REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/ra10202408141626
Vânia Dantas Revert1; Marcilene Bezerra de Carvalho2; Jacqueline Gomes Machado de Mendonça3; Ana Lúcia de Oliveira Passos4; Carlos Jose Oliveira de Morais5; Edivânia Pedro da Costa6; Joana Luiza de Figueiredo7; Rejane Bonadinmann Minuzzi8; Sandra Key Silva Rezende9; Angélica da Silva Corrêa10; Rosangela Rodrigues11; Erisnalva Pereira da Silva12.
RESUMO: O presente estudo tem por objetivo analisar a contribuição da literatura infantil no processo de formação de leitores na educação inclusiva. Os alunos que ouvem histórias desde pequenos terão mais facilidade para decifrar os códigos linguísticos na sociedade onde vivem. Nesse sentido o tema é relevante porque desperta no aluno maior participação e motivação de aprender. Os livros que trazem a literatura devem estar sempre presentes na vida das crianças. A função do educador é estimular conhecimentos para que os discentes possam se apropriar e interagir, portanto os alunos aprendem através da interação com o professor e com os amigos de forma recíproca. Diante disso, o questionamento é: de que forma a literatura infantil pode contribuir na aprendizagem dos alunos na educação especial? A metodologia utilizada é de caráter bibliográfico com diversos autores falando sobre a importância da literatura infantil no processo de formação de leitores. Como resultado de pesquisa verificou-se que é preciso haver uma valorização da literatura infantil na aprendizagem dos alunos, despertando o hábito de ouvir e apreciar histórias.
Palavras-chave: Literatura Infantil. Leitura. Educação Especial.
ABSTRAT: The present study aims to analyze the contribution of children’s literature in the process of training readers in special education. Students who listen to stories from an early age will find it easier to decipher linguistic codes in the society in which they live. In this sense the theme is relevant because it arouses in the student greater participation and motivation to learn. The books that bring literature must always be present in children’s lives. The role of the educator is to stimulate knowledge so that the learners can appropriate and interact, so students learn through interaction with the teacher with their friends in a reciprocal way. Faced with this, the question is: how can children’s literature contribute to students’ learning in special education? The methodology used is of a bibliographic character with several authors talking about the importance of children’s literature in the process of formation of readers. As a result of research it was verified that it is necessary to have an appreciation of the children’s literature in the students’ learning, awakening the habit of listening and appreciating stories.
Keywords: Children’s Literature. Reading. Special Education.
1.INTRODUÇÃO
O presente estudo tem a importância de falar sobre a literatura infantil na formação de leitores na educação especial.
Os livros de literatura vêm sendo utilizados pelos docentes apenas como atividades rotineiras, pois os livros literários não podem ser usados sem intenção pedagógica ou simplesmente ficar exposto na biblioteca ou na sala de aula.
Nos dias atuais em sala de aula deparamos com alunos que estão no processo de alfabetização e precisa de auxílio pedagógico para estimular a leitura, nesse sentido o professor precisa utilizar diferentes recursos a cada perfil do aluno. Utilizar a literatura infantil nesse processo de aprendizagem é fundamental para ajudar na decodificação do código linguístico. Nesse sentido é importante o papel do professor como formador de novos leitores. Diante disso, o questionamento é: de que forma a literatura infantil pode contribuir no processo de formação do leitor na educação especial?
Conforme Soares (2008) o importante é a criança saber ler e interpretar os códigos linguísticos, os quais podem ser aprendidos através da literatura infantil. O universo da leitura deve ser compreendido não somente como recurso para alfabetização, mas como um instrumento que ajuda na interpretação e na compreensão daquilo que se lê. Pois a escola tem como função a formação do aluno leitor, no entanto tem que aplicar atividades significativas que estimula a leitura.
O presente estudo tem por objetivo analisar a contribuição da literatura infantil no desenvolvimento da leitura na educação especial.
Segundo Bakhtin (2000, p.13), a literatura infantil, por ser um “instrumento motivador e desafiador, ajuda a transformar o aluno em um sujeito ativo, participativo e responsável pela sua aprendizagem”. Nesse sentido, é importante atividades que envolvam a literatura infantil para despertar o prazer pela leitura.
