A AUTOMEDICAÇÃO NO PERÍODO DA PANDEMIA DA COVID-19: REVISÃO INTEGRATIVA

SELF-MEDICATION DURING THE COVID-19 PANDEMIC: INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11495474


Luis Felipe Cutrim Martins1, Arthur Gomes De Araújo¹, Jeovanna Gabryella Reges Da Silva¹, Thalita Gomes de Sousa Fachinelli¹, José Francisco das Neves Júnior¹, Getúlio Pereira de Oliveira Neto¹, Renan Castro de Andrade Barros Fonseca¹, Letícia de Souza de Azevedo¹, Vitor Da Costa Nogueira¹, Antonione Santos Bezerra Pinto²


RESUMO

A automedicação deve ser compreendida como um problema imputado somente aos consumidores desses medicamentos é um equívoco. Existem múltiplos condicionantes que intensificam e norteiam o processo de automedicação durante o período da pandemia da covid-19 e muitos outros atores envolvidos promovendo a prática de uma automedicação estimulada pela mídia e autoridades. O objetivo principal deste estudo será analisar os impactos da automedicação e a assistência à saúde do paciente durante o período da pandemia da covid-19. A metodologia que será abordada nesta pesquisa tratara-se de uma revisão integrativa da literatura com uma abordagem quantitativa dos dados analisados. Como critérios de inclusão foram utilizados estudos disponíveis em sua totalidade, publicados nos últimos três anos de 2020 até 2022, nos idiomas Português, Espanhol e Inglês. foram excluídos da busca inicial capítulos de livros, resumos, textos incompletos, teses, dissertações, monografias, relatos técnicos e outras formas de publicação que não artigos científicos completos. O estudo resultou na apresentação dos resultados que está organizada em duas partes. A primeira está relacionada com a descrição dos estudos, fornecendo autores, título, base de dados e perfil amostral. A segunda diz respeito a automedicação no cenário da pandemia do COVID-19 e os fatores inerentes a este processo. Os fatores condicionantes e determinantes foram o uso de medicamentos de venda livre, a incerteza e o medo de ser infectado pelo COVID 19, a desinformação massiva, as dificuldades de acesso aos serviços de saúde foram determinantes para a automedicação no transcorrer da pandemia do COVID-19 em todos os estudos analisados no contexto da pandemia no que se refere a automedicação.

Palavras-Chave: Automedicação; Pandemia; Covid-19; Medicina; Saúde.

1 INTRODUÇÃO

 A automedicação deve ser compreendida como um problema imputado somente aos consumidores desses medicamentos de forma equívoca. Existem múltiplos condicionantes que intensificam e norteiam o processo de automedicação durante o período da pandemia da COVID-19 e muitos outros atores envolvidos promovendo a prática de uma automedicação estimulada pela mídia e autoridades. De todo modo, o resultado no Brasil foi uma avalanche de informações, medo e incertezas, contribuindo com uma corrida sem precedentes para os balcões das farmácias 18. As vendas aumentaram de forma considerável (Melo et al., 2021).

Levando em consideração este cenário, viu-se que a automedicação é a seleção ou o uso de medicamentos (incluindo chás e produtos tradicionais) por pessoas para tratarem doenças autodiagnosticadas ou sintomas sem prescrição ou supervisão de um médico ou dentista. Neste ponto, todavia desde que ocorra de forma racional, sob a orientação farmacêutica, poderá trazer benefícios tanto para a saúde dos seus usuários, quanto de maneira econômica para o Sistema de Saúde (Da Silva, 2021).

Estudos demonstram a cultura habitual da população brasileira em se automedicar na era de pré-pandemia COVID-19. Neste sentido, o SARS-CoV-2 rapidamente se disseminou, resultando em uma pandemia no começo de 2020, ocasionando milhões de casos e milhares de mortes em todo o mundo. Partindo desse ponto, o estudo demonstra que a falta de informações confiáveis e de perspectiva de cura por parte da população em tempos de pandemia, tem levado as pessoas a recorrerem aos seus próprios métodos de tratamento ou serem manipuladas pelas mídias com informações, muitas vezes falsas, também conhecidas como fake news, induzindo ao uso de certos medicamentos se baseando em pesquisas incipientes e sem dados robustos de evidência científica de benefício clínico e segurança (Gomes, 2020).

Atualmente em todo o mundo, ainda não há tratamento eficaz para COVID-19, que é uma doença pandêmica, causada por um novo coronavírus denominado SARS-CoV-2, todavia diversas drogas são utilizadas baseadas em estudos incansáveis, contínuos do vírus e das drogas diversas a que este é sensível. Em países onde quatro em cada cinco pessoas praticam a automedicação, a ausência de cura para o COVID-19 e a constante progressão da doença exigem uma avaliação dos padrões de automedicação no contexto da pandemia, seus fatores determinantes, insatisfação e medo da infecção pelo vírus (Sadio et al., 2021).

Os comportamentos relacionados à automedicação eram mais comuns entre os poloneses antes do bloqueio do que durante o bloqueio (o que não é surpreendente, dado que as durações dos períodos comparados eram extremamente diferentes), preocupantemente, muitas pessoas exibiram tais comportamentos pela primeira vez durante o bloqueio. Desse modo, o estudo relata que a automedicação é um problema multicausal, estimulada pela facilidade de adquirir medicamentos, propagandas de marketing que impulsionam as pessoas a comprarem medicamentos sem necessidade, por indicações de amigos e familiares, pelo fácil acesso através de compras na internet, porém, essa prática traz consequências desagradáveis, causadas pelo uso irregular de medicamentos (Melo et al., 2021).

