A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NA POPULAÇÃO IDOSA¹

HE NURSE’S PERFORMANCE IN THE EDUCATION AND PREVENTION OF SEXUALLY TRANSMITTED INFECTIONS IN THE ELDERLY POPULATION

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8316401


Elaine Cristina da Fonseca Alves2
Fabiano Rufino Carneiro Calaça3
Mayara Kamille Roque do Nascimento4
Fabiano Batista da Silva5
Isabela Soares Barreto6
Shayanne Moura Fernandes de Araujo7


RESUMO

O presente trabalho objetivou mostrar  a atuação do enfermeiro na educação e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis na população idosa. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa de literatura, onde as pesquisas foram realizadas na Biblioteca Virtual em Saúde nas bases de dados: LILACS, MEDLINE e SCIELO. Para selecionar os artigos, os critérios de inclusão adotados foram: Língua portuguesa, base de dados nacionais do período de 2017 a 2022. E os critérios de exclusão: artigos duplicados na base de dados, em forma de resumos, carta ao editor e artigos que não estão relacionados à temática da pesquisa. Resultados e Discussão: o envelhecimento é um processo fisiológico natural e inevitável na população mundial. No Brasil, o indivíduo é considerado idoso a partir dos 60 anos. A sexualidade na população idosa é um fato, porém, na sociedade é tido como um tabu devido ao preconceito. O enfermeiro é de fundamental importância para a educação em saúde voltada para a sexualidade, tendo como base a promoção e prevenção de IST`s. A sexualidade na terceira idade é uma das questões menos debatidas na sociedade e o que mais preocupa os estudiosos, tendo em vista que, a população idosa está aumentando e muitos preconceitos ainda não foram anulados. Conclusão: diante do exposto, podemos afirmar que o tema é de total importância para os profissionais da saúde e para a sociedade. Estamos vivendo em uma população que está em um grande índice de envelhecimento, onde as políticas públicas de saúde ainda precisam ser ampliadas.

Descritores: Saúde do idoso. Infecções Sexualmente transmissíveis. Cuidados de enfermagem.

ABSTRACT

This study aimed to demonstrate the role of nurses in the education and prevention of sexually transmitted infections (STIs) in the elderly population. Methodology: This is an integrative literature review, in which a search was conducted in the Virtual Health Library (VHL) in the following databases: LILACS, MEDLINE, and SCIELO. The inclusion criteria adopted were: Portuguese language, national database from 2017 to 2022. The exclusion criteria were: duplicate articles in the database, in the form of abstracts, letters to the editor, and articles that were not related to the research topic. Results and Discussion: Aging is a natural and inevitable physiological process in the world population. In Brazil, an individual is considered elderly from the age of 60. Sexuality in the elderly population is a fact, however, in society it is considered a taboo due to prejudice. Nurses play a fundamental role in health education focused on sexuality, based on the promotion and prevention of STIs. Sexuality in the elderly is one of the least debated issues in society and what most worries scholars, given that the elderly population is increasing and many prejudices have not yet been overcome. Conclusion: In view of the above, we can say that the topics addressed are of total importance for health professionals and society. We are living in a population with a high rate of aging, where public health policies still need to be expanded.

Descriptors: Elderly health. Sexually transmitted infection. Nursing care.

1. INTRODUÇÃO

Segundo Araújo Et al. (2018) é importante relembrar que, no Brasil existe a Lei de nº. 7.498, de 25 de junho de 1986 onde diz que o enfermeiro tem papel fundamental na educação, prevenção e promoção em saúde. Levando em consideração a população idosa, sendo assim, cabe ao enfermeiro disseminar informações que possam contribuir para evitar o contágio de doenças e garantir a segurança do paciente e da comunidade.

Portanto, durante a anamnese e consulta de enfermagem, é preciso abordar o tema de infecções sexualmente transmissíveis (IST’S) e sexualidade tendo em vista que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem três princípios: a Universalidade, Integralidade e Equidade. Por isso, torna-se importante saber que a universalidade é o direito de todos terem acesso a saúde, independentemente de sexo, raça, e outras características pessoais como a idade (ANDRADE et al., 2017).