A metodologia utilizada é de caráter bibliográfico com diversos autores falando sobre a importância da literatura infantil no processo de formação de leitores.
O trabalho está dividido em seções sendo que a primeira, fala-se sobre a importância da literatura infantil na formação de leitores, a segunda fala sobre o papel do docente na formação de leitores e a importância da família no incentivo à leitura.
A presente pesquisa pretende contribuir para melhor compreensão da importância da literatura infantil no processo de formação do leitor de forma lúdica e prazerosa.
2 A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DE LEITORES NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
A literatura infantil é de suma importância na formação de leitores, pois ajuda a desenvolver a imaginação e o raciocínio de forma prazerosa e significativa. A literatura infantil é um dos maiores avanços pedagógicos, onde a criança pode interagir no contexto social, cultural onde está inserida.
A literatura infantil vem sendo criada, sempre atenta ao nível do leitor a que se destina e consciente de que uma das mais fecundas fontes para a formação dos imaturos é a imaginação-espaço ideal da literatura. É pelo imaginário que o eu pode conquistar o verdadeiro conhecimento de si mesmo e do mundo em que lhe cumpre viver. (COELHO, 2000, p. 141)
De acordo com o autor, os livros de literatura infantil sempre estiveram presentes na escola para despertar a atenção de seus leitores, pois é através dos livros literários que os alunos são estimulados para desenvolver o gosto pela leitura. Conforme Lajolo (2008), a leitura literária é de suma importância.
A literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isso a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer, plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos. (LAJOLO, 2008, p.106)
O ato de ler e interpretar faz parte de uma sociedade letrada, sendo assim, é um processo longo, no qual a criança precisa ser estimulada para ler e saber decifrar os códigos linguísticos. Por isso é fundamental o trabalho com literatura infantil para desenvolver na criança o hábito pela leitura e escrita.
Segundo Meireles (1999, p.23) “a literatura infantil é vista como uma nutrição e não como um passa tempo”. Sendo assim a criança encontra na literatura infantil o alimento fundamental para suprir os anseios da psique infantil contribuindo na formação do leitor.
Os livros de literatura são escritos por pessoas adultas, portanto tem que ser no nível da linguagem da criança que sejam interessantes e despertam na criança a vontade de ler,
De modo que, “o livro infantil”, se bem que dirigido à criança, é de invenção e intenção do adulto. Transmite os pontos de vista que este considera mais úteis à formação de seus leitores. E transmite-os na linguagem e no estilo que o adulto igualmente crê adequados à compreensão e ao gosto do seu público. (MEIRELES, 1999, p. 29)
De acordo com a autora devem escrever os livros de acordo com a linguagem da criança de fácil compreensão, com significado para o leitor que desperta o intelectual da criança através de bons conteúdos que sejam fascinantes, bem ilustrados, que contém lendas, contos, fábulas, com beleza poética, para que os alunos sejam motivados para desenvolver a leitura de forma prazerosa.
A literatura infantil tem um grande significado no desenvolvimento de crianças de diversas idades, onde se refletem situações emocionais, fantasias, curiosidade e enriquecimento do desenvolvimento perceptivo. Para ele a leitura de histórias influi em todos os aspectos da educação da criança: na afetividade: desperta a sensibilidade e o amor à leitura; na compreensão: desenvolve o automatismo da leitura rápida e compreensão do texto; na inteligência: desenvolve a aprendizagem de termos e conceitos e a aprendizagem intelectual (GOMES, 2000, p. 11).
Para que as crianças sintam prazer pela leitura é necessário que os livros de literatura infantil atendam a vontade da criança provocando a imaginação, curiosidade, proporcionando fonte de divertimento e prazer, sendo assim estará educando e instruindo o aluno para melhor desenvolvimento da leitura e escrita.