No Brasil, tem-se o hábito de não somente de se automedicar, como também indicar medicamentos para parentes, amigos e familiares. O Brasil é um dos principais consumidores mundiais de medicamentos. O medicamento é um bem essencial à saúde e possui papel significativo na melhora da qualidade e expectativa de vida da população, no entanto o seu uso inadequado pode gerar consequências para o indivíduo, para a sociedade e para os sistemas de saúde, caracterizando-se como um problema global e de interesse para a saúde pública. Isso reforça a necessidade e a oportunidade de pesquisas sobre a utilização e a qualidade do uso de medicamentos (Moreira et al., 2020).

As evidências discorrem que os medicamentos que já são existentes no mercado para tratamento da COVID-19, até o presente momento não se obtêm dados científicos que comprovem o benefício ao COVID-19, então a OMS relata que o uso abusivo de medicamentos pode acarretar vários problemas à saúde entre elas a interação medicamentosa, reação adversa, toxicidade e mascaramento de doenças. Os fármacos para serem utilizados no tratamento da COVID -19 devem ser comprovados e validados pelas diretrizes das agências reguladoras existentes nos países (Mota et al., 2021).

Neste sentido, viu-se em estudo recente que o uso indiscriminado de medicamentos na pandemia e suas altas taxas de procura comprometeu a saúde pública do mundo, ocasionando falta de fármacos para tratamentos de doenças e corroboraram com o aumento da toxicidade medicamentosa. Mesmo não existindo nenhum fim farmacológico eficaz para prevenção ou tratamento ambulatorial passou a ser de extrema necessidade haver orientações no uso de medicamentos inadequados para o tratamento. Desse modo, essa literatura visa como objetivo geral; Realizar uma revisão integrativa com o objetivo de analisar os impactos da automedicação e a assistência à saúde do paciente durante o período da pandemia da COVID-19 (De Melo, 2019).

Este estudo traz como foco principal analisar os impactos da automedicação durante o período da pandemia da COVID-19, as estratégias utilizadas pelo ministério da saúde para reduzir a automedicação, as políticas públicas que favorecem esse processo e a importância dos profissionais de saúde na assistência à saúde do paciente dentro das suas necessidades para resolutividade dos fatores intrínsecos a sua condição física/fisiológica.

Portanto, este trabalho se justifica pela necessidade de abordagem da automedicação dentro do contexto da saúde, no social e cultural das sociedades diversas, em especial, a sociedade brasileira. Assim sendo, este trabalho é de suma importância para atualização dos dados e informações a respeito da automedicação e dos impactos advindos desta pratica de forma indiscriminada e não supervisionada. Espera-se que este estudo seja base para outras pesquisas e retrate os fatos ocorridos dentro do âmbito da pandemia da COVID-19.

2 METODOLOGIA   

O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo revisão integrativa da literatura com uma abordagem quantitativa. Este procedimento foi escolhido por possibilitar a síntese e análise do conhecimento científico já produzido sobre o tema Atribuições do enfermeiro no processo de abortamento. Esta revisão utilizou a metodologia proposta no estudo de (Oliveira et al. 2016).

De acordo com (Ercole, Melo e Alcoforado, 2014), a revisão integrativa de literatura é um método que tem como finalidade sintetizar resultados obtidos em pesquisas de maneira sistemática, ordenada e abrangente, mediante diferentes metodologias. É denominada integrativa porque fornece informações mais amplas sobre um assunto, constituindo um corpo de conhecimento e podendo ser direcionada para a definição de conceitos, revisão de teorias ou análise metodológica dos estudos. Este método proporciona a combinação de dados da literatura teórica e empírica, proporcionando maior compreensão do tema de interesse.

2.1 ETAPAS DA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

2.1.1 Identificações do tema e seleção da questão de pesquisa

O tema “A AUTOMEDICAÇÃO NO PERIÓDO DA PANDEMIA DA COVID-19:Uma revisão integrativa” determinou a construção da estratégia PICO, que representa um acrônimo para Paciente (P), Interesse (I) e Contexto (Co), na qual foi utilizada para a geração da questão norteadora desta revisão integrativa da literatura: “Quais evidencias cientifica apontam a automedicação e seus impactos no período da pandemia da COVID-19?”

Os descritores foram obtidos a partir do Medical Subject Headings (MESH), dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e dos títulos CINAHL. Consultou-se por meio de descritores e palavras-chave as bases de dados PubMed da National Library of Medicine; BVS (Biblioteca Virtual da Saúde), coordenada pela BIREME e composta de bases de dados bibliográficas produzidas pela Rede BVS, como LILACS, além da base de dados Medline e outros tipos de fontes de informação; e SCIELO (Scientific Electronic Library Online).

Quadro 1 – Elementos da estratégia PICO, descritores e palavras-chave utilizados – Parnaíba, Pi, Brasil, 2023.

   Elementos  Mesh  Decs  
    P    “Automedicação”    ”Self-Medication”“Self medication” “Automedicación”  “Automedicação”
  I    “CORONAVÍRUS”  “Vírus SARS”“Vírus SARS” “Virus del SRAS ” “health care”
    Co      “Impactos a saúde”    “patient care” “impact the health”“nursing care” ‘’health care”   “patient safety”
Fonte: Descritores, Títulos e Palavras-chaves.

Os termos utilizados durante a pesquisa foram classificados e combinados nos bancos de dados, resultando em estratégias específicas de cada base.

