THE ROLE OF THE NURSE THROUGH ASSISTANCE TO THE AUTISTIC CHILD IN PRIMARY HEALTH CARE
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8010083
Ana Beatriz Ferreira De Lira;
Alessandra Gabriele Dos Santos.
RESUMO
Objetivo: Realizar uma revisão integrativa acerca da atuação do enfermeiro mediante assistência à criança autista na Atenção Primária à Saúde (APS). Métodos: Foram utilizados estudos originais, publicados entre 2018 e 2023 em português e inglês, coletados no ScienceDirect, Medline/Pubmed e Google Acadêmico. Foram utilizados os descritores “Enfermeiro”, “Transtorno do Espectro Autista”, “Transtorno do Espectro do Autismo”, “Criança”, “Atenção Primária à Saúde”, “Atendimento Primário” e “Atenção Básica à Saúde”. Resultados e discussão: Dos sete artigos incluídos nesse estudo, constatou-se que o enfermeiro desempenha fundamental importância na assistência à criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na APS, apesar disso, muitos profissionais ainda consideram sua assistência deficiente, visto que reconhecem a necessidade de aprofundarem seus estudos e capacitações na área. Este profissional é capaz de auxiliar na detecção precoce, percebendo sinais de desenvolvimento inadequado do paciente e, além disso, também é capaz de auxiliar efetivamente no tratamento por meio de tratamentos alternativos, contribuindo com a equipe multiprofissional e orientando pais e cuidadores nos manejos adequados com a criança autista. Considerações finais: O enfermeiro é uma figura importante na assistência à criança autista na APS, entretanto, sua participação no manejo da criança com TEA ainda é deficiente, pois muitos profissionais reconhecem que não possuem o devido conhecimento sobre o tema ou sentem-se inseguros.
Palavras-chave: Enfermeiro, Transtorno do Espectro Autista, Criança, Atenção Primária à Saúde.
RESUMO
Introdução: O enfermeiro destaca-se como um dos profissionais responsáveis pelo acolhimento de pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Atenção Primária à Saúde (APS), Objetivo: Realizar uma revisão integrativa acerca da atuação do enfermeiro mediante assistência à criança autista na APS. Métodos: foram utilizados estudos originais, publicados entre 2018 e 2023 em português e inglês, coletados no ScienceDirect, Medline/Pubmed e Google Acadêmico. Foram utilizados os descritores “Enfermeiro”, “Transtorno do Espectro Autista”, “Transtorno do Espectro do Autismo”, “Criança”, “Atenção Primária à Saúde”, “Atendimento Primário” e “Atenção Básica à Saúde”. Desenvolvimento: Dos 7 artigos incluídos nesse estudo, encontrou-se que o enfermeiro na assistência à criança autista na APS é de fundamental importância, visto que é capaz de auxiliar na detecção precoce do transtorno do espectro autista, percebendo sinais de desenvolvimento inadequado do paciente e, além disso, também é capaz de auxiliar efetivamente no tratamento por meio de métodos alternativos, contribuindo com a equipe multiprofissional e orientando pais e cuidadores dos manejos adequados com a criança autista. Conclusão: O enfermeiro é uma figura importante na assistência à criança autista na APS, entretanto, sua participação no manejo da criança com TEA ainda é deficiente, pois muitos profissionais reconhecem que não possuem o devido conhecimento sobre o tema ou sentem-se inseguros.
Palavras-chave: Enfermeiro. Transtorno do Espectro Autista. Criança. Atenção Primária à Saúde.
INTRODUÇÃO
O Transtorno de Espectro Autista (TEA) possui diversos tipos de manifestações comportamentais, compreendendo diferentes graus de gravidade (RODRIGUES et al., 2021). No geral, se manifesta de forma precoce, por volta do terceiro ano de vida do indivíduo, demonstrando atraso no desenvolvimento e reações apenas a sons (FERREIRA; THEIS, 2021).
Posteriormente, pode apresentar comportamentos repetitivos, dificuldades em lidar com mudanças, agitação, irritabilidade, falta de atenção e irritabilidade (VILAR et al., 2019). O diagnóstico é essencialmente clínico e realizado por indicadores de análise do comportamento, descrições do histórico do desenvolvimento do paciente, e aplicação de instrumentos avaliativos baseados em manuais de diagnósticos (FERNANDES et al., 2020).
