associado a uma forma de ocorrência na qual um deles prediz com segurança a ocorrência do outro. O CO, é uma forma de aprendizado no qual os organismos aprendem diante o seu comportamento e consequências, logo, a probabilidade de uma reposta ocorrer se altera variando o comportamento.

A terapia ABA abrange o ensino intensivo e individual das habilidades necessárias para que a criança autista possa adquirir dependência e a melhor qualidade de vida possível, assim incluem, habilidades comportamentais que interferem no desenvolvimento da integração do indivíduo no diagnóstico do autismo (ARAÚJO, 2018).

O TEA possui uma grande incidência e seus efeitos posteriores afetam diretamente a qualidade de vida do portador. Para tanto, a intervenção antecipada juntamente a uma intervenção precoce é essencial para a satisfatoriedade do tratamento. A comunicação é um dos elos fundamentais no tratamento do autismo, visto que se trata de um dos pontos mais afetados pelos sintomas desde o início do distúrbio até os casos mais severos (PEREIRA et. al., 2020).

Como prática, várias estratégias podem ser consideradas como parte de uma abordagem psicológica, tais como: testes segmentais, aprendizado de medidas sequenciais, mudanças de controle e motivações, que incorporam importantes estratégias de reforço que são críticas para as relações terapêuticas (GOMES; PUJALS, 2015).

O método ABA, utiliza uma abordagem, baseada nos princípios do comportamento de enfrentamento, enfatizando a avaliação efetiva e a criação de habilidades (CAMARGO; RISPOLI, 2013). As diretrizes para a seleção e estabelecimento de planos de intervenção são guiadas por estratégias comportamentais eficazes comprovadas.

Assim Sousa e Dias asseveram que:

A ABA se destaca por fornecer coleta de dados antes, durante e após a intervenção, visando investigar o progresso individual e simplificar a seleção de intervenções e estratégias que podem ajudar a alcançar habilidades individualizadas (SOUSA; DIAS et. Al., 2020).

A maioria das atividades encontradas na abordagem psicológica apresenta suas recomendações com estratégias baseadas no modelo (ABA). Esse processo inclui um olhar detalhado sobre como os eventos naturais podem regular o comportamento humano e inclui programas comportamentais que buscam desenvolver uma série de habilidades, como: linguagem, habilidades sociais e de aprendizagem; portanto, este modelo se propõe a aliviar alguns dos problemas comportamentais mais sérios que muitas vezes estão associados à doença (SOUSA; DIAS et. Al., 2020).

Hurtado e Guarro (2015) descrevem o tratamento utilizado em um menino de sete anos com TEA no qual iniciaram uma análise efetiva de seu comportamento, visando planejar estratégias de intervenção baseadas na necessidade. A criança tem tido dificuldade em se controlar, causando problemas em seguir regras e tendo dificuldade em administrar o tempo nas atividades e atividades diárias. A partir disso, foram realizadas 22 sessões de 45 minutos cada, com o objetivo de reduzir o comportamento abrupto com habilidades de autodefesa, controle de tempo e técnicas de autocontrole; estabelecer regras de conduta adequadas, que visem reduzir questões éticas; atuar em funções administrativas, especialmente no que diz respeito a poderes; melhorar a alfabetização.

Os resultados deste estudo mostraram que a ABA obteve sucesso em comportamentos compulsivos, problemas comportamentais e alto desempenho, sem diferenças significativas relacionadas ao autocontrole emocional (HURTADO; GUARRO, 2015). Dessa forma, podemos ver que o uso desse método é promissor dentro da natureza do comportamento mental. A sua eficácia com uma vasta gama de estratégias de gestão e baseada na dificuldade apresentada pelo homem sempre foi utilizada devido à sua eficácia.

A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é um aliado fundamental no desenvolvimento do aluno, especialmente daqueles com necessidades especiais, como crianças com transtornos do espectro autista (TEA) e outras dificuldades de aprendizagem. A ABA oferece uma abordagem sistemática e baseada em evidências para promover o crescimento e a independência dos alunos em diversas áreas (SILVA, 2019).

