REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10056288
Carolina De Alencar Duarte
Trícia De Souza Barros
RESUMO
Ao correlacionar o implante coclear com a língua brasileira de sinais para o deficiente auditivo com perda neurossensorial, com dificuldade no processo de reabilitação, só tem a contribuir de forma significativa no desenvolvimento da linguagem e comunicação humana. O implante coclear a anos vem proporcionando a audição parcial aos indivíduos com perda auditiva severa e profunda, sendo assim usado como indicação para muitas crianças ainda em sua fase de desenvolvimento linguístico. A língua de sinais por sua vez, é uma língua gesto-visual reconhecida no Brasil, é utilizada pela comunidade surda como meio de comunicação. Porém, há um caminho bem amplo a ser percorrido por esses indivíduos pós implantação, que em alguns momentos pode ser bem desafiador no que diz respeito ao processo de desenvolvimento da fala ou linguagem compreensiva, podendo causar problemas na comunicação, sociais, educacionais e emocionais entre muitos outros. A utilização da libras como ferramenta para o desenvolvimento da linguagem irá ofertar diversos benefícios para os implantados, servindo como facilitador para compreensão da linguística e sua estrutura, além de facilitar a compreensão dos contrastes sonoros na reabilitação auditiva facilitando ou contribuindo a compreensão sonora e produção da fala. Além disso, a língua de sinais facilita ao usuário a transmissão de emoções, pensamento e sentimentos que para alguns pode ser de difícil transmissão por meio de fala. Em resumo a relação do implante coclear e da língua de sinais vem ser bem complexa e tende a maximizar o desenvolvimento daqueles pacientes que apresentam dificuldade apenas com a estimulação auditiva. A introdução da libras pós implantação coclear deve ser levada em consideração por toda a equipe multidisciplinar, levando em consideração diversos fatores como histórico de estimulação do paciente como a escolha do momento no qual será feita a inserção na vida dos indivíduos e ressaltando que em nenhum momento a língua de sinais deve servir como substituição do acompanhamento fonoaudiológico, e sim como ferramenta, colaborando para o desenvolvimento deste indivíduo. Metodologia:Foi realizado uma revisão bibliográfica da base de dados de pesquisas anteriores em documentos como livros e teses de registros disponíveis e artigos científicos dos últimos 10 anos.
Palavras-chave: Implante coclear; Libras; Desenvolvimento da linguagem.
ABSTRACT
Correlating the cochlear implant with Brazilian sign language for the hearing impaired with sensorineural loss, who have difficulty in the rehabilitation process, can only contribute significantly to the development of language and human communication. The cochlear implant has been providing partial hearing to individuals with severe and profound hearing loss for years, and is therefore used as an indication for many children still in their language development phase. Sign language, in turn, is a gestural-visual language recognized in Brazil and is used by the deaf community as a means of communication. However, there is a very long way to go for these individuals after implantation, which can sometimes be very challenging in terms of the process of developing speech or comprehensive language, and can cause problems in communication, social, educational and emotional terms, among many others. The use of Libras as a tool for language development will offer several benefits to those implanted, serving as a facilitator for understanding linguistics and its structure, as well as facilitating the understanding of sound contrasts in auditory rehabilitation, facilitating or contributing to sound comprehension and speech production. In addition, sign language makes it easier for the user to convey emotions, thoughts and feelings that for some may be difficult to convey through speech. In short, the relationship between cochlear implantation and sign language is very complex and tends to maximize the development of those patients who have difficulty with auditory stimulation alone. The introduction of sign language after cochlear implantation must be taken into consideration by the entire multidisciplinary team, taking into account various factors such as the patient’s history of stimulation and the choice of the moment at which it will be introduced into the individual’s life, and emphasizing that at no time should sign language serve as a substitute for speech therapy, but rather as a tool, contributing to the individual’s development. Methodology: A bibliographical review was carried out of the database of previous research in documents such as books and theses from available records and scientific articles from the last 10 years.
Keywords: Cochlear implant; Pounds; Language Development.
1. INTRODUÇÃO
Com estimulação auditiva direta ao nervo auditivo, um implante coclear permite que uma pessoa com perda auditiva neurossensorial severa a profunda comece a perceber e interpretar os sons e a fala do ambiente. Fernandes, J. C. F (2020). Esses dados são reforçados por Tefili D; Barrault GFG; Ferreira AA; Cordioli J,A; Lettnin DV (2013) ao afirmar que isso, facilitar o aprendizado e o desenvolvimento integrados da linguagem ao longo do tempo, especialmente se o implante for colocado em idade precoce, quando o cérebro ainda está na fase plástica e receptiva do aprendizado da linguagem. No entanto, é importante lembrar que o desenvolvimento da linguagem é complexo e individual, e cada indivíduo progride em um ritmo diferente.