Quadro 2 – Estratégias de busca utilizadas nas bases de dados BIREME, PUBMED e CINAHL– Parnaíba, Pi, Brasil, 2023.

    BASE DE DADOS    ESTRATÉGIA DE BUSCA        RESULTADOS    FILTRADOS    SELECIONADOS
    BIREME (Descritores Decs)    (automedicação) AND (covid-19) AND ( fulltext:(“1”)) AND (year_cluster:[2020 TO 2021])      6117      673      04  
      PubMed (descriptors MeSH)  (SELF-MEDICATION) AND (COVID-19) Filters: Full text, in the last 5 years, Humans – PubMed    341    217      06
    SCIELO (Scientific Electronic Library Online)“(self medication or self-medication ) AND ( covid-19 or coronavirus or 2019-ncov or sars-cov-2 or cov-19 or pandemic ) Texto completo AND Aplicar assuntos equivalentes on 2021-10-12    39    18    02
Fonte: Bases de dados.

2.1.2 Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão

Como critérios de inclusão foram usados estudos disponíveis em sua totalidade, publicados nos últimos dois anos de 2020 até 2023, nos idiomas Português, Espanhol e Inglês. foram excluídos da busca inicial capítulos de livros, resumos, textos incompletos, teses, dissertações, monografias, relatos técnicos e outras formas de publicação que não artigos científicos completos.

2.1.3 Identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados

A análise para seleção dos estudos foi realizada em duas fases, a saber: Na primeira, os estudos foram pré-selecionados segundo os critérios de inclusão e exclusão e de acordo com a estratégia de funcionamento e busca de cada base de dados. Na segunda fase os estudos serão analisados quanto ao potencial de participação no estudo, avaliando o atendimento à questão de pesquisa, bem como o tipo de investigação, objetivos, amostra, método, desfechos, resultados e conclusão.

Inicialmente encontrou-se seis mil e dezessete (6117) estudos como busca geral na BVS, sendo que limitando a busca para artigos com texto completo realizado com humanos nos últimos dois anos, obteve-se seiscentos e setenta e três (673) estudos, destes foram analisados títulos e resumos onde apenas quatro (04) estudos foram condizentes com a questão desta pesquisa.

Na PubMed foram encontrados Trezentos e quarenta e um (341) estudos, aplicando na pesquisa o filtro que limita por texto completo dos últimos dois anos com humanos, obteve-se duzentos e dezessete (217) estudos, destes foram analisados títulos e resumos e teve como resultado final de seis (06) estudos.

Na base CINAHL, foram encontrados trinta e nove (39) estudos, aplicando na pesquisa o filtro que limita por texto completo dos últimos dois anos com humanos, obteve-se dezoito (18) estudos, destes foram analisados títulos e resumos e teve como resultado final de dois (02) estudos.

Na segunda fase os estudos foram analisados quanto ao potencial de participação no estudo, avaliando o atendimento à questão de pesquisa, bem como o tipo de investigação, objetivos, amostra, método, desfechos, resultados e conclusão, resultando em doze (12) artigos.

Ao final doze (12) artigos atenderam a questão norteadora e forma adicionados ao estudo.

Figura 2 – Fluxograma do processo de seleção dos estudos para a revisão integrativa – Parnaíba, Pi, Brasil, 2023.

2.1.4 Análise e interpretação dos resultados

Nesta etapa foram analisadas as informações coletadas nos artigos científicos e criadas categorias analíticas que facilitou a ordenação e a sumarização de cada estudo. Essa categorização será realizada de forma descritiva, indicando os dados mais relevantes para o estudo. A pesquisa levou em consideração os aspectos éticos da pesquisa quanto às citações dos estudos, respeitando a autoria das ideias, os conceitos e as definições presentes nos artigos incluídos na revisão.

Optou-se pela análise em forma estatística e de forma de texto, utilizando cálculos matemáticos e inferências, que serão apresentados em quadros e tabelas para facilitar a visualização e compreensão. As evidências científicas serão classificadas segundo os níveis e graus de recomendação propostos por (Bork, 2011).

3 RESULTADOS

A apresentação dos resultados está organizada em duas partes. A primeira está relacionada com a descrição dos estudos, fornecendo autores, título, base de dados e perfil amostral. A segunda diz respeito a automedicação no cenário da pandemia do COVID-19 e os fatores inerentes a este processo.

4 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDOS

Dos dez estudos incluídos nesta revisão, 06 estavam na língua inglesa (50%), 04 estavam na língua portuguesa (33,33%) e 02 estavam na língua espanhola (16,66%). As publicações tiveram análises nos últimos cinco anos (2017-2022), havendo predomínio na linga estrangeira. O nível de evidência predominante foi alto composto por revisão sistemática (50%). oito estudos obtiveram grau de recomendação “A” para mudanças na prática clínica relacionadas com a saúde da mulher. O Brasil e os Estados Unidos foram os países com mais estudos incluídos. O ano de 2021 houve predominância de publicações dos estudos.

Tabela 1 – Distribuição das publicações incluída segundo a abordagem do estudo, delineamento da pesquisa, idioma, classificação de evidência, grau de recomendação, procedência e distribuição temporal. Parnaíba, Pi, Brasil, 2023. (N=12).           

Fonte: Elaboração própria                                                                  

O quadro 03 traz uma classificação dos estudos selecionados com os principais achados e em sua maioria, as principais abordam informações gerais disponíveis sobre a segurança e eficácia das drogas disponíveis no combate as infecções em gerais e principalmente aos medicamentos utilizados enfrentamento da pandemia do coronavírus.