Os livros infantis, além de proporcionarem prazer, contribuem para o enriquecimento intelectual das crianças. Sendo esse gênero objeto da cultura, a criança tem um encontro significativo de suas histórias com o mundo imaginativo dela própria. A criança tem a capacidade de colocar seus próprios significados nos textos que lê, isso quando o adulto permite e não impõe os seus próprios significados, visto estar em constante busca de uma utilidade que o cerca. (OLIVEIRA, 2005, p. 125)
De acordo com o autor as histórias infantis são fontes de aprendizagens no qual ajuda a criança a realizar descobertas, criar um mundo imaginário, despertando o prazer em ouvir e ler histórias. A literatura infantil é uma modalidade de fundamental importância na vida criança, é através desta que o aluno se sente motivado para leitura.
Os indivíduos que crescem no meio social e cultural rodeado de livros e diferentes histórias, conhecendo muitos autores da obra literária terão maior facilidade de interagir e se relacionar com os códigos linguísticos no mundo onde vive. Conforme Bettelheim
Enquanto diverte a criança a literatura infantil esclarece sobre si mesma, favorece o desenvolvimento de sua personalidade. Oferecem significados em tantos níveis diferentes e enriquecem a existência da criança de tantos modos que nenhum livro pode fazer justiça à multidão e diversidade de contribuição que esses contos dão a vida da criança. (BETTELHEIM, 2005, p. 20)
Diante disso a literatura infantil, quando bem trabalhada, desenvolve o raciocínio do aluno de forma lúdica e prazerosa.
Segundo Frantz (2001, p.16), “a literatura infantil é imaginação, fantasia, curiosidade, no qual ajuda o aluno a encontrar respostas para os questionamentos do mundo infantil”. Diante disso é importante o contanto com livros de literatura para a criança desenvolver sua criatividade.
É importante deixar a criança livre com os livros, brincar, manusear, folhear sem ser interrompida, sendo assim a mesma vai adquirindo o prazer pelas histórias que ajudará na sua formação.
3 O PAPEL DO DOCENTE NA FORMAÇÃO DE LEITORES
A leitura não se refere apenas em decodificar palavras, pois está relacionada também à interpretação das entrelinhas. Diante disso se faz necessário o trabalho com diferentes gêneros textuais para melhor formação do aluno. Cagliari (1998, p. 203) diz sobre o texto
Uma criança pode lidar bem com seus textos orais na alfabetização, quer falando quer escrevendo. A partir deles, pode aprender como a linguagem funciona, comparar sua fala com outros tipos de texto, de estilos diferentes, e ir aprendendo a produção de textos orais e escritos dentro das expectativas da escola. (CAGLIARI, 1998, p. 203)
O docente preocupado em formar alunos leitores precisa se atentar com a preparação e formação de seus educandos leitores, para tanto é necessário que o professor estimule a leitura para tornar o aluno crítico capaz de interpretar as entrelinhas. Cagliari (1998), diz que “no âmbito escolar os textos devem ser trabalhados de modo amplo, que satisfaça as necessidades dos alunos e a partir deste, trabalhar com as questões ortográficas, gramaticais e organização textual”. Nesse sentido o professor estará ajudando na formação de leitores, desenvolvendo no aluno hábito pela leitura como também a decodificar os códigos linguísticos. Porém é importante o professor trabalhar a leitura de forma contextualizada para melhor desenvolvimento da leitura.
Formar leitores precisa começar na educação infantil e dar continuidade por toda vida escolar do discente. Dessa forma Geraldi (2003, p. 200) afirma que: “A leitura permite sondar e identificar ativamente o que está representado nos sinais gráficos, nas palavras e frases; através da escrita, aprende-se a registrar externamente a representação mental que se tem”. É necessário que o professor planeje suas aulas com materiais de leitura que estimula o interesse do aluno.
Nesse processo é importante o trabalho do professor para interagir com seus alunos e oferecer um ambiente rico com livros diversificados para explorar a imaginação do aluno e incentivando para melhor desenvolvimento da leitura.
Para Teresa Colomer (2003, p. 117)
Nos livros infantis o poder das relações entre autor e leitor é mais evidente que na literatura produzida e lida entre adultos; sua função educativa é óbvia e torna-se também muito visível que os autores e editores estão constrangidos por pressões sociais de diversos tipos (COLOMER, 2003, p. 117).
