A ATUALIZAÇÃO NO MANEJO DE PACIENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL: ESTRATÉGIAS E DESAFIOS

A UPDATE IN THE MANAGEMENT OF PATIENTS WITH ARTERIAL HYPERTENSION: STRATÉGIES AND CHALLENGES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202502211039


Elaine Oliveira Araujo; Maria Clara Bandeira Ribas; Ana Luiza Rodrigues Araujo; Monyella Pedrosa Guarese; Elton Pessoa dos Santos; Sávio Nixon Passos Luz; Andressa Cristina Correa Machado Sousa; Ives Ribeiro Ponte; Agesilau Coelho de Carvalho; Yago Lima Santiago; Cintia Marçal Castro; Bruna Gonçalves Dantas de Almeida; Aristóteles Passos Araújo Neto; Júlia Araújo Machado; Ana Julia Lima Pereira


Resumo

A hipertensão arterial é uma das condições de saúde mais prevalentes no mundo, afetando milhões de pessoas, independentemente da faixa etária, raça ou classe social. O manejo adequado da hipertensão arterial envolve uma abordagem multidisciplinar, que abrange desde a prevenção até o tratamento farmacológico e mudanças no estilo de vida. Diante desse cenário, o objetivo geral deste estudo é revisar as estratégias mais atuais no manejo de pacientes com hipertensão arterial. A pesquisa é fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente, para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo, A pesquisa foi conduzida com os termos “Hipertensão Arterial Sistêmica”, “Estratégias Terapêuticas”, “Desafios no Manejo”, aplicando o operador booleano “AND”. A revisão de literatura sobre o manejo de pacientes com hipertensão arterial evidencia os avanços significativos nas abordagens terapêuticas e nas estratégias de controle da doença. A introdução de novos medicamentos e o foco na personalização do tratamento têm se mostrado essenciais para um controle mais eficaz e individualizado. Além disso, as mudanças no estilo de vida, como a prática regular de exercícios e a adoção de uma alimentação saudável, continuam sendo componentes-chave na gestão da hipertensão, embora a adesão dos pacientes a essas intervenções seja um desafio constante. Contudo, os desafios permanecem especialmente no que diz respeito à adesão ao tratamento, ao acesso a cuidados adequados e à superação de barreiras socioeconômicas. Para que os avanços no manejo da hipertensão sejam amplamente eficazes, é necessário um esforço contínuo na educação em saúde, na capacitação dos profissionais e na implementação de políticas públicas que promovam a equidade no acesso ao tratamento. A combinação de avanços científicos, tecnologias emergentes e uma abordagem multidisciplinar pode, sem dúvida, melhorar significativamente o controle da hipertensão, mas a implementação desses elementos de forma prática e abrangente ainda exige esforços consideráveis.

Palavras-chave: Hipertensão Arterial Sistêmica. Estratégias Terapêuticas. Desafios no Manejo.

1 INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial é uma das condições de saúde mais prevalentes no mundo, afetando milhões de pessoas, independentemente da faixa etária, raça ou classe social. Esse distúrbio crônico é um fator de risco primário para doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal e outras complicações graves que impactam diretamente a qualidade de vida dos indivíduos. Com o aumento da expectativa de vida e os fatores de risco como obesidade, sedentarismo e dieta inadequada, a hipertensão tem se tornado um problema de saúde pública de proporções cada vez maiores. (FERREIRA, BODEVAN, DE OLIVEIRA, 2019).

O manejo adequado da hipertensão arterial envolve uma abordagem multidisciplinar, que abrange desde a prevenção até o tratamento farmacológico e mudanças no estilo de vida. A combinação dessas estratégias visa não só controlar os níveis de pressão arterial, mas também prevenir as complicações associadas à doença. A evolução das diretrizes clínicas e a introdução de novas classes de medicamentos têm possibilitado um tratamento mais eficaz, mas ainda existem desafios a serem enfrentados, como a adesão ao tratamento e as barreiras socioeconômicas que dificultam o acesso a cuidados de saúde. (OIGMAN, 2014).

Além disso, o cenário atual exige uma atualização constante sobre os métodos de diagnóstico e os avanços no tratamento da hipertensão. As novas pesquisas científicas proporcionam um entendimento mais profundo sobre os mecanismos da doença e abrem possibilidades para estratégias mais individualizadas e personalizadas. No entanto, apesar do progresso, muitos pacientes ainda não recebem o manejo ideal, o que reflete a necessidade de melhorias contínuas na formação dos profissionais de saúde e na infraestrutura do sistema de saúde. (MAGALHÃES, AMORIM, REZENDE, 2018).

O objetivo deste artigo é revisar as estratégias mais atuais no manejo de pacientes com hipertensão arterial, identificar os principais desafios enfrentados pelos profissionais de saúde e discutir as possíveis soluções para melhorar o controle da doença e a qualidade de vida dos pacientes.