O quadro 4 aborda os desafios enfrentados pelo SUS para gerir e inibir o uso indiscriminado de medicações. No objetivo principal dos estudos foram avaliadas as mudanças nas intenções e atitudes da automedicação por características sociodemográficas e áreas geográficas, fatores associados ao medo dos serviços de saúde e razões para a não utilização das prescrições medicas por medo dos efeitos entre uma amostra nacionalmente representativa de adultos em diversas partes do mundo, com foco na realidade brasileira.

Quadro 3: Publicações incluídas segundo o título do artigo, autor, objetivo principal e perfil amostral. Parnaíba, Pi, Brasil, 2023.. (N=12)

  BASE/ AUTOR/ ANO  TÍTULO DO ARTIGO  OBJETIVO PRINCIPAL  PERFIL AMOSTRAL
BIREME Gonzaga et al., 2021  Prevalência de automedicação para sintomas dispépticos na atenção primária  Avaliar a frequência de uso e o perfil da população que faz automedicação para controle de sintomas dispépticos em uma capital do Sul do Brasil.Aplicação de questionário composto por tópicos referentes a dados socioculturais do indivíduo, comorbidades autorreferidas, uso de automedicação nos 15 dias anteriores à entrevista e informações sobre o uso desse medicamento.
BIREME Silva et al., 2020  Uso indevido de medicamentos por pessoas com lesão medular: uma revisão integrativaInvestigar o uso indevido de medicamentos por pacientes com lesão medular, de acordo com a literatura.Trata-se de um estudo de revisão integrativa, realizado de junho a outubro de 2019.
BIREME Quiñónez, 2020    Automedicação com AINEs em jogadores profissionais de futebol das equipes da primeira divisão do DMQ  Identificar o nível de conhecimento sobre AINEs apresentado por jogadores profissionais de futebol dos times da primeira divisão, por meio da análise e realidade de cada timeForam aplicados questionários validados pelos departamentos médicos de cada clube e por meio de perguntas abertas e fechadas e formato de múltipla escolha, determinou-se que: a idade dos jogadores profissionais de futebol em estudo varia entre 15 e 34 anos. 
BIREME Gama; Secoli, 2020      Práticas de automedicação em comunidades ribeirinhas da Floresta Amazônica BrasileiraAnalisar a prática da automedicação e os fatores associados na população ribeirinha da região do Médio Solimões – Floresta Amazônica.Estudo transversal de base populacional realizado entre abril e julho de 2015, por meio de entrevistas domiciliares. A amostra probabilística, por conglomerado, foi composta por 470 participantes de 24 comunidades distribuídas em 8 regiões da zona rural de Coari. Foram incluídos adultos ≥ 18 anos, que se encontravam no momento da aplicação do questionário. 
PUBMED Alonso-Castro et al., 2021  Autotratamento e reações adversas com produtos fitoterápicos para tratamento de sintomas associados à ansiedade e depressão em adultos da região centro-oeste do México durante a pandemia de Covid-19Avaliar a prevalência de automedicação com plantas medicinais e a prevalência do uso concomitante de medicamentos psiquiátricos prescritos e plantas medicinais para o tratamento de sintomas associados à ansiedade e depressão durante o bloqueio do Covid-19 no México.O estudo foi descritivo e transversal usando um questionário online realizado entre a população com sintomas associados à ansiedade e depressão (n = 2100) de sete estados do centro-oeste do México. Foram avaliadas as suspeitas de reações adversas associadas às interações medicamento-erva. Também são relatados os fatores associados à automedicação, o uso concomitante de combinações fitoterápicas e a presença de reações adversas devido ao uso combinado.
PUBMED   Urrunaga-Pastor et al., 2021  Análise transversal da intenção, percepções e hesitações da vacina COVID- 19 na América Latina e no CaribeDeterminar a prevalência da intenção de vacinação (VI) do COVID-19 e o medo de seus efeitos adversos (FAE), bem como seus fatores associados na América Latina e Caribe (LAC).Realizou-se uma análise transversal secundária de um banco de dados coletado pela Universidade de Maryland e pelo Facebook. Incluímos participantes com 18 anos ou mais da LAC pesquisada, de 15 de janeiro a 1 de fevereiro de 2021.
PUBMED   Couto et al., 2021Considerações sobre o impacto da covid-19 na relação indivíduo-sociedade: da hesitação vacinal ao clamor por uma vacinaApontar que as tomadas de decisão sobre (não) vacinar ou sobre (não) seguir as medidas preventivas e de controle da propagação da covid-19 são conformadas por pertencimentos sociais e atravessadas por desigualdades que tendem a se exacerbar.Acompanhou-se um quadro sanitário sem precedentes nos últimos 100 anos no Brasil, na Austrália e um nos EUA.
PUBMED Makowska et al.,2020  Comportamentos relacionados à automedicação e o bloqueio do COVID-19 na PolôniaExaminar mudanças e a imposição de um bloqueio de três meses fizeram com que os poloneses se envolvessem em mais comportamentos relacionados à automedicaçãoUma pesquisa online usando um dos maiores painéis da Internet na Polônia (o SW Research Panel) foi realizada entre 8 e 15 de junho de 2020. A pesquisa foi realizada logo após a implementação da última (quarta) etapa do processo de degelo do governo polonês em 6 de junho, que permitiu aos polacos regressar a uma “nova normalidade.
PUBMED Quincho-Lopez et al., 2021Práticas de automedicação para prevenir ou gerenciar o COVID-19: uma revisão sistemática  Realizar uma revisão sistemática para avaliar a prevalência da automedicação para prevenir ou controlar a COVID-19.Usou-se diferentes palavras-chave e pesquisamos estudos publicados no PubMed, Scopus, Web of Science, Embase, dois repositórios de preprints, Google e Google Scholar. Incluímos estudos que relataram dados originais e avaliaram a automedicação para prevenir ou gerenciar o COVID-19.
PUBMED Sadio et al., 2021  Avaliação das práticas de automedicação no contexto do surto de COVID-19 no Togo  Estimar a prevalência da automedicação para prevenir o COVID-19 e seus fatores associados em Lomé, Togo.Foi realizado um estudo transversal em Lomé, capital do Togo, de 23 de abril a 8 de maio de 2020, com uma amostra de participantes de cinco setores: saúde, transporte aéreo, polícia, transporte rodoviário e setores informais. 
CINAHL Garcia et al., 2021  Um programa de realidade virtual baseado em habilidades comportamentais em casa auto-administrado de 8 semanas para dor lombar crônica: estudo duplo-cego, randomizado e controlado por placebo realizado durante o COVID-19Realizar um estudo duplo-cego, de braço paralelo, de coorte única, remoto, randomizado e controlado por placebo para um programa de RV baseado em habilidades comportamentais auto-administrado em indivíduos da comunidade com dor lombar crônica autorrelatada durante a pandemia de COVID-19.Uma amostra de conveniência nacional on-line de indivíduos com dor lombar não maligna autorreferida com duração de 6 meses ou mais e com intensidade média de dor de 4 ou mais/10 foi recrutada e randomizada 1:1 a 1 de 2 diariamente (56 dias) Programas de RV: (1) EaseVRx (programa de RV de habilidades imersivas de alívio da dor); ou (2) Sham VR (conteúdo de natureza 2D entregue em um headset VR).
Fonte: Bases de dados

