REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202411101658
Ingrid Germano Marques; Juliana Costa; Wellington De Assis Olivera; Orientador: Prof. Me. Luiz Fernando de Oliveira Moderno.
RESUMO
Segundo a OMS, em 2050 o número de idosos a partir dos 60 anos ultrapassará a quantidade do total de criança de zero a 14 anos de idade.
A hipertensão arterial (termo técnico) ou pressão alta (termo utilizado pelo público leigo) é uma doença crônica, que frequentemente acomete as pessoas idosas, caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando o valor da pressão máxima ultrapassa o parâmetro de 140/90 mmHg (ou 14 por 9).
O objetivo do profissional de Fisioterapia é auxiliar na prevenção das doenças e principalmente nos cuidados em casos de pacientes com HAS, promovendo qualidade de vida, independência e melhoria no convívio diário dos idosos.
Cuidados precisam ser providenciados ou melhor aplicados para que essa parcela da população siga por um caminho onde a morbidade e a mortalidade não aumente em decorrência da saúde dos idosos.
Palavras-chave: idoso, saúde, organismo, exercícios, hipertensão, HAS, PA, arterial, sistólica, diastólica, crônica, envelhecimento, fisioterapia, Doença crônica, Epidemiologia, Unidade Básica de Saúde, grupos.
SUMMARY
According to the WHO, in 2050 the number of elderly people aged 60 and over will exceed the number of total children aged zero to 14 years old.
Arterial hypertension (technical term) or high blood pressure (term used by the lay public) is a chronic disease that often affects elderly people, characterized by high levels of blood pressure in the arteries. It occurs when the maximum and minimum pressure values are equal to or exceed 140/90 mmHg (or 14 by 9)
The objective of the Physiotherapy professional is to assist in the prevention of diseases or mainly in the care of patients with SAH, promoting quality of life, independence and improving the daily life of the elderly.
Care needs to be provided or better applied so that this high population population follows a path where morbidity and mortality do not increase as a result of the health of the elderly.
Keywords: elderly, health, organism, exercises, hypertension, hypertension, BP, arterial, systolic, diastolic, chronic, aging, physiotherapy, chronic disease, epidemiology, Basic Health Unit, groups.
Quando os níveis de pressão arterial nos pacientes apresenta uma elevação persistente, com níveis sistólicos superiores a 140 mmHg (pressão máxima) e/ou diastólicos maior ou igual a 90 mmHg (pressão mínima), pode-se identificar a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), é uma condição crônica marcada por altos níveis de pressão sanguínea nas artérias, frequentemente associada a outras doenças crônicas e pode resultar em sequelas para a vida inteira ou até mesmo levar o paciente à morte.
– Acesso em fev.2024 – https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a- z/h/hipertensao.
Fatores como dependência de tabaco, álcool, consumo excessivo de sódio (sal), estresse, histórico familiar e vida sedentária podem desencadear problemas ligados à hipertensão arterial. Entre os elementos que podem ser levados em conta, o crescimento da idade a partir dos 50 anos deve ser levado em conta.
A HAS pode não ser curável, porém o uso de medicamentos – sob prescrição e supervisão médica – e a sua gestão podem manter a doença sob controle. Medidas como alteração nos hábitos alimentares, adoção de um estilo de vida saudável, diminuição do consumo de sal, eliminação de vícios como álcool e tabaco, controle da diabetes e a prática regular de exercícios físicos podem trazer benefícios significativos para idosos ou indivíduos que já manifestam sintomas da enfermidade.
Nestas circunstâncias, o coração se esforça mais para garantir a correta distribuição do sangue pelo corpo. Se isso não acontece, o idoso ou paciente com Hipertensão Arterial Sistêmica corre o risco de contrair doenças como AVC, agora conhecido como AVE (Acidente Vascular Encefálico), infarto agudo do miocárdio, aneurisma arterial, insuficiência renal e cardíaca.
Os parâmetros para medição da pressão arterial são:
PA ≤ 120/80 mmHg – Normotenso
PA entre 121-139/81-89 mmHg – Pré-hipertensão
PA ≥ 140/90 mmHg – Hipertensão arterial sistêmica
HAS: hipertensão arterial sistêmica
HAS CRÔNICA: condição clínica multifatorial, geralmente não associada a sintomas, caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos sistólicos ≥ 140 mmHg e/ou diastólicos ≥ 90 mmHg.
CRISE HIPERTENSIVA: condição médica multifatorial, normalmente sem sintomas, marcada por um aumento persistente dos níveis de pressão arterial, tanto sistólicos quanto diastólicos, acima de 140 mmHg e 90 mmHg, respectivamente.
1.2. Fisiopatologia da hipertensão arterial sistêmica
A hipertensão arterial pode ser primária ou secundária.
A Hipertensão Primária ocorre quando o paciente não identifica uma causa específica para a doença, enquanto a Hipertensão Secundária surge devido a outros problemas de saúde. Incluem-se entre os sintomas mais frequentes: dor de cabeça, dor no peito, vertigem, palpitações, zumbido no ouvido, fadiga, visão turva e hemorragia nasal. Contudo, em certas situações, a hipertensão pode ser silenciosa, tornando-se crucial medir e monitorar regularmente as medições da pressão arterial.
Com o envelhecimento, os pacientes sofrem com a diminuição das funções fisiológicas e das capacidades físicas, evidenciando-se a perda de força muscular, massa óssea, flexibilidade, velocidade, redução da massa muscular e aumento da gordura corporal. Isso pode levar ao surgimento de enfermidades respiratórias, cardiovasculares e neurológicas.
Qual é a expectativa que o idoso tem com o envelhecimento contínuo e progressivo? Tudo gira em torno do metabolismo que se torna mais lento com o tempo, resultando em alterações biopsicossociais específicas.
Estudo do envelhecimento:
Gerontologia -> refere-se ao estudo do processo de envelhecimento, abrangendo alterações físicas, psicológicas e sociais.
Geriatria -> é a especialidade médica voltada para o atendimento de indivíduos idosos.
A OMS define o envelhecimento saudável como o “processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar na idade avançada. Segundo o IBGE, a expectativa de vida dos brasileiros subiu para 79 anos para mulheres e 72 anos para os homens em 2023. Na tabela abaixo é possível visualizar a expectativa de vida até 2022.
O objetivo do profissional de Fisioterapia é contribuir para a prevenção de outras doenças, especialmente em pacientes já diagnosticados com Hipertensão Arterial Sistêmica, promovendo a qualidade de vida, autonomia e aprimoramento na convivência cotidiana dos idosos.
Para os idosos que já possuem o quadro de Hipertensão Arterial Sistêmica ou outra comorbidade, os cuidados se concentrarão em fornecer orientações para a alteração
de maus hábitos. Proporcionar maneiras de incentivar os idosos a se movimentarem e caminharem resultará no aumento de atividades que eles deixaram de fazer, frequentemente por receio da comorbidade já identificada.
O fisioterapeuta assistirá ao idoso e instruirá na realização de exercícios terapêuticos previamente elaborados para cada indivíduo, incluindo:
- caminhadas;
- treino de equilíbrio;
- treino de marcha;
- exercícios de fortalecimento muscular;
- exercícios respiratórios;
- mobilização passiva e ativa;
- alongamentos;
- exercícios em AVD (Atividades de Vida Diária).
O profissional também atuará em conjunto com equipe multidisciplinar, onde em muitos casos de idosos com HAS, poderão ser fornecidos orientações sobre os melhores alimentos a serem incluidos na dieta, assim como a diminuição de alimentos ricos em sal ou propriamente o sal.
A hipertensão arterial contribui para complicações tardias, como a formação de aneurismas cerebrais e da aorta e a hipertrofia ventricular. Esta última diminui a capacidade coronariana, eleva o consumo de oxigênio no coração e eleva o risco de ataque cardíaco e insuficiência cardíaca. A obesidade, causada pelo sedentarismo e uma alimentação imprópria, é um fator de risco para o surgimento de hipertensão arterial e outras enfermidades como diabetes, acidente vascular encefálico, entre outras.
No idoso, a medição da pressão arterial (PA) deve ser feita com cautela, exigindo várias avaliações, uma vez que a oscilação da PA se intensifica com a idade.São consideradas três medidas com valores anormais, em consultas diferentes, para que se possa avaliar o paciente como hipertenso. A PA deve ser avaliada em ambos os braços. Caso haja variação de uma medida para outra, deve-se considerar o maior valor encontrado, visto que o menor resulta de fenômenos ateroscleróticos que mascaram a PA real (Guimarães e Cunha, 2004).
As emoções, tais como felicidade, tristeza, medo, prazer e ira, quando manifestadas como um comportamento emocional, provocam várias reações, incluindo o aumento do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea.
1.3 Controle da hipertensão arterial
Numerosos idosos tomam medicamentos anti-hipertensivos, que têm contribuído para o surgimento ou agravamento de um quadro de demência vascular, tornando-se crucial o controle da pressão arterial para esses cuidados. (Fonte: MDHealth – Empresa de educação médica independente do Brasil e América Latina).
O manuseio da pressão arterial deve seguir as recomendações da VI Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, que estabeleceu duas metas de pressão arterial de acordo com a presença ou não de comorbidades, incluindo a SM: 140 × 90 mmHg na população geral e < 130 × 80 nos indivíduos de alto e muito alto risco.
Mesmo observando as peculiaridades do envelhecimento, o sedentarismo deve ser evitado, pois as decorrências causam diversas doenças cardiovasculares.
Um estudo multicentrico coletou dados procedentes de ambulatórios de Geriatria e Cardiologia Geriátrica de 13 estados brasileiros. Nesta amostra, o sedentarismo foi o fator de risco mais prevalente em idosos com doença cardiovascular estabelecida.
(Referência: https://www.researchgate.net/publication/26346830_Estudo_multicentrico_de_idosos_ate ndidos_em_ambulatorios_de_cardiologia_e_geriatria_de_instituicoes_brasileiras / DOI:10.1590/S0066-782X1997001100007)
Programas de atividade física orientada podem diminuir o risco coronário, uma vez que, para além da própria doença, exercem seus efeitos sobre os fatores de risco da doença em si: aumentam os níveis de HDL, diminuem os níveis de triglicerídeos, da pressão arterial, do peso corpóreo, melhoram a tolerância à glicose e corrigem a distribuição da gordura.
Para o idoso, o ganho de massa óssea e muscular, coordenação motora, equilíbrio e flexibilidade auxiliam na reintegração social, e melhoria do humor e convívio aumentando a qualidade de vida.
As atividades acompanhadas devem observar os pacientes com doenças osteoarticulares, estado nutricional e anemia, força muscular, presença ou não de doença cardiovascular manifesta, doenças neurológicas e vasculares periféricas.
Consultas médicas e exames físicos detalhados auxiliarão nas descrições dos tipos de exercícios a serem aplicados, sempre estimulando aos idosos os riscos e benefícios e esclarecimentos das vantagens de cada modalidade, adaptando também aos gostos e limitações individuais de cada paciente.
1.4 Aspectos epidemiológicos
O Brasil registrou o maior índice de mortalidade por hipertensão arterial nos últimos dez anos, com uma taxa de 18,7 mortes por cada 100 mil habitantes em 2021. Esta pesquisa leva em conta os dados finais do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) para 2021, disponibilizados pelo Ministério da Saúde, o que indica um crescimento de 72%.
Anualmente, 7,6 milhões de indivíduos morrem globalmente por causa da hipertensão. Aproximadamente 80% desses falecimentos acontecem em nações em desenvolvimento, como o Brasil, com mais da metade das vítimas entre 45 e 69 anos (Sociedade Brasileira de Cardiologia).
A hipertensão arterial está ligada ao surgimento de diversas enfermidades, com destaque para o acidente vascular encefálico (AVE), a doença coronariana, a insuficiência cardíaca congestiva e a insuficiência renal crônica. Logo, a conexão entre a pressão arterial e as doenças cardiovasculares é bastante consistente, para ambos os sexos e para todas as classes populacionais.
Na população brasileira, apenas em São Paulo, estimativas do DataSUS apontam quase 5 mil óbitos em indivíduos com idade superior a 60 anos em 2022 (Categoria CID-10: I10 Hipertensão essencial) Fonte: DataSUS.
As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2020) consideram novos valores de referência para a detecção da doença pela Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA), aquela feita pelo paciente em sua residência: agora, diagnostica-se Hipertensão Arterial quando a pressão está igual ou maior que 130 milímetros de mercúrio (mmHg) por 80 mmHg. Antes, considerávamos HAS quando as medidas ficavam iguais ou maiores que 135 mmHg x 85 mmHg pela MRPA. Para as medições em consultório, os valores de referência continuam sendo de 140 mmHg x 90 mmHg.
– A nova diretriz, seguindo o padrão europeu, voltou a utilizar o termo “pré- hipertensão”, para pressão sistólica entre 130 e 139 mmHg e/ou diastólica entre 85 e 89 mmHg, quando medida em consultório.
– A pressão ótima é a que registra números abaixo de 120 mmHg x 80 mmHg. A faixa entre 120 e 129 mmHg e 80 e 84 mmHg é considerada normal, mas não ótima, e deve ser acompanhada. (Fonte: Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020).
Com o passar dos anos, a pressão sistólica tende a aumentar devido à perda de elasticidade dos vasos sanguíneos, o que aumenta a velocidade do pulso. Enquanto isso, a pressão diastólica pode permanecer normal ou baixa devido à redução da complacência dos vasos.
A pressão arterial é o resultado do produto do débito cardíaco e da resistência vascular periférica. No idoso observa-se aumento nítido da resistência periférica com redução do débito cardíaco, consequência direta da aterosclerose (processo patológico multifatorial), que leva a um processo a que podemos chamar envelhecimento do vaso, essas alterações ocorrem como resposta fibroproliferativa da parede arterial causada por agressão à superfície endotelial.
Alguns sintomas semelhantes mascaram o quadro clínico por serem sintomas de outras doenças. Assim, alguns cuidados devem ser tomados, como posicionar o paciente em decúbito, para obter o máximo de relaxamento. Deve-se realizar no mínimo duas medições da pressão arterial, idealmente três, com um intervalo mínimo de 5 minutos entre cada uma delas, especialmente quando se percebe que o paciente está ansioso.
Exames como MAPA ou MRPA são realizados com o objetivo de diagnosticar a hipertensão mascarada. Exames complementares, podem ser solicitados pelo médico como: no sangue, hemograma completo, ureia, creatinina, ácido úrico, glicose, colesterol total, triglicerídeos, LDL-colesterol, HDL-colesterol; urina (EAS); e eletrocardiograma. A partir dos resultados iniciais poderão ser solicitados outros exames.
Para os pacientes idosos, é necessário também que haja o controle de sódio, já que essa substância levam a hiponatremia. Essas medidas, são eficazes em reduzir a PA e a morbimortalidade cardiovascular, sendo de fácil aplicação e baixo custo. Também é necessário que os pacientes possam ser acompanhados por uma equipe multidisciplinar, aumentando as taxas de adesão ao tratamento. Juntamente com a participação da família do paciente na adoção dessas medidas.
1.6 Tratamento medicamentoso
Apenas médicos poderão tratar os pacientes com medicamentos anti-hipertensivos para promover diminuição da pressão arterial, e contribuir para redução das taxas de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. O tratamento medicamentoso deve ser individualizado e deve contemplar os princípios gerais, ser eficaz pela via oral e bem- tolerado e com aumento gradativamente e/ou associar-se a outro hipotensor de classe farmacológica diferente, observando os efeitos colaterais dos medicamentos, a planificação e os objetivos.
Atualmente seis classes de fármacos anti-hipertensivos estão disponíveis: diuréticos, inibidores adrenérgicos (de ação central, alfa bloqueadores e betabloqueadores), inibidores da enzima conversora de angiotensina, antagonistas dos canais de cálcio, vasodilatadores diretos e antagonistas dos receptores de angiotensina.
Para os idosos com a HAS, a atividade física é muito importante e faz parte de uma prevenção e auxilio para o tratamento. A fisioterapia auxiliará os pacientes sobre a orientação e supervisão de atividades físicas para a alteração e adequação da qualidade de vida. Com a aplicação dos exercícios e atividades pode-se diminuir o risco de morte prematura pois auxiliará no controle da pressão arterial, diminui o risco de obesidade, reduz risco e auxilia na prevenção de osteoporose e também auxilia no tratamento de quem já é acometido pela doença, reduz o estresse, a ansiedade e a depressão, promovendo bem estar e socialização quando aplicado em grupo.
A prática da atividade física favorece para uma vida social mais ativa, controlando doenças, além de promover o bem-estar físico e mental do indivíduo praticante. Através da atividade física, ocorrem as reduções de problemas resultantes da hipertensão como também obter-se a redução dos fatores de risco cardiovasculares, contribuindo, assim, para uma menor morbimortalidade (LAMBERTUCCI; PITHONCURI, 2008).
2.1 Gerais
Espera-se com este trabalho discutir a importância do controle da Hipertensão Arterial Sistêmica na sociedade atual
2.2 Especificos
Espera-se também explorar e detalhar os principais recursos usados pela Fisioterapia para o controle da HAS, identificar as melhores abordagens terapêuticas para a problemática e explorar a atuação da Fisioterapia no controle da HAS.
3. Material e métodos
Este trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo qualitativa, de fim exploratório e descritivo, realizada por meio de análise descritiva dos dados coletados; onde foram usadas as bases de dados online Lilacs, SciELO, PEDro, PubMed para coleta dos materiais a serem estudados.
Assim, inicialmente foi realizada uma busca referente aos estudos da atuação da Fisioterapia em pacientes com HAS, tendo como objetivo identificar a história, os princípios e conceitos especificos através da revisão de literatura sobre o tema.
Para a busca inicial foram considerados resumos de artigos e títulos para seleção posterior dos trabalhos de maior relevância; baseando-se em palavras chave como idoso, saúde, exercícios, hipertensão, HAS, envelhecimento, fisioterapia.
Foram critérios de inclusão para seleção dos estudos: estudos publicados em português E espanhol; textos publicados entre 2014 e 2024 (com preferência para textos recentes), estudos que abordaram o tema de controle da HAS.
Verificou-se que mediante os arquivos selecionados, foram excluidos os que continham diversos tipos de comorbidades, analisando os arquivos com o tema central da HAS em idosos, assim como cuidados, exercícios e suporte para cuidados e prevenção da doença.
Dentro dos arquivos analisados, foi observado que a população atendida nos estudos eram composta por indivíduos entre 60 e 79 anos onde a maioria era composta pelo sexo feminino e indicando que homens e indivíduos negros tem maior predisposição para a doença.
Pacientes obesos, sedentários e com alto nível de estresse eram os mais acometidos com HAS, não sendo apenas esses os fatores que causam a doença. Foram realizados exercicios físicos aerobicos, análise de cuidados paliativos, fornecimento de aparelhos de monitoramento da pressão arterial, fisioterapia aquática, e acompanhamento em unidades de cuidados de atenção primária para a conscientização e acompanhamento para a correta regulação da pressão.
Observou-se que as mulheres são as mais empenhadas em controlar a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e buscam com mais frequência ajuda médica para isso. A maior parte delas pratica exercícios físicos visando não apenas um corpo ideal, mas sim uma melhor qualidade de vida e saúde. Em contrapartida, os homens tendem a procurar serviços de saúde ou cuidados somente quando já enfrentam problemas. Fatores culturais influenciam essa percepção nos homens, que muitas vezes se consideram invulneráveis e relutam em mostrar sinais de fragilidade, o que explica a negligência em relação aos cuidados e à prevenção da saúde. Isso evidencia a necessidade de uma divulgação mais eficaz das políticas e programas já existentes voltados para esses cuidados.
Embora os artigos mostrem formas de prevenção para o cuidado com a hipertensão arterial sistêmica (HAS), a melhor estratégia continua sendo a prevenção em si para um bom controle. Mesmo sendo uma condição com fatores genéticos, algumas pessoas desenvolvem a doença devido à interação com o ambiente, como estresse, obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool e sal, altos níveis de colesterol, sedentarismo e negligência nos cuidados básicos. Esses elementos podem ser gatilhos para o surgimento da patologia.
6. CONCLUSÃO
As pesquisas foram conduzidas com base nas palavras-chave do tema, e constatou- se que as condutas permanecem bastante semelhantes, assim como não surgiram novas diretrizes para os artigos, evidenciando a recorrência do tema em diferentes abordagens.
Os artigos mostraram a importância e a eficácia da atividade física na redução dos parâmetros pressóricos, incluindo os exercícios aeróbicos que são considerados os mais importantes e confirmam sua eficácia, aumentando a circulação sanguínea e reduzindo os níveis pressóricos. Também foram realizados exercícios resistidos e hidroterapia (sem impacto) e comprovada sua eficácia na redução da hipertensão. Embora a HAS seja uma doença crônica que envolve fatores genéticos e também o estilo de vida do idoso, ao adaptar e mudar esse estilo de vida, o idoso terá uma boa qualidade de vida, mantendo a HAS sob controle.
O fisioterapeuta utilizará exercícios aeróbicos como corrida, natação, ciclismo, caminhada e hidroginástica, que podem ajudar o idoso a prevenir e manter a o parâmetro ideal da pressão arterial, reduzindo as alterações morfofuncionais que ocorrem naturalmente com o envelhecimento.
O treino aeróbico permitirá aos adultos melhorar as funções cardíacas e pulmonares, ao mesmo tempo que lhes permitirá aumentar a sua capacidade de realizar atividades da vida diária, proporcionando assim aos adultos uma melhor qualidade de vida e independência funcional.
O fisioterapeuta deve estimular e acompanhar essas atividades e apoiar a evolução de cada uma de acordo com as necessidades e habilidades de cada paciente. Realizado em intensidade moderada com prática e execução três vezes por semana, com mínimo de 30 minutos por sessão.
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