Quanto mais cedo a criança entra em contato com os diferentes gêneros textuais mais cedo desenvolve sua leitura com fruição e contribuindo também para uma escrita sistematizada oportunizando o desenvolvimento da criticidade na criança.
Porém é função do educador preparar seus discentes, para adquirir a leitura e providenciar contatos com livros diversificados para aumentar o estímulo pelo ato de ler.
Segundo Solé (2003, p.172) “Aprender a ler significa aprender a encontrar sentido e interesse na leitura. Significa aprender a se considerar competente para a realização das tarefas de leitura e a sentir a experiência emocional gratificante da aprendizagem”. Sendo assim os diferentes gêneros textuais devem fazer parte da vida dos alunos desde cedo, é através das imagens e figuras que a criança vai criar sua imaginação e fantasia e com isso desenvolver a leitura.
Uma boa forma de um docente fomentar a leitura é mostrar o gosto por ela, quer dizer, comentar sobre os livros preferidos, recomendar títulos, levar um exemplar para si mesmo quando as crianças forem à biblioteca. Os estudantes devem encontrar bons modelos de leitor na escola, especialmente aqueles que não possuem isso em casa (SOLÉ, 2003, p. 194).
De acordo com o autor o professor precisa orientar e incentivar seus alunos para conhecer diferentes textos literários, pois muitas crianças não possuem em casa livros diversificados, no entanto ela precisa conhecer na escola, e o professor é responsável para ajudar a criança nessa formação e preparação do desenvolvimento da leitura na vida da criança. Como diz Souza(2001, p. 16)
Como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas histórias. Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor é ter um caminho de descoberta e de compreensão do mundo, é ouvindo histórias que se pode sentir emoções importantes, como a tristeza, o medo, o bem-estar, a insegurança e a tranquilidade. Pois ouvir é sentir e enxergar com os olhos do imaginário (SOUZA, 2001, p.16).
Sendo assim os benefícios que os diferentes gêneros textuais trazem para os alunos são de suma importância para viver numa sociedade letrada. Sendo assim o papel do professor é de extrema importância para desenvolver no aluno o hábito pela leitura, por isso precisa criar um ambiente rico e harmonioso com muitos livros para despertar o gosto pela leitura de forma contextualizada.
Segundo Freire (1999, p. 34) “ler e compreender as diversas expressões das diversas linguagens”. Diante disso o professor precisa incentivar seus aprendizes para a leitura, no qual estará ajudando na formação de cidadãos capazes de ler e interpretar os códigos linguísticos.
A leitura para a criança não é, como às vezes se ouve, meio a evasão ou apenas compensação. É um modo de representação do real. Através de um fingimento, o leitor reage, reavalia, experimenta as próprias emoções e reações. Sua utilização pode promover condições de aprendizagens e relaxamento buscando um aprendizado fluente (GOES, 2002, p.16).
De acordo com o autor, é através de diversos gêneros textuais que ajudam a estimular o interesse pela leitura fluente, no qual o docente precisa planejar suas aulas diversificadas com muitos livros diferenciados para que os discentes aprendam a interagir com a leitura desde anos iniciais .
Quando o professor possibilita a fruição dos seus alunos, ele está dando reais condições para que estas crianças possam se desenvolver, baseados na liberdade de expressão, independentemente do livro que lhes foi apresentado, pois a justificativa que legitima o uso do livro na escola nasce, de um lado, da relação que estabelece com seu leitor, convertendo-o num ser crítico perante sua circunstância; e, de outro, do papel transformador que pode exercer dentro do ensino, trazendo-o para a realidade do estudante e não submetendo este último a um ambiente rarefeito do qual foi suprida toda a referência concreta (ZILBERMAN, 1990, p.18).
De acordo com o autor, o professor precisa possibilitar condições para que seus alunos desenvolva a leitura tornando-o crítico.