A ABA é amplamente utilizada para ensinar habilidades comportamentais essenciais, como comunicação, interação social, habilidades acadêmicas, habilidades de vida diária e autocontrole. Ela utiliza estratégias de ensino específicas, como modelagem e reforçamento positivo, para ajudar os alunos a adquirirem essas habilidades de forma eficaz (SOUSA; DIAS et. Al., 2020).

Além de ensinar habilidades positivas, a ABA também é eficaz na redução de comportamentos problemáticos, como agressão, birras e estereotipias. Os analistas do comportamento utilizam estratégias de intervenção comportamental para identificar as causas desses comportamentos e implementar planos de tratamento eficazes (SERRA, 2008).

A ABA reconhece que cada aluno é único e, portanto, os planos de intervenção são altamente individualizados. Isso significa que as estratégias são adaptadas às necessidades específicas de cada aluno, levando em consideração seus pontos fortes e desafios (PEREIRA et. al., 2020).

Neste sentido Sousa e colaboradores:

A ABA valoriza a generalização, ou seja, a aplicação de habilidades em diferentes contextos e situações da vida diária. Os analistas do comportamento trabalham para garantir que as habilidades aprendidas na terapia sejam transferidas para situações do mundo real, tornando a aprendizagem mais funcional (SOUSA; DIAS et. Al., 2020 p. 08).

A ABA tem como objetivo aumentar a independência dos alunos, permitindo que eles adquiram as habilidades necessárias para funcionar de forma mais autônoma em diferentes aspectos de suas vidas, como na escola, em casa e na comunidade. À medida que os alunos adquirem habilidades comportamentais e acadêmicas, suas vidas e as de suas famílias muitas vezes melhoram significativamente. Eles podem se comunicar de forma mais eficaz, participar de atividades sociais e acadêmicas e experimentar um maior senso de realização (HURTADO; GUARRO, 2015).

Para Silva:

Além de trabalhar diretamente com os alunos, a ABA também oferece suporte e treinamento para educadores e familiares. Isso ajuda a criar um ambiente de apoio consistente e a promover a continuidade das estratégias de intervenção em diferentes contextos (SILVA, 2019 p. 11).

A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) tem impactos significativos e desempenha um papel crucial na psicopedagogia. Ela é uma abordagem científica e altamente eficaz que oferece ferramentas e estratégias valiosas para ajudar indivíduos com dificuldades de aprendizagem e necessidades especiais (PEREIRA et. al., 2020).

A ABA é eficaz na modificação de comportamentos desafiadores e na promoção de comportamentos positivos. Isso é fundamental na psicopedagogia, onde muitas vezes é necessário lidar com dificuldades de comportamento que afetam a aprendizagem. Através da ABA, os indivíduos podem adquirir habilidades acadêmicas essenciais e alcançar um melhor desempenho escolar (SOUSA; DIAS et. Al., 2020).

A ABA começa com uma avaliação minuciosa que identifica as necessidades específicas de cada aluno. Isso permite a criação de planos de intervenção altamente personalizados que abordam os desafios individuais de aprendizagem e comportamento de cada aluno (CAMARGO; RISPOLI, 2013).

Muitos indivíduos atendidos pela psicopedagogia enfrentam dificuldades nas áreas de habilidades sociais e comunicação. A ABA oferece estratégias para ensinar e aprimorar essas habilidades, ajudando os alunos a se comunicarem de forma mais eficaz e a interagirem de maneira adequada (SERRA, 2008).

A ABA pode ser uma ferramenta poderosa para apoiar a inclusão de alunos com necessidades especiais em ambientes educacionais regulares. Ela ajuda a equipar os alunos com as habilidades necessárias para participar ativamente e de forma independente nas atividades escolares (PEREIRA et. al., 2020).