Os dados coletados e analisados apontados no quadro 3 trazem informações sobre os achados dos diferentes estudos e pesquisas realizadas pelos autores com ênfase na automedicação quanto aos seus objetivos e a metodologia aplicada no estudo com o seu perfil amostral.            

Quadro 4: Publicações incluídas segundo o título do artigo, autor, impactos da automedicação; fatores condicionantes e determinantes e as ações e estratégias de prevenção da automedicação na pandemia do COVID-19. Parnaíba, Pi, Brasil, 2023. (N=12)

  BASE/ AUTOR/ ANO  IMPACTOS MEDICAMENTOSOS  FATORES CONDICIONANTES E DETERMINANTES  AÇÕES E ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO
BIREME Gonzaga et al., 2021    A automedicação pode ser vista como um elemento do autocuidado, mas quando inade­quada, tais como o uso abusivo de medicamentos (polimedicação) e o uso de medicamentos off-label.Existem múltiplos condicionantes e muitos outros atores envolvidos promovendo a prática de uma automedicação estimulada pela mídia e auto­ridades.As ações para o cumprimento da Lei Geral de Saúde devem ser fortalecidas, é urgente um controle mais rígido dos aspectos relacionados à venda de medicamentos.
BIREME Silva et al., 2020  Pode ter como consequências o uso irracional de medicamentos, efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento de doenças evolutivas.O Brasil foi uma avalanche de informações, medo e incertezas, contribuindo com uma corrida sem precedentes para os balcões das farmácias.A conscientização dos efeitos deletérios e as complicações decorrentes do abuso dos medicamentos nos tratamentos futuros para outras patologias.
  BIREME Quiñónez, 2020  Um problema adicional, interações ou problemas adversos, é o que se refere à violação das regulamentações nacionais sobre a venda de medicamentos.A automedicação não está apenas relacionada a problemas de segurança, mas também envolve, em algumas famílias, um alto custo econômico.  Sugeriu-se uma mudança na tomada de decisão para clínicos que trabalham com dor nessa parcela da população.
BIREME Gama; Secoli, 2020    Diversas complicações como (overdose e interações medicamentosas), especialmente porque efeitos adversos parecem ser mais comuns nas pessoas com doenças de bases.Os medicamentos mais utilizados no combate a dor crônica, maior atenção deve ser dada aos opióides, pois podem causar dependência e outros eventos adversos que trazem impactos negativos a saúde dentro do contexto da pandemia do covid-29.Na pandemia do COVID-19 são muitas as tensões, controvérsias e conflitos entre autoridades sanitárias, pesquisadores, profissionais de saúde, pensadores críticos e defensores de direitos humanos e sociais.
PUBMED Alonso-Castro et al., 2021  “No geral houve taxas crescentes de óbitos por overdose não intencional devido à opioides analgésicos”, pois o uso de medicamentos para dor pode causar depressão respiratória, tornando a mortalidade um preditor significativo.Estudos mostram que as tendências à automedicação são maiores em pessoas analfabetas e com baixa escolaridade, tais observações sendo explicadas pelo fato de que a educação aumenta a crítica e o ceticismo, tornando as pessoas menos inclinadas a acreditar que existe uma pílula para cada condiçãoAssim, os esforços para prevenir e gerenciar prontamente as condições mutáveis na vida dessas pessoas são os meios mais práticos e eficazes para evitar a automedicação e o aumento da resistência microbiana a diversos fármacos.
PUBMED   Urrunaga-Pastor et al., 2021  A desinformação inclui informação errada, memes e sátiras, mas, perigosamente, um acúmulo cada vez maior de notícias e mensagens produzidas, deliberadamente, para enganar, manipular e causar danos por motivos políticos, financeiros e sociopsicológicos.O medo de contrair o vírus, o baixo acesso aos serviços de saúde e a desinformação massiva levaram algumas pessoas a se automedicar.É necessário a realização de propagandas de conscientização, bem como uma maior restrição na venda de medicamentos sem receitas a fim, garantir a segurança da população e o melhor uso desses fármacos.
PUBMED Couto et al., 2021  A literatura aponta que o uso irracional de medicamentos por parte das pessoas com lesões e patologias decorrentes do uso inadequado de medicações na pandemia está acarretando uma epidemia global, e que as mortes intencionais ou não estão cada vez mais frequentes.A pandemia atualiza a discussão sobre a pseudociência, as controvérsias científicas, as teorias conspiratórias (contribuintes para a desinformação) e suas consequências para a adoção e aderência às medidas de contenção e tratamento da doença.Destaca a importância da validação discursiva da informação pois a disseminação da informação na sociedade enfrenta o filtro do uso público da razão, particularmente aguçado pelo horizonte da finitude humana.