O TEA tem sido relacionado com diversas condições médicas e de saúde mental que contribuem para a procura frequente dos serviços de saúde (WEISS et al., 2018). Neste sentido, é vital que os sistemas de saúde e profissionais estejam preparados para receber adequadamente os indivíduos que possuem TEA (MORRIS et al., 2019).
Dessa forma, o enfermeiro destaca-se como um dos profissionais responsáveis pelo acolhimento de pacientes com TEA na Atenção Primária à Saúde (APS), estando presente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Estratégias Saúde da Família (ESF) e atendimentos mais especializados (FERREIRA; THEIS, 2021). Este profissional, é um dos primeiros a ter contato com crianças autistas nas consultas e acompanhamentos de puericultura. Neste sentido, deve estar atento para reconhecer os sinais e sintomas do TEA, entendendo as intervenções e terapêuticas mais adequadas a necessidade de cada paciente (RODRIGUES et al., 2017).
O profissional de enfermagem, ao atender um paciente com TEA, deve ser capaz de auxiliar na compreensão do diagnóstico para os pais e cuidadores e ensinar estratégias que estimulem o desenvolvimento cognitivo e motor do paciente (FEIFER et al., 2020). Apesar disso, autores destacam que um dos principais problemas na atuação do enfermeiro assistindo crianças autistas é o despreparo técnico ou emocional, que culmina em dúvidas no atendimento do paciente e manejo inadequado (RODRIGUES et al., 2021). Neste sentido, este trabalho objetivou realizar uma revisão integrativa acerca da atuação do enfermeiro mediante assistência à criança autista na atenção primária à saúde.
MÉTODOS
Trata-se de uma revisão integrativa construída entre outubro de 2022 a maio de 2023, na qual foram realizadas buscas nas seguintes bases de dados: ScienceDirect, Medline/Pubmed e Google Acadêmico. A seleção dos descritores utilizados foi efetuada mediante consulta ao MeSH (Medical Subject Headings) / DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), utilizando-se os seguintes descritores em língua portuguesa e inglesa: “Enfermeiro”, “Transtorno do Espectro Autista”, “Transtorno do Espectro do Autismo”, “Criança”, “Atenção Primária à Saúde”, “Atendimento Primário” e “Atenção Básica à Saúde” (“Nurse”, “Autism Spectrum Disorder”, “Child”, “Primary Health Care” e “Primary Care”). Também foram empregados os operadores booleanos “AND” e “OR” para as combinações dos termos citados.
Foram incluídos neste trabalho artigos originais e disponíveis na íntegra, que contemplassem os objetivos e respondessem a seguinte pergunta de pesquisa: “Como é realizada a assistência do enfermeiro para crianças autistas no âmbito da atenção primária?”, publicados entre 2018 e 2023, nos idiomas português e inglês. Como forma de estabelecer pressupostos que fundamentassem a revisão, foram excluídos artigos repetidos, comentários, revisões de literatura, reflexões teóricas, resenhas, resumos, monografias, dissertações e teses, trabalhos conduzidos com estudantes de enfermagem, trabalhos com indivíduos adultos ou idosos que possuem TEA, além de pesquisas que não obtiveram relação com o tema proposto.
Primeiramente ocorreu a identificação de 152 artigos e excluídos 17 estudos duplicados. A leitura dos títulos ocorreu em 135 artigos, excluindo 23 artigos de revisão e 48 artigos sem relação com o tema deste trabalho. Posteriormente, ocorreu a leitura do resumo de 64 artigos, excluindo assim 42 estudos sem relação com o tema. Por fim, foi realizada a leitura na íntegra de 22 artigos, excluindo mais 15 que não comtemplavam a questão do estudo, culminando em 7 artigos nesta revisão. A organização dos resultados encontrados está delimitada no quadro 1.
DESENVOLVIMENTO
Após análise dos artigos encontrados, realizou-se a organização das informações no Quadro 1.
Quadro 1 – Sistematização dos resultados encontrados na literatura científica.
