A CANNABIS SATIVA E O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISMO: O USO DA CANNABIS NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM AUTISMO

THE CANNABIS SATIVA AND AUTISM SPECTRUM DISORDER: THE USE OF CANNABIS IN THE TREATMENT OF CHILDREN WITH AUTISM

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102502111112


Hortência Lustosa da Silva¹
Adriana Quaresma de Souza Carvalho²
Naara Quaresma de Carvalho³
Francisca Rosa Matos⁴
Maria Rosa Matos⁵
Maria Edilene de Carvalho Sousa⁶
Francisco Hércules Lustosa da Silva⁷
Tammya Tercia Oliveira Ribeiro da Silva⁸


RESUMO

A Cannabis sativa tem sido historicamente utilizada tanto para fins recreativos quanto terapêuticos, e seu potencial medicinal desperta crescente interesse científico e social. No contexto do Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por déficits na interação social, comunicação e padrões de comportamento restritos e repetitivos, o uso terapêutico da cannabis, especialmente o canabidiol (CBD), pode apresentar resultados promissores. Desta forma, o estudo teve como objetivo investigar por meio da literatura, a relação entre a Cannabis Sativa e o TEA. Este estudo tratou-se de uma revisão bibliográfica integrativa, de natureza qualitativa e básica. Para a realização da pesquisa, foram consultados artigos científicos nas bases de dados Scielo, BVS e PUBMED, no período de 2019 a 2024, utilizando descritores em português e inglês combinados com o operador booleano AND e OR: Transtorno do Espectro Autista OR Autismo AND Cannabis. Os resultados dos oito estudos apontaram melhorias significativas em áreas como interação social, redução de comportamentos disruptivos, ansiedade e padrões de sono. Além disso, algumas pesquisas identificaram impactos positivos na regulação emocional e na qualidade de vida de pacientes e cuidadores. A segurança do tratamento foi bem documentada, com efeitos adversos leves e transitórios na maioria dos casos, reforçando o potencial do CBD como alternativa terapêutica. Conclui-se que a Cannabis sativa, quando utilizada de forma supervisionada e em doses ajustadas, apresenta benefícios promissores no manejo de sintomas associados ao TEA. Contudo, ressalta-se a necessidade de mais estudos controlados e de maior escala para validar os achados e ampliar a aplicação clínica do tratamento.

Palavraschave: Cannabis, Autismo; Crianças.

ABSTRACT

Cannabis sativa has historically been used for both recreational and therapeutic purposes, and its medicinal potential has sparked growing scientific and social interest. In the context of Autism Spectrum Disorder (ASD), a neurodevelopmental condition characterized by deficits in social interaction, communication, and restricted, repetitive behavior patterns, the therapeutic use of cannabis, especially cannabidiol (CBD), shows promising results. This study aimed to investigate, through a literature review, the relationship between Cannabis sativa and ASD. This is an integrative bibliographic review of a qualitative and basic nature. The research included scientific articles from the databases Scielo, BVS, and PUBMED, published between 2019 and 2024, using descriptors in Portuguese and English combined with the boolean operators AND and OR: Autism Spectrum Disorder OR Autism AND Cannabis. The results of the eight studies reviewed indicated significant improvements in areas such as social interaction, reduction of disruptive behaviors, anxiety, and sleep patterns. Furthermore, some studies identified positive impacts on emotional regulation and the quality of life of patients and caregivers. Treatment safety was well-documented, with mild and transient adverse effects in most cases, reinforcing CBD’s potential as a therapeutic alternative. It is concluded that Cannabis sativa, when used under supervision and in adjusted doses, presents promising benefits in managing ASD-associated symptoms. However, the need for more large-scale controlled studies is emphasized to validate these findings and expand the clinical application of the treatment.

Keywords: Cannabis, Autism, Children.

INTRODUÇÃO

Existe uma extensão assustadora das drogas na sociedade de forma ilícita, tendo em vista um cenário diferente, dessa vez sob uma realidade positiva, a pesquisa teve como alvo primordial, esclarecer a importância da cannabis como medicamento para uma boa influência no tratamento de doenças psicológicas entre outras aflições, de forma que mostra a sua contribuição de caráter prático para a sociedade (Silva et al., 2018).

A Cannabis sativa tem ganhado destaque nas pesquisas atuais devido ao seu potencial terapêutico, sendo uma planta amplamente conhecida por seu uso recreativo, mas que, quando empregada corretamente, pode oferecer diversos benefícios à saúde. Evidências históricas sugerem que o uso medicinal da planta remonta a cerca de 2.500 anos antes de Cristo, na Ásia, onde era cultivada e utilizada por curandeiros antigos como recurso terapêutico (Pamploma, 2014).