O trabalho com diferentes gêneros textuais possibilita a criança a usar sua imaginação, num mundo faz de conta despertando o prazer de ouvir e ler diferentes modalidades textuais, preparando-a para melhor socialização e convívio na sociedade letrada. Souza (2001, p. 22) relata que:
Leitura é, basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sob as influências de um determinado contexto. Esse processo leva o indivíduo a uma compreensão particular da realidade.
Por isso o papel do docente neste processo é indispensável, pois tem a função de ajudar na construção do conhecimento de seu aluno estimulando a leitura através da prática pedagógica envolvendo os diferentes gêneros textuais.
É função e obrigação da escola dar amplo e irrestrito acesso ao mundo da leitura, e isto inclui a leitura informativa, mas também a leitura literária; a leitura para fins pragmáticos, mas também a leitura de fruição; a leitura que situações da vida real exigem, mas também a leitura que nos permita escapar por alguns momentos da vida real. (SOARES, 2008, p.33)
É papel do docente no ambiente escolar incentivar seus alunos para o ato da leitura. A literatura infantil é um dos maiores avanços pedagógicos onde o aluno pode interagir na sociedade. Porém é importante que desde cedo os livros literários sejam inclusos na vida da criança para sentir o gosto pela leitura.
O professor para desenvolver um trabalho gratificante através da literatura infantil precisa ter um laço afetivo com seu aluno. Conforme Freire (1999, p. 29) “não existe educação sem amor”, isto é, ama-se a partir da integração, comunicação, diálogo, com os demais.
Os professores deverão organizar a sua prática de forma a promover em seus alunos: o interesse pela leitura de histórias; a familiaridade com a escrita por meio da participação em situações de contato cotidiano com livros, revistas, histórias em quadrinhos; escutar textos lidos, apreciando a leitura feita pelo professor; escolher os livros para ler e apreciar. Isto se fará possível trabalhando conteúdos que privilegiem a participação dos alunos em situações de leitura de diferentes gêneros feita pelos adultos, como contos, poemas, parlendas, trava-línguas, etc. propiciar momentos de reconto de histórias conhecidas com aproximação às características da história original no que se refere à descrição de personagens, cenários e objetos, com ou sem a ajuda do professor. (BRASIL, 2001, p.117).
Para que o processo educativo aconteça com sucesso é importante a interação entre aluno e professor através do diálogo sendo assim o trabalho com literatura infantil terá bons rendimentos na vida acadêmica do aluno e por toda sua vida. É importante narrar as histórias de forma diferente, com sonorização, melodia, entonação, figurinos ou simples objetos que chamem a atenção. Aroeira (1996, p.141) “Contar histórias é uma experiência de grande significado para quem conta e para quem ouve”. Porque os alunos precisam ser estimulados e isso começa na escola. O importante é que a experiência seja transformadora para o ouvinte.
De acordo com Pires (2006) os educadores precisam enfeitiçar as crianças com os encantos da literatura infantil, porém quanto mais cedo introduzir a leitura na vida da criança, mas cedo ela aprenderá a sentir o gosto pela mesma. Conforme Sawulski (2002, p. 54)
Faz-se necessário que o professor introduza na sua prática pedagógica a literatura de cunho formativo, que contribui para o crescimento e a identificação pessoal da criança, propiciando ao aluno a percepção de diferentes resoluções de problemas, despertando a criatividade, a autonomia e a criticidade, que são elementos necessários na formação da criança em nossa sociedade atual.
É na escola que os alunos devem ser estimulados para leitura de maneira mais abrangente favorecendo o exercício da mente e ajudando na formação de leitores autônomos.
É importante ressaltar que o professor deixe o aluno livre para manusear os livros de literatura para que ele possa escolher, selecionar, porém é preciso criar autonomia na criança (PIRES, 2006, p.55). Utilizar a literatura infantil nesse processo de aprendizagem é fundamental para ajudar na decodificação do código linguístico. Nesse sentido é importante o papel do professor como formador de novos leitores.
A sociedade moderna exige pessoas letradas, sendo assim a literatura infantil é de suma importância para desenvolver o intelectual dos alunos para uma leitura fluente e capaz de interpretar os códigos linguísticos.
Segundo Solé (2003), podem ser apresentadas três etapas de estratégias de leitura, para incentivar os alunos a interpretar o que está lendo.