Titulo | Objetivos | Resultados | Conclusões | Referências |
Transtorno do espectro autista: detecção precoce pelo enfermeiro na estratégia de saúde da família. | Identificar a atuação do enfermeiro da Estratégia Saúde da Família na detecção precoce do Transtorno do Espectro Autista em criança. | Foram áreas temáticas n a atuação do enfermeiro na ESF: percepção, estratégias e intervenções do enfermeiro sobre sinais e sintomas; dificuldades relatadas à detecção precoce; construção do conhecimento sobre a temática; e sentimentos dos profissionais ao acompanharem crianças com Transtorno do Espectro Autista. | Este estudo possibilitou a identificação da percepção, estratégias e intervenções do enfermeiro junto à criança com sinais e sintomas de TEA. Enfermeiros da Estratégia Saúde da Família apresentaram deficiências na detecção precoce do Transtorno do Espectro Autista em crianças. | NASCIMENTO et al., 2018 |
Indicadores para triagem do transtorno do espectro autista e sua aplicabilidade na consulta de puericultura: conhecimento das enfermeiras | Descrever o conhecimento da enfermeira da Estratégia da Saúde da Família (ESF) sobre indicadores para a triagem do TEA e sua experiência na aplicabilidade na consulta de puericultura. | Os resultados desse estudo encontraram um déficit em relação a conceituação do o Transtorno de Espectro Autista e descrição a importância da Triagem Precoce; e unanimidade pelas participantes em considerar relevante a triagem precoce dos sinais de TEA, Contudo, as participantes elencam que não é realizada uma triagem com uso de um instrumento específico aos sinais de TEA. | As enfermeiras desconhecem os instrumentos de triagem para TEA. Quando oportunizado nesse estudo a sua aplicabilidade, as participantes descreveram como de fácil utilização e relataram também a sua relevância. | PITZ; GALLINA; SCHULTZ, 2021 |
Contexto dos enfermeiros frente à assistência às crianças diagnosticadas com transtornos do espectro autista | Conhecer a percepção dos enfermeiros frente a assistência das crianças diagnosticadas com Transtornos do Espectro Autista (TEA). | Os entrevistados relataram que compreendem o que é autismo, no entanto demostraram dificuldades em orientar os pais, mostrando que existe falta conhecimento sobre o tema, despontando a necessidade de capacitação. | Existe pouca informação quanto à assistência de enfermagem aos portadores de autismo e sua família, a enfermagem possui um papel importante nas intervenções, porém é necessário avaliar o diagnóstico precoce de maneira a diminuir o sofrimento da pessoa com autismo e seus familiares | EDUARDO et al., 2021 |
Self-rated familiarity with autism spectrum disorders among practicing nurses: a cross-sectional study in the palestinian nursing practice | Analisar a autoavaliaçã o de enfermeiros atuantes na Palestina no atendimento a crianças com TEA. | As enfermeiras também expressaram baixa confiança em sua capacidade de fornecer serviços de aconselhamento para cuidadores/famílias de crianças com TEA. Cerca de 75% dos enfermeiros concordaram que poderiam se beneficiar de um programa de educação/treinamento contínuo na área de TEA e cerca de 82% dos enfermeiros concordaram que o currículo da escola de enfermagem deveria incluir cursos na área de TEA. | Este estudo destacou familiaridade inadequada com questões de TEA entre praticantes enfermeiros. Os enfermeiros expressaram pouca confiança em sua capacidade de aconselhar os pais de crianças com TEA sobre como classificar as informações e mostraram pouca familiaridade com os recursos da comunidade dedicados aos TEA em suas regiões. | SHAWAHNA, 2021 |
The knowledge of the nursing team about autistic disorders in children in the light of the human caring theory | Analisar, com base nos princípios abordados na Teoria do Cuidado Humano, o conhecimento da equipe de enfermagem acerca dos TEA e a abordagem do tema durante a formação profissional. | Os profissionais de enfermagem não estão preparados para atuar na assistência da criança com TEA. | Observa-se que os profissionais entendem a necessidade de um suporte educacional acerca dos TEA durante a sua formação profissional e que este não ocorre como deveria. o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca dos TEA é escasso, demonstrando um despreparo e insegurança ao cuidar dessas crianças. | SOELTL; FERNANDES; CAMILLO, 2021 |