Hoshino, A. C. H. et al. (2013). aborda que há melhorias significativas nos exames audiométricos proporcionadas pelo implante coclear. Porém, esses resultados vão variar de pessoa para pessoa, além de ser levado em conta também a idade do indivíduo, o tempo de surdez, e o acompanhamento fonoaudiológico pós-implante. Fazem parte das melhorias audiométricas, o aumento dos limiares auditivos, a evolução da compreensão sonora, além da melhora na compreensão da fala em certos ambientes. Pois, embora os implantes cocleares possam levar a uma melhor compreensão da fala, ainda pode haver desafios em ambientes acústicos específicos. Esses desafios podem ser devidos a fatores como ruído de fundo, reverberação ou outras complexidades acústicas. É um ponto interessante que pode ser explorado em pesquisas ou em uma discussão mais ampla sobre os benefícios e limitações dos implantes cocleares em diferentes situações de audição.
Souza (2016) aborda que O sistema público de saúde (SUS), oferece assistência integral ao paciente implantado, incluindo cuidados pré e pós-operatórios. Porém, para garantir tal benefício há pontos negativos, um deles é a fila de espera devido a demanda e recursos limitados, critérios de elegibilidade, pois, há toda uma seleção em torno dos beneficiados para que haja maior probabilidade de sucesso pós implante. E entrando em conflito com um dos benefícios, há em alguns casos a dificuldade para acesso a serviços fonoaudiológicos pós implante pelo SUS considerando os critérios propostos atualmente.
Embora o implante coclear possa restaurar a audição dos usuários, o desenvolvimento da linguagem pode ser um desafio para alguns pacientes, este estudo abordará como a língua de sinais pode ser usada como ferramenta somatória para auxiliar no progresso do paciente em sua linguagem, se tornando uma base sólida para aquisição de vocabulário e compreensão de frases assim como na linguagem expressiva com pensamentos, ideias e emoções.
Segundo Nascimento e Lima (2015) o conhecimento da língua de sinais não afeta negativamente as habilidades de desenvolvimento auditivo e da linguagem. Aponta ainda que o ambiente bilingue favorece a aquisição da linguagem oral.
Abordando a área de linguagem na fonoaudiologia, a escolha do tema, “A Contribuição da Libras no Desenvolvimento da Linguagem em Usuários de Implante Coclear,” se justifica pela importância de explorar como a combinação do implante coclear e da Língua Brasileira de Sinais (Libras) pode aprimorar o desenvolvimento da linguagem em indivíduos com perda auditiva, abordando um aspecto crucial da inclusão e da comunicação para essa população.
Quanto a estrutura, esta pesquisa apresenta-se dividida em 3 capítulos, dispostos da seguinte forma:
No capítulo “IMPLANTE COCLEAR” é exposta uma pesquisa da literatura dividida em três seções:
A primeira seção apresenta a “História e fundamentos do implante coclear”. E aborda a evolução histórica do implante coclear, destacando os marcos importantes no seu desenvolvimento, além disso explica de maneira sucinta como o implante funciona e a anatomia do ouvido relacionado a perda auditiva. Apoiados em Fernandes (2020), RAUTERKUS (2022), Bernadete, L (2012). A segunda seção “Implante coclear na prática” retrata informações sobre tipos de implante cocleares, candidatos para o procedimento, avaliação pré-operatória e procedimento cirúrgico. Apoiados em Fernandes (2020), (TEFILI D; BARRAULT GFG; FERREIRA AA; CORDIOLI J.A; LETTNIN DV, 2013). A terceira seção com o tema “Pós implante coclear” reúne informações sobre a ativação do implante coclear, programação do processor de fala e treinamento auditivo pós implante coclear apoiados em Scaranello, C.A (2005).
O capítulo “Língua de sinais: Definição e história”, está unificado em uma única seção explorando a língua de sinais, seu conceito e distinção a língua falada, bem como seu contexto histórico e reconhecimento oficial. Abordaremos também as variedades regionais da língua de sinais e o seu papel na aquisição da linguagem em crianças surdas. Além disso abordaremos os benefícios da língua de sinais para usuários de implante coclear. Apoiados em Rosa (2022), Ferreira (2020).
O capitulo “Aquisição da linguagem em usuários de implante coclear” está dividida em 3 seções apoiados em Mcgregor e Goldman (2022).
A primeira seção: “Desenvolvimento da Linguagem em Usuários de Implante Coclear”. Neste tópico, explora-se o processo de desenvolvimento da linguagem em indivíduos que utilizam implantes cocleares, enfocando como eles adquirem e desenvolvem suas habilidades linguísticas ao longo do tempo. Seguida da segunda seção com o tema “Fatores que Afetam a Aquisição da Linguagem em Usuários de Implante Coclear”. Este tópico analisa os diversos fatores que podem influenciar a aquisição da linguagem em pessoas com implantes cocleares, como idade de implantação, intervenção precoce e características individuais.