PUBMED Makowska et al.,2020  Os comportamentos relacionados à automedicação eram mais comuns antes do bloqueio do que durante o bloqueio (o que não é surpreendente, uma vez que as durações dos períodos comparados foram muito diferentes), preocupantemente, muitas pessoas exibiram esses comportamentos pela primeira vez durante o bloqueio.A regressão linear mostrou que valores mais altos de um índice composto (“lockdown”) de comportamentos relacionados automedicação ocorridos durante o lockdown foram previstos pela maior religiosidade e pela presença de crianças em um domicílio.É importante discutir a questão da automedicação para o desenvolvimento de programas de saúde pública adequados que possam ajudar as pessoas a gerenciar adequadamente sua medicação em um momento em que a disponibilidade de médicos ainda é limitada e as ameaças de futuros bloqueios persistem.
PUBMED Quincho-Lopez et al., 2021  Os efeitos adversos de alguns desses medicamentos são de grande preocupação, como resistência a antibióticos devido ao uso extensivo de antibióticos, sangramento causado pelo uso de aspirina, inibição do sistema imunológico causada por corticosteroides ou arritmia causada pela hidroxicloroquina.Estudos que avaliaram a automedicação para COVID-19 encontraram resultados heterogêneos quanto à prevalência de automedicação e medicamentos utilizados. Estudos mais bem desenhados e adequadamente relatados são necessários para avaliar este tópico.A OMS reconhece que uma automedicação “bem-sucedida” (ou seja, benéfica) pode ser alcançada em muitos países apenas melhorando o conhecimento e o nível de educação dos indivíduos de tal forma que os danos potenciais dessa prática possam ser evitados  
PUBMED Sadio et al., 2021  Pode levar a consequências não intencionais, como eventos adversos, gastos desnecessários, demora no comparecimento avaliação profissional, mascaramento de sintomas e interações medicamentosas.Mesmo sendo comercializado com prescrição medica, com um controle rigoroso, nota-se que o uso dessas substâncias, muitas vezes, ocorre sem nenhuma orientação profissional, sendo adquiridos, de maneira ilícita, no mercado negro.Uma assistência de qualidade garante uma minimização de complicações e aumento da qualidade de vida da população.
CINAHL Garcia et al., 2021  A frequência de medicamentos e o tipo também mudaram, de maior consumo de analgésicos e anti-inflamatórios para maior consumo de antibióticos/anti-inflamatórios e medicamentos como ivermectina (isolada ou em combinação).A existência de medicamentos de venda livre não significa que devam ou possam ser tomados indiscriminadamente. A incerteza e o medo de ser infectado pelo COVID 19 faz com que o cidadão se preocupe excessivamente até mesmo com resfriados.A alfabetização em saúde desempenha um papel importante no comportamento de automedicação.
CINAHL   Elejah et al., 2021A intoxicação medicamentosa, em doses perigosas, pode causar insuficiência hepática e, em casos extremos, reações anafiláticas; resistência a antibióticos e lesões gástricas são latentes no grupo de pessoas que se automedicam, a suposta solução só agravaria o problema.A automedicação tem sido de grande preocupação aos serviços de saúde, pois, o acesso a assistência médica juntamente com medicamentos, não implica em melhores condições de saúde ou até mesmo, qualidade de vida, pois as falhas na dispensação, o uso de medicamentos por conta própria pode levar a tratamentos que são ineficazes e nada seguros.É importante combater a desinformação sobre supostos produtos preventivos da COVID-19 nas redes sociais com campanhas para aumentar a conscientização.  
FONTE: Bases de dados

Os fatores condicionantes e determinantes evidenciados nos estudos foram o uso de medicamentos de venda livre (Sadio, et al; Garcia, et al; Elejah, et al. 2021), a incerteza e o medo de ser infectado pelo COVID 19 (Silva et al; Alonso-Castro, et al; Urrunaga-Pastor, et al; Garcia, et al. 2021) a infodemia ou a desinformação massiva, as dificuldades de acesso aos serviços de saúde foram determinantes para a automedicação no transcorrer da pandemia do COVID-19 em todos os estudos analisados no contexto da pandemia no que se refere a automedicação.

Em consenso, todos estudos debateram as ações e estratégias de prevenção da automedicação e apontaram que é importante discutir a questão da automedicação para o desenvolvimento de programas de saúde pública adequados que possam ajudar as pessoas a gerenciar adequadamente sua medicação, redução da automedicação através da educação e alfabetização em saúde.