As estratégias antes da leitura são: fazer apresentação do livro; mostrar as imagens, autor, título; conhecimento prévio do assunto; antecipar a ideia principal do tema. As estratégias durante a leitura são: explicar as palavras desconhecidas; consulta em dicionário; opinião dos alunos sobre o texto; informações complementares. As estratégias depois do texto são: conclusão do que entenderam do texto; escrever o que entenderam ou relatar o que entenderam conforme a faixa etária; opinião dos alunos sobre o texto (SOLÉ, 2003, p.194).
De acordo com a autora, as estratégias de leituras ajudam na preparação de leitores críticos, sendo assim o professor e o mediador desse processo no qual tem que incentivar a leitura para seus alunos utilizando as estratégias antes da leitura, durante e depois da leitura para melhor entendimento e assimilação por parte do aluno.
Ler não é decifrar palavras. A leitura é um processo em que o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, apoiando-se em diferentes estratégias, como seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor e de tudo o que sabe sobre a linguagem escrita e o gênero em questão. (BRASIL, 2001, p. 144).
Portanto as estratégias de leitura precisam ser estimuladas pelo educador e têm como objetivo proporcionar o amadurecimento do leitor em sua formação.
Segundo Vygotsky (1998, p. 89), “na escola o docente tem um papel fundamental no desenvolvimento do aluno no qual a criança precisa da mediação do professor para resolver as atividades”. Diante disso o professor é o mediador dos alunos no qual tem por objetivo formar seres autônomos e críticos para saber interpretar e compreender o mundo letrado a sua volta, explorando os códigos linguísticos através dos diferentes gêneros textuais.
3.1 A Importância da Família no Incentivo à Leitura.
Os livros precisam fazer parte da vida do aluno desde cedo, para isso é importante a família estimular os filhos para o contato com diferentes livros para que os discentes aprendam a sentir o gosto pela leitura. Machado (1998, p. 12) relatam que:
Numa casa onde os pais gostam de ler, mesmo que não disponham de uma boa biblioteca, a criança cresce valorizando naturalmente aqueles objetos cheios de sinais que conseguem prender a atenção das pessoas por tanto tempo. A criança percebe, desde muito cedo, que o livro é uma coisa boa, que dá prazer. Os pais que não têm, eles próprios, o hábito de ler deveriam pensar na importância de tentar mudar de comportamento, tanto em benefício dos seus filhos quanto de si mesmos.
Sendo assim, a família é muito importante nesse processo para ajudar a desenvolver o hábito da leitura. Neste sentido, a Literatura Infantil é um meio que leva o aluno a desenvolver a imaginação, emoção, percepção e sentimentos de forma prazerosa e significativa. Bordini e Aguiar (2005) falam que:
O ato de ler literatura pode ser entendido como um ato que aciona e constrói mundos e vontades. Não nascemos leitores de literatura, sequer nascemos leitores do mundo precisamos ser educados para ler os livros e a vida. Essa educação familiar, a princípio, escolar não é um processo natural e fácil, Só formamos leitores se formos adequados e provocados para isso. (BORDINI E AGUIAR, 2005, p.15)
Segundo os autores, só se forma leitores se for provocado para isso, no entanto é papel da escola como também da família estimular seus filhos, para desenvolver a leitura e proporcionar contatos com diversificações de livros para aumentar o prazer e o estímulo pelo mundo da leitura.
Contar histórias é fermento para o imaginário. Elas nascem no coração e, poeticamente circulando, se espalham por todos os sentidos devaneando, gateando, até chegar ao imaginário. O coração é o grande aliado da imaginação nesse processo de produção de imagens significativas. Com o coração, a gente sente e vê com os olhos internos as imagens que nos fazem bem (BUSATTO, 2006, p. 58).