2. METODOLOGIA
No desenvolvimento deste estudo, optou-se por uma abordagem metodológica qualitativa. Essa escolha visa aprofundar a compreensão dos tópicos relacionados ao implante coclear, língua de sinais e reabilitação auditiva por meio de uma revisão bibliográfica detalhada.
O procedimento metodológico adotado baseou-se em uma pesquisa bibliográfica. Esse método envolveu a busca, seleção e análise crítica da literatura existente em relação aos temas de interesse. A pesquisa bibliográfica é uma estratégia adequada para o aprofundamento teórico e a obtenção de informações relevantes para a pesquisa.
A pesquisa foi conduzida por meio de diversas plataformas acadêmicas renomadas. Entre as principais fontes consultadas estão a Scientific Electronic Library Online (SciELO), a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), o Portal CAPES e o Google Acadêmico. Essas plataformas são reconhecidas por sua vasta oferta de artigos científicos, tanto em língua portuguesa quanto em inglês.
A palavra-chave principal adotada nas buscas foi “implante coclear,” centralizando o foco da pesquisa nesse tópico específico. Para refinar os resultados e direcionar a busca para estudos mais atuais e pertinentes, foram aplicados critérios de filtragem. A seleção priorizou artigos publicados no período de 2015 a 2022, com ênfase na disponibilidade em língua portuguesa e inglesa. Essa estratégia de busca contribuiu para a obtenção de informações alinhadas com os objetivos da pesquisa.
Como resultado do processo de busca, um total de 40 artigos foi identificado nas plataformas de pesquisa mencionadas anteriormente. A seleção dos artigos para inclusão na pesquisa consistiu em uma avaliação criteriosa dos resumos e, quando necessário, da leitura dos textos completos. 30 artigos foram escolhidos devido à sua relevância e congruência com a temática da pesquisa. Essa seleção desempenhará um papel fundamental na sustentação da discussão e análise detalhada realizada no decorrer deste estudo.
3. IMPLANTE COCLEAR
3.1 HISTÓRIA E FUNDAMENTOS DO IMPLANTE COCLEAR
O implante coclear é uma inovação revolucionária na área da medicina auditiva que trouxe uma mudança significativa na vida das pessoas com Deficiência auditiva severa a profunda. É essencial entender sua história e princípios fundamentais para compreender como ele evoluiu e funciona. A trajetória do implante coclear remonta ao meio do século XX, quando os primeiros experimentos de estimulação elétrica da cóclea foram realizados. No entanto, foi apenas a partir da década de 1970 que os implantes cocleares começaram a se desenvolver de maneira mais eficiente conforme afirma Fernandes (2020). Um marco importante ocorreu quando o primeiro dispositivo comercial de implante coclear, foi aprovado pela Agencia federal do departamento de saúde e serviços humanos dos Estados Unidos.
À medida que se avança, temos visto melhorias notáveis na diminuição do tamanho dos componentes dos implantes cocleares, o que torna esses dispositivos mais confortáveis. Atualmente, a área dos implantes cocleares continua progredindo em pesquisa e desenvolvimento. A integração da tecnologia sem fio, a conexão com dispositivos externos e o aprimoramento da interface cérebro-computador são alguns dos principais pontos de foco. Esses avanços têm um enorme potencial para um futuro ainda mais promissor em termos de restauração auditiva e no enriquecimento do bem-estar das pessoas que sofrem de perda auditiva severa a profunda.
O implante coclear funciona ao estimular diretamente o nervo auditivo por meio de estímulos elétricos, conforme marcou Rauterkus (2022). Ele é composto por um processador de fala externo e um conjunto de eletrodos implantados na cóclea. Quando o processador captura os sons do ambiente, converte-os em sinais elétricos que são enviados aos eletrodos e, assim, estimulam as fibras nervosas auditivas. Isso permite que pessoas com perda auditiva severa ou profunda percebam sons e desenvolvam habilidades auditivas essenciais. Além disso, é importante notar que o implante coclear não restaura a audição normal, mas oferece uma representação eletrônica do som. Portanto, os usuários de implantes cocleares muitas vezes precisam de terapia auditiva para aprender a interpretar esses estímulos sonoros.
A história do implante coclear representa uma jornada incrível de tecnologia em evolução que proporciona uma melhoria na qualidade de vida das pessoas com deficiência auditiva, permitindo-lhes compreender o mundo auditivo ao seu redor.
A anatomia da orelha desempenha um papel fundamental na compreensão da funcionalidade e da necessidade de implantes cocleares como esclarece Bernadete (2012). A orelha é dividida em três partes principais: o ouvido externo, o ouvido médio e o ouvido interno.