5 DISCUSSÃO

Os estudos analisados apontaram a automedicação prejudicial em todos os âmbitos, com controvérsias por alguns autores (Gonzaga, et al; Eejah, et al; 2021) tendo como base a grande pandemia em âmbito global, o que gerou histeria e medo (Silva, et al; Garcia, et al; Eejah, et al; 2021) por todo globo terrestre. Assim sendo, analisamos os estudos com foco na automedicação, onde os estudos apontaram para as ações e informes técnicos da OMS, que por sua vez não recomenda a automedicação com nenhum medicamento, incluindo antibióticos, como forma de prevenção ou gestão da COVID-19.

As ações e estratégias de prevenção da automedicação e do abuso de medicamentos foram evidenciadas como a conscientização dos danos colaterais da automedicação e as complicações decorrentes do abuso dos medicamentos nos tratamentos futuros para outras patologias, sugeriu-se ainda uma mudança na abordagem de comunicação sobre drogas no Brasil e a necessidade da educação em saúde associada a melhores práticas em saúde na promoção do cuidado e prevenção de agravos.

Os impactos da automedicação nos tempos de pandemia trouxeram grandes repercussões nas relações sociais, demográficas, econômica e de saúde, pois a pandemia de COVID-19 atualiza a discussão das estratégias de poder, em um contexto caracterizado pela difusão e uso intenso da informação em tempo real, o uso simples de tecnologias para a edição e publicação de imagens e textos e a emergência do negacionismo científico e a pós-verdade (Gonzaga, et al; Gama 2020, Secoli 2020; Couto, et al; Garcia, et al. 2021).

Concomitantemente ao avanço da pandemia de COVID-19 diversas repercussões vem ganhando espaço, não apenas de ordem biomédica e epidemiológica em escala global, mas também repercussões e impactos sociais, econômicos, políticos, culturais e históricos (Quincho-Lopez, et al; Garcia, et al; Oliveira et al., 2021)sem precedentes na história recente das epidemias. 

Os serviços farmacêuticos são uma série de atividades contínuas e abrangentes, destinadas a atender as carências e problemas relacionados à saúde do paciente nos artigos (Quiñónez, 2020; Urrunaga-Pastor, et al; Makowska, et al; Quincho-Lopez, et al; Elejah, et al. 2021). A orientação em utilizar medicamentos é uma das atribuições dos profissionais de saúde capacitados (Gonzaga, et al; Alonso-Castro, et al; Makowska, et al; Sadio, et al. 2021) sendo este um elemento essencial no sistema de saúde, contribuindo para a prevenção de doenças e usados para proteger, promover e restaurar a saúde (Opas, 2020).

Complementando os autores citados outrora (Silva, et al; Gama, Secoli, 2020; Alonso-Catro, et al; Urrunaga-Pastor, et al; Garcia, et al. 2021), Lana et al. (2021) diz que será de extrema relevância que se tenha um plano nacional de vacinação para organizar toda a logística de execução da campanha, visando a que ela seja exitosa independentemente de que instrumentos ou fontes de recursos sejam utilizados para a aquisição de todos os tipos de vacinas que estarão disponíveis no território nacional.

De acordo com os estudos realizados por (Barreto et al. 2021) sobre a automedicação e os padrões adotados pandemia de COVID-19, o padrão de consumo de medicamentos no Brasil chamou a atenção em todas as esferas e classes sociais (Gama, Secoli, 2020; Couto, et al; Makowska, et al; Garcia, et al, 2021). Estava no centro dessa questão o denominado “tratamento precoce” ou “kit-covid” que correspondia a uma combinação de medicamentos sem evidências científicas conclusivas para o uso com essa finalidade, que inclui a hidroxicloroquina ou cloroquina (Quiñónez, 2020; Alonso-Castro, et al. 2021), associada à azitromicina (Gonzaga, et al; Quiñónez, 2020; Gama, Secoli, 2020; Urrunaga-Pastor, et al; Makowska, et al; Quincho-Lopez, et al. Elejah, et al. 2021), à ivermectina e à nitazoxanida (Gonzaga, et al; Quiñónez, 2020; Gama, Secoli, 2020; Alonso-Castro, et al; Makowska, et al; Quincho-Lopez, et al; Sadio, et al. 2021), além dos suplementos de zinco e das vitaminas C e D em consenso.

Segundo (Silva Neto, et al. 2022) analisou os impactos da automedicação e apontou que a prescrição e o uso de medicamentos de livre acesso e antibióticos para tratar ou prevenir a COVID-19 recebeu contornos de grande credibilidade, quando o “tratamento precoce” e o “kit-covid” foram divulgados e o seu uso incentivado amplamente nas mídias sociais (WhatsApp, Facebook e Instagram) por profissionais de saúde, apresentadores sem base cientifica (Quiñónez, 2020; Alonso-Castro, et al; Sadio, et al; Garcia, et al; Elejah, et al. 2021), autoridades públicas e nas páginas oficiais de Internet de Secretarias de Saúde.

Vários fatoresafirmaram em seus estudos (Gonzaga, et al; Gama, Secoli, 2020, Couto, et al; Quincho-Lopez, et al; Garcia, et al. 2021) voltados para a automedicação que as induções a esta prática, como a venda indiscriminada de medicamentos, especialmente em razão das dificuldades de acesso ao sistema de saúde e custos de planos e consultas médicas, implicam grandes problemas de saúde públicas em todo o mundo. Para (Oliveira et al. 2021), pouco se sabe sobre as características da população associadas a essa prática o que corrobora com os estudos de (Quiñónez, 2020; Alonso-Castro, et al; Couto, et al; Quincho-Lopez, et al; Elejah, et al. 2021).