Nursing care for pediatric patients with autism spectrum disorders: A cross‐sectional survey of perceptions and strategies | Descrever as perspectivas da equipe de enfermagem sobre o cuidado de crianças com transtornos do espectro do autismo (TEA) no hospital, as estratégias que utilizam para apoiar o cuidado e as relações entre esses fatores. | Os entrevistados demonstraram 90% de conhecimento preciso das características do TEA. A eficácia autorreferida em cuidar de crianças com TEA não se correlacionou com o conhecimento e se correlacionou significativamente com um número maior de estratégias. Apenas 35% dos participantes relataram ter estratégias adequadas para cuidar de crianças com TEA no hospital. | Ter mais estratégias foi o fator associado a uma maior autoeficácia, pelo que a formação do pessoal de enfermagem deve centrar-se no aumento do número de estratégias a utilizar com crianças com TEA no hospital e proporcionar mecanismos para colaborar com outros profissionais na individualização das estratégias para ir ao encontro das necessidades que cada criança precisa. | MAHONEY et al., 2021 |
Paediatric nurses’ knowledge and experience of autism spectrum disorders: An Italian survey | Investigar o conhecimento de enfermeiras pediátricas sobre TEA e sua experiência com crianças com TEA. | Os achados mostraram que os enfermeiros possuem conhecimento básico sobre TEA, exceto para comorbidade e surgimento do TEA, em que obtiveram escores mais baixos. Enfermeiras mais velhas e com mais experiência em enfermaria pediátrica ou com crianças com TEA apresentaram pontuações mais altas. | Esse estudo oferece indicações importantes sobre as áreas mais fracas de conhecimento sobre TEA entre enfermeiras pediátricas, um campo ainda pouco explorado. Por fim, fornece informações úteis sobre as experiências das enfermeiras com crianças com TEA e pode sugerir o desenvolvimento de programas de apoio e treinamento para melhorar seu conhecimento, experiência e bem-estar. | CORSANO; CINOTTI; GUIDOTTI, 2020 |
Fonte: Lira ABF, et al., (2023) (autores).
A enfermagem possui um importante papel no cuidado e assistência ao indivíduo com TEA, objetivando, dessa forma, uma melhora do paciente, seja criança, adulto ou idoso (MAGALHÃES et al., 2020). Uma das principais ideias para a assistência de crianças autistas na APS é que o enfermeiro seja capacitado para prestar cuidados aos pacientes e seus familiares ou cuidadores, de modo que este profissional tenha um conhecimento aprofundado sobre o tema e consiga traçar estratégias para otimizar o cuidado (EBERT et al., 2015).
Neste sentido, visando entender o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre o tema, Corsano et al. (2020) objetivaram em seu trabalho investigar o conhecimento de enfermeiras pediátricas sobre TEA e sua experiência com estas crianças. Tais autores encontraram que as enfermeiras desse estudo possuem conhecimentos básicos sobre o TEA e que profissionais com mais experiência em enfermaria pediátrica ou com crianças autistas possuem maior domínio e capacidade de atuar com esses pacientes. Ainda em relação ao conhecimento e capacidade de assistir as crianças com TEA, Nascimento et al., (2018) encontraram em seu estudo que enfermeiros de uma unidade de estratégia saúde da família apresentaram deficiências na detecção precoce do TEA em crianças. Autores destacam que a dificuldade em identificar e diagnosticar o TEA pode ser prejudicial ao paciente, atrasando seu desenvolvimento intelectual e dificultando suas relações sociais (RODRIGUES et al., 2021).
Levando em consideração a importância do diagnóstico precoce do TEA, principalmente na APS, que é o primeiro contato que o paciente tem com o serviço de saúde, Pitz et al., (2021) encontraram em seu estudo que os enfermeiros possuíam um déficit em relação a conceituação do TEA e na descrição da importância da triagem precoce, não utilizando um instrumento específico para sua triagem e diagnóstico. Ainda assim, tais enfermeiros conseguiam realizar o acolhimento das necessidades do paciente. Em relação a autoavaliação dos serviços profissionais Shawahna, (2021) encontraram em seu estudo que as enfermeiras avaliadas expressaram baixa confiança em sua capacidade de fornecer serviços de aconselhamento para cuidadores/famílias de crianças com TEA. Ainda neste estudo, mesmo desempenhando as funções básicas da enfermagem, cerca de 75% dos enfermeiros concordaram que poderiam se beneficiar de um programa de educação/treinamento contínuo na área de TEA, o que proporcionaria mais segurança em seu trabalho e cuidado com o paciente. Destacando a necessidade do diagnóstico precoce, a enfermagem é responsável na APS por perceber sinais de desenvolvimento inadequado do paciente, podendo, dessa forma, fazer as primeiras identificações do TEA (FALCÃO et al., 2022).