O ouvido externo consiste no pavilhão auricular e no canal auditivo. O pavilhão auricular direciona o som em direção ao canal auditivo, onde a cera é produzida para proteger o ouvido. Problemas nessa região, como bloqueios no canal auditivo, podem influenciar a condução do som.
O ouvido médio inclui a membrana timpânica e os ossículos auditivos (martelo, bigorna e estribo). Essas estruturas amplificam as vibrações sonoras e as transmitem para o ouvido interno. Danos na membrana timpânica ou nos ossículos podem causar perda auditiva condutiva.
O ouvido interno é onde a cóclea desempenha um papel crítico na audição. A cóclea é uma estrutura em espiral preenchida com líquido e células ciliadas que convertem vibrações sonoras em sinais elétricos que são transmitidos ao cérebro pelo nervo auditivo. A perda de células ciliadas na cóclea ou danos no nervo auditivo resultam em perda auditiva neurossensorial, para a qual os implantes cocleares são uma opção de tratamento eficaz. conforme explica Mendes filho, D. (2022).
A compreensão da anatomia da orelha é essencial na avaliação de candidatos a implantes cocleares. Pessoas com perda auditiva neurossensorial, devido a danos na cóclea ou no nervo auditivo, muitas vezes se beneficiam desses dispositivos. Os implantes cocleares passam as estruturas danificadas e estimulam diretamente o nervo auditivo, permitindo que os usuários percebam sons. Portanto, a anatomia do ouvido desempenha um papel crucial na determinação da eficácia e da adequação dos implantes cocleares como uma opção de tratamento para indivíduos com perda auditiva neurossensorial conforme afirma Fernandes, J. C. F. (2020).
3.2 IMPLANTE COCLEAR NA PRÁTICA
Existem diferentes tipos de implantes cocleares disponíveis, cada um com características distintas que podem atender às necessidades específicas dos pacientes. Destaca-se abaixo, alguns dos implantes cocleares mais comuns:
Implantes Cocleares Unilaterais: Estes são os implantes mais tradicionais e frequentemente utilizados. Consistem em um único dispositivo implantado em uma orelha e são adequados para pacientes com perda auditiva unilateral ou perda auditiva bilateral assimétrica, onde a audição de uma orelha é consideravelmente inferior à da outra.
Implantes Cocleares Bilaterais: Em casos de perda auditiva bilateral severa a profunda, os implantes cocleares bilaterais são uma opção. Dois dispositivos são implantados, um em cada orelha. Isso melhora a localização do som, a clareza da fala em ambientes ruidosos e a qualidade geral da audição, conforme explica Fernandes, J. C. F. (2020).
Conforme explica Tefili D; Barrault GFG; Ferreira AA; Cordioli J,A; Lettnin DV (2013). Atualmente temos seis fabricantes de implante coclear, sendo apenas quatro deles ativos no Brasil: Advanced Bionics, Cochlear, Medel,Oticon Medical. A escolha do tipo de implante coclear depende de vários fatores, incluindo o grau e o tipo de perda auditiva, as preferências do paciente e as recomendações dos profissionais de saúde auditiva, e necessário levar tudo em conta para que ocorra o máximo de evolução e satisfação do paciente.
É importante observar que o Ministério da Saúde (2014), estabelece critérios específicos que orientam a elegibilidade dos candidatos ao procedimento de implante coclear. Alguns sendo:
- Perda auditiva neurossensorial bilateral de grau severo a profundo.
- Deve ter usado o aparelho de amplificação sonora a pelo menos três meses.
- Não conseguir acessar os sons da fala com o uso de Aparelho de amplificação sonora.
- Deve haver acesso a terapia fonoaudiológica na cidade de origem.
Ainda segundo o Ministério da Saúde (2014), seguindo os critérios dos candidatos, há uma atenção para a avaliação pré-operatória para implante coclear que é uma etapa fundamental no processo de escolhas de candidatos e no planejamento do procedimento. Consiste em uma avaliação detalhada que inclui:
• Avaliação do otorrinolaringologista;
• Avaliação audiológica completa com e sem AASI;
• Avaliação por exames de imagem;
• Avaliação do risco cirúrgico;
• Preparo da família e do paciente com relação às expectativas;
• Preparo clínico do paciente para o ato cirúrgico ao qual será submetido;
• Orientações para a reabilitação pós-operatória;
• Avaliação psicológica e social;
• Pareceres de outras especialidades quando necessário.
A avaliação pré-operatória é uma etapa crítica para garantir que o implante coclear seja apropriado para o candidato e que as expectativas sejam realistas. É uma atividade conjunta que requer a participação de uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, que visa maximizar os resultados positivos e bem-estar do paciente.
A Cirurgia de implante coclear é um procedimento complexo que envolve várias etapas.