A ABA enfatiza a importância da mensuração e do acompanhamento do progresso. Isso permite que os profissionais da psicopedagogia ajustem os planos de intervenção à medida que os alunos avançam em direção às metas estabelecidas. Além de trabalhar diretamente com os alunos, a ABA oferece treinamento e orientação às famílias e educadores. Isso ajuda a criar um ambiente de apoio consistente em casa e na escola, o que é essencial para o sucesso do aluno (CAMARGO; RISPOLI, 2013).

A Análise do Comportamento Aplicada desempenha um papel fundamental na psicopedagogia, proporcionando estratégias e intervenções eficazes para melhorar o comportamento, a aprendizagem e a qualidade de vida de indivíduos com dificuldades de aprendizagem e necessidades especiais. Seus princípios científicos e foco na individualização tornam-na uma abordagem valiosa na promoção do sucesso educacional e no bem-estar desses alunos (HURTADO; GUARRO, 2015).

3 CONCLUSÃO

A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) desempenha um papel transformador e essencial na psicopedagogia. Esta abordagem científica tem o poder de impactar positivamente a vida de indivíduos com dificuldades de aprendizagem e necessidades especiais de maneira profunda e significativa.

A ABA proporciona uma abordagem sistemática e baseada em evidências para compreender e intervir no comportamento humano. Em contextos psicopedagógicos, isso se traduz em intervenções precisas e individualizadas que visam melhorar o comportamento, as habilidades acadêmicas, sociais e de comunicação dos alunos.

Uma das características mais poderosas da ABA é sua capacidade de criar planos de intervenção altamente personalizados. Ela reconhece a singularidade de cada aluno e desenvolve estratégias específicas para atender às suas necessidades exclusivas. Isso significa que, independentemente das dificuldades enfrentadas pelo aluno, a ABA oferece uma abordagem adaptável e centrada na pessoa.

A ABA também se destaca na promoção da generalização das habilidades. Isso significa que as habilidades aprendidas em um ambiente de intervenção são transferidas para situações do mundo real, garantindo que a aprendizagem seja funcional e prática.

Além disso, a ABA não apenas aborda desafios de aprendizado, mas também cria um ambiente onde os alunos podem desenvolver habilidades para a vida, melhorar a qualidade de suas interações sociais e fortalecer sua independência. A parceria entre profissionais da psicopedagogia e analistas do comportamento treinados em ABA é fundamental para garantir o sucesso dos alunos. Essa colaboração permite uma abordagem holística e abrangente, abordando tanto as questões de aprendizagem quanto os desafios comportamentais.

Em conclusão, a Análise do Comportamento Aplicada na psicopedagogia é uma ferramenta valiosa que oferece esperança, apoio e oportunidades para o desenvolvimento de cada aluno. Seu foco na ciência, na individualização e na promoção da independência a torna uma abordagem essencial na criação de um ambiente de aprendizado inclusivo e enriquecedor para todos os alunos, independentemente de suas necessidades.

Quando uma criança é diagnosticada com autismo, pode ser difícil para a família, amigos e entes queridos, mas é mais difícil para a pessoa com a doença. A principal motivação para a sustentação deste estudo, que incide sobre a importância do tema que tem na sociedade moderna, é considerado um tema relativamente novo.

Tal pesquisa é muito importante para a ciência atual nesse sentido, pois é o diagnóstico de muita dificuldade, para que indivíduos e grupos ao seu redor saibam como lidar com essa situação. Pode-se dizer que a história não é muito contada, não há apresentações claras sobre a importância dos diversos tratamentos que devem ser feitos por profissionais locais capacitados, levando a uma falha na melhoria da saúde de uma pessoa com TEA.

Pelas informações apresentadas neste artigo, pode parecer que o tema precisa de mais atenção para que o tratamento esteja disponível em cada caso, por isso os especialistas nesta área devem estar atentos a novas pesquisas, novos experimentos científicos e a melhor forma de tratar uma pessoa acometida pela doença, seja Terapia Cognitivo-Comportamental, ABA e apoio psicológico.

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