E Limaet al. (2020) completam explicando que a equidade tem como objetivo diminuir a desigualdade, investindo em grupos que mais necessitam de acesso a saúde, como a população idosa. E por fim, a integralidade garante ações de promoção, prevenção e educação em saúde, buscando uma melhor qualidade de vida.

De acordo Araújo et al. (2018) descreve que, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 a população idosa brasileira era de 11%, já no ano de 2018 os dados são de 13,45%, visto isso, entende-se que a população idosa no país está em constante crescimento. 

Segundo Souza et al. (2019) mencionam que o envelhecimento acelerado e expressivo no Brasil promoveu o agravamento das desigualdades sociais e econômicas, sendo tema de preocupação mundial, assim como a longevidade. Na década de  60 o Brasil ainda era considerado um país de jovens, mas infelizmente mudou, e agora trazendo grandes preocupações para a saúde pública.

Com isso, Andrade et al. (2017).no  Estatuto da Pessoa Idosa Diz que, o indivíduo é consideradoidosoa partir dos 60 anos. Em detrimento do aumento da expectativa de vida, torna-se necessário fazer mudanças nas políticas públicas de saúde voltadas para a população idosa, promovendo ações de educação em saúde, bem como, a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s).

“Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.” (Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003)”

Dentro das questões Souza et al. (2019) mencionamos tabu que ainda envolve assexualidade na população idosa. Infelizmente, a sociedade só aborda a atividade sexual entre a população jovem e esquece da terceira idade. Como consequência, a população da terceira idade pode ter receio em buscar informações com a família, amigos e/ou profissionais de saúde sobre o assunto e tudo que ela pode acarretar.

Diante disso, surge a questão norteadora: Qual a atuação do enfermeiro na educação e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis na população idosa?Comissoobjetivou-se mostrar  a atuação do enfermeiro na educação e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis na população idosa.

2. METODOLOGIA: 

O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura, onde este método concentra-se em uma ampla e rigorosa síntese de estudos que abordam o problema a ser investigado (DUARTE et al. 2017). 

Para a construção desta revisão literária, foram utilizadas as seguintes etapas: seleção das questões temáticas, coleta de dados através da base de dados eletrônica, com alguns critérios de inclusão e exclusão para selecionar a amostra; elaboração de um instrumento de coleta com informações de interesses a serem extraídas dos estudos análise crítica ou amostra, interpretação dos dados e apresentação dos resultados. 

As pesquisas foram realizadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nas bases de dados, Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS, Medical Literature Analysis And Retrieval System Online – MEDLINE e Scientific Electronic Library Online – SCIELO. 

Os Descritores em Ciência da Saúde (DeCs) os quais são: “Saúde do Idoso”, “Infecções Sexualmente Transmissíveis ” e Cuidados de Enfermagem”. Para refinamento do material, utilizou-se o operador booleano and combinados da seguinte forma: Saúde do idoso and Infecções sexualmente Transmissíveis, Saúde do idoso and Cuidados de Enfermagem, Saúde do idoso and Infecções sexualmente Transmissíveis and Cuidados de Enfermagem.

Para selecionar os artigos, os critérios de inclusão adotados foram: Língua portuguesa, base de dados nacionais do período de 2017 a 2022, língua português e inglesa. E os critérios de exclusão: artigos duplicados na base de dados, em forma de resumos, carta ao editor e artigos que não estão relacionados à temática da pesquisa.

Para análise crítica dos artigos realizou-se leitura completa com as respectivas sínteses. Os dados utilizados nesse estudo foram devidamente referenciados, respeitando e identificando seus autores e demais fontes de pesquisa, observando rigor ético quanto à propriedade intelectual dos textos científicos que foram pesquisados, no que diz respeito ao uso do conteúdo e da citação das partes das obras consultadas.

Os dados e discussões serão apresentados de forma textual para melhor entendimento do leitor.

FIGURA 1. Estratégia de busca e seleção dos artigos nas bases de dados, MEDLINE, LILACS e SCIELO Natal, 2022.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quanto aos resultados, selecionou-se 30 estudos potencialmente relevantes, dos quais 20 apresentaram-se voltados para o conhecimento sobre a atuação do enfermeiro na educação e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis na população idosa e 10 estudos que atendiam critérios de elegibilidade e compondo o presente estudo. A seguir apresentar-se-á um panorama geral das publicações.

Quadro 1. Distribuição dos dados analisados como título, autores, ano de publicação, objetivo, resultados principais e conclusão.

TÍTULOAUTORES; ANOOBJETIVORESULTADOS PRINCIPAISCONCLUSÃO
A vacina do papilomavírus humano e o câncer do colo do útero: uma reflexãoGUEDES et al.(2017)Promover reflexões sobre a vacina contra o papilomavírus humano relacionadas à baixa adesão.Tratou-se da vacina contra o HPV, tipos disponíveis no Brasil, idade preconizada para administração, calendário vacinal atual. A realidade da baixa adesão foi discutida a partir de reflexões relacionadas às questões de gênero e dos efeitos adversos pós-vacinais.Cabe pensar que a baixa adesão à vacina contra o HPV está relacionada ao direito de escolha da população e que estas escolhas são mediadas por múltiplos fatores.
Vulnerabilidade de idosos a infecções sexualmente transmissíveisANDRADE et al.(2017)Identificar a prevalência e fatores associados às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) em idosos.Prevalência de IST foi 3,4%, sendo 2,6%, 0,5% e 0,3% de sífilis, hepatite B e infecção pelo HIV, Associaram-se de forma independente a este desfecho sexo e historia de IST: mulheres tiveram 12 vezes mais chance que homens e, em idosos com história destas infecções, houve cinco vezes mais chance de IST, aqueles sem história.Os resultados apontam para vulnerabilidade individual e programática dos idosos as IST. Sugere-se estratégias que favoreçam as mulheres negociarem a pratica de sexo seguro e a educação permanente dos profissionais na temática.
Fatores associados à propagação de infecções sexualmente transmissíveis entre idosos no brasil: uma revisão da literaturaSALES et al.(2018)Definir os principais fatores que influenciam na transmissão de IST entre a população idosa no Brasil.Ao final foram selecionados 25 artigos. Os principais fatores associados à transmissão de IST entre idosos são: a desinformação por parte dessa população e dos profissionais de saúde, os aspectos culturais e a contínua prática sexual insegura.Os aspectos culturais, a desinformação e as práticas sexuais inseguras continuam contribuindo para o aumento na transmissão de IST no país, o que necessita, portanto, de desenvolver políticas públicas que englobam o idoso nas campanhas de prevenção.
Idosos com HIV/AIDS: compreendendo a base ideológica de suas vivênciasBARROS et al.(2018)Compreender a base ideológica presente nas vivências de idosos com diagnóstico de infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).Os relatos dos idosos direcionaram a formação discursiva Vida resignada, atitude imobilizada!, caracterizada por quatro situações existenciais: concepções controversas sobre a violência física na infância; um negócio chamado AIDS; falta de resposta e culpabilização relacionadas à infecção pelo HIV; amparo na fé.Apesar de a maioria das situações trazidas pelos idosos terem sido penosas, não houve tentativa de reação, apenas imobilização e resignação, direcionando a uma ideologia colonizadora..
Sexualidade da pessoa idosa na visão de enfermeiros: uma revisão integrativaARAÚJO et al.(2018)Sintetizar, por meio de uma revisão integrativa da literatura, a produção científica sobre a sexualidade da pessoa idosa na visão de enfermeiros.Os artigos trouxeram informações acerca dos impasses que contribuem para a escassez de discussões sobre a sexualidade em meio à terceira idade, dos quais a falta de capacitação dos profissionais para trabalhar a temática torna-se um aspecto bastante contribuinte para essa situação.Há um déficit na produção de trabalhos acerca desse assunto, tornando o idoso invisível cientificamente.
Perfil sociodemográfico de idosos com vírus da imunodeficiência humana em um estado do nordeste brasileiroSOUZA et al.(2019)Descrever o perfil sociodemográfico dos idosos com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) no estado de Alagoas, Brasil.Foram registrados 41 casos de HIV, com progressão contínua de aumento de casos, predominância do sexo masculino, autoafirmação de cor parda, baixa escolaridade e orientação sexual relatada heterossexual.Constatou-se que é necessário desmitificar que apenas profissionais do sexo, usuários de drogas e homens homossexuais são vulneráveis ao vírus e que os idosos não são suscetíveis ao HIV. Neste cenário é imprescindível que nessa população seja abordada a temática de forma aberta.
Educação em saúde como estratégia para promoção da saúde dos idosos: Uma revisão integrativaSEABRA et al.(2019)Identificar as principais temáticas e estratégias de educação em saúde para promoção da saúde de idosos.Dezesseis artigos nacionais, a maioria realizados no sudeste e sul do Brasil, cujas temáticas de alimentação saudável e práticas de exercício físico se manifestaram com maior frequência nas práticas de educação em saúde com idosos.As ações de educação em saúde estiveram voltadas para alimentação saudável e atividade física, realizadas por meio de oficinas grupais, seminários e/ou palestras, desenvolvidas, em sua maioria, por enfermeiros e agentes comunitários de saúde componentes das equipes de saúde da família.
Sexualidade na terceira idade e educação em saúde: um relato de experiênciaLIMA et al.(2020)Discorrer sobre uma ação de educação em saúde voltada para os idosos, realizada no âmbito da Atenção Primária em Saúde, desenvolvida por estudantes de medicina.O homem e a mulher podem continuar a ter relações sexuais durante a terceira idade e devem ser esclarecidos quanto às alterações que ocorrem em ambos para que não haja prejuízos no prazer sexual e nas relações afetivas, adaptando-se às mudanças ocorridas nesta fase.Tema tem sido negligenciado atualmente, devido ao reflexo do despreparo dos profissionais de saúde e temor em abordar esse assunto nas consultas.
O conhecimento dos idosos acerca das infecções sexualmente transmissíveisLIMA et al.(2021)Identificar o conhecimento dos idosos acerca das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) e a adoção de medidas preventivas pelos mesmos.O público possui um baixo nível de conhecimento sobre as infecções sexualmente transmissíveis, entendem que a doença é algo relacionado a população homossexual.Assim, é importante que o profissional de enfermagem possa implementar ações específicas e contínuas voltadas à saúde sexual do idoso.
Efeitos da sexualidade na fragilidade e qualidade de vida da pessoa idosa: estudo seccionalJÚNIOR et al.(2022)Analisar os efeitos da sexualidade na fragilidade e qualidade de vida da pessoa idosa.Dentre as dimensões que avaliam a sexualidade, o ato sexual exerceu efeito fraco e positivo sobre a qualidade de vida enquanto as relações afetivas tiveram efeito forte e positivo. A fragilidade só foi significantemente relacionada a um efeito negativo, de fraco a moderado, com o ato sexual.constatou se que duas dimensões da sexualidade, Ato sexual e Relações afetivas, exerceram efeitos sobre a qualidade de vida e fragilidade das pessoas idosas investigadas.

As Infecções Sexualmente Transmissíveis são causadas por microrganismos, como vírus, fungos, protozoários e bactérias. Essas infecções podem ser disseminadas de três maneiras, com o contato sexual (vaginal, anal e oral), o contato não sexual (pele não íntegra em contato com secreções contaminadas) (SALES et al., 2021).

De acordo com Júnior et al. (2021), é essencial saber que, a prevenção de IST`s é feito através de vacinas (como hepatite e HPV), PrEP (pré exposição) e PEP (pós exposição) (no caso de HIV) e preservativo, distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Assim, Sales et al. (2021) afirmam que, a AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida) é doença causada pelo HIV, onde a sua transmissão é feita através de contato com fluídos contaminados, bem como sexo sem preservativo, compartilhamento de objetos perfuro cortantes contaminados, durante o parto e amamentação com mãe soropositivo.

Segundo Lira et al (2021) é afirmativo dizer que, em meados dos anos de 2009 a 2017, foram notificados no Brasil 16.224 casos de IST em idosos. Mas 2016 foi o ano com maior incidência totalizando 2.199 casos notificados. Algumas cidades como Alagoas e Maceió ganharam destaque no número elevado de notificações.

A sexualidade na terceira idade é uma das questões menos debatidas na sociedade e o que mais preocupa os estudiosos, tendo em vista que, a população idosa está aumentando e muitos preconceitos ainda não foram anulados. Hoje em dia, esse tema é um desafio mencionado pelos profissionais da saúde e que  precisa ser trabalhado para que o indivíduo ao entrar na sua terceira idade chegue ciente que a sua sexualidade não parou na idade jovem ( ARAÚJO et al. 2018).

Em suas pesquisas, Souza et al. (2019) chamam a atenção para  os medicamentos que inibem a impotência sexual e aumentam a reposição hormonal fazem com que os idosos passem a ser mais ativos sexualmente, sendo assim, um fator preocupante. Esse aumento da atividade sexual sem que sejam bem orientados, só permite a vulnerabilidade às infecções sexualmente transmissíveis (IST), dentre elas o vírus da imunodeficiência humana (HIV).

Por isso, é de suma importância que os profissionais de saúde sejam capacitados para falar abertamente sobre as mudanças fisiológicas que o envelhecimento pode causar. Sobretudo, o enfermeiro é de fundamental importância para a educação em saúde voltada para a sexualidade, tendo como base a promoção e prevenção de IST`s (LIMA et. al., 2021).

Assim, Andrade et al. (2017) explicam que, o profissional da enfermagem ao abordar o assunto com o paciente, precisa deixar claro que a sexualidade não é resumida ao ato sexual, com objetivo único de procriação. Refere-se ao toque, à comunicação e ao amor existente entre dois seres como uma forma de conhecimento do seu corpo e do corpo do outro. 

Com isso, entende-se que a sexualidade não é algo apenas para as pessoas jovens, e pode está presente em todas as fases da vida, incluindo na terceira idade trazendo influências na forma de cada um se manifestar, comunicar, sentir e expressar, é uma necessidade básica peculiar a cada pessoa e que traz grandes benefícios para saúde (LIMA et. al., 2021).

Para Barros et al. (2018) é essencial para o enfermeiro estudar e compreender o processo de envelhecimento em todas as suas etapas, assim ele pode buscar um cuidado que valorize dimensões que podem ir além da técnica, privilegiando, também, o espiritual, o ético e o estético.

Desta forma, Seabra et al. (2019) conceitua a educação em saúde como um processo educativo de construção de saberes, que visa à apropriação da temática pela sociedade. Engloba um conjunto de práticas que contribuem para aumentar autonomia individual e coletiva dos indivíduos e para ser debatido com os profissionais e os gestores, de modo a alcançar uma atenção à saúde de acordo com as necessidades das pessoas e das comunidades, melhorando a qualidade de vida e saúde da população.

No entanto, Lima et al (2020) falam da necessidade da  educação em saúde  nesse processo, para que o enfermeiro da UBS se qualifique, tendo em vista que é nessas unidades que os idosos buscam mais atendimento por ser porta aberta. Buscar qualificação para conseguir promover ao paciente um envelhecimento ativo e consequentemente facilitar as capacidades dos idosos, melhorando assim a qualidade de vida. 

Por fim, Guedes et al. (2017) mencionam que,ter um olhar humanizado, holístico com os idoso no momento do atendimento, gera laços de confiança. Um profissional preparado para o atendimento consegue facilmente quebrar a timidez do idoso, e com isso, a conversação flui de forma mais segura e sem tabus.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, podemos afirmar que o tema é de total importância para os profissionais da saúde e para a sociedade. Estamos vivendo em uma população que está em um grande índice de envelhecimento, onde as políticas públicas de saúde ainda precisam ser ampliadas.

É notório que chegar na terceira idade, sem assistência de qualidade e principalmente sem orientações no que se refere a sexualidade, só traz prejuízos aos idosos. Nós profissionais da saúde, especificamente enfermeiros, somos os que estamos mais próximos dos usuários das unidades, por este motivo precisamos ter conhecimentos e montar diversas estratégias para que essa população idosa seja bem orientada.

Mesmo sendo uma temática de grande importância, poucos são os artigos encontrados que abordam a sexualidade e consequentemente as IST’S na terceira idade, por isso, deixamos a lacuna aberta para que novos profissionais interessados busquem e publiquem sobre o tema, que é de grande relevância para a população.

5. REFERÊNCIAS

ANDRADE, J. et al. Vulnerabilidade de idosos a infecções sexualmente transmissíveis. Acta Paulista de Enfermagem, v. 30, p. 8-15, 2017.

ARAÚJO, H. S. P.et al. Sexualidade da pessoa idosa na visão de enfermeiros: uma revisão interativa. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE. 2018.

BARROS, T. S. B. et al. Idosos com HIV/AIDS: compreendendo a base ideológica de suas vivências. Revenferm UERJ, Rio de Janeiro, 2018. 

DUARTE et al.Efetividade dos mindfulness na pessoa com perturbação de ansiedade. Revista Investigação em enfermagem. NOV. 2017.

GUEDES, M. C. R. et al. A vacina do Papilomavírus Humano e o câncer do colo do útero: uma reflexão. Rev. enferm. UFPE online, p. 224-231, 2017.

JÚNIOR, E. V. S. et al. Efeitos da sexualidade na qualidade da vida da pessoa idosa: estudo seccional. Revista Brasileira de Enfermagem , v. 75, 2021.

LIMA, I. C. C. et al. Sexualidade na terceira idade e educação em saúde: um relato de experiência. Revista de Saúde Pública do Paraná, v. 3, n. 1, 2020.

LIMA, J. S. et al. O conhecimento dos idosos acerca das infecções sexualmente transmissíveis. Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT-ALAGOAS, v. 6, n. 3, p. 31-31, 2021.

SALES, L. B.et al. Fatores associados à propagação de infecções sexualmente transmissíveis entre idosos no brasil: uma revisão da literatura. Revista Eletrônica da Faculdade de Ceres, v. 10, n. 1, p. 26-45, 2021.

SEABRA, C. A. M.et al. Educação em saúde como estratégia para promoção da saúde dos idosos: Uma revisão integrativa. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia , v. 22, 2019.

SOUZA, I. B. et al. Perfil sociodemográfico de idosos com vírus da imunodeficiência humana em um estado do nordeste brasileiro. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia , v. 22, 2019.


2Graduando em Enfermagem pela Universidade Potiguar – fabianocalaca98@gmail.com
3Graduanda em Enfermagem pela Universidade Potiguar – lalialves670@gmail.com
4Graduanda em Enfermagem pela Universidade Potiguar – mayararoque30@gmail.com
5Orientador e professor da Universidade Potiguar – Esp. e mestrando fabiano.batista@animaeducacao.com.br
6Co-Orientadora e professor da Universidade Potiguar – Esp.isabela.barreto@animaeducacao.com.br
7Co-Orientadora e professor do Centro Universitário Maurício de Nassau – Profa. Msc. shayanne.Moura.075@ufrn.edu.br