Seguindo dos exames pré-operatórios temos a cirurgia, que geralmente é realizada sob anestesia geral. O paciente fica inconsciente durante o procedimento. O cirurgião faz uma pequena incisão atrás da orelha onde o dispositivo será implantado. O dispositivo do implante coclear é posicionado cirurgicamente no osso temporal, a parte interna conhecida como ‘eletrodo” e Inserida na cóclea, a qual desempenha a função de processamento auditivo no ouvido. Após a colocação do implante a incisão é fechada com pontos cirúrgicos.
3.3 PÓS IMPLANTE COCLEAR
Esta seção é crucial para compreender o processo contínuo após a cirurgia de implante coclear. E é nesse cenário que, segundo Tefili D; Barrault GFG; Ferreira AA; Cordioli J,A; Lettnin DV (2013) apontam que o sistema auditivo humano modifica o som que ouvimos ao longo de diferentes etapas até que ele se torne um sinal elétrico no ouvido interno (cóclea). Isso é semelhante ao que os aparelhos auditivos e implantes cocleares fazem para tornar o som captado pelo microfone em algo que podemos entender. É como se eles imitassem o que nosso ouvido faz para processar o som, porém, a adequação varia de pessoa para pessoa precisando passar por modificações periodicamente para ajustes e adaptações. Esta seção abrange três elementos essenciais: a ativação do implante coclear, a programação do processador de fala e o treinamento auditivo pós-implante coclear.
Ativação do Implante Coclear: A ativação do implante coclear é um passo crucial após a cirurgia, onde o paciente começa a experimentar estímulos sonoros, geralmente sob a supervisão de um fonoaudiólogo. Isso pode ser emocionalmente significativo, já que muitos pacientes voltam a ouvir sons que não percebiam há muito tempo ou que nunca haviam experimentado antes.
Programação do Processador de Fala: Uma vez ativado, o implante coclear requer uma programação cuidadosa e personalizada. O audiologista ajusta as configurações do implante para atender às necessidades auditivas específicas do paciente, Argumenta Scaranello (2005).
Treinamento Auditivo Pós-Implante Coclear: O treinamento auditivo é uma parte crítica do processo de reabilitação auditiva. Scaranello (2005) Ressalta que o processo de reabilitação auditiva no paciente com implante coclear começa no momento da ativação dos eletrodos e na realização do mapeamento. Os pacientes passam por sessões de treinamento com um fonoaudiólogo para aprender a reconhecer e interpretar os sons proporcionados pelo implante coclear. Isso inclui a compreensão da fala, a identificação de sons ambientais e a melhoria da percepção auditiva em diferentes situações.
4. LINGUA DE SINAIS: DEFINIÇÃO E HISTÓRIA
Assim como nos fala Rosa (2022) a Libras deve ser compreendida como uma língua como qualquer outra. Assim, no Brasil, o que se compreende como a língua brasileira de sinais (Libras) terá, em outros países, não só suas próprias denominações, mas serão línguas diferentes, com vocabulários e gramáticas próprias, como, por exemplo, em Portugal, onde se chama língua gestual portuguesa (LGP) ou ainda a ASL (língua de sinais americana).
A língua de sinais é uma língua visual e espacial, uma forma de comunicação vital para pessoas surdas ou com deficiência auditiva. Composta por gestos, expressões faciais e corporais, ela possui gramática e estrutura próprias, sendo uma língua na qual as informações são transmitidas visualmente e espacialmente, ao invés de sons diferente da língua falada, que é baseada em sons auditivos. Sua história é rica e complexa, variando de país para país. No Brasil, por exemplo, a língua de sinais utilizada é a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), com origens na língua de sinais francesa. Ela foi oficialmente reconhecida no Brasil em 2002, pela Lei nº 10.436.
Embora diferente da língua falada, a língua de sinais é igualmente complexa e estruturada. Possui gramática, sintaxe e vocabulário próprios, sendo capaz de expressar qualquer ideia ou conceito que a língua falada pode expressar. Assim como a língua falada, a língua de sinais também apresenta variações regionais, como ocorre com a LIBRAS no Brasil, que pode variar conforme a região do país, como bem observa Rosa (2022).
A língua de sinais desempenha um papel fundamental na aquisição da linguagem em crianças surdas, possibilitando que elas se comuniquem e interajam com o mundo ao seu redor. A aquisição da língua de sinais deve acontecer o mais cedo possível na vida da criança, permitindo seu desenvolvimento pleno e acesso à educação e cultura. Além disso, para usuários de implante coclear, a língua de sinais pode se tornar uma ferramenta crucial para complementar a audição, como reflete Dionisio, L.F., & Lima, M.C. (2017).
Como explica Ferreira (2020), a utilização da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para crianças com implante coclear é vista como um facilitador no desenvolvimento da escrita e da oralidade, de acordo com a perspectiva de professores e pais.