No Brasil, a legislação atual permite a importação e o cultivo de produtos à base de canabidiol apenas para fins medicinais específicos e sob restrições rigorosas. De acordo com Guedes (2009), a variação na composição da planta pode influenciar diretamente as células, provocando efeitos de supressão ou estímulo que resultam em diferentes respostas terapêuticas. Este cenário evidencia a necessidade de expandir os estudos sobre composições químicas inovadoras da cannabis, abrindo caminho para o desenvolvimento de agentes terapêuticos eficazes.

De acordo com Bastos (2022), em consonância com a Organização Mundial da Saúde (2021), reforça que o uso terapêutico da cannabis medicinal, especialmente do canabidiol, é considerado seguro e pode contribuir para a melhoria de sintomas comportamentais, da funcionalidade e da qualidade de vida de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O TEA é definido como uma condição de neurodesenvolvimento marcada por dificuldades de comunicação e interação social, além de padrões de comportamento restritos e repetitivos, frequentemente associados a interesses e atividades limitados.

A cannabis sativa foi introduzida no Brasil pelos escravos africanos por volta de 1500, inicialmente utilizada apenas de forma recreativa. E desde então vem sendo investigado o uso da planta ao longo da história, abordando tanto suas aplicações recreativas quanto terapêuticas, além das políticas públicas e controvérsias em torno da legalização e regulação do uso da maconha no Brasil. Foram discutidos variações, substâncias e o uso do canabidiol em diversos tratamentos, além da legalização de sua comercialização (França, 2022).

Deste modo, propõe-se promover com este estudo conhecimentos sobre possíveis sinais de alerta, permitindo que as pessoas busquem serviços de promoção a saúde e autocuidado. Isso pode ajudar a combater estigmas relacionados à saúde mental, promover discussões sobre o tema frente ao tratamento e sinais de alerta nos serviços de saúde. Espera-se que estas informações possam possibilitar melhor adaptação dos profissionais as demandas apresentadas, sendo possível realizar intervenções precoces e melhores prognósticos, evitando o agravamento da condição e do grau de suporte que os indivíduos possam necessitar ao longo do seu desenvolvimento, contribuindo para a melhora na qualidade de vida (Wortman et al., 2023).

Ressalta-se ainda a relevância deste estudo diante do aumento de casos diagnosticados, que muitas vezes podem ser confundidos com outros diagnósticos, ou muitas vezes não possuem o manejo correto para o seu tratamento, devido aos múltiplos fatores envolvidos. Assim, faz-se necessário a disseminação de informações a respeito deste quadro, para que facilite o diagnóstico correto em conjunto aos cuidados necessários para um prognóstico favorável (Oliveira; Carolino; Paiva, 2012).

Em síntese, esta pesquisa objetivou investigar por meio da literatura, a relação entre a Cannabis Sativa e o Transtorno do Espectro Autista. Além disso, procurou-se identificar as principais formas de utilização e discutir a abordagem terapêutica para esses pacientes, conforme delineado pelos órgãos de saúde responsáveis, assim como as principais estratégias e intervenções terapêuticas utilizadas ao longo do processo de tratamento.

MÉTODO

O presente artigo refere-se a uma revisão bibliográfica do tipo integrativa, de cunho qualitativo e natureza básica, pois apoia uma revisão de literatura catalogada em conhecimentos científicos que tendem a facilitar a compreensão do assunto abordado e contribuir para o conhecimento científico. É um processo de investigação que busca solucionar, objetar ou aprofundar-se sobre uma indagação no estudo de um acontecimento (Sousa; Oliveira; Alves, 2021).

Somando-se a isto, a pesquisa integrativa consiste na construção de um corpo teórico amplo, envolvendo diferentes tipos de estudo, resultando em um panorama completo, envolvendo grande parte do que a ciência sabe a respeito de uma temática, sendo uma investigação metódica acerca de um determinado assunto (Ercole; Melo; Alcoforado, 2014). Nesse sentido, de acordo com Turato (2005), a pesquisa qualitativa aplicada à saúde propõe compreender um fenômeno, de vários pontos de vista, sejam estes, individuais ou coletivos, além de observar, como estes irão influenciar a vida do sujeito, em seu significado real no cotidiano.

À vista disso, para atingir os objetivos da pesquisa, foram utilizados os dados encontrados em artigos científicos e livros sobre a temática proposta. Realizaram-se investigações de materiais publicados que apontam informações sobre um determinado tema. Para a elaboração da pesquisa, foi necessário planejamento e organização de materiais. Nesse processo, utilizaram-se os descritores em português e inglês, combinados com o operador booleano AND: Transtorno do Espectro Autista OR Autismo AND Cannabis. As bases de dados consultadas para a coleta de informações foram: Scientific Electronic Library Online (Scielo), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos (PUBMED).

Os critérios de inclusão para esta revisão integrativa foram definidos com o objetivo de selecionar estudos relevantes que abordassem a relação entre a Cannabis sativa e o TEA, com foco em intervenções terapêuticas. Foram incluídos artigos que:

(1) investigassem o uso terapêutico da Cannabis sativa em crianças ou adolescentes diagnosticados com TEA; (2) apresentassem resultados clínicos relacionados a sintomas comportamentais, emocionais ou sociais; (3) utilizassem metodologias claras, como ensaios clínicos randomizados, estudos observacionais ou prospectivos;(4) estivessem publicados em inglês, português ou espanhol; e (5) fossem disponibilizados em texto completo gratuitamente ou por acesso institucional.

Por outro lado, os critérios de exclusão eliminaram estudos que: (1) não focassem no uso terapêutico da Cannabis sativa ou do canabidiol (CBD) especificamente para TEA; (2) abordassem populações exclusivamente adultas ou que incluíssem outras condições além do TEA sem distinção clara nos resultados; (3) utilizassem amostras insuficientes para análise ou métodos que comprometessem a validade dos resultados; (4) fossem revisões narrativas, opiniões ou artigos teóricos sem evidências empíricas; e (5) estivessem duplicados em bases de dados ou não tivessem sido publicados em periódicos revisados por pares.

Para a análise dos dados, foi realizada uma avaliação criteriosa de cada artigo, verificando a sua relevância e adequação aos objetivos desta pesquisa. Apenas os estudos que demonstraram alinhamento com o propósito investigativo foram incluídos nos resultados e na discussão. A análise foi conduzida utilizando o método de revisão integrativa, estruturado em etapas que contemplaram a formulação de uma pergunta norteadora, a revisão sistemática da literatura, a coleta e organização dos dados, a análise crítica das publicações selecionadas, a discussão dos achados e a apresentação dos resultados.

Os dados foram sintetizados e organizados em categorias temáticas, permitindo a identificação de significados e tendências relevantes. Por fim, os resultados foram apresentados e discutidos com base na literatura revisada, garantindo uma análise consistente e respaldada, conforme os princípios metodológicos propostos.

A Figura 1 ilustra o fluxograma do processo de seleção dos estudos incluídos nesta revisão, detalhando as etapas de identificação, triagem e inclusão, conforme os critérios estabelecidos para a análise.

As buscas realizadas nas bases de dados PubMed, BVS e SciELO resultaram inicialmente em 25 artigos, sem a aplicação de filtros. Após uma triagem inicial, cinco artigos foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão definidos. Dos 20 artigos restantes, selecionados para leitura na íntegra, foram eliminados os duplicados e aqueles que não apresentavam alinhamento com os objetivos do estudo. Como resultado, sete artigos foram incluídos na pesquisa.

RESULTADOS

A Tabela 1 apresenta a caracterização dos estudos selecionados, incluindo informações sobre os autores, ano de publicação, país de origem, população investigada e os objetivos principais de cada pesquisa, destacando o foco no uso terapêutico da Cannabis sativa em crianças com TEA.

Tabela 1. Caracterização dos Estudos Selecionados.

Autores/AnoPaísPopulaçãoObjetivo
Aran et al. (2019)Israel60 crianças (5-18 anos) com TEA         e            comportamentos disruptivos severosAvaliar o impacto de óleo rico em CBD (20:1 CBD:THC) nos comportamentos disruptivos e na qualidade de vida
Fleury-Teixeira et al. (2019)Brasil15 crianças e adolescentes (7-18 anos) com TEAAvaliar o impacto de extrato enriquecido com CBD (75:1 CBD:THC) em sintomas do TEA
Aran et al. (2021)Israel150 crianças e adolescentes com TEA, 5-21 anosAvaliar a eficácia e segurança do CBD:THC (20:1) em sintomas do TEA
Hacohen et al. (2022)Israel110 crianças e adolescentes com TEA (5-25 anos)Avaliar a eficácia e segurança de CBD:THC (20:1) no TEA
Stolar et al. (2022)Israel59 crianças e jovens adultos (5-25 anos) com TEAAvaliar a segurança bioquímica do óleo de Cannabis Medicinal rico em CBD:THC (20:1)
Siani-Rose et al. (2023)  EUA15 crianças com TEA (6-12 anos)Avaliar a eficácia da Cannabis Medicinal no   comportamento            e          identificar biomarcadores metabólicos associados ao tratamento
Silva et al. (2024)Brasil60 crianças com TEA (31 no grupo tratamento e 29 no grupo controle)Avaliar a eficácia do extrato rico em CBD nos sintomas do TEA e sua segurança

Fonte: Autora, (2024).

Os sete estudos selecionados, realizados por Silva et al. (2024), Aran et al. (2021), Hacohen et al. (2022), Siani-Rose et al. (2023), Stolar et al. (2022), Aran et al. (2019) e Fleury-Teixeira et al. (2019), envolveram uma amostra total de 469 participantes diagnosticados com TEA. Embora tenham incluído adolescentes e jovens adultos, a maior concentração foi em crianças, com idades predominantemente entre 5 e 12 anos. Os estudos foram conduzidos em três países: Israel (57%), Brasil (29%) e Estados Unidos (14%), refletindo uma distribuição geográfica moderada.

As amostras variaram em tamanho, com estudos menores, como os de Fleury- Teixeira et al. (2019) e Siani-Rose et al. (2023), ambos com 15 participantes, até estudos maiores, como os de Silva et al. (2024) e Aran et al. (2021), com 60 e 150 participantes, respectivamente. A predominância de crianças nos estudos destaca a relevância dessa faixa etária no contexto das intervenções com Cannabis Medicinal para TEA. Os objetivos variaram entre a avaliação da eficácia clínica, explorada por Silva et al. (2024), Aran et al. (2021), Aran et al. (2019), Hacohen et al. (2022), e Fleury-Teixeira et al. (2019), e a segurança terapêutica, investigada por Siani-Rose et al. (2023) e Stolar et al. (2022). No total, cinco estudos focaram nas melhorias de sintomas centrais do TEA, como comportamentos disruptivos e habilidades sociais, enquanto dois estudos destacaram a segurança bioquímica e metabólica relacionada ao tratamento.

Metodologicamente, dois estudos, realizados por Silva et al. (2024) e Aran et al. (2021), adotaram delineamentos randomizados e controlados, oferecendo maior robustez aos achados. Os demais foram estudos observacionais ou retrospectivos. A análise evidencia a predominância de estudos com crianças, ressaltando a relevância dessa faixa etária no uso da Cannabis Medicinal como estratégia terapêutica para o TEA. Israel desponta como o principal país de condução de estudos nessa área, enquanto o Brasil apresenta contribuições inovadoras com formulações ricas em CBD. A Tabela 2 apresenta os principais efeitos terapêuticos da Cannabis sativa no tratamento do TEA, destacando os efeitos identificados, os mecanismos de ação envolvidos, as recomendações dos autores e os resultados clínicos observados.

Tabela 2. Principais Efeitos Terapêuticos da Cannabis Sativa no TEA.

Autores AnoEfeitos IdentificadosMecanismos de AçãoRecomendaçõesResultados Clínicos
  Aran et al. (2019)Melhora                       em comportamentos disruptivos            (61%), ansiedade (39%) e comunicação (47%)Modulação      do sistema endocanabinoide (CB1 e CB2)Supervisão médica e monitoramento cuidadoso    para evitar   eventos adversos  Redução de 29% na HSQ-ASD e 33% na APSI
Fleury- Teixeira et al. (2019)Melhora significativa em ADHD (80%), SD (80%) e CSID (60%)  Modulação      do sistema endocanabinoide  Supervisão médica contínua; ajuste individual de dosesMelhora de 30% ou mais em 93% dos pacientes; redução no uso de medicamentos  em 53%
    Aran et al. (2021)Redução         de comportamentos disruptivos                  e melhora           em sintomas centrais do TEAModulação                  do sistema endocanabinoide (receptores CB1 e CB2);   efeito ansiolítico do CBDSupervisão médica contínua, especialmente para uso do extrato de planta inteiraMelhora em 49% dos casos no CGI-I; melhora na SRS-2 significativa (p = 0,009)
  Hacohen et al. (2022)Melhora           em habilidades sociais e            adaptativas; redução                   de comportamentos disruptivosModulação      do sistema endocanabinoide (CB1/CB2)  Supervisão médica e doses ajustadas individualmenteMelhoras         em comunicação social (p = 0,003); avanço em habilidades adaptativas  (p  < 0,001)
    Stolar et al. (2022)Melhora           na irritabilidade, hiperatividade             e distúrbios do sono (dados observacionais)Modulação      do sistema endocanabinoide (CB1 e CB2)Supervisão médica contínua            e monitoramento regularParâmetros bioquímicos    e hormonais estáveis após 6 meses de tratamento
    Siani- Rose et al. (2023)Melhora           na regulação emocional (86,7%), atenção            (92,6%), redução                       de comportamentos repetitivos (73,3%)Modulação      de biomarcadores metabólicos, incluindo         N- acetilaspartato (NAA)Personalização                        do tratamento            com supervisão médica e monitoramento                        de biomarcadores metabólicos73,3%  dos participantes apresentaram melhorias significativas   nos sintomas comportamentais e emocionais
    Silva et al. (2024)Redução         de ansiedade, melhora na interação social, redução de agitação psicomotora, aumento do número de refeições por diaAtivação          dos receptores canabinoides CB1/CB2                     no sistema endocanabinoideUso seguro do extrato rico em CBD para sintomas do TEA,            com monitoramento médicoMelhora significativa                 em interação social (p < 0.001),            agitação psicomotora    (p                        < 0.01) e ansiedade (p < 0.05)

Fonte: Autora, (2024).

Os estudos descritos na Tabela 2 relatam que a Cannabis Sativa oferece benefícios terapêuticos significativos para o manejo de sintomas associados ao TEA. Entre os efeitos mais comumente relatados, destaca-se a redução de comportamentos disruptivos, observada em quatro estudos (Silva et al., 2024; Aran et al., 2021; Hacohen et al., 2022; Aran et al., 2019), com melhorias importantes em sintomas como irritabilidade, hiperatividade e agressividade. Além disso, avanços em habilidades sociais e comunicação foram relatados por Hacohen et al. (2022) e Aran et al. (2019), indicando que o uso de Cannabis Medicinal pode promover maior sociabilidade e interação.

Os estudos também apontaram melhorias em sintomas emocionais, como a redução da ansiedade, destacada por Silva et al. (2024), Aran et al. (2019) e Fleury- Teixeira et al. (2019), além de progressos em regulação emocional e padrões de sono, evidenciados por Siani-Rose et al. (2023) e Stolar et al. (2022). Essas mudanças contribuíram para maior qualidade de vida dos pacientes e para a redução do estresse dos cuidadores, conforme os relatos analisados.

Em termos de mecanismos de ação, a maioria dos estudos atribui os efeitos terapêuticos à modulação do sistema endocanabinoide, especialmente por meio da ativação dos receptores CB1 e CB2, que estão envolvidos na regulação de emoções, comportamentos e funções adaptativas. Estudos como os de Siani-Rose et al. (2023) destacaram, ainda, a influência de biomarcadores metabólicos, como o N- acetilaspartato (NAA), associado à integridade neuronal.

As recomendações incluem o uso supervisionado por profissionais de saúde, com doses ajustadas individualmente para maximizar os benefícios e minimizar eventos adversos. O tratamento demonstrou resultados clínicos significativos, como a melhora de 49% em comportamentos disruptivos segundo a escala CGI-I (Aran et al., 2021) e a redução de 29% na HSQ-ASD, que mede comportamentos em casa (Aran et al., 2019). Além disso, 93% dos pacientes tratados no estudo de Fleury-Teixeira et al. (2019) apresentaram melhorias de 30% ou mais em sintomas gerais, reforçando a eficácia da Cannabis Medicinal em contextos diversos.

A Tabela 3 descreve as formas de administração e as estratégias terapêuticas utilizadas nos estudos, abrangendo detalhes sobre as doses empregadas, a duração dos tratamentos e as abordagens associadas ao uso da Cannabis sativa no manejo do TEA.

Tabela 3. Formas de Administração e Estratégias Terapêuticas.

Autores AnoForma de AdministraçãoDose UtilizadaDuração do TratamentoEstratégia Terapêutica Associada
    Aran et al. (2019)    Óleo sublingual (CBD:THC = 20:1)  Dose inicial: 1 mg/kg/dia de CBD, com aumento gradual até 10 mg/kg/dia de CBD e 0,5 mg/kg/dia de THC    Média de 10,9 mesesSupervisão            médica contínua;                     uso concomitante  de medicamentos psiquiátricos ajustado            conforme necessidade
Fleury- Teixeira et al. (2019)Cápsulas orais (CBD:THC = 75:1)Início: 2,9 mg/kg/dia de CBD, ajustado até 4,6 mg/kg/dia  6 a 9 mesesSupervisão médica e acompanhamento mensal            pelos cuidadores
  Aran et al. (2021)Óleo sublingual (CBD:THC = 20:1)Dose inicial: 1 mg/kg/dia de CBD e 0,05 mg/kg/dia de THC; aumento gradual até 10 mg/kg/dia de CBD e 0,5 mg/kg/dia de THC12 semanas por período, com washout de 4 semanasUso supervisionado por cuidadores e médicos
Hacohen et al. (2022)Óleo sublingual (CBD:THC = 20:1)0,3 mg THC e 5,7 mg CBD por gota, ajustados até 10 mg/kg/dia de CBD e 0,5 mg/kg/dia de THC  6 mesesAcompanhamento contínuo          com relatórios quinzenais
  Stolar et al. (2022)Óleo sublingual (CBD:THC = 20:1)Início com 0,3 mg de THC e 5,7 mg de CBD por gota; ajuste até 10 mg/kg/dia de CBD e 0,5 mg/kg/dia de THC  6 mesesAcompanhamento médico e entrevistas quinzenais
Siani- Rose et al. (2023)Óleo    e comestíveis, em       doses personalizadasDe 0,05 mg a 200 mg por dia, dependendo da resposta individual  12 mesesSupervisão            médica contínua; monitoramento metabólico regular
  Silva et al. (2024)Óleo sublingual de extrato rico em CBD (9:1 CBD:THC)Início com 6 gotas/dia, podendo aumentar até 70 gotas/dia  12 semanasAdministração supervisionada            por cuidador                        e acompanhamento médico

Fonte: Autora, (2024).

A Tabela 3 descreve que a administração da Cannabis Medicinal no tratamento de crianças com TEA é predominantemente realizada por meio de óleo sublingual, utilizado em sete dos oito estudos revisados. A única exceção foi o estudo de Fleury- Teixeira et al. (2019), que optou pelo uso de cápsulas orais. As formulações mais comuns apresentaram uma proporção de CBD:THC (canabidiol:tetra-hidrocanabinol) de 20:1, sendo essa a proporção padrão em estudos como os de Aran et al. (2021), Hacohen et al. (2022), Stolar et al. (2022) e Aran et al. (2019). Outras formulações, como a de Silva et al. (2024), utilizaram uma proporção de CBD:THC de 9:1, enquanto Fleury-Teixeira et al. (2019) empregou cápsulas enriquecidas com CBD em uma proporção de CBD:THC de 75:1.

O CBD (canabidiol) é o principal componente não psicoativo da planta Cannabis sativa, conhecido por seus efeitos terapêuticos, como redução da ansiedade, controle de comportamentos disruptivos e melhora do sono. O THC (tetra- hidrocanabinol), por outro lado, é o componente psicoativo da planta, responsável pelos efeitos eufóricos. Proporções como 20:1 CBD:THC indicam que há 20 partes de CBD para cada parte de THC, minimizando os efeitos psicoativos do THC enquanto se aproveitam suas propriedades terapêuticas complementares. Já proporções como 75:1 CBD:THC, como a usada por Fleury-Teixeira et al. (2019), concentram ainda mais o CBD, tornando o efeito psicoativo do THC praticamente insignificante.

As doses utilizadas variaram amplamente, dependendo do estudo e da resposta individual dos pacientes. Os protocolos geralmente iniciaram com doses baixas, como 2,9 mg de CBD/dia (Fleury-Teixeira et al. (2019) ou 1 mg/kg/dia de CBD (Aran et al., 2021; Aran et al., 2019), com aumento gradual até doses máximas que podiam alcançar 10 mg/kg/dia de CBD e 0,5 mg/kg/dia de THC em estudos como os de Hacohen et al. (2022) e Stolar et al. (2022). Esse ajuste individualizado, presente em todos os estudos, garantiu que o tratamento fosse adaptado às necessidades e tolerâncias específicas de cada paciente, minimizando o risco de efeitos adversos.

A duração do tratamento variou significativamente entre os estudos, refletindo diferentes objetivos metodológicos. Estudos mais curtos, como os de Silva et al. (2024) e Aran et al. (2021), tiveram duração de 12 semanas, enquanto protocolos mais longos, como o de Fleury-Teixeira et al. (2019), se estenderam por 24 meses e 6 a 9 meses, respectivamente. Essa diversidade temporal permitiu avaliações tanto de curto quanto de longo prazo sobre os efeitos e a segurança da Cannabis Medicinal.

A supervisão médica contínua foi um componente indispensável em todos os protocolos, sendo complementada por estratégias como o acompanhamento regular de cuidadores e a coleta de relatórios periódicos. Estudos como os de Hacohen et al. (2022) e Stolar et al. (2022) implementaram entrevistas quinzenais para ajustar doses e monitorar eventos adversos. O estudo de Aran et al. (2019) também destacou a adaptação de medicamentos psiquiátricos concomitantes, permitindo a redução ou descontinuação de fármacos em parte dos pacientes.

O estudo de Fleury-Teixeira et al. (2019), com acompanhamento mensal pelos cuidadores, focou na adesão ao tratamento e na segurança do uso de cápsulas orais com alta concentração de CBD. Já o protocolo de Siani-Rose et al. (2023), que utilizou uma combinação de óleo e comestíveis, destacou o monitoramento metabólico regular para avaliar biomarcadores relacionados ao tratamento.

Portanto, os estudos revelam que a administração de Cannabis Medicinal é predominantemente realizada por meio de óleo sublingual em proporções de CBD:THC (canabidiol:tetra-hidrocanabinol) de 20:1, com doses ajustadas individualmente e acompanhamento médico contínuo. A duração dos tratamentos variou de curto a longo prazo, permitindo uma avaliação abrangente da eficácia e segurança. A compreensão das proporções de CBD e THC nos extratos reforça a importância de um cuidado personalizado, assegurando benefícios terapêuticos enquanto minimiza os riscos associados aos efeitos psicoativos do THC.

DISCUSSÃO

A revisão destacou o potencial terapêutico da Cannabis Medicinal no tratamento de sintomas associados ao TEA, com base em estudos que analisaram diferentes formulações, protocolos de administração e impactos clínicos. A discussão a seguir explora os principais achados, relacionando-os com a literatura existente.

Os estudos utilizaram metodologias variadas, incluindo ensaios clínicos randomizados, duplo-cegos e controlados por placebo, como os de Silva et al. (2024) e Aran et al. (2021), além de estudos observacionais e prospectivos abertos, como os de Hacohen et al. (2022) e Fleury-Teixeira et al. (2019). Essa diversidade metodológica permitiu uma análise abrangente da eficácia e segurança da Cannabis Medicinal em crianças com TEA, especialmente em sintomas como comportamentos disruptivos, dificuldades de interação social e ansiedade. Resultados similares foram encontrados por Aran et al. (2019), que também destacou a redução no uso de medicamentos psiquiátricos como um benefício adicional.

As melhorias em interação social, agitação psicomotora e ansiedade observadas por Silva et al. (2024) (p < 0,05) dialogam diretamente com os achados de Hacohen et al. (2022), que relatou avanços significativos em habilidades adaptativas (p < 0,001) e comunicação social. Esses estudos, ao abordarem diferentes aspectos comportamentais, reforçam a eficácia da Cannabis Medicinal na promoção de maior sociabilidade e controle emocional. Em ambos os casos, os efeitos foram atribuídos à ativação dos receptores CB1 e CB2 no sistema endocanabinoide,um mecanismo central para a modulação de comportamentos disruptivos e emocionais.

Os resultados obtidos por Aran et al. (2021), com redução de 49% nos comportamentos disruptivos usando extrato de planta inteira, ampliam os achados de Fleury-Teixeira et al. (2019), que relatou melhorias em distúrbios de sono, atenção e interação social em 93% dos pacientes. Ambos os estudos reforçam o papel do efeito entourage, uma sinergia entre os compostos menores da cannabis, na eficácia do tratamento. A literatura atual também sustenta que a ativação dos receptores endocanabinoides contribui para a regulação emocional e comportamental, validando os efeitos positivos observados.

Embora avanços significativos tenham sido relatados, algumas limitações e diferenças nos resultados foram evidenciadas. No estudo de Hacohen et al. (2022), os comportamentos restritivos e repetitivos não apresentaram mudanças significativas na escala ADOS-2, enquanto melhorias moderadas foram relatadas pelos pais. Esse dado diverge do observado por Siani-Rose et al. (2023), que documentou redução em comportamentos repetitivos em 73,3% dos casos, sugerindo que a variabilidade nos efeitos pode estar relacionada ao protocolo de administração e à duração do tratamento.

Os eventos adversos leves a moderados, como sonolência e irritabilidade, foram comuns entre os estudos, mas a ocorrência de um caso grave de psicose relatado por Aran et al. (2019) em um adolescente usando doses elevadas de THC destaca a importância do monitoramento rigoroso. Em contraste, estudos como o de Stolar et al. (2022), que priorizaram a segurança bioquímica, não encontraram alterações clinicamente relevantes nos parâmetros laboratoriais, reforçando que a individualização das doses é essencial para evitar riscos.

Os trabalhos de Aran et al. (2019) e Fleury-Teixeira et al. (2019) destacaram a redução significativa no uso de medicamentos neuropsiquiátricos em 33% e 53% dos pacientes, respectivamente. Esses resultados também dialogam com os achados de Silva et al. (2024), que sugeriram a possibilidade de redução de sintomas emocionais e comportamentais sem a necessidade de aumentar a medicação tradicional. A integração da Cannabis Medicinal como uma terapia complementar se mostra promissora, especialmente para pacientes com resistência ou intolerância aos medicamentos convencionais.

O estudo de Siani-Rose et al. (2023) focou na identificação de biomarcadores metabólicos que se relacionam à resposta ao tratamento com Cannabis Medicinal, trazendo uma abordagem diferenciada. A alteração nos níveis de N-acetilaspartato (NAA), um marcador associado à integridade neuronal, evidencia a interação entre o tratamento e processos bioquímicos fundamentais. De forma complementar, Hacohen et al. (2022) destacaram avanços em habilidades adaptativas e emocionais, indicando a relevância de integrar análises metabólicas e comportamentais para uma compreensão mais ampla dos efeitos terapêuticos no TEA.

A variabilidade nos delineamentos metodológicos, tamanhos amostrais reduzidos em estudos como o de Fleury-Teixeira et al. (2019) e a falta de grupo controle em trabalhos como o de Aran et al. (2019) limitam a generalização dos resultados. A subjetividade nas avaliações parentais também merece atenção, considerando o impacto emocional que os cuidadores podem ter sobre as respostas relatadas. Apesar dessas limitações, os avanços em áreas centrais, como interação social e regulação emocional, destacam a relevância da Cannabis Medicinal no manejo do TEA.

A descrição dos resultados evidencia benefícios significativos da Cannabis Medicinal em sintomas associados ao TEA, com avanços especialmente consistentes em sociabilidade, controle emocional e redução da ansiedade. A necessidade de supervisão médica contínua, ajustes individualizados e estudos controlados mais amplos permanece essencial para consolidar as descobertas e garantir a segurança e eficácia do tratamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve seus objetivos propostos alcançados: o de investigar por meio da literatura, a relação entre a Cannabis Sativa e o Transtorno do Espectro Autista, onde pode identificar as principais formas de utilização e discutir a abordagem terapêutica para esses pacientes, assim, como as principais estratégias e intervenções terapêuticas utilizadas ao longo do processo de tratamento. Esta revisão integrativa reforça o potencial terapêutico da Cannabis sativa, particularmente do CBD, no manejo dos sintomas associados ao TEA. Os estudos analisados evidenciaram melhorias significativas em áreas como interação social, redução de comportamentos disruptivos, ansiedade e padrões de sono, contribuindo para a qualidade de vida dos pacientes e seus cuidadores.

Apesar das evidências promissoras, o uso da Cannabis sativa ainda enfrenta desafios relacionados à regulamentação, à necessidade de protocolos clínicos mais consistentes e à inclusão de amostras mais representativas. A variabilidade metodológica entre os estudos, somada às limitações de acesso à cannabis medicinal no Brasil, demonstra a necessidade de expandir as investigações com ensaios clínicos de maior escala, visando consolidar o papel dessa intervenção no manejo do TEA. Ademais, a supervisão médica contínua e o acompanhamento individualizado destacaram-se como elementos indispensáveis para garantir a segurança e eficácia do tratamento.

Conclui-se que, quando administrada sob orientação adequada, a Cannabis sativa apresenta benefícios relevantes no manejo do TEA. Contudo, é essencial fomentar discussões entre a comunidade científica e os órgãos reguladores para facilitar o acesso, ampliar o conhecimento público sobre suas aplicações terapêuticas e reduzir os estigmas associados ao seu uso. Com isso, espera-se que futuros avanços científicos promovam intervenções mais efetivas e acessíveis, contribuindo para melhores prognósticos e qualidade de vida dos pacientes.

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¹ Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário Maurício de Nassau – Teresina Sul.
E-mail: hortencialustosa13@hotmail.com

² Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário Maurício de Nassau – Teresina Sul.
E-mail: adriana24quaresma@gmail.com

³ Graduada em Farmácia pela Universidade Federal do Piauí – UFPI.
E-mail: naaraquaresma@gmail.com

⁴ Graduada em bacharelado em Psicologia pelo Centro Universitário Maurício de Nassau.
E-mail: franciscamatos83@hotmail.com

⁵ Graduada em bacharelado em Nutrição pelo Centro Universitário Maurício de Nassau.
E-mail: marimatosci@gmail.com

⁶ Graduanda de Psicologia pelo Centro Universitário Maurício de Nassau – Teresina Sul.
E-mail: edileneedilene@yahoo.com

⁷ Graduado em Fisioterapia pelo Centro Universitário Maurício de Nassau – Teresina Sul.
E-mail: herculeslustosa40@gmail.com

⁸ Orientadora – Mestre em Psicologia do Centro Universitário Maurício de Nassau – Teresina Sul.
E-mail: tammyatercia@gmail.com