2 METODOLOGIA 

A pesquisa adotou uma metodologia que combina análise, descrição e exploração, fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente. O objetivo principal desta revisão é compilar, sintetizar e analisar os achados de estudos anteriores sobre miomas uterinos. Esse método integra informações já publicadas, oferecendo uma visão crítica e estruturada do conhecimento disponível. A abordagem metodológica combina diversas estratégias e tipos de pesquisa, possibilitando a avaliação da qualidade e coerência das evidências e a integração dos resultados (BOTELHO, DE ALMEIDA CUNHA, MACEDO, 2011).

Para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo. Diversos tipos de publicações foram considerados, incluindo artigos acadêmicos, estudos e periódicos relevantes. A pesquisa foi conduzida com os termos “Hipertensão Arterial Sistêmica”, “Estratégias Terapêuticas”, “Desafios no Manejo”, aplicando o operador booleano “AND” para refinar os resultados. As estratégias de busca adotadas foram: “Hipertensão Arterial Sistêmica” AND “Estratégias Terapêuticas” AND “Desafios no Manejo”.

Os critérios para inclusão dos artigos foram: publicações originais, revisões sistemáticas, revisões integrativas ou relatos de casos, desde que fossem acessíveis gratuitamente e publicadas entre 2017 e 2024. Não houve restrições quanto à localização geográfica ou ao idioma das publicações. Foram excluídos artigos não científicos, bem como textos incompletos, resumos, monografias, dissertações e teses.

A seleção dos estudos seguiu critérios rigorosos de inclusão e exclusão. Após a definição desses critérios, foram realizadas buscas detalhadas nas bases de dados utilizando os descritores e operadores booleanos estabelecidos. Os estudos selecionados formam a base para os resultados apresentados neste trabalho.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 

A revisão da literatura revelou que, nos últimos anos, o manejo da hipertensão arterial passou por diversas atualizações, especialmente com o avanço das diretrizes clínicas. Estudos mais recentes destacam a importância da detecção precoce e do acompanhamento regular, com foco na individualização do tratamento, levando em consideração fatores como comorbidades, idade e características específicas de cada paciente. A personalização da terapia tem se mostrado um ponto central no controle eficaz da hipertensão. (BARROSO et al, 2021).

A introdução de novos medicamentos tem sido um avanço importante. A classe dos inibidores da SGLT2, por exemplo, mostrou-se promissora não apenas no controle da pressão arterial, mas também na prevenção de complicações renais em pacientes hipertensos. Além disso, a combinação de medicamentos, especialmente os bloqueadores dos canais de cálcio com os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), tem demonstrado uma maior eficácia no controle da pressão em longo prazo. (MARQUES et al, 2020).

Os resultados também indicam que as estratégias não farmacológicas, como mudanças no estilo de vida, continuam sendo cruciais. A adesão a programas de exercícios físicos regulares, a adoção de uma dieta balanceada e a redução do consumo de álcool e sal têm um impacto significativo no controle da hipertensão. No entanto, muitos estudos apontam a dificuldade em manter os pacientes engajados nessas mudanças, o que diminui a eficácia desses métodos no longo prazo. (MALTA et al, 2017).

Outro ponto importante observado foi a relação entre a hipertensão e fatores psicossociais. A presença de estresse, depressão e ansiedade em pacientes hipertensos é comum e pode comprometer o controle da pressão arterial. Pesquisas indicam que o tratamento integrado, que envolve o acompanhamento psicológico e o suporte emocional, contribui positivamente para o controle da hipertensão, embora essa abordagem ainda não esteja amplamente incorporada nas práticas clínicas. (MENGUE et al, 2016).

A literatura também aponta a importância do monitoramento domiciliar da pressão arterial, uma estratégia que tem ganhado destaque. Estudos sugerem que o monitoramento regular em casa permite um controle mais preciso da pressão arterial e melhora a adesão ao tratamento, uma vez que os pacientes se tornam mais conscientes dos seus níveis e dos efeitos do tratamento. (RADOVANOVIC et al, 2014).

Outro achado relevante foi a identificação de barreiras ao acesso ao tratamento adequado, especialmente em países em desenvolvimento. A falta de infraestrutura, a escassez de profissionais capacitados e os custos elevados dos medicamentos são fatores que contribuem para a subnotificação e o controle inadequado da hipertensão. Estes problemas exigem uma abordagem mais holística e políticas públicas mais eficazes para superar as desigualdades no acesso à saúde. (MALTA et al, 2018).