O implante coclear oferece a capacidade de se ouvir sons, embora nem sempre proporcione uma audição completa. Nesse contexto, a língua de sinais pode preencher essa lacuna, permitindo que a pessoa se comunique de forma mais eficaz e completa, assegurando que ela tenha acesso à comunicação plena em uma sociedade predominantemente auditiva, como bem observa Dionisio, L.F., & Lima, M.C. (2017).
5. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM EM USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR
O desenvolvimento da linguagem em indivíduos que utilizam implantes cocleares é um tópico de grande interesse na área da saúde, especialmente devido ao impacto positivo desses dispositivos na vida das pessoas com perda auditiva neurossensorial. Os implantes cocleares são dispositivos eletrônicos que são cirurgicamente implantados no ouvido interno, restaurando a capacidade auditiva em grande parte desses pacientes, conforme aborda Fernandes, J. C. F.(2020). O processo de aquisição da linguagem em usuários de implante coclear é influenciado por diversos fatores essenciais que merecem atenção, como pontua Scaranello (2005).
Um dos principais fatores que influenciam o desenvolvimento da linguagem em usuários de implante coclear é a idade em que o implante é colocado. Escreve Mcgregor e Goldman (2022) que crianças que recebem implantes cocleares antes dos 2 anos de idade geralmente obtêm melhores resultados no desenvolvimento da linguagem em comparação com aquelas que recebem o implante mais tarde. Isso destaca a relevância da detecção precoce e intervenção em crianças com deficiência auditiva.
Ainda conforme Mcgregor e Goldman (2022) adquirir a língua de sinais antes da cirurgia de implante coclear pode aprimorar os desfechos linguísticos posteriores e contribuir para o êxito cognitivo e socioemocional da criança. Além da idade de implantação, a duração da surdez também desempenha um papel relevante. Indivíduos que passaram menos tempo com perda auditiva grave ou profunda tendem a se beneficiar mais dos implantes cocleares em termos de desenvolvimento da linguagem.
A qualidade do implante e a quantidade de estimulação auditiva que o indivíduo recebe são fatores igualmente significativos. Por exemplo, aqueles que recebem implantes cocleares bilaterais (em ambos os ouvidos) muitas vezes apresentam um melhor desempenho na compreensão da fala em ambientes ruidosos em comparação com aqueles que recebem apenas um implante. Isso destaca a importância de uma avaliação precisa e personalizada para garantir o melhor ajuste do dispositivo, Assim como nos fala Fernandes, J. C. F. (2020).
Em resumo, o processo de desenvolvimento da linguagem em usuários de implante coclear é comparável ao de indivíduos com audição normal, mas pode ser mais lento e exigir intervenção terapêutica adicional. Além da terapia da fala e a reabilitação auditiva, a libras pode contribuir significativamente nesse processo, fornecendo uma forma de comunicação vital para crianças com dificuldade nesse processo.
5.1 FATORES QUE AFETAM A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM EM USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR
A aquisição da linguagem em indivíduos que utilizam implantes cocleares é influenciada por uma série de fatores que desempenham papéis cruciais em seu desenvolvimento. alguns fatores:
1. Idade de Implante: A idade em que o implante coclear é colocado desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da linguagem. Estudos demonstram que crianças que recebem implantes cocleares antes dos 2 anos de idade geralmente alcançam melhores resultados no desenvolvimento linguístico em comparação com aquelas que passam por essa cirurgia mais tarde. O acesso precoce à audição é essencial para a aquisição da linguagem, uma vez que o cérebro infantil é mais plástico e receptivo a estímulos nessa fase.
2. Duração da surdez: quanto mais tempo uma pessoa fica surda, mais difícil pode ser para ela desenvolver habilidades linguísticas após receber um implante coclear.
3. Qualidade do implante: a qualidade do implante pode afetar o desempenho do usuário na compreensão da fala em ambientes ruidosos.
4. Quantidade de estimulação auditiva: a quantidade de estimulação auditiva que o indivíduo recebe também pode afetar o desenvolvimento da linguagem.
Para pacientes que enfrentam desafios na obtenção de resultados ideais no desenvolvimento da linguagem oral, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) desempenha um papel fundamental. Esse papel é especialmente relevante em contextos nos quais a aquisição da linguagem oral se torna uma tarefa árdua devido a fatores como uma idade de implante tardia, uma história prolongada de surdez ou dificuldades associadas à qualidade do implante.
5.2 BENEFÍCIOS DA TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA PARA USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR
A terapia fonoaudiológica fornece uma base sólida para aprimorar a comunicação e convívio social. Trabalhos recentes Bernadete, L., (2012); Pedrett, Mariana dos Santos, (2013); Scaranello, C.A (2005) abordam alguns fatores:
1. Melhora na Compreensão da Fala em Ambientes Ruidosos: A terapia fonoaudiológica auxilia os usuários de implante coclear a desenvolver estratégias para melhor compreender a fala em situações ruidosas. Isso é fundamental para a participação plena em contextos sociais e profissionais.