De acordo com a autora, a contação de história no âmbito familiar e no espaço acadêmico contribuem para favorecer o desenvolvimento social, emocional e cognitivo do aluno. Nesse sentido é fundamental a família ter consciência desse processo que é de suma importância para o crescimento do aluno. Segundo Vieira (2004, p.06)
Os pais podem iniciar contando histórias para os filhos dormirem, presentear as crianças com livros, incentivar os filhos a contarem histórias em casa, assim haverá sempre uma troca de conhecimentos e cria-se um estímulo para que as crianças, adolescentes e jovens tenham realmente prazer pela leitura, pois não adianta crianças crescerem ao redor de livros e odiarem a leitura.
Para a autora, os estímulos da família com diferentes recursos de leitura ajudam as crianças a desenvolverem o gosto pela leitura, por isso ela precisa ser incentivada com revistas, jornais, receitas e livros literários. Para Vieira (2004, p.07):
Utilizamos a leitura em vários locais e com diversas finalidades em nossas vidas: no trabalho, na escola, no lazer ou em casa. A leitura em casa está ligada ao lazer enquanto em outros ambientes formais e estruturalmente rígidos, ela é utilizada como meio de acesso à informação e formação de uma nova visão de mundo.
Sendo assim, a preparação da criança leitora precisa ter início no âmbito familiar com a mediação da família, para que o professor na escola possa dar continuidade nesse processo de forma mais específica, tornando seres críticos na sociedade onde vivem.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante o estudo foi analisado que a literatura infantil contribui de forma eficiente no processo de formação de leitores na Educação Especial.
Os livros de literatura infantil precisam estar presentes na vida do aluno desde cedo, pois as histórias ajudam no desenvolvimento da inteligência, da criatividade, através de uma forma lúdica e prazerosa. Sendo assim a literatura infantil ajuda a desenvolver na criança, a criatividade, atenção e raciocínio tornando-as críticas e construtivas.
A função do ler e interpretar está inserida numa sociedade letrada, para isso precisa de estímulo do professor para ajudar o aluno a decifrar os códigos linguísticos. A leitura não se refere apenas em decodificar palavras, pois está relacionado também a interpretação das entrelinhas. É na escola que os alunos devem ser estimulados para leitura de maneira mais abrangente favorecendo o exercício da mente.
É importante trabalhar histórias infantis no cotidiano escolar dando a oportunidade a todos os educandos de desfrutar da leitura e de se tornarem críticos no contato com a leitura e escrita.
Os alunos que recebem estímulos de leitura com diferentes livros no âmbito familiar antes de entrar na escola terão maior facilidade em lidar com os códigos linguísticos na sociedade, pois é através do incentivo que a criança aprende a lidar com sentimentos como angústia, alegria, medo e desejo, estimulando a criatividade e o raciocínio. Além do mais, a literatura infantil ajuda no desenvolvimento social, emocional, intelectual e cognitivo das crianças.
Portanto a literatura infantil deve ser valorizada no ambiente escolar no qual proporciona o desenvolvimento do aluno tornando-os conscientes de seus direitos e deveres. É fundamental que os educadores ajudem a criança a despertar o prazer e o interesse pela literatura e que esta venha contribuir de forma enriquecedora para ajudar na construção do conhecimento, com o exercício de sua formação com o mundo e com as pessoas.
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1Licenciatura e Bacharel em Educação física – Universidade Nove de Julho
2Mestranda em Educação Inclusiva – Universidade do Estado do Mato Grosso
3Especialização em Neuroeducação – Faculdade Rhema
4Especialização em Linguística, Língua e Discurso – UNEMAT
5Especialização em Libras – UNP
6Licenciatura em História – Universidade Estadual De Mato Grosso – Licenciatura em Pedagogia – Universidade de Tangará da Serra – Especialização em Políticas Públicas e Desenvolvimento Regional pela Universidade Estadual do Mato Grosso- UNEMAT
7Mestranda em Tecnologias Emergentes da Educação – Must University-Florida- USA
8Mestrado em Diversidade Cultural e Inclusão Social – FEEVALE
9Especialização em Ed infantil – Faculdade Integrada de Jacarepaguá
10Licenciatura em Matemática – UNIASSELVI
11Mestrado em Letras – Universidade Federal do Triângulo Mineiro
12Doutoranda em Movimento Humano e Reabilitação – Universidade Evangélica de Goiás