A adesão ao tratamento continua sendo um desafio significativo. Muitos pacientes não seguem corretamente as orientações médicas, seja pela falta de compreensão sobre a importância do tratamento contínuo ou pela ocorrência de efeitos colaterais dos medicamentos. A literatura sugere que estratégias de educação em saúde e o acompanhamento mais próximo dos pacientes, incluindo o uso de tecnologias como aplicativos de monitoramento, são fundamentais para melhorar a adesão. (SILVA, OLIVEIRA, PIERIN, 2016).

Por fim, os resultados revelaram que, embora as atualizações no manejo da hipertensão sejam promissoras, a implementação prática dessas novas abordagens ainda enfrenta dificuldades. A capacitação contínua dos profissionais de saúde, a promoção da conscientização pública sobre a importância da prevenção e o acesso a tratamentos mais eficazes são fundamentais para reduzir o impacto da hipertensão na saúde pública global. As perspectivas futuras apontam para o avanço de terapias personalizadas e o uso crescente de tecnologias para monitoramento e intervenção em tempo real. (FERREIRA, BARRETO, GIATTI, 2014).

4 CONCLUSÃO

A revisão de literatura sobre o manejo de pacientes com hipertensão arterial evidencia os avanços significativos nas abordagens terapêuticas e nas estratégias de controle da doença. A introdução de novos medicamentos e o foco na personalização do tratamento têm se mostrado essenciais para um controle mais eficaz e individualizado. Além disso, as mudanças no estilo de vida, como a prática regular de exercícios e a adoção de uma alimentação saudável, continuam sendo componentes-chave na gestão da hipertensão, embora a adesão dos pacientes a essas intervenções seja um desafio constante.

Contudo, os desafios permanecem, especialmente no que diz respeito à adesão ao tratamento, ao acesso a cuidados adequados e à superação de barreiras socioeconômicas. Para que os avanços no manejo da hipertensão sejam amplamente eficazes, é necessário um esforço contínuo na educação em saúde, na capacitação dos profissionais e na implementação de políticas públicas que promovam a equidade no acesso ao tratamento. A combinação de avanços científicos, tecnologias emergentes e uma abordagem multidisciplinar pode, sem dúvida, melhorar significativamente o controle da hipertensão, mas a implementação desses elementos de forma prática e abrangente ainda exige esforços consideráveis.

REFERÊNCIAS

BARROSO, Weimar Kunz Sebba et al. Diretrizes brasileiras de hipertensão arterial–2020. Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 116, n. 3, p. 516-658, 2021.

BOTELHO, Louise Lira Roedel; DE ALMEIDA CUNHA, Cristiano Castro; MACEDO, Marcelo. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e sociedade, v. 5, n. 11, p. 121-136, 2011.

FERREIRA, Reginara Alves; BARRETO, Sandhi Maria; GIATTI, Luana. Hipertensão arterial referida e utilização de medicamentos de uso contínuo no Brasil: um estudo de base populacional. Cadernos de Saúde Pública, v. 30, p. 815-826, 2014.

FERREIRA, Paola Aparecida Alves; BODEVAN, Emerson Cotta; DE OLIVEIRA, Leida Calegário. Características sociodemográficas associadas à prevalência de hipertensão arterial sistêmica. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 17, n. 1, 2019.

MAGALHÃES, L. B. N. C.; AMORIM, Andrea Monteiro de; REZENDE, Edna Pereira. Conceito e aspectos epidemiológicos da hipertensão arterial. Rev Bras Hipertens, v. 25, n. 1, p. 6-12, 2018.

MALTA, Deborah Carvalho et al. Prevalência da hipertensão arterial segundo diferentes critérios diagnósticos, Pesquisa Nacional de Saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 21, p. e180021, 2018.

MALTA, Deborah Carvalho et al. Prevalência e fatores associados com hipertensão arterial autorreferida em adultos brasileiros. Revista de Saúde Pública, v. 51, p. 11s, 2017.

MARQUES, Aline Pinto et al. Fatores associados à hipertensão arterial: uma revisão sistemática. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, p. 2271-2282, 2020.

MENGUE, Sotero Serrate et al. Acesso e uso de medicamentos para hipertensão arterial no Brasil. Revista de saúde pública, v. 50, p. 8s, 2016.

OIGMAN, Wille. Sinais e sintomas em hipertensão arterial. JBM, v. 102, n. 5, p. 13-8, 2014.

RADOVANOVIC, Cremilde Aparecida Trindade et al. Hipertensão arterial e outros fatores de risco associados às doenças cardiovasculares em adultos. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 22, p. 547-553, 2014.

SILVA, Stael Silvana Bagno Eleutério da; OLIVEIRA, Sofia de Fátima da Silva Barbosa de; PIERIN, Angela Maria Geraldo. O controle da hipertensão arterial em mulheres e homens: uma análise comparativa. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 50, p. 50-58, 2016.