2. Melhora na Percepção Musical: A terapia fonoaudiológica pode contribuir para a apreciação e compreensão da música, permitindo que os usuários de implante coclear desfrutem de uma experiência musical mais rica.
3. Melhora na Produção Vocal: A terapia fonoaudiológica ajuda a aprimorar a produção vocal, permitindo que os usuários de implante coclear se comuniquem com mais clareza e confiança. Isso é particularmente relevante para crianças em fase de desenvolvimento.
4. Auxílio na Reabilitação Auditiva e no Desenvolvimento da Linguagem: A terapia fonoaudiológica é uma parte integral do processo de reabilitação auditiva e do desenvolvimento da linguagem em usuários de implante coclear. Ela fornece orientação e suporte para a aquisição de habilidades linguísticas e comunicação eficaz.
A terapia fonoaudiológica é altamente adaptável, sendo personalizada de acordo com as necessidades individuais de cada usuário de implante coclear. Isso pode incluir uma variedade de atividades direcionadas para melhorar a percepção auditiva, a produção vocal, a compreensão da fala e o desenvolvimento da linguagem. A combinação da terapia fonoaudiológica utilizando a Libras pode proporcionar uma abordagem mais abrangente e inclusiva para a reabilitação auditiva. Isso possibilita que os pacientes se comuniquem de maneira eficaz e melhorem sua qualidade de vida, mesmo se a aquisição da linguagem oral for desafiadora. A Libras, juntamente com a terapia fonoaudiológica, representa uma solução complementar e holística para atender às necessidades de comunicação e linguagem de forma mais completa e adaptada às circunstâncias individuais dos pacientes com implante coclear.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS/ RESULTADOS
Este estudo explorou a importância do implante coclear e da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no desenvolvimento da linguagem em indivíduos com perda auditiva severa a profunda. Durante a pesquisa, pudemos observar a evolução do implante coclear ao longo dos anos, desde seus primórdios até os avanços tecnológicos recentes que ampliam as possibilidades de restauração auditiva. O implante coclear se mostrou uma ferramenta valiosa para melhorar a qualidade de vida das pessoas com perda auditiva, permitindo-lhes perceber e interpretar sons e fala do ambiente.
Destacamos a relevância da idade de implantação, a duração da surdez e a qualidade do implante como fatores cruciais que afetam o desenvolvimento da linguagem em usuários de implante coclear. A pesquisa também apontou que a terapia fonoaudiológica desempenha um papel fundamental no aprimoramento da comunicação, na compreensão da fala e na percepção auditiva em ambientes desafiadores. A terapia fonoaudiológica personalizada é essencial para atender às necessidades individuais dos pacientes e melhorar sua qualidade de vida.
Além disso, exploramos como a Libras pode ser uma ferramenta complementar e valiosa para usuários de implante coclear, especialmente em casos em que a aquisição da linguagem oral é mais desafiadora. A combinação de terapia fonoaudiológica e Libras proporciona uma abordagem abrangente para melhorar a comunicação e a qualidade de vida, possibilitando que os pacientes se expressem de maneira eficaz.
Este estudo destaca a importância da atenção precoce à audição e da intervenção personalizada para indivíduos com perda auditiva, enfatizando a relevância de uma abordagem multidisciplinar para garantir o sucesso do implante coclear. Também reforça a importância de reconhecer a Libras como uma língua vital para a comunicação e inclusão de pessoas surdas na sociedade.
Portanto, concluímos que o implante coclear e a combinação de terapia fonoaudiológica e Libras desempenham papéis significativos no desenvolvimento da linguagem e na melhoria da qualidade de vida de indivíduos com perda auditiva. Este estudo ressalta a necessidade contínua de pesquisas e práticas que promovam o acesso à comunicação e à linguagem para todas as pessoas, independentemente de sua condição auditiva.
REFERÊNCIAS
Amorim, A.F., & Siqueira, E.C. Perda auditiva e implante coclear. Revista Eletrônica Acervo Médico. (2023).
Araújo, S.R., Vieira, S.D., Salvato, C.D., Soares, A.D., & Chiari, B.M. (2018).
Caracterização da percepção musical em usuários de implante coclear. Audiology – Communication Research, 23. Audiology – Communication Research.
Barreira-Nielsen, C., & Campos, L.S. (2022). Implementação do modelo híbrido da teleaudiologia: aceitação, viabilidade e satisfação em um programa de implante coclear.
Bernadete, L. Implante Coclear, Reabilitação da Voz e da Fala. Editora REVINTER .2012.