Soeltl et al., (2021) afirmam em seu trabalho que os profissionais de enfermagem não estão preparados para atuar na assistência da criança com TEA. Concordando com o estudo de Shawahna (2021), Soeltl et al., (2021) consideram que os profissionais entendem a necessidade de um suporte educacional acerca do TEA durante a formação profissional, pois demonstram despreparo e insegurança ao cuidar das crianças autistas, o que seria amenizado com ações de capacitação da equipe. Eduardo et al., (2021) documentaram que os enfermeiros compreendem o que é autismo, no entanto demostraram dificuldades em orientar os pais e cuidadores, realizando orientações básicas de cuidado e, além disso, estes profissionais são capazes de auxiliar no diagnóstico e plano de cuidado dos pacientes autistas, mas reconheciam a necessidade de capacitação profissional.
Mahoney et al., (2021) apresentaram em seu trabalho que os enfermeiros demonstraram 90% de conhecimento preciso das características do TEA mas apenas 35% dos participantes relataram ter estratégias adequadas para cuidar das crianças. Desse modo, o estudo demonstrou que ter mais estratégias foi associada a uma maior eficiência profissional, onde a formação do enfermeiro deve centrar-se no aumento do número de estratégias a utilizar com crianças com TEA e proporcionar mecanismos para colaborar com outros profissionais da equipe. Como uma estratégia para cuidar do desenvolvimento das crianças, autores citam alguns tratamentos alternativos como musicoterapia, sendo eficazes na APS, auxiliando no processo cognitivo dos pacientes e contribuindo na melhora do seu prognóstico (FRANZOI et al., 2016).
CONCLUSÃO
É evidente, na literatura científica, que o enfermeiro desempenha papel essencial na assistência à criança autista na APS, visto que é capaz de auxiliar na detecção precoce do TEA, percebendo sinais de desenvolvimento inadequado do paciente e, além disso, também é capaz de auxiliar efetivamente no tratamento por meio de métodos alternativos, contribuindo com a equipe multiprofissional e orientando pais e cuidadores dos manejos adequados com a criança autista. Apesar de sua importância ser reconhecida, sua participação no manejo da criança com TEA ainda é deficiente, pois muitos profissionais reconhecem que não possuem o devido conhecimento sobre o tema ou sentem-se inseguros.
THE ROLE OF THE NURSE THROUGH ASSISTANCE TO THE AUTISTIC CHILD IN PRIMARY HEALTH CARE
ABSTRACT
Introduction: The nurse stands out as one of the professionals responsible for the care of patients with Autistic Spectrum Disorder (ASD) in Primary Health Care (PHC), Objective: To carry out an integrative review about the role of nurses in assisting autistic children in APS. Methods: Original studies were used, published between 2018 and 2023 in Portuguese and English, collected in ScienceDirect, Medline/Pubmed and Google Scholar. The descriptors “Nurse”, “Autistic Spectrum Disorder”, “Autism Spectrum Disorder”, “Child”, “Primary Health Care”, “Primary Care” and “Basic Health Care” were used. Development: Of the 7 articles included in this study, it was found that nurses assisting autistic children in PHC are of fundamental importance, since they are able to assist in the early detection of autism spectrum disorder, noticing signs of inadequate development of the patient and , in addition, it is also able to effectively assist in the treatment through alternative methods, contributing to the multidisciplinary team and guiding parents and caregivers on the appropriate handling of the autistic child. Conclusion: The nurse is an important figure in assisting autistic children in PHC, however, their participation in the management of children with ASD is still deficient, as many professionals recognize that they do not have the proper knowledge on the subject or feel insecure.
Keywords: Nurse, Autistic Spectrum Disorder, Child, Primary Health Care.
CORSANO, P.; CINOTTI, M.; GUIDOTTI, L. Paediatric nurses’ knowledge and experience of autism spectrum disorders: An Italian survey. Journal of Child Health Care, v. 24, n. 3, p. 486-495, 2020.
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Ana Beatriz Ferreira De Lira¹, Alessandra Gabriele Dos Santos¹*, Francisca Fabiana Fernandes Lima¹
Centro universitário UNIFAVIP, Caruaru-PE. *E-mail: sandra.gabi400@gmail.com.