Os fatores determinantes e condicionantes para a automedicação se deu pelo efeito manada ou histeria coletiva fomentada pelas grandes massas e mídias sociaisnas redes e meios de telecomunicação e de informação nos estudos (Quiñónez, 2020; Couto, et al; Garcia, et al; Elejah, et al. 2021), o que associado com os impactos da doença do COVID-19, levou a população a maiores práticas de automedicação (Corrêa et al., 2020). Os determinantes demográficos voltados para a automedicação que emergiram na revisão da literatura foram idade, renda, realização educacional, alfabetização em saúde, ruralidade e status parental (Oliveira et al., 2021).

A desinformação ou a infodemia (Silva, et al; Alonso-Castro, et al; Quincho-Lopez, et al. 2021) se espalha mais rapidamente do que as contrapartes positivas e recomendações baseadas em estudos com altos níveis de evidencias. Após declarar COVID-19 como uma pandemia, várias teorias da conspiração foram compartilhadas através das redes sociais. Os subgrupos da população são mais resistentes as recomendações em saúde e meios de prevenção contra COVID-19, exigindo abordagens direcionadas para lidar com a automedicação para garantir que as populações mais vulneráveis sejam adequadamente cobertas (Lana et al., 2021).

As ações adotadas mundialmente para controle e combate do uso indiscriminado de medicamentos foram a conscientização dos efeitos nocivos dos medicamentos para o organismo humano, os impactos da droga no organismo, a importância da avaliação e consulta medica e em diversos países houve modificações nas suas leis para contemplar a automedicação e inibir esta pratica encontrados nos artigos (Gonzaga, et al; Silva, et al; Quiñónez, 2020; Alonso-Castro, et al; Couto, et al; Makowska, et al; Quincho-Lopez, et al; Garcia, et al; Elejah, et al 2021). Programas de imunização bem-sucedidos requerem comunicação estratégica para aumentar a confiança entre os indivíduos que hesitam em vacinar, configurando-se uma grade desafio no Brasil (Alves et al., 2021).

Para (Dos Santos, et al. 2021) traz em sua pesquisa contribuições para a reflexão sobre os diferentes caminhos que podemos encontrar para enfrentar os desafios dessa pandemia, que considerem a interação dinâmica entre o homem e o meio ambiente, que pensem a solidariedade e a vida em comunidade. O diálogo sobre uma proposta interdisciplinar, na qual as ciências exatas, humanas, biológicas, sociais e ambientais colaborem para uma melhor qualidade de vida para todos nós, corroborando com os estudos evidenciados por (Silva, et al; Quiñónez, 2020; Gama, Secoli, 2020; Urrunaga-Pastor, et al; Couto, et al; Quincho-Lopez, et al; Garcia, et al; Elejah, et al 2021).

As razões para a automedicação são complexas e variam de acordo com os contextos geográficos, socioculturais e de acordo com as condições socioeconômicas em que se encontram por todo o mundo evidenciados nos estudos  (3,7,11). A falta de uma política mais rígida e responsável sobre a vacinação contra o COVID-19 e a confiança do público podem afetar a percepção do público sobre os riscos da vacina. As preocupações podem ser ampliadas por esforços para acelerar o desenvolvimento dos fatores de risco associados ao COVID-19 (Da Silva Neto et al., 2022).

Portanto, há uma grande necessidade de novas técnicas e meios de encurtar os caminhos para a obtenção do alívio dos incômodos que o afligem, em inúmeras ocasiões, diante de quaisquer sintomas, especialmente os mais comuns como aqueles decorrentes de viroses banais e de grandes impactos na saúde do brasileiro, para minimizar os fatores que tem impulsionado a utilizar os medicamentos populares para gripe, febre, dor de garganta ou a procurar inicialmente orientação leiga, seja dos amigos íntimos ou parentes mais experientes ou até mesmo do farmacêutico amigo, à busca de solução medicamentosa.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como base da pesquisa de revisão da literatura, a automedicação dentro do contexto da pandemia e abordou os principais fatores condicionantes e determinantes para tal prática como a falta de informação, o analfabetismo, o nível socioeconômico, as condições de moradia, seja na cidade ou na zona rural. Os impactos da automedicação são gigantescos e implicam diversas ações de promoção da saúde, prevenção de agravos e reabilitação da saúde. Assim sendo, esta revisão evidenciou os fatores envolvidos, os desafios e impactos para a saúde e a relevância do combate a automedicação em todos os contextos, não somente no COVID-19 aproximação do paciente aos serviços de saúde, prevenção de complicações e emergenciais decorrentes da infecção e progressão da pandemia em âmbito nacional.

Portanto a compreensão dos fatores contribuintes para a automedicação no período da pandemia do COVID-19 fomentam a necessidade de inclusão de estratégias de educação em saúde da população geral, a valorização do enfermeiro enquanto profissional responsável pela assistência à saúde em todos os âmbitos e evidencia que os profissionais de saúde são excepcionais no combate a infodemia, aos tabus sociais e na promoção de cuidados baseados em evidencias cientificas corroborando para melhoria da qualidade de vida e saúde da população, redução dos desafios assistências e fatores de risco inerentes ao processo de automedicação  e valorização da vida e do sistema de saúde no Brasil.

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