Brasil. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10436.htm. Acesso em 14 de outubro de 2023.
Cardoso, G., & Anhoque, C.F. (2022). Voz do deficiente auditivo usuário de implante coclear: Revisão integrativa. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde/Brazilian Journal of Health Research.
Chilosi, A. M., Comparini, A., & Forli, F. (2013). Developmental language disorders and sensory deprivation. In Developmental Language Disorders (pp. 155-170). Psychology Press.
Dionisio, L.F., & Lima, M.C. Percepção dos pais de crianças com implante coclear usuárias da língua brasileira de sinais. A CONTRIBUIÇÃO DA LIBRAS -(2017).
Estima, N.F., Miguel, J.H., Azevedo, M.F., & Gil, D. (2022). Categorias auditivas e de linguagem em crianças usuárias de Implante Coclear. Distúrbios da Comunicação.
FERREIRA, André Neri de Barros. A aprendizagem de LIBRAS, como primeira língua para crianças com implante coclear: um facilitador no desenvolvimento da escrita e da oralidade na visão de professores e pais. 2020. Tese de Doutorado.
Fernandes, J. C. F. Implantes cocleares: História, avanços recentes e perspetivas futuras. (2020).
Geers, A. E., Sedey, A. L., & Petitto, L. A. (2003). Language skills of children with early cochlear implantation. Ear and hearing, 24(1_suppl), 46S-58S.
Lima, S.D. Percepção, processamento e treinamento auditivo musical com usuários de implante coclear. (2010).
Litovsky, R. Y., Johnstone, P. M., & Godar, S. P. (2006). Benefits of bilateral cochlear implants and/or hearing aids in children. International journal of audiology, 45(sup1), S78-S91.
MCGREGOR S, GOLDMAN RD. Language outcomes after cochlear implant. Can Fam Physician, 2022; 68(10): 737-738.
Müller, R., Chiari, B.M., Soares, A.D., Salvato, C.D., & Cruz, O.L. (2020). Autopercepção do benefício auditivo e o reconhecimento de fala em usuários de implante coclear. Audiology – Communication Research, 25.
NASCIMENTO, L. C. R.; LIMA, C. C. S. Libras e implante coclear: contradição ou complementaridade? Reflexão e Ação, v. 23, n. 3, p. 142-172, 8 dez. 2015.
Neves, Anderson Jonas das et al. As implicações do implante coclear para desenvolvimento das habilidades de linguagem: uma revisão da literatura. Revista Cefac 17 (2015): 1643-1656.
Pedrett, Mariana dos Santos. Da fala ao discurso: análise das produções linguísticas de uma criança surda usuária de implante coclear. (2013).
Perlin, G., & Strobel, K. (2017). Língua de sinais brasileira: o que dizem os livros didáticos. Revista Brasileira de Educação Especial, 23(2), 221-234
Quadros, R. M., & Karnopp, L. B. (2004). Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Artmed Editora.
Rauterkus G; Maxwell AK; Kahane JB, Lentz JJ; Arriaga MA. Conversas no Implante Coclear: A Terapia do Ouvido Interno da Atualidade. Biomoléculas. 2022; 12(5):649. https://doi.org/10.3390/biom12050649.
Rosa, E. F. (2022). Língua de sinais como língua natural: características fonológicas e históricas da língua brasileira de sinais. Revista multidisciplinar do nordeste mineiro. Teofilo Otoni, MG. Vol. 4 (2022), p. 1-16.
Scaranello, C.A. Reabilitação auditiva pós implante coclear, 2005.
Simões, Lilia Correia. “Perfil epidemiológico dos pacientes atendidos no Centro de Referência em Implante Coclear do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais.” (2018).
Skliar, C. (2006). A surdez: um olhar sobre as diferenças. Editora Mediação.
SOUZA, E. Experiência do implante coclear no HC/UNICAMP – a importância da equipe multiprofissional e o assistente social como gestor da inclusão social. Sínteses: Revista Eletrônica do SimTec, Campinas, SP, v. 1, n. 3, p. 341–342, 2016. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/simtec/article/view/7988. Acesso em: 18 out. 2023.
Tefili, D., Barrault, G. F. G., Ferreira, A. A., Cordioli, J. A., & Lettnin, D. V.. (2013). Implantes cocleares: aspectos tecnológicos e papel socioeconômico. Revista Brasileira De Engenharia Biomédica, 29(4), 414–433. https://doi.org/10.4322/rbeb.2013.039
HOSHINO, A. C. H. et al. Evolução audiométrica em usuários de implante coclear multicanal. Revista CEFAC, v. 15, n. 2, p. 297–304, mar. 2013.
Mendes Filho, D. (2022). Poluição sonora e perda auditiva podem levar a prejuízo cognitivo e quadros